Como implementar
um plano de gestão
de resíduos
Coleção eco-cidadão
índice
• Introdução3
• O plano de gestão de resíduos4
• Organização interna7
• Diagnóstico
8
• Plano de Ação10
• Monitorização e Avaliação11
• Prevenção e gestão de resíduos13
• Problemas e prioridades na gestão dos resíduos urbanos
15
• Prevenção de resíduos urbanos20
• Como se faz?22
• Vantagens24
• Quem pode fazer Prevenção de Resíduos?
25
• Sustentabilidade e Consumo Sustentável27
• Boas práticas 32
36
• Como é o tratamento de RU em Portugal? • A Gestão de Resíduos – os Sistemas 39
• Código da Reciclagem 43
• Resíduos Orgânicos45
• Óleo Alimentar46
• Medicamentos e Embalagens47
48
• Pilhas e acumuladores
• Lâmpadas49
• Resíduos Elétricos e Eletrónicos50
51
• Consumíveis Informáticos
• Boas Práticas de Gestão de Resíduos Indiferenciados
53
• Anexos54
• Enquadramento Europeu55
• Enquadramento Nacional57
introdução
A coleção Eco-cidadão pretende apresentar
a um público não técnico um enquadramento
inicial e guias úteis sobre temas relacionados
com os resíduos urbanos (RU).
Esta primeira edição surge na sequência do
Programa “Menos Lixo, Mais Futuro”, uma
iniciativa da Valorsul que sensibilizou e deu apoio
a dezenas de técnicos de empresas e instituições
nos seus propósitos de melhorar a prevenção
e o tratamento de resíduos nestas entidades.
“Como implementar um plano de gestão de
resíduos” é um guia breve sobre a prevenção
e gestão de resíduos e a forma como as empresas
se podem organizar para dar início a um processo
3
de melhoria da sua gestão de resíduos,
com ganhos ambientais e económicos.
O guia, só disponível em formato digital,
oferece também informação sintética sobre
as problemáticas associadas aos RU e links
úteis para quem quiser aprofundar os temas.
Com esta coleção a Valorsul pretende dar
um contributo importante para consciencializar
a população para os problemas que a produção
de resíduos acarreta e um incentivo a que
os cidadãos partam para a ação, alterando
os seus comportamentos ao nível individual
e das organizações.
O plano de gestão de resíduos
A preocupação das empresas contemporâneas
com a sua competitividade leva-as a centrar
a atenção sobre a sustentabilidade, ou seja,
a implementação de comportamentos
de grande equilíbrio entre os ganhos
económicos e a qualidade social e ambiental.
Ora, procurar o equilíbrio entre estes três vértices,
obriga a empresa a olhar para dentro de si própria,
inclusive na área da produção de resíduos,
dado que esta é uma fonte de possíveis perdas
económicas e com potenciais consequências
negativas ao nível social e ambiental.
É neste movimento de análise interna que surge
o Plano de Gestão de Resíduos, sendo este uma
ferramenta essencial para a sustentabilidade
desejada.
Para o desenhar e pôr em marcha é necessário
considerar e percorrer quatro fases de trabalho,
essenciais ao sucesso da aplicação do dito plano
4
na empresa ou instituição. São elas:
1
Envolver a organização interna
2
Fazer o diagnóstico da situação atual,
para referência
3
Elaborar um plano de ação para
implementação de melhorias
4
Monitorizar e avaliar o realizado
O plano de gestão de resíduos
O Plano de Gestão de Resíduos deve ser
considerado como uma ferramenta prática
da empresa ou instituição para organizar e tornar
mais eficaz a gestão dos resíduos produzidos.
Aí se identificam oportunidades de melhoria
e desenvolvem soluções e medidas que levem
à mais eficaz gestão e à prevenção da produção
de resíduos, com as vantagens que daí advêm.
Assim, um Plano de Gestão de Resíduos
é concebido na ótica da melhoria contínua
dos processos e, como tal, é revisto e atualizado
periodicamente seguindo o esquema cíclico
apresentado.
5
O plano de gestão de resíduos
Hoje em dia, esta é uma ferramenta aplicada
nas mais diversas empresas e institutos
especializados. Têm feito grandes esforços
de estudo e desenvolvimento desta ferramenta,
como seja o projeto PreResi - Prevenção
de Resíduos Industriais.
De seguida, será exposto um modelo geral
de ações a considerar nas diversas fases
de conceção de um plano, que se aplicam
a qualquer empresa ou instituição,
independentemente do seu setor de negócio.
6
O plano de gestão de resíduos
Organização interna
Por mais bem idealizado que seja um plano, para
que este se torne uma ferramenta prática e com
sucesso na empresa ou instituição, é necessário
envolver todos os colaboradores. Só assim, este
passará a ser uma prática processual da mesma.
Deste modo, a organização interna do plano
é a fase inicial e essencial do mesmo. Para tal,
devem envolver-se os seguintes agentes chave:
a) Envolvimento da Gestão de Topo
b) Responsável
c) Equipa
7
O plano de gestão de resíduos
Diagnóstico
Após a definição e envolvimento dos agentes chave
para a aplicação e desenvolvimento do plano,
procede-se à fase de diagnóstico da situação atual,
ou seja, a situação de referência a partir da qual
se irão identificar as oportunidades de melhoria
e, após a aplicação das medidas, se irá quantificar
e avaliar as melhorias concretas obtidas. Esta fase
deverá ser o mais quantificada possível, de modo
a permitir a definição de indicadores de melhoria,
os quais são a base da posterior avaliação
dos resultados obtidos.
8
O plano de gestão de resíduos
9
Nesta fase, devem diagnosticar-se os seguintes
aspetos da empresa ou instituição, relativos
à gestão atual dos resíduos:
a. Quais os procedimentos existentes;
b. Identificar quais são as boas práticas
já adotadas;
c. Avaliar o modelo de aquisição de produtos
e serviços;
d. Inventariar e caracterizar:
1. Meios existentes de gestão de resíduos:
• Quais as áreas de armazenamento;
• Que tipo e quantidades de contentores e qual a sua respetiva distribuição
na empresa;
• Que contratos de recolha existem;
2. Produção de resíduos atual:
• Tipos produzidos;
• Quantidade produzida, por tipo;
• Tratamento / encaminhamento realizado;
e. Sensibilização dos colaboradores já efetuada:
1. Iniciativas já realizadas;
2. Identificação de necessidades
e expectativas.
O plano de gestão de resíduos
Plano de Ação
Com base no diagnóstico realizado, desenha-se
o plano de ação, tendo este que obedecer
aos itens que a seguir se traduzem:
a. Definição dos objetivos que se pretendem atingir;
b. Definição das prioridades dos objetivos;
c. Desenho das medidas de alteração
a implementar, considerando:
1. Categorias de Resíduos;
2. Definição de fluxos internos por tipo
de resíduo;
3. Procedimentos;
4. Previsão de recursos:
• Pessoas;
• Equipamentos;
• Sinalética e suportes informativos;
• Fornecedores externos;
5. Sensibilização;
• Campanha de comunicação interna;
10
• Grupos alvo;
• Ações;
• Suportes pedagógicos;
6. Previsão de custos e análise de custo/benefício;
7. Cronograma.
O plano de gestão de resíduos
Monitorização e Avaliação
Para que um plano seja efetivamente uma
ferramenta útil, ele deve ser periodicamente
monitorizado e os seus resultados devem ser
avaliados, de forma quantitativa e qualitativa.
Para tal, devem percorrer-se os passos seguintes:
a. b. c. d. e. 11
Definição de indicadores de avaliação;
Análise de resultados obtidos;
Relatório de avaliação do plano;
Implementação de melhorias;
Revisão do plano de resíduos.
O plano de gestão de resíduos
Para aprofundar este tema, deverá consultar-se
a rúbrica “Para saber mais…”, na qual constam
experiências concretas e manuais de apoio
à implementação de um Plano de Gestão
de Resíduos.
Para saber mais…
12
Plano de Prevenção da Valorsul - http://www.valorsul.pt/pt/educacao-ambiental/prevencao-residuos.aspx
Guia de Acompanhamento da Gestão de Resíduos na Administração Pública:
http://www.apambiente.pt/_zdata/Divulgacao/Publicacoes/Guias%20e%20Manuais/Guia_Residuos_ADM_PUB.pdf
Partidário, Paulo – “Recursos desperdiçados - a importância da prevenção”. INETI -http://repositorio.lneg.pt/handle/10400.9/602
Catarino, J. et all, “Manual Valor Sustentável”. INETI. 2007
Figueiredo, M. e Partidário, P. “Manual para a prevenção de resíduos”. Estudo de Caso Dyrup. INETI:
http://residuos-industriais.dashofer.pt/library/9bf31c7ff062936a96d3c8bd1f8f2ff315/ext-data/2.4.3.1.11.pdf
Prevenção e gestão de resíduos
Numa rápida definição, pode dizer-se que
Prevenção de Resíduos e Gestão de Resíduos
são duas realidades diferentes. Assim,
•
A Prevenção de Resíduos refere-se
à diminuição da produção de resíduos
na fonte;
• A Gestão de Resíduos refere-se à recolha, tratamento e destino final dados aos resíduos produzidos.
No esquema seguinte ilustra-se a aplicação destes
dois conceitos, na prática.
13
Prevenção e gestão de resíduos
Empresa
Para saber mais…
Agência Portuguesa do Ambiente, APA – www.apambiente.pt/index.php?ref=16&sub2ref=106
14
Prevenção e gestão de resíduos
Problemas e prioridades
na gestão dos resíduos
urbanos
2. O crescimento na produção de resíduos urbanos
tem relação com o crescimento do PIB. Existe uma
tendência para quanto mais ricos são os países,
maior é a produção de resíduos.
Os resíduos urbanos não param de aumentar no
mundo, e o seu aumento está a pôr em causa não
só a sustentabilidade ambiental, como também a
sustentabilidade dos próprios sistemas de gestão
(recolha, tratamento e destino final).
3. Apesar dos avanços na gestão dos resíduos,
o aumento do consumo existente é insustentável
para os ecossistemas e para as estruturas de
tratamento de resíduos.
Na verdade, são três os principais problemas
associados à produção de resíduos urbanos:
Face a esta ameaça, torna-se assim, necessário
e urgente, inverter esta tendência. E é aqui que
surge a política de prevenção de resíduos, cujo
principal objetivo é diminuir a produção destes
resíduos na sua fonte.
1. Os resíduos são um problema crescente,
e agrava-se de ano para ano. Por exemplo,
a produção de resíduos, a manter-se a tendência
actual, terá aumentado em 2020 na Europa,
50% em 25 anos;
15
(WPG Handbook, European Commission, página 5)
Ou seja, temos sabido gerir bem os lixos que
produzimos, mas a prioridade, agora, é produzir
menos lixo!
Prevenção e gestão de resíduos
Ao ritmo de consumo actual,
a humanidade, para satisfazer suas
necessidades no início da década
de 2030, vai precisar de dois
planetas, alerta o Fundo Mundial
para a Natureza (WWF).
A pegada ecológica da
humanidade, que avalia o
consumo de recursos naturais,
já superou em 30% as capacidades
do planeta de se regenerar,
destaca o WWF no relatório
Planeta Vivo 2008.
O relatório explica que a pressão
da humanidade sobre o planeta
duplicou nos últimos 45 anos
por dois motivos: crescimento
demográfico e aumento
do consumo individual.
Fonte: WWF no relatório
Planeta Vivo 2008.
16
A capitação média da produção
de resíduos urbanos na Europa
tem vindo sempre a crescer:
•
•
1995 – 460 kg/hab.ano
2004 – 520 kg/hab.ano
Previsão PPRU (Programa
de Prevenção de Resíduos Urbanos):
•
•
2016 - 423 kg/hab. ano
2020 - 680 kg/hab. ano
Para saber mais…
Anexo - Enquadramento europeu
Anexo - Enquadramento nacional
Trezentos anos de combustíveis fosseis em 30 segundos - http://www.youtube.com/watch?v=Vof6QwYoVlo
Prevenção e gestão de resíduos
É aqui que entra a chamada Política dos 3 R’s,
os quais significam:
Alguns dados:
Dados reais (2005/07) e objectivos
do PERSU II referentes à redução
de resíduos produzidos
Reduzir a utilização dos recursos
Reutilizar materiais e objetos
Reciclar materiais e objetos
(relatório de acompanhamento
do PERSU II, 2008)
Reduzir e Reutilizar fazem parte da política
de Prevenção, a Reciclagem é parte integrante
da Gestão dos Resíduos.
Ano Objetivo Qt. real
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2015
2016
4766
4851
4929
4993
5043
5073
5083
5078
4987
4937
17
4766
4965
5007
-
Como se pode ver no esquema a seguir,
até hoje foi dada ênfase à reciclagem, seguida
de reutilização e, finalmente, de redução.
Porém, torna-se agora necessário inverter
estas prioridades (lado esquerdo da figura,
a verde claro), colocando a redução no centro
das preocupações, seguida da reutilização,
no sentido de caminharmos para uma
efetiva prevenção.
A reciclagem, continuando a ser uma prioridade,
deixou de ser a principal preocupação, na medida
em que os sistemas de gestão de resíduos
estão a funcionar, e a população já se encontra
sensibilizada.
Para saber mais…
Para saber mais….
PERSU II - http://www.maotdr.gov.pt/Admin/Files/Documents/PERSU.pdf
Prevenção e gestão de resíduos
Tendo em conta a gravidade e urgência
da situação, a prioridade das políticas de
prevenção, no âmbito dos resíduos urbanos,
e até 2016 (vide Despacho nº 3227/2010 - PPRU
2007-2016), é diminuir a produção dos seguintes
tipos de resíduos:
•
•
•
•
•
matéria orgânica;
papel/cartão;
plástico;
vidro;
pequenas quantidades de resíduos perigosos.
uma vez que estes representam 77% dos resíduos
urbanos produzidos em Portugal.
18
Resíduos Urbanos produzidos em Portugal:
Prevenção e gestão de resíduos
Nas páginas seguintes, desenvolveremos a política
de prevenção dos resíduos, assim como algumas
dicas para aderir a esta prática.
papel/cartão 16%
vidro 6%
têxteis sanitários 7%
têxteis 5%
metais 2%
Porém, e porque a gestão dos resíduos continua
a ser muito importante, aprofundaremos,
igualmente esta política, assim como algumas
regras de deposição de materiais para reciclagem.
outros 8%
orgânicos 37%
Para saber mais…
19
Relatório Valorsul
REA 2012 – Relatório do Estado do Ambiente, APA - http://sniamb.apambiente.pt/docs/REA/rea2012.pdf
EEA – Publicações sobre o Estado do Ambiente na Europa - http://www.eea.europa.eu/publications#c14=&c12=&c7=en&c9=all&c11=5&b_start=0
Prevenção de resíduos urbanos
“É a minimização da quantidade (massa e volume) e da perigosidade dos resíduos que ocorrem
na actividade urbana (...) Inclui actividades de prevenção em sentido estrito (e.g. design do produto
e de embalagem), bem como a reutilização de produtos, componentes e materiais, e a compostagem
doméstica ou colectiva (em pequenas comunidades) de resíduos biodegradáveis.”
(in PPRU 2007-2016, pág 7652)
Quer isto dizer que fazer prevenção é produzir
cada vez menos resíduos (ou “lixo”), em todos
os locais da nossa vida social, seja em casa,
na escola, e na empresa ou noutras organizações
e instituições.
A prevenção de resíduos urbanos faz-se através
de duas formas:
• Diminuindo a quantidade de resíduos produzidos;
• Diminuindo a sua perigosidade.
20
Alguns exemplos:
Diminuir a quantidade de resíduos produzidos:
• Compostagem doméstica;
• Desmaterialização da informação;
• Embalagens de vidro retornáveis.
Diminuir a sua perigosidade;
• Substituição de produtos tóxicos por produtos biodegradáveis (tintas, detergentes);
• Utilização de pilhas e baterias recarregáveis.
Prevenção de resíduos urbanos
Especial Empresas
e Instituições
“Menos Lixo, Mais Futuro” é um projeto
da Valorsul que manifesta a sua disponibilidade
para prestar consultoria gratuita na implementação
de um plano de gestão de resíduos, auxiliando
no diagnóstico e caracterização da situação
de referência e, numa fase seguinte,
na identificação das melhores práticas a adotar.
Privilegia a prevenção da produção de resíduos,
de acordo com os princípios da hierarquia
de gestão de resíduos, bem como o seu correto
encaminhamento.
Para saber mais…
21
Programa Menos Lixo Mais Futuro - http://www.valorsul.pt/pt/educacao-ambiental/prevencao-residuos/menos-lixo-mais-futuro.aspx
Como se faz?
A prevenção de resíduos urbanos faz-se ao longo
do ciclo de vida do produto, nomeadamente:
1. Design de produto e embalagem
A conceção dos produtos e das embalagens,
no que se refere ao formato, componentes
e materiais utilizados, deve ter em especial
atenção a sua perigosidade para o ambiente,
a sua durabilidade no tempo e a possibilidade
de serem utilizados várias vezes ou para outros
fins, ou seja, em todas as variáveis que possam
evitar que se transformem rapidamente
em resíduos.
Consumo consciente
O Consumidor tem o poder de escolher o que
quer comprar, e com esse gesto influenciar
esses produtos existentes no mercado.
Uma compra consciente que tenha em
consideração a qualidade o preço e as questões
ambientais, se for multiplicada por muitas pessoas,
cria um movimento transformador.
Para saber mais…
22
Ecodesign - http://trendalert.me/eco-design/
Ecodesign - http://www.roca.com.es/ww/index.html?es | Projecto Ecocasa - http://ecocasaportuguesa.blogspot.pt/
Reutilização garrafa solar - http://www.youtube.com/watch?v=j1nG2peE4SQ
Como se faz?
2. Reutilização
Nota
Dissemos, anteriormente,
que prevenção é evitar produzir
lixo. Assim, e embora sejam muito
importantes para a gestão dos
resíduos, não se podem considerar
prevenção as seguintes operações:
• Reciclagem de materiais,
pois esta é feita depois dos
materiais terem sido deitados
no lixo (ecopontos);
• Compostagem centralizada,
pois esta é feita depois de os
restos de comida terem sido
deitados no lixo;
• Valorização energética, pois
esta é feita apenas a partir
dos resíduos indiferenciados.
23
Na linha do anteriormente dito, e no que se refere
aos produtos, seus componentes e materiais,
os cidadãos devem ter a especial preocupação
em utilizá-los várias vezes ou para outros fins,
de modo a evitar que estes se transformem
rapidamente em resíduos.
3. Compostagem doméstica e comunitária
Sendo a compostagem doméstica e comunitária
o aproveitamento dos restos de comida e outros
restos orgânicos para a produção de composto
agrícola, esta é uma forma muito válida e eficaz
de diminuir a produção de resíduos em casa
de cada um ou na sua vizinhança.
A EGF, subholding do Grupo Águas de Portugal,
tem em curso um projeto piloto de compostagem
doméstica em oito empresas gestoras de sistemas
de tratamento de resíduos sólidos urbanos.
Assim, em cada sistema multimunicipal,
e em parceria com as entidades municipais
selecionadas, são distribuídos compostores
domésticos a munícipes que reunam as condições
necessárias para a prática da compostagem
doméstica, nomeadamente habitação com espaço
exterior suficiente. O processo de compostagem
é explicado através de ações de sensibilização.
Numa primeira fase, o projeto abrange
um universo de 11 mil habitantes, através
da distribuição de 2128 compostores
e a realização de 130 ações de sensibilização. Para saber mais…
Workshops Compostagem Doméstica Valorsul - http://www.valorsul.pt/pt/media/noticias/2012-11-12-valorsul-promove-workshops-gratuitos.aspx
Vantagens
Fazer prevenção de resíduos tem inúmeras
vantagens, a diversos níveis:
Economia
A prevenção permite diminuir os custos
operacionais e de fabrico dos produtos,
assim como os custos do tratamento
e eliminação dos resíduos.
Consumo
A prevenção permite diminuir o consumo
dos recursos naturais e de energia, com
os consequentes ganhos económicos
e ambientais associados.
24
Emissões
A prevenção permite diminuir a emissão
dos gases com efeito de estufa, com
o consequente ganho ambiental associado.
Quem pode fazer Prevenção de Resíduos?
Há diversos agentes sociais que podem,
e devem, ser mobilizados para a prevenção
de resíduos urbanos. São eles:
O Consumidor
A sua colaboração é duplamente imprescindível
pois dele depende não só o nível de consumo
que decide realizar, como também a escolha
do tipo de produtos a adquirir, a sua reutilização,
e posterior destino como resíduo. Ele é, portanto,
o factor último de influência sobre o produtor
e o retalhista.
O Produtor do produto
A sua colaboração é imprescindível pois, como
se disse anteriormente, dele depende o design
do produto e da embalagem, o modo de produção,
os ganhos em recursos naturais e energia, e o
posterior tratamento e eliminação dos resíduos.
25
O Retalhista
A sua colaboração é imprescindível na medida
em que, ao definir as suas políticas de transporte
e distribuição dos produtos, pode permitir ganhos
ambientais nas áreas do consumo de energia
e consequentes emissões de gases de estufa.
O retalhista é também o centro de influência sobre
o produtor/ fornecedor e sobre o consumidor de
modo a pressionar ambos no sentido da prevenção
de resíduos (e.g. Programa End-to-End
da Walmart Brasil);
As autoridades locais e nacionais
A sua intervenção é imprescindível quer pela
definição do enquadramento legal e supervisão
das políticas de prevenção, quer pela
responsabilidade na sensibilização e mobilização
dos participantes anteriormente referidos.
Quem pode fazer Prevenção de Resíduos?
Como se verá a seguir, a estratégia da prevenção
de resíduos enquadra-se, e responde, a uma
preocupação mais abrangente, chamada
sustentabilidade, na qual todos estes atores
chave têm um papel ainda mais atuante,
através do consumo sustentável.
Consumidor
procura
oferta
design
Retalhista
Produto
Para saber mais…
26
Produtor - http://www.deq.state.or.us/lq/sw/packaging/index.htm
Retalhista - Walmart Brasil – Nestle - http://www.youtube.com/watch?v=P98WnlowQ4Q
Consumidor – http://www.youtube.com/watch?v=PWsRQ3lqHkU
Autoridades locais – Plano de Prevenção EGF - http://www.egf.pt/files/400.pdf
Sustentabilidade e consumo sustentável
Sustentabilidade pode ser definida como
a capacidade do ser humano interagir com
o mundo, preservando o equilíbrio entre os
ganhos económicos, a qualidade da vida social
e a qualidade do ambiente, e de forma a não
comprometer os recursos (económicos, naturais,
energéticos e sociais) das gerações futuras.
Assim, em qualquer atividade humana,
não se pode alienar nenhum dos vértices
da sustentabilidade. Para que um empreendimento
humano seja considerado sustentável, é preciso
que seja:
• Ambientalmente correto;
• Economicamente viável;
• Socialmente justo, e culturalmente diverso.
27
Sustentabilidade e consumo sustentável
Quanto maior for a integração destes três vértices,
maior será a garantia de que qualquer atividade,
individual ou coletiva, empresarial ou estatal,
se manterá com a qualidade desejada e a longo
prazo.
Consumir de maneira sustentável significa
consumir melhor, e menos, levando em
consideração os impactes ambientais, sociais
e económicos das empresas e dos seus produtos
e serviços (ciclo de vida do produto).
O consumo sustentável, ou responsável, é um
comportamento que incorpora a preocupação
com a sustentabilidade, pelo facto de os recursos
serem limitados, não se podendo, assim, manter
os padrões utilizados nas últimas décadas para a
extração, produção, comercialização e deposição
de bens.
O consumo precisa de ser sustentável em todos
os sentidos: desde a compra, uso e até à deposição
do resíduo, e, portanto, é importante questionar-se sobre o consumo pessoal ou da empresa,
como se pode consumir melhor e como
se pode reduzir o consumo.
Para saber mais…
28
Cidade auto suficiente – http://cidadeautosuficiente.tumblr.com/
Goleman, Daniel, “Eco inteligência. Como o consumismo está a mudar o mundo”. Circulo de Leitores. 2009
A historia da água engarrafada - http://www.youtube.com/watch?v=Se12y9hSOM0&list=PL6E0357D1740EE180
Sustentabilidade e consumo sustentável
Se imaginarmos a vulgar lista de compras do
cidadão ou da empresa, é possível verificar
se ela passou a integrar ou não a preocupação
do consumo sustentável.
A lista de compras mais comum apenas espelha
a preocupação imediata com o preço e,
por vezes, com a qualidade dos produtos.
Ou seja, a preocupação com o vértice
económico da sustentabilidade.
À medida que a preocupação do consumidor
com a sustentabilidade aumenta e a informação
disponível sobre os produtos também aumenta,
o consumidor vai “comentando” a sua lista de
compras para conseguir fazer opções que possam
responder, também, às preocupações sociais
e ambientais.
29
Sustentabilidade e consumo sustentável
Os consumidores passam a preocupar-se, assim,
com a influência dos produtos e serviços na sua
saúde, com a incorporação ou não do trabalho
infantil, e se a produção é feita com base
em trabalho justo. Ou seja, o vértice social
da sustentabilidade.
Do ponto vista do vértice ambiental, as
preocupações centram-se no consumo de energia,
recursos naturais e nas emissões decorrentes do
processo produtivo e de distribuição dos produtos
e serviços. Passa a existir, também, a preocupação
com o fim da vida do produto, nomeadamente
com a produção de resíduos.
30
Sustentabilidade e consumo sustentável
É aqui que entra a estratégia da prevenção
de resíduos.
Dado que a informação sobre os produtos
e serviços é ainda pobre, devido à fraca
fiabilidade da rotulagem, cabe ao consumidor
manter-se atento e interessado, agregando
a informação disponível e exigindo maior
transparência da informação por parte
das empresas. Assim, o consumidor terá
o poder de pressionar e influenciar o ciclo
de vida do produto, no sentindo da sua
melhoria e maior Sustentabilidade.
As novas tecnologias de informação / comunicação
são um instrumento muito importante
à disposição do consumidor, na medida
em que não só permitem o acesso rápido
à informação, como facilitam a criação
de redes sociais de opinião e até a comunicação
direta entre o consumidor e o produtor.
Para saber mais…
31
Walmart Brasil e Coca-Cola http://www.youtube.com/watch?v=sRDcohzrpe0
Consumo sustentável - http://trendalert.me/category/consumo-sustentavel/
Consumo sustentável Naturlink - http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Interessante/content/Consumo-sustentavel/section/5?bl=1
Greenwashing - http://pt.wikipedia.org/wiki/Greenwashing
Boas práticas
A preocupação com a prevenção de resíduos
obedece a alguns princípios base, orientadores
para a ação dos cidadãos:
• Poupança de recursos, onde se incluem os
recursos materiais, energéticos e económicos;
• Consumo responsável, que significa adquirir
apenas os produtos estritamente necessários;
• Prolongamento da vida dos produtos, através da
sua reparação, troca, doação e venda de usados;
• Partilha de interesses, que significa a utilização
coletiva de produtos e serviços por grupos
de cidadãos com os mesmos objetivos
(e.g. partilha do automóvel).
32
Assim, em casa, na escola ou na empresa é sempre
possível fazer prevenção de resíduos. Para tal,
é necessário analisar o dia-a-dia, do ponto de
vista dos resíduos que se produz e das respetivas
quantidades, e usar a criatividade para procurar
formas de evitar ou diminuir a sua produção
de resíduos.
A realidade de cada casa, escola e empresa
é sempre distinta e, como tal, as medidas de
prevenção de resíduos encontradas também
são diferentes. No entanto, aqui estão algumas
dicas que podem apoiar a ação dos cidadãos.
Boas práticas
Matéria orgânica:
• Utilização responsável do papel;
• Compostagem doméstica e comunitária;
• Utilização das folhas frente e verso e impressão
de apenas o que é indispensável;
• Utilização eficaz dos alimentos adquiridos,
através do conceito de “dose certa”;
33
• Reutilização de livros e manuais, através de troca,
doação ou venda em usados;
• Oferta aos bancos alimentares de produtos
de validade limitada, por produtores
e distribuidores.
• Reutilização das caixas de cartão (e.g. sapatos)
para arrumação;
Papel e cartão:
• Consumo de produtos com design pensado
para a poupança de materiais.
• Redução da publicidade não desejada
e da imprensa gratuita: autocolante
“Publicidade aqui não”;
• Compra de produtos em papel reciclado,
e materiais que possam ser recarregáveis,
como o dossier.
• Desmaterialização da informação,
através da utilização das tecnologias digitais:
e-mail / intranet / fatura eletrónica
/ publicações eletrónicas;
Vidro:
• Uso de embalagens de vidro reutilizáveis
ou com depósito / taxa.
Boas práticas
Embalagens de plástico
e de metal:
Têxteis, equipamento elétrico
e eletrónico (EE), e outros
• Utilização de produtos em embalagens familiares
ou a granel;
• Reutilização de roupa e calçado;
• Utilização da embalagem com design
minimalista, reutilizável ou retrátil e reciclável/
biodegradável;
• Substituição de sacos de compras de plástico
por alternativas reutilizáveis;
• Reutilização dos sacos de plástico como sacos
do lixo;
• Alimentos acondicionados em embalagens
reutilizáveis;
• Substituição de água engarrafada por água
da torneira.
34
• Uso de fraldas reutilizáveis;
• Reutilização e reparação de mobiliário,
equipamento EE e outros;
• Entrega/receção e reutilização adequada
de produtos perigosos não consumidos,
como tintas, solventes e detergentes;
• Utilização de produtos recarregáveis,
como pilhas, baterias e tinteiros.
Boas práticas
Medidas abrangentes:
• Lista de compras;
Estas dicas devem ser encaradas como meras
sugestões, a serem adaptadas à realidade concreta
de cada caso.
• Otimização de consumos de água e energia;
• Troca, doação e venda de bens usados;
• Consumo de produtos de origem nacional
ou local.
Para saber mais…
35
Programa fraldinhas Valorsul - http://www.valorsul.pt/pt/educacao-ambiental/prevencao-residuos/fraldinhas.aspx
Programa Dose Certa Lipor - http://www.lipor.pt/pt/educacao-ambiental/horta-da-formiga/desperdicio-alimentar/dose-certa/
Movimento Zero Desperdício – http://www.zerodesperdicio.pt
Lx Market, feira de produtos usados - http://montra.me/lowcost/2012/03/lx-market-feira-usado/
Reutilização de materiais - http://pt-br.facebook.com/pages/M%C3%B3veis-Rustic-Pallet/142867912546900
Movimento Novos Rurais - https://www.facebook.com/novosrurais.farmingculture
Guia Compostagem Doméstica - http://www.valorsul.pt/pt/mediateca/materiais-informativos.aspx
Construção de um compostor - http://www.youtube.com/watch?v=dk2olz_eqfw
Como é o tratamento de resíduos
urbanos em Portugal?
Portugal produz, aproximadamente, 4,9 milhões
de toneladas de resíduos urbanos (RU) por
ano. Isto significa que cada cidadão produz,
anualmente, cerca de 487 kg de RU
(REA 2012, APA).
Esta quantidade de resíduos urbanos é gerida
por diversas entidades nacionais competentes,
as quais são responsáveis pela sua recolha,
tratamento e encaminhamento para destino
final.
36
Como é o tratamento de resíduos
urbanos em Portugal?
Estes sistemas de gestão possuem as
infraestruturas ilustradas no gráfico abaixo.
Embora dispendiosos, os sistemas de gestão
de resíduos urbanos a funcionar no nosso país
são muito eficazes e ambientalmente seguros,
tendo conseguido, em poucos anos, fazer com
37
que Portugal se enquadre entre os mais avançados
países da Europa no que toca a esta matéria.
Como é o tratamento de resíduos
urbanos em Portugal?
Metas de reciclagem
Metas para desvio de aterro
Portugal assumiu o compromisso de alcançar
as metas de reciclagem de resíduos de embalagens
(RE) (Diretiva 94/62/CE, de 20 de dezembro,
alterada pela Diretiva 2004/12/CE, de 11 de
fevereiro), que vincula ao cumprimento,
até ao final de 2011 de um mínimo de valorização
de 60% (em peso), do qual pelo menos 55% deverá
corresponder à reciclagem material, com metas
setoriais mínimas de reciclagem: 60% para RE
de papel/cartão e vidro, de 50% para o metal,
de 22,5% para o plástico e de 15% para a madeira.
O Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de agosto,
transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva
Aterros, define como metas a redução
da deposição de resíduos urbanos biodegradáveis
(RUB) em aterro para 50% e 35% da quantidade
total (em peso) de RUB produzidos em 1995,
para os anos de 2013 e 2020, respetivamente.
Para saber mais…
38
REA 2012 – Relatório do Estado do Ambiente, APA - http://sniamb.apambiente.pt/docs/REA/rea2012.pdf
Diretiva 2004/12/CE - http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:047:0026:0031:PT:PDF
Decreto-Lei 183/2009 - http://dre.pt/pdf1s/2009/08/15300/0517005198.pdf
EGF - www.egf.pt
Sistema Valorsul - www.valorsul.pt
A gestão de resíduos – os sistemas
Como se pode observar no esquema,
os resíduos indiferenciados são recolhidos
e encaminhados para uma unidade de tratamento
mecânico biológico que separa a fração
biodegradável da fração não biodegradável.
A fração biodegradável sofre um processo
de compostagem do qual se obtém composto
orgânico. A fração não biodegradável é, ainda,
triada para o eventual aproveitamento de
embalagens recicláveis aí erradamente colocadas.
A fração não reciclável restante é colocada
em aterro, e o biogás gerado neste é utilizado
para a produção de energia eléctrica.
Por sua vez, as embalagens de papel/cartão,
de vidro, de plástico e de metal, separadas
e colocadas nos ecopontos, são recolhidas
e separadas numa unidade de triagem,
para posteriormente serem enviadas
para as respetivas indústrias recicladoras.
39
Cada sistema dispõe também de ecocentros,
ou seja, locais preparados para a receção dos
mais diversos tipos de resíduos recicláveis,
nomeadamente, resíduos elétricos e eletrónicos,
madeiras, pilhas e baterias, lâmpadas, óleos
alimentares, etc.
O sistema da Valorsul segue um modelo de gestão
integrada, segundo o esquema seguinte.
A gestão de resíduos – sistema de gestão integrada da valorsul
40
A gestão de resíduos – os sistemas
Como se pode observar, os resíduos
indiferenciados são encaminhados para uma
unidade de valorização energética. Nesta
instalação os resíduos são incinerados, gerando
calor para a produção de energia elétrica. As cinzas
resultantes da queima, ocupando muito menor
volume, são encaminhadas para inertização
e posterior deposição em aterro. Da queima
geram-se, também, escórias que são tratadas
e enviadas para reciclagem.
Os sistemas de gestão de resíduos urbanos
instalados no nosso país dão garantia de um
correto e seguro destino dos resíduos produzidos.
Porém, o seu funcionamento depende, em larga
medida, da colaboração de todos os cidadãos.
A Valorsul recebe resíduos alimentares
produzidos em restaurantes, cantinas, mercados
e supermercados, que são encaminhados para
uma unidade de digestão anaeróbia com posterior
compostagem, para a produção de composto para
a agricultura e aproveitamento do biogás para
energia elétrica.
Para saber mais…
41
O Sistema Valorsul - http://www.youtube.com/watch?v=T7rx3rul4gM
Animações Valorsul – incineração, triagem e digestão anaeróbia http://www.valorsul.pt/pt/mediateca/apresentacoes-interativas.aspx
A gestão de resíduos – os sistemas
Uma parte dos sistemas de recolha, tratamento
e destino final de resíduos urbanos a funcionar
hoje, no nosso país, seguem o seguinte modelo:
Recolha
Tratamento
e/ou
42
Valorização
Código da Reciclagem
Separar os resíduos em casa, na escola ou
na empresa, e depositá-los nos locais corretos
são condições essenciais para que estes sejam
reciclados. E reciclar é transformar um material
velho, o resíduo, num produto novo.
A separação na fonte vem facilitar muito o
aproveitamento destes resíduos como matéria
prima pelas indústrias recicladoras, pois
estes têm uma menor probabilidade de se
contaminarem mutuamente, melhorando
a qualidade desta matéria-prima.
Hoje em dia, a maioria dos resíduos produzidos
já podem ser reciclados, mas, para tal, a sua
separação obedece a algumas regras muito
simples. A seguir, recordar-se-á o que fazer com
os principais resíduos recicláveis produzidos
no dia a dia.
43
Código da Reciclagem
Papel e cartão
Vidro
Plástico e metal
Obrigatório:
Caixas de cartão
Revistas e Jornais
Papel de escrita
e impressão
Obrigatório:
Garrafas
Frasco
Boiões
Obrigatório:
Embalagens
de plástico
Pacotes de bebida
Sacos de plástico
Latas
Proibido:
Esferovite
Sacos de plástico
Papel: sujo, vegetal,
c/plástico, encerado,
colante
44
Proibido:
Loiças e Cerâmicas
Cristais e Espelhos
Lâmpadas
Vidro plano e Vidraça
Proibido:
Papel e Cartão
Eletrodomésticos
Resíduos orgânicos
Na área do Sistema Valorsul, os restos de comida
são recolhidos porta-a-porta, todos os dias,
através do Programa +Valor, nos seguintes grandes
produtores:
• Super / hipermercados;
• Mercados;
• Restauração;
• Cantinas.
Para tal, estes restos de comida são colocados
em contentores próprios e seguindo as seguintes
regras.
Coloque sempre:
• Restos de legumes;
• Fruta;
• Carne;
• Peixe;
• Ovos sem casca;
• Pão e bolos;
• Borras de café;
• Saquetas de chá;
• Toalhas, toalhetes e guardanapos de papel.
Não Coloque nunca:
• Resíduos líquidos;
• Embalagens e recipientes;
• Copos, talheres, pratos, chávenas;
• Papéis impressos, vegetais ou de alumínio;
• Sacos de plástico;
• Caricas e rolhas;
• Beatas;
• Têxteis;
• Lâmpadas;
• Cascas de Ovos.
Para saber mais…
45
Programa +Valor - http://www.valorsul.pt/pt/valorizacao-organica/programa-mais-valor.aspx
Óleo alimentar
O óleo alimentar usado nunca deve ser despejado
no lava loiça ou na sanita, pois não só pode entupir
a canalização como dificulta muito o tratamento
das águas residuais nas ETAR.
Hoje em dia, já existem, em todo o país, sistemas
de recolha de óleos alimentares para reciclagem.
Para tal, os óleos alimentares devem ser
depositados nos chamados oleões.
Separar:
• Sem restos comida;
• Sem água.
Armazenar:
• Garrafa plástico.
46
Depositar:
• Oleão;
• Ecocentro;
• Campanhas AMI;
• Operadores licenciados.
Os óleos alimentares usados são depois reciclados,
dando origem a sabonetes, velas e combustível
biodiesel.
Pontos de entrega, consultáveis em:
http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&sub
ref=84&sub2ref=197&sub3ref=282
Medicamentos e embalagens
A especificidade dos medicamentos e substâncias
perigosas quando usadas indevidamente,
aconselha a que exista um processo seguro de
recolha destes resíduos, evitando-se, por razões
de saúde pública, que fiquem “acessíveis” nas
ruas e que venham a contaminar qualquer outro
resíduo urbano.
Assim, existe atualmente um sistema próprio
para recolha, tratamento e reciclagem dos
medicamentos e suas embalagens, denominado
Valormed.
Para tal, os resíduos, descritos abaixo, devem
ser entregues nas farmácias, dentro de saco:
• Medicamentos;
• Medicamentos homeopáticos;
• Produtos dietéticos;
• Produtos veterinários de animais domésticos;
• Produtos de puericultura;
• Dermo-cosméticos.
Após a entrega destes resíduos nas farmácias,
a embalagens dos medicamentos são recicladas
e os medicamentos são incinerados.
Pontos de entrega:
• Farmácias.
Para saber mais…
47
Recolha de óleo usado - http://www.pingodoce.pt/pt/servicos/responsabilidade-social/comunicacao-e-ambiente-de-loja/
Valormed - http://www.valormed.pt/
Pilhas e acumuladores
As pilhas e outras baterias são resíduos perigosos
que devem ser geridos de forma segura, de modo
a prevenir a contaminação de solos e da água com
ácidos e metais pesados.
É esta a razão pela qual não devem ser
abandonados na rua nem colocados nos
contentores de resíduos urbanos. Para que estes
resíduos possam ser devidamente tratados e
reciclados, as pilhas e acumuladores devem ser
depositados em local próprio e com os cuidados
que se descrevem de seguida.
48
Armazenar:
• Local seguro e seco.
Pontos de entrega:
• Super/ hipermercados;
• Ecocentro;
• Pilhão do ecoponto.
Reciclar as pilhas e acumuladores significa
também recapturar materiais (no caso das pilhas,
Manganês, Zinco, Aço e Carbono), que voltam a
ser usados em processos produtivos, sem que seja
necessário retirá-los da natureza (diminuindo, por
exemplo, a necessidade de recorrer à exploração
mineira para a obtenção dos mesmos).
Lâmpadas
Quase todas as lâmpadas têm recolha própria,
e são encaminhadas para reciclagem.
Em Portugal, existem dois sistemas que fazem esta
recolha e tratamento, as empresas ERP Portugal
e a Amb3e.
• Com descarga gás;
• Luz mista;
• Vapor mercúrio;
• Vapor metálico;
• Vapor sódio.
A maioria das lâmpadas geram resíduos perigosos,
pelo que devem ser manipuladas com cuidado
e armazenadas em local seguro. Para que tal
aconteça, as lâmpadas devem ser depositadas em
local próprio, seguindo as regras que se encontram
abaixo.
Pontos de entrega:
• Ponto eletrão;
• Depositrão;
• Ecocentro;
• Locais de venda;
• Pontos e centros de recolha .
Tipo de lâmpadas
• Fluorescentes;
• Tubular;
• Circular;
• Compacta;
As lâmpadas incandescentes, de halogénio
e de infravermelhos, não são abrangidas
por estes sistemas e devem ser colocadas
no contentor de resíduos urbanos indiferenciados.
Para saber mais…
49
Ecopilhas - http://www.ecopilhas.pt/portal/
Amb3e – http://www.amb3e.pt/
ERP Portugal - http://www.erp-recycling.pt/ERPPortugal.aspx
Equipamentos elétricos e eletrónicos
Estamos muito dependentes de equipamentos
eléctricos e eletrónicos (EEE) para realizarmos
as tarefas mais simples do nosso dia a dia.
Assim, a produção deste tipo de resíduos
é cada vez maior e justifica a reciclagem das
mais diversas componentes que os constituem.
Para tal, as empresas ERP Portugal e Amb3e
organizaram o processo de deposição, recolha
e tratamento destes resíduos de EEE,
enumerados abaixo.
Tipo de REEE
• Brinquedos eléctricos e electrónicos;
• Informática e telecomunicações;
• Ferramentas;
• Electrodomésticos.
50
Para que a reciclagem dos REEE se possa fazer, os
REEE deverão ser colocados nos seguintes locais:
Pontos de entrega:
• Ponto eletrão;
• Depositrão;
• Ecocentro;
• Na troca “velho-novo” – o distribuidor tem
o dever da retoma do equipamento velho;
• Pontos e centros de recolha.
No processo de tratamento, os equipamentos
são desmantelados e os diferentes materiais são
reciclados, incorporando-se em novos produtos.
Consumíveis informáticos
Os tinteiros e os toners são já uma preocupação
antiga, devido à perigosidade das tintas.
Existem diversas soluções, desde a sua recarga
até à entrega no local de venda para reciclagem.
Periodicamente, fazem-se campanhas de
solidariedade, como por exemplo a da AMI,
sendo a recolha feita em algumas Juntas
de Freguesia e Estações de Correio.
Para saber mais…
51
Campanha AMI - http://www.ami.org.pt/default.asp?id=p1p490p175
Outros resíduos recolhidos seletivamente
Residuos recolhidos seletivamente
• Resíduos verdes;
• Madeiras;
• Monos;
• Entulho;
• Óleos lubrificantes;
• Sucata;
• Outros.
Por outro lado, os sistemas de gestão de resíduos,
como a Valorsul, disponibilizam o acesso dos
cidadãos aos chamados ecocentros, locais próprios
para entrega gratuita de resíduos não recolhidos
nos contentores de indiferenciados e ecopontos.
As Câmaras Municipais disponibilizam ao cidadão
soluções para recolha de diversos resíduos
volumosos que não devem ser colocados nos
contentores de recolha indiferenciada. Através
de um número de telefone municipal específico,
os cidadãos podem requerer a recolha destes
resíduos.
Para saber mais…
52
Ecocentros Valorsul - http://www.valorsul.pt/pt/ajude-nos-reciclar-mais-melhor/encontrar-um-ecocentro/artigo-1.aspx
Boas práticas de gestão de resíduos indiferenciados
Chamam-se resíduos indiferenciados aos resíduos
urbanos que não objeto de recolha seletiva,
habitualmente nomeado como “lixo normal”
ou “lixo comum”. Estes resíduos devem ser
acondicionados em saco de plástico fechado,
e depositados no contentor de resíduos
indiferenciados.
Estes resíduos são depois encaminhados para
os sistemas de gestão. No caso da Valorsul,
os resíduos são incinerados a partir dos quais
se produz energia e se aproveitam os metais
para reciclagem. Noutros sistemas, estes resíduos
sofrem tratamento mecânico e biológico
ou são depositados em aterro.
Para saber mais…
53
Valorsul - http://www.valorsul.pt/pt/valorizacao-energetica.aspx
A deposição destes resíduos obedece
às regras seguintes:
• Sacos fechados;
• Tampa fechada;
• Nem um saco fora do contentor.
anexos
54
Enquadramento europeu
A chamada diretiva quadro “Resíduos” (Diretiva
2008/98/CE) estabelece a hierarquia de opções
da política de prevenção e gestão de resíduos,
segundo o esquema que se apresenta a seguir.
Prioridades da estratégia de atuação:
55
De acordo com este esquema, a prioridade
máxima é dada à prevenção da produção
de resíduos. Esta prevenção deve ser feita,
em primeiro lugar, através da cada vez menor
utilização de recursos naturais e materiais na
produção de bens e serviços, o que irá permitir
reduzir consideravelmente a produção de resíduos
subsequentes. Quando a utilização de recursos
naturais e materiais não pode ser minimizada,
privilegia-se, então, a reutilização dos materiais,
o que irá, igualmente reduzir a produção
de resíduos.
Enquadramento europeu
Quando a prevenção, através de redução e a
reutilização, não é possível, será dada prioridade
à reciclagem o que significa que o resíduo
produzido será tratado e utilizado como matéria
prima para a produção de novos bens.
Por seu lado, a valorização energética consiste
na produção de energia através da queima de
resíduos não recicláveis, permitindo recuperar
a energia gasta na produção do bem.
Finalmente, a deposição de resíduos em aterro
deve ser reduzida ao mínimo indispensável e é
considerada como última opção de tratamento
de resíduos.
Para saber mais…
56
Diretiva 2008/98/CE – http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2008:312:0003:0030:pt:PDF
Enquadramento nacional
Programa de prevenção
de resíduos urbanos (PPRU)
2007-2016
O PERSU II (Plano estratégico para a gestão de
RSU 2007-2016), dando resposta ao quadro de
estratégia de prevenção e reciclagem de âmbito
comunitário, vem dar ênfase à necessidade de
um plano nacional para a prevenção de resíduos
urbanos (Eixo I – prevenção: programa nacional).
Daqui nasce o PPRU, que estabelece
para a prevenção de RU:
• Objetivos nacionais (2007-2016);
• Prioridades de ação;
• Fluxos de resíduos onde agir;
• Atores-chaves na prevenção.
57
O PPRU apresenta, igualmente a estratégia
nacional de prevenção de resíduos urbanos com
o correspondente plano de ação e monitorização.
Desafios do PPRU
• Dissociar crescimento económico
e produção de resíduos;
• Alterar atitudes e comportamentos;
• Atuar na cadeia de produção / consumo;
• Quantificar o impacto da prevenção.
Enquadramento Nacional
Meta PPRU 2016
Em 2007, ano de referência do PPRU 20072016, Portugal tinha uma produção de 470 kg/
habitante por ano. Com base neste valor, o PPRU
estabelece quatro cenários possíveis para redução
de RU em 2016, optando pelo cenário moderado
de prevenção, assumindo ser o cenário de mais
provável sucesso, dado o equilíbrio entre ambição,
esforço e realidade nacional.
Quatro cenários de prevenção para 2016
• Cenário optimista: redução 21%;
• Cenário moderado: redução de 10%;
• Cenário PERSU II: redução 1,4%;
• Cenário BaU (“business as usual”):
aumento de 1,9%.
Cenário Moderado
O cenário moderado pretende que, no ano
58
de 2016, a produção de RU nacional seja 10%
mais baixa do que em 2007. Ou seja, passe a ser
de 423kg por pessoa por ano.
Porém, e como se pode verificar no gráfico abaixo,
em 2011, a produção de RU foi de 487kg por ano
por pessoa, o que obriga a aumentar o esforço
de redução, tornando ainda mais prementes as
medidas de prevenção de RU. Isto significa que,
entre 2011 e 2016, a redução da produção de RU
nacional terá de ser de 13,14% ou seja de 64kg
por pessoa por ano.
Enquadramento nacional
O PPRU estabelece, igualmente, as metas
de redução a atingir em 2016, com referência
aos valores de 2007, por tipo de RU e por tipo
de produtor de RU, tal como se pode consultar
no quadro abaixo.
Porém, e como se disse anteriormente, estas
metas terão de ser ajustadas à realidade de 2011,
tornando-se, portanto, ainda mais exigentes.
(valores em kg / hab. / ano)
Para saber mais…
59
PERSU II - http://www.maotdr.gov.pt/Admin/Files/Documents/PERSU.pdf
Despacho nº 3227/2010 – PPRU - http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=84&sub2ref=106&sub3ref=268
Valorsul, S.A.
Plataforma Ribeirinha da CP, Estação de Mercadorias
da Bobadela, 2696-801 São João da Talha
www.valorsul.pt
Coleção eco-cidadão
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Como Implementar um plano de gestão de resíduos