nº 7 - ano II abril/2012 www.avisite.com.br/revistadoovo Led é alternativa para iluminação Congresso de Ovos põe postura nacional em foco eDITORIAL expediente Luz boa e barata A Revista do Ovo A luz, ou luminosidade, na avicultura é um item de grande importância para, por exemplo, o desenvolvimento da maturidade sexual das aves e seu desempenho durante a produção. Os especialistas do setor costumam dizer que um programa de iluminação ideal para frangos e poedeiras é aquele que proporciona a máxima produção com o mínimo consumo de energia elétrica. Dessa forma, equipes de pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (USGD) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) resolveram estudar alternativas de iluminação artificial para granjas avícolas, com o intuito de aliar resultados produtivos com economia. Desta união de forças nasceu o trabalho “LED – uma nova luz para a avicultura moderna”, publicado aqui, nesta edição da Revista do Ovo (página 14). Você também confere a cobertura especial do X Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos, realizado entre os dias 20 e 22 de março, em Ribeirão Preto,SP. Neste ano, os participantes se mostraram bastante preocupados com os baixos lucros alcançados com a comerciali- Publisher Paulo Godoy [email protected] Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) [email protected] Comercial Daniel Cannos Fernanda Bronzeado [email protected] Diagramação e arte Mundo Agro e WL Publicidade [email protected] Internet Jessica Sousa Rafael Ribeiro [email protected] Revista do Ovo presente no Congresso de Ovos da APA zação dos ovos. “Quem está levando a parcela da lucratividade são os grandes estabelecimentos comerciais como os supermercados e não o produtor”, argumenta Érico Pozzer, presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), entidade organizadora do Congresso. Veja mais na página 8. Tenha uma boa leitura! Administrativo e financeiro Caroline Esmi [email protected] Circulação e assinatura Érika Guimarães (19) 3241-9292 [email protected] Fale com a redação! [email protected] Tel: (19) 3241 9292 AGRADECIMENTOS Registramos nosso “muito obrigado” aos profissionais que nos ajudaram nessa edição: Rodrigo Garófallo Garcia e toda a comissão organizadora do Congresso de Ovos da APA, em especial José Roberto Bottura, Fábio Prado e Lígia Okamura. Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP SUMÁRIO 14 Produção LED: uma nova luz para a avicultura moderna Iluminação artificial é uma poderosa ferramenta de manejo para postura 08 Congresso de Ovos da APA Postura nacional precisa de união O setor requer organização para lucrar mais Notícias Curtas Qualificaves 2012 Programa de capacitação em postura comercial no ES 04 Produção Animal | Revista do Ovo 3 Notícias Qualificaves 2012 Programa de capacitação em postura comercial no ES C om uma palestra sobre planejamento estratégico, o Estado do Espírito Santo iniciou no dia 28 de março o 1º Programa Anual de Capacitação de Avicultores – Qualificaves 2012 para Postura Comercial. A ação, promovida pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) e a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), contou com a participação de mais de 100 produtores. O programa está sendo realizado no município de Santa Maria de Jetibá, segundo maior produtor de ovos do Brasil, e conta com o apoio do Sebrae-ES e empresas parceiras. Até o final da série serão realizados oito módulos de capacitação com o objetivo de orientar e atualizar produtores, colaboradores e gestores do setor de postura comercial capixaba quanto aos temas mais recorrentes no cotidiano da granja. Para iniciar as atividades do Qualificaves 2012, o consultor do 4 Produção Animal | Revista do Ovo Argeo Uliana: Agora temos essa importante oportunidade de levar atualização e informação ao produtor Oito módulos de capacitação serão realizados até o final da série com o objetivo de orientar e atualizar produtores, colaboradores e gestores Sebrae-ES, Raul Guimarães de Souza, falou sobre a importância de ações estratégicas para a manutenção da competitividade nos empreendimentos avícolas. “Diante de um cenário que aponta para a continuidade do crescimento do consumo de ovos em nosso País, para atender esta demanda é preciso que o avicultor faça a leitura dos cenários projetados, interprete as projeções do futuro e projete ações estratégicas que lhe permitam estar preparado para aproveitar as oportunidades que surgirão”, ressalta o consultor. O avicultor Volkmar Berger ficou satisfeito com a proposta do ciclo de treinamentos e destacou as oportunidades proporcionadas pelo Qualificaves aos produtores de postura comercial capixaba. “Este programa de capacitação é uma das iniciativas mais importantes para o setor porque contribui para o desenvolvimento e profissionalização da atividade”, enfatiza. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo da Aves e presidente da Coopeavi, Argeo Uliana, o programa de qualificação segue um planejamento elaborado pela Aves em 2011, quando foi iniciado o treinamento com o setor de frango de corte. “Agora temos essa importante oportunidade de levar atualização e informação ao produtor para que ele possa se planejar e estar apto frente à realidade e buscar a competitividade junto ao mercado”. Palestras Os interessados em participar do programa e saber mais detalhes sobre o cronograma das palestras devem entrar em contato com a Coopeavi, pelo telefone (27) 32634750 (Fábio Braga), e com a Aves, pelo telefone (27) 3288-1182, ou pelo e-mail [email protected] Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br Proibição da gaiola convencional UE poderá aumentar a importação de ovos Redução na produção de ovos leva a forte elevação de preços C ompletados os primeiros 90 dias de implantação do embargo ao uso de gaiolas convencionais para o alojamento de poedeiras, a União Europeia – agora envolta em profunda crise econômica – enfrenta uma série de problemas que não consegue equacionar com a rapidez que já havia se tornado peculiar no bloco. Assim, por exemplo, embora a gaiola convencional esteja proibida, produtores de diversos países da UE continuam a utilizá-las, pois – esses são os principais argumentos ouvidos no setor – a atividade não propicia rendimento que permita a substituição dos dispositivos condenados pelas gaiolas “enriquecidas”, nem os governos locais disponibilizaram ajuda financeira para essa substituição. A realidade é que, sem a participação oficial, grande número de produtores teve como única opção para atender as exigências legais a criação “free-range” (ar livre) ou em galpões, mas sobre piso, o que vem conduzindo a uma sensível redução na produção de ovos. O que resulta numa oferta inferior à demanda e, claro, em forte elevação dos preços – um desdobramento indesejável no atual momento econômico da UE. Simplificando, os países mem- a cancelar entregas programadas – uma situação que atinge indústrias de todos os portes. No afã de garantir a continuidade da produção, algumas empresas do setor chegaram a recorrer a compras no varejo – destaca a CAOBISCO. Citando projeções de mercado, a entidade europeia comenta que, não havendo nenhuma medida oficial para reverter o atual déficit, em meados de 2012 a demanda será pelo menos 20% superior à oferta. Em seu comunicado a CAOBISCO deixa claro não ser contrária à medida que, procurando garantir o bem-estar das poedeiras, acabou com a utilização das gaiolas convencionais e terminou por gerar bros da União Europeia vão ter que recorrer com mais força ao mercado externo para garantir a normalidade do abastecimento de ovos. O que deve abrir novas oportunidades para países fornecedores como, por exemplo, o Brasil. Mas mesmo isso não virá “de mão beijada”. Pois, não fossem suficientes as pesadas exigências de ordem qualitativa que a UE impõe ao produto importado, as entidades avícolas locais agora se movimentam para impedir (ou, ao menos, dificultar) a entrada de ovos que não sejam produzidos de acordo com as normas ora vigentes na UE. Falta de ovos já paralisa indústrias de alimentos na UE Em comunicado divulgado no final de março, a CAOBISCO, entidade que congrega as indústrias de chocolate, biscoitos e confeitaria da União Europeia, afirma que o setor está enfrentando uma situação sem precedentes por conta da queda da oferta de ovos no bloco. Lembrando que o ovo é ingrediente essencial dos produtos elaborados por seus afiliados, a CAOBISCO observa que os fornecedores já não conseguem cumprir os contratos firmados, situação que está levando muitas indústrias a paralisar linhas de produção e Indústrias paralisam linhas de produção e cancelam entregas programadas significativa redução na oferta de ovos. Mas alerta que medidas objetivando a minimização do problema precisam ser adotadas com urgência, pois o aumento médio de 75% no preço em um espaço de seis meses vai ter dramáticas consequências tanto para a indústria quanto para os consumidores. Produção Animal | Revista do Ovo 5 Notícias Ásia na frente Os principais produtores apontados pela FAO O OVOS Maior produtor em cada uma das regiões relacionadas 2010 - MIL TONELADAS MAIOR PRODUTOR REGIONAL REGIÃO Leste asiático China Europa União Europeia VOLUME ANUAL % DO TOTAL MUNDIAL 28.001 40,64% 6.769 9,82% América do Norte EUA 5.412 7,86% Sul da Ásia Índia 3.414 4,96% Ásia & Oceania* Japão 2.515 3,65% Leste europeu Rússia 2.274 3,30% América Latina e Caribe Brasil 2.087 3,03% Oeste asiático Turquia 740 1,07% Sub Saara Africano Nigéria 623 0,90% Norte da África Egito 336 0,49% Ásia Central Cazaquistão 208 0,30% Subtotal 7 primeiros países 50,472 73,26% Demais (cerca de 150 países) 18,425 26,74% Total mundial 68.897 100,00% Fonte dos dados básicos: FAO - Elaboração e análises: AVISITE * Japão, Israel, Austrália e Nova Zelândia quadro ao lado sintetiza tabela elaborada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostrando como se desenvolve a produção de ovos em pouco mais de uma centena e meia de países de todos os continentes. Como a tabela é muito extensa, a Revista do Ovo optou por destacar apenas o principal produtor de cada uma das regiões estabelecidas pela FAO. Regiões, note-se, que eventualmente levam em conta a situação econômica deste ou daquele país. Daí estar presente, no relatório da FAO, região identificada como “Ásia & Oceania” e que abrange Japão, Israel, Austrália e Nova Zelândia – os quatro caracterizados como países desenvolvidos. Apenas para melhor visualização, regiões e países foram relacionados em ordem decrescente, segundo o volume produzido. O que, ressalte-se, não corresponde a uma classificação de produção mundial. De toda forma, os sete primeiros países relacionados são, também, os sete maiores produtores mundiais (o Brasil é o último deles). Notar (1º) que eles respondem por quase dois terços de toda a produção; e, (2º) que essa liderança é puxada pela China. Tanto, que a produção conjunta dos países colocados entre a 2ª e 7ª colocações corresponde a não mais que 80% do volume chinês. Ásia produz quase 60% dos ovos no mundo Os dados da FAO apontam que em 2010 foram produzidas mundialmente perto de 69 milhões de toneladas de ovos. Desse total, 58% foram produzidos em países asiáticos, mais particularmente, na China. Segundo a entidade, a produção chinesa totalizou 28 milhões de toneladas e correspondeu, portanto, a 40% da produção mundial. A Europa, com pouco mais de 40 países (27 deles compondo a União Europeia), é o segundo maior produtor mundial de ovos. Mas se somadas as produções da América Latina, América do Norte e Caribe, o segundo lugar é ocupado pelas Américas, com 20% do total mundial. 6 Produção Animal | Revista do Ovo Da esquerda para direita: Jose Carlos Vieira (Coopermaq), Elon De Sá, Lairto Mattei, Valeiro Pawlina e Aldrin Novais (Diretores Íntegro) Everson Salvaro e Violmar Favro (Coopermaq). Criatividade, inovação e tecnologia são fatores importantes para o desenvolvimento de projetos audaciosos. Com esta visão moderna e inteligente a empresa ÍNTEGRO Agroindustrial S/A, firma parceria com empresa COOPERMAQ para ser a fornecedora dos equipamentos de incubação do novo incubatório que terá a capacidade de 5 milhões ovos/mês, utilizando a linha NEW VECTOR ESTÁGIO ÚNICO projetada para atender as linhagens atuais dentro das exigência e realidade do mercado brasileiro. Com equipamentos modernos e mão de obra altamente qualificada a empresa COOPERMAQ, tem a responsabilidade social de desenvolver produtos que aliem robustez, design, tecnologia e assistência técnica especializada, contando com um parque fabril que produz 100% dos equipamentos. O complexo avícola da ÍNTEGRO S/A será instalado na cidade de Paranatinga-MT e terá a capacidade de abater 210 mil frangos/dia, além de industrializar 60 toneladas de salsichas, empanados, linguiças, hamburguês e mortadela, contando com uma fábrica de ração que produzirá 60 toneladas/hora. O projeto depois de estudado com afinco teve aprovação do grupo ÍNTEGRO em mérito à empresa COOPERMAQ, que com determinação e apoio no desenvolvimento do projeto, apresentou soluções tecnológicas e a melhor opção para que os resultados alcançassem o êxito. “A avicultura, assim como tantos outros nichos da agroindústria, fortalece e cresce de maneira vertiginosa, é imprescindível que as parcerias também sigam a esse exemplo, é o que a COOPERMAQ e ÍNTEGRO buscam; fortalecimento e crescimento com a parceria realizada”enfatiza Everson Salvaro. COOPERMAQ – MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Rod. Genésio Mazon, KM 03 • Bairro São Pedro • Urussanga/SC Fone (48) 3441 5000 • [email protected] www.coopermaq.com.br Produção Animal | Revista do Ovo 7 Congresso de Ovos da APA C om o auditório lotado, por cerca de 350 participantes, o presidente da Associação Paulista de Avicultura, Érico Pozzer, abriu o X Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos enaltecendo o status sanitário dos plantéis, tanto o de postura como o de corte. Para o dirigente, esse é o principal motivo para que o País mantenha o posto de produtor exportador de alimentos do mundo. “Infelizmente, na comercialização não estamos tendo tanto sucesso”, lamenta. Pozzer se refere à grande 8 Produção Animal | Revista do Ovo margem de lucro que os estabelecimentos comerciais ganham em cima do avicultor. “Tanto o frango quanto o ovo estão nas gôndolas dos supermercados com margem de lucro de 100%. Temos que nos organizar para que parte dessa margem venha para o setor produtivo”. O dirigente destaca que a cadeia trabalha com milhares de exigências como bem-estar animal e ambiência. Mas “estamos preocupados porque quem está ficando com o lucro é nosso cliente”. Pozzer frisou a importância da organização do setor para que haja melhorias da comercialização dos produtos avícolas. “Produzir ovos e frangos no Brasil é uma atividade hercúlea. Temos muitos frigoríficos quebrando aqui no Estado de São Paulo. Precisamos nos concentrar para produzir a quantidade que podemos vender”. Mônika Bergamaschi, secretária da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, assentiu completando: “Organização é a base de tudo”. Com essa frase a autoridade finalizou o discurso subsequente ao do presidente da APA. “É condição sine qua non Postura nacional precisa de união O setor requer organização. Para lucrar mais com o mercado interno, alcançar o mercado externo e mostrar para todos os benefícios do alimento ovo Tema para essa 10° edição foi “Ovo, saúde ao alcance de todos” para que o Estado possa enxergá-los (o setor de postura) e juntos podemos errar menos”. A secretária enumerou as ações realizadas pela pasta no ano passado, como o credenciamento do Instituto Biológico de Descalvado, SP, para Influenza Aviária, Newcastle e Laringotraqueíte (LTI). Agora, juntamente com o Lanagro-SP e com o IB de Bastos, SP, as instituições formam uma malha de monitoria intensiva e asseguram a sanidade dos plantéis. Bergamaschi enfatizou o trabalho dos técnicos e veterinários que colhem as amos- tras analisadas nesses estabelecimentos. E agradeceu. “Os técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) fazem uma amostragem rigorosa para garantir essa rastreabilidade. Em meados de março, houve uma inspeção da União Europeia em Descalvado, SP, e em outros laboratórios, como o Lanagro”, declarou consultando o diretor do órgão, Antonio Guilherme de Castro, sentado na primeira fila do auditório. “Tenho certeza que os resultados serão os mais favoráveis possíveis, o que é esperado já que somos os melhores em avicultura do mundo”. A secretária também reafirmou o compromisso da pasta com o setor. Ressaltou os investimentos realizados pelo governo, na ordem de R$ 1.300.000,00, em ações como a erradicação da LTI no bolsão de Bastos. Inclusive, em relação ao combate da doença, Bergamaschi se pronunciou sobre o início dessa fase, que teve uma adesão importante dos produtores, do Sindicato e de todas as regionais do serviço de agropecuária do Programa de Sanidade Avícola (PSA). “Foi um trabalho doloroso Produção Animal | Revista do Ovo 9 Congresso de Ovos da APA Autoridades durante solenidade de abertura de ser realizado, mas foi muito bem feito. O próximo passo será a introdução de vacinas recombinantes em Guatapará, SP, outro pólo que foi afetado pela doença”. Outro ponto levantado por Bergamaschi é o registro de todos os estabelecimentos avícolas do Estado até o final de 2012. Serão 40 médicos veterinários aliados a mais sete do convênio entre a CDA e a APA. Segundo ela, o governo já tem um plano de trabalho pronto para realizar essa ação que visa o cumprimento da normativa 56 e 59. A terceira autoridade a discursar, Francisco Turra, presidente da Ubabef, após pontuar o papel da avicultura na produção de proteína de qualidade, barata e que vai ajudar a alimentar um mundo cada vez mais populoso, citou a visita de uma delegação chinesa, o segundo maior produtor de carne de frango do mundo, para 10 Produção Animal | Revista do Ovo abrir mais 47 plantas avícolas brasileiras para exportação. Segundo Turra, a China não possui mais água para produzir. “Eles precisam de alimentos. Eu, em todos os meus quatro anos de experiência à frente da Ubabef, nunca vi o Brasil atrair tantos olhares. Por exemplo, eu dei uma entrevista para um jornal de Londres (capital da Inglaterra) onde me foi questionado se o Brasil está apto para oferecer um alimento seguro, saudável que ofereça segurança para o consumidor e proteja o meio ambiente. Isso é um mito. Podemos produzir com sanidade e ainda preservar o meio ambiente. Utilizamos apenas 8% das terras agriculturáveis. Esse número por si só mostra tudo”. Turra contou que em abril, a Ubabef estará em Londres, para mostrar que o frango brasileiro emite menos CO2 do que o inglês. “E os dados que iremos mostrar são os deles mesmos, colhidos e registrados pelos órgãos de pesquisa da Inglaterra”. Décima edição Nos intervalos, técnicos, pesquisadores e alunos discutiam os assuntos apresentados e compartilhavam informações. Ao trocar experiências, os 350 participantes reafirmavam os objetivos dos idealizadores. Realizado desde 2003 no formato de congresso, o evento prima-se pela chance de reunir o setor para apresentar, debater e discutir o aprimoramento da produção, comercialização e consumo de ovos. Na teoria e na prática, esse é o âmago do Congresso de Ovos que comemorou nos dias 20 a 22 de março, sua décima edição. E para tal, o tema escolhido foi “Ovo, saúde ao alcance de todos”. Informações técnicas, práticas e de mercado para valorizar o seu negócio! Um produto com a qualidade avisite.com.br/revistadoovo A única publicação mensal voltada para a cadeia produtiva do ovo. [email protected] Tel: (19) 3241.9292 Produção Animal | Revista do Ovo 11 Congresso de Ovos da APA POZZER: Produzir ovos e frangos no Brasil é uma atividade hercúlea Trabalhos premiados no X Congresso de Ovos da APA Sanidade Ação acaricida de compostos fitoterápicos sobre ácaro causador de dermatite (acari:analgoidea) em galinhas poedeiras confinadas Autora principal: Nilce Maria Soares - Instituto Biológico de Bastos, SP Manejo Métodos alternativos de muda induzida para poedeiras comerciais Autora principal: Graciene Conceição dos Santos – Faculdade de Zootecnia da FMVZ-Unesp/Botucatu Nutrição Níveis de cálcio e relação cálcio: fósforo disponível em rações para poedeiras leves no segundo ciclo de produção Autor principal: Rodrigo Lopes de Almeida – Faculdade de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) Outras áreas Comportamento dos micro-organismos patogênicos dos dejetos de poedeiras durante a compostagem Autora principal: Karolina Von Zuben Augusto – Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade de Campinas (Unicamp) 12 Produção Animal | Revista do Ovo Coerentes com a proposta apresentada, as apresentações mostraram as mudanças sociais e econômicas que influenciarão a produção de ovos. Defensor da exportação, em uma das palestras que gerou um intenso debate, Jorge Neto é pragmático: temos que nos preparar porque o mundo vai comprar. “O mercado mundial vai ser um bom comprador nas próximas décadas. A migração do campo para a cidade é o quarto fator que aumenta o consumo de ovos. Na China, ano passado, a população urbana se igualou à rural. Quando terminar a migração, o consumo vai aumentar cinco vezes. A FAO projeta para a década de 2011 a 2019 que os países em desenvolvimento, em especial os BRICS, vão crescer rapidamente”. E continuou: “O Brasil vai alimentar o mundo e exportamos menos ovos do que merecemos. Segundo o USDA, a expectativa de crescimento do Brasil é maior que os Estados Unidos em todos os segmentos do agronegócio. Em 2000, tínhamos 6% do mercado chinês. Hoje em dia esse número subiu para 15%. Mas exportamos produtos básicos. Humildemente, temos que reconhecer que não somos competitivos e a cada dia estamos sendo cada vez menos”. Altino Loyola, produtor de ovos em Goiás e membro do conselho diretivo da Ubabef, foi enfático: não adianta o Brasil vender milho para o exterior. Rico é o país que vende produtos com valor agregado. Jorge Neto completou: “somente assim vamos aumentar nosso PIB”. E o público anuiu. O profissional ainda apresentou dados que comprovam o aumento do potencial do mercado interno nas próximas décadas. Em 2050, o número de consumidores vai atingir os patamares máximos de toda a história do País. Ou seja, para os produtores de ovos isso se traduz em uma oportunidade única. E temos que estar preparados. Aumento do consumo Partindo dessa premissa, o ovo tem que ter um lugar garantido na mesa do brasileiro. Quando subiu ao palco, Rogério Belzer, presidente do conselho diretor do Instituto Ovos Brasil e consultor, agradeceu aos organizadores pela oportunidade e o convite para apresentar o trabalho desenvolvido pela entidade já há cinco anos para incentivar o consumo de ovos no Brasil. Belzer atualizou os presentes ao mostrar que o Brasil possui uma posição de destaque dentre os maiores produtores de ovos do mundo. E nas Américas está abaixo somente dos EUA e do México. “É um número relevante que dá uma projeção para essa atividade econômica. O Brasil sozinho tem 50% da produção da América do Sul. O que sempre incomodou o setor é quando o consumo per capita no País sempre foi baixo comparado com os de outros países grande produtores”. Em 2009, a média era de 235 ovos. Historicamente, o consumo sempre foi ao redor desse número. Segundo Belzer, esse sempre foi um assunto discutido dentro da avicultura de postura. “E o que podemos fazer para inverter esse quadro?” afirmou, relembrando que o passo mais importante foi consolidado com a criação do Ovos Brasil em 2007, durante o Congresso Latino Americano realizado em Porto Alegre, RS. O Instituto seguiu algumas ações definidas: primeiramente, foi contratado um instituto de pesquisa para tentar identificar qual era a imagem que o ovo possuía dentro da sociedade. “Dessa forma, detectamos que quando se tinha alguma notícia na mídia era sempre ligada a malefícios à saúde ou algum surto de salmonela. Através dessas pesquisas nós tentamos identificar os caminhos que seriam seguidos. Procuramos o que já tinha sido bem sucedido em nível mundial. Então começamos um trabalho para que as informações científicas pudessem chegar ao público para que pouco a pouco pudéssemos mudar essa mentalidade”. Foram determinadas duas linhas de ataque: a primeira, para desvincular o ovo da imagem de vilão. A segunda, para promover a imagem de um alimento que pode ser o principal ingrediente de uma culinária sofisticada. Um fato que ajudou foi a revisão dos valores nutricionais pelo USDA, que constatou 14% a menos dos valores do colesterol encontrado em uma unidade e 64% a mais vitamina D, o que representa 10% das necessidades diárias. Não adianta o Brasil vender milho para o exterior. Rico é o país que vende produtos com valor agregado No decorrer desses cinco anos, o Instituto Ovos Brasil conseguiu que matérias positivas fossem veiculadas pela mídia impressa e televisiva. Os nutricionistas receberam uma atenção especial: eram ávidos por receber informações sobre o produto ovo. Na conclusão, Belzer ressaltou os frutos colhidos pelo Instituto: em 2011 foram consumidos 163 ovos, um crescimento de 21% em relação a 2010. Belzer também pediu apoio às empresas que trabalham no setor para auxiliar o instituto a continuar o trabalho. Conheça melhor as atividades e os projetos do Instituto Ovos Brasil: www.ovosbrasil.com.br Produção Animal | Revista do Ovo 13 Alternativa ESTÍMULO LUMINOSO Com o LED é possível utilizar uma fonte de luz que emita exclusivamente os raios de luz mais apropriados para as aves LED Uma nova luz para a avicultura moderna Autores: Rodrigo Borille1, Rodrigo Garófallo Garcia2, Ana Flávia Basso Royer1, Ibiara Correia de Lima Almeida Paz2, Fabiana Ribeiro Caldara2, Irenilza de Alencar Nääs2, Ianglio Marcio Duarte Travassos Jácome3 (1) Discentes do Programa de Pós Graduação em Zootecnia da FCA/UFGD - (2) Docentes da Faculdade de Ciências Agrárias – FCA/UFGD - (3) Docente da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM/CESNORS A tecnologia para a iluminação de ambientes tem apresentado grandes avanços nos últimos anos. Aos poucos, as tradicionais lâmpadas têm dado lugar aos modernos, econômicos e eficientes diodos emissores de luz (LED). Diante da constante busca por sistemas que apresentem baixo consumo de energia pode-se afirmar com segurança que aqueles equipamentos com baixa eficiência energética estão com seus dias contados. As lâmpadas tradicionalmente utilizadas para a iluminação de galpões de poedeiras e frangos de corte apresentam elevado consumo de energia, baixa durabilidade, necessidade 14 Produção Animal | Revista do Ovo Diferencial do LED é a economia que pode trazer graças a sua longa vida útil, facilidade de manejo e baixo consumo de energia elétrica de limpeza constante e dificuldades para o correto descarte. Diante dessa realidade as lâmpadas de LED têm despertado grande interesse, pois o LED, além de ser extremamente econômico, apresenta uma vida útil longa. No entanto, os efeitos dos espectros luminosos emitidos por esse tipo de lâmpada sobre as aves ainda são praticamente desconhecidos devido à escassez de pesquisas científicas. Importância da luz para as aves A importância da luz ou luminosidade sobre a produção das aves foi inicialmente reconhecida na década de 40. Naquela ocasião, o efeito da luz sobre a idade da maturidade sexual e sobre a posterior taxa de ovulação das poedeiras foi estudado intensamente. A iluminação artificial caracteriza-se como uma poderosa ferramenta de manejo para avicultura de postura, já que as aves apresentam processos fisiológicos que induzem à fotossensibilidade. Os processos fisiológicos das aves em resposta ao estímulo luminoso e seus efeitos sobre a produção e qualidade dos ovos necessita de maiores esclarecimentos. Vários estudos têm demonstrado a eficácia dos programas de luz intermitentes, principalmente em países onde se utilizam os sistemas de criação em galpões fechados como Europa e Estados Unidos. Nestes países, o uso da iluminação artificial se torna ainda mais evidente. Em consequência do próprio sistema de criação, ocorre o aumento do consumo de energia elétrica, refletindo diretamente no custo total de produção e interferindo no real valor do produto que chega ao mercado consumidor. No Brasil, os galpões abertos são predominantes, apresentando menor necessidade de iluminação artificial diária, porém, não deixando de ser necessária na fotoestimulação das aves. Estudos sobre programas de iluminação para aves de postura vêm sendo preconizados há várias décadas por diversos autores que relatam a influência dos programas de iluminação sobre a fase de crescimento e maturidade sexual em galinhas poedeiras. O programa de iluminação ideal seria aquele que proporcionasse a máxima produção com o mínimo consumo de energia elétrica. Tipos de lâmpadas Comumente utilizada nos sis- temas de iluminação artificial, a lâmpada incandescente é uma das mais antigas e difundidas fontes de luz no mundo. Porém, necessita ser substituída por uma tecnologia que não desperdice tanta energia na produção de calor. Seu funcionamento gera em torno de 90% de calor e apenas 10% de luz. A substituição de lâmpadas incandescentes por outras lâmpadas de alta eficiência como as fluorescentes compactas traria uma economia de cerca de 70% de energia elétrica. Outros procedimentos causariam uma redução ainda mais significativa como, por exemplo, os tipos de programas de luz adotados ou até mesmo o emprego de novas tecnologias de iluminação, como é o caso do LED. NOVA LUZ Pesquisas têm sido conduzidas para verificar a eficiência produtiva desta nova fonte de luz na avicultura moderna Programa de iluminação ideal para aves é aquele que proporciona a máxima produção com o mínimo consumo de energia elétrica Produção Animal | Revista do Ovo 15 Alternativa A UFGD e a pesquisa científica sobre utilização de LED Atualmente, a Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados, situada na cidade de Dourados, MS, conta com uma linha de pesquisa em sistemas de iluminação na produção avícola coordenada pelo Professor Dr. Rodrigo Garófallo Garcia. O objetivo desta linha de pesquisa é buscar alternativas viáveis para a iluminação de galpões avícolas e promover o bem-estar das aves sem prejudicar o desempenho e a qualidade. Alguns dados preliminares obtidos pelas pesquisas realizadas na UFGD têm demonstrado a possibilidade da utilização de LEDs na avicultura de postura sem interferir na produção e na qualidade dos ovos. Estes dados estão de acordo com o esperado para a linhagem comercial testada sob a iluminação convencional. Isto significa que nas condições brasileiras, existe a possibilidade da utilização de LEDs nos sistemas de iluminação artificial para a produção de ovos. Outro fator que ainda está em estudo quando da utilização dos LEDs, está relacionado ao comportamento das aves em resposta às cores, assim como o reflexo destas sobre a condição de bem-estar animal. LED Conhecido mundialmente por sua alta eficiência luminosa e elevada vida útil Iluminação inteligente O LED é conhecido mundialmente por sua alta eficiência luminosa e elevada vida útil. Esta eficiência luminosa atinge 100 lm/W, sendo superior às lâmpadas incandescentes (15 lm/W) e fluorescentes (80 lm/W). Além disso, a vida útil de uma lâmpada de LED pode atingir até 50.000 horas. Este valor é muito superior se comparado ao das lâmpadas incandescentes e fluorescentes compactas, que alcançam 1.000 e 10.000 horas de uso, respectivamente, contribuindo para a redução do custo de manutenção do sistema de iluminação artificial. Outro ponto positivo a ser destacado e que também é uma grande vantagem na utilização desta tecnologia de iluminação em relação às demais fontes de luz, é o fato de que o LED pode ser adaptado em relação à curva de sensibilidade espectral (visão) das aves domésticas. Com o LED é possível utilizar uma fonte de luz que emita exclusivamente os raios de luz mais apropriados para as aves, visando o bem estar dos animais e maior produtividade pelo estímulo luminoso. Tal fato implicaria em menores dispêndios com eletricidade, pois as atuais lâmpadas gastam energia para produzir o espectro visível que é sensível ao olho humano. Tornar a iluminação a partir de LEDs uma realidade para a avicultura não será uma tarefa muito difícil e sim apenas uma questão de tempo. Várias pesquisas no mundo estão sendo realizadas a Espectro de sensibilidade relativo das aves e humanos Fonte: Prescott & Wathes, (2001) 16 Produção Animal | Revista do Ovo fim de se verificar a eficiência produtiva desta nova fonte de luz na avicultura moderna. Pesquisas científicas Em estudos desenvolvidos na China, Er et al. (2007) testaram três cores de LEDs em comparação ao sistema de iluminação artificial com lâmpadas incandescentes e observaram que o LED de cor verde apresentou melhora significativa na qualidade da casca de ovos de galinhas poedeiras comerciais da linhagem Hy Line Brown. Xie et al. (2008) avaliaram os efeitos da luz monocromática (LEDs) nas cores vermelho, verde, azul e branco sobre a resposta imune de frangos de corte e concluíram que a cor verde proporcionou aumento significativo na proliferação de linfócitos T no sangue dos frangos de corte. Relacionando o desempenho produtivo e o desenvolvimento de fibras musculares com a estimulação e liberação da testosterona em frangos de corte mantidos sob iluminação artificial com LEDs nas cores vermelho, verde, azul e branco, Chen et al. (2008) observaram que os frangos mantidos sob a luz verde e azul apresentaram melhor desempenho. Avaliações feitas utilizando-se três cores de LEDs (branco, azul e laranja) em comparação às lâmpadas incandescentes usuais sobre a Desempenho das aves submetidas à iluminação com LED é considerado positivo quando este for igual ou superior ao desempenho obtido com a utilização de outras lâmpadas produção e qualidade de ovos de codornas, demonstraram que os LEDs podem ser utilizados em qualquer uma das cores testadas pois a produção e a qualidade dos ovos não foram afetadas (BORILLE et al. 2010). Paixão et al. (2011) testaram o desempenho produtivo de frangos de corte iluminados com lâmpadas fluorescentes compactas e LEDs brancas e observaram que a lâmpada de LED branca apresentou o mesmo efeito da lâmpada fluorescente no desempenho produtivo das aves. Em outro estudo, testando a preferência de frangos de corte entre os LEDs branco e amarelo, observaram que os frangos consumiram mais ração no ambiente iluminado por LED branco. O desempenho das aves submetidas à iluminação com LED é considerado positivo quando este for igual ou superior ao desempenho obtido com a utilização de outras lâmpadas. O grande diferencial é a economia que o LED trará ao produtor avícola devido sua longa vida útil, facilidade de manejo e baixo consumo de energia elétrica. LEDs para a avicultura industrial Pesquisas estão sendo realizadas nos EUA e os resultados obtidos são considerados satisfató- Produção Animal | Revista do Ovo 17 Alternativa rios. Em função disso, já existe uma empresa que comercializa LEDs especialmente fabricados para a visão das aves e a procura por esse tipo de lâmpadas vem crescendo significativamente. No Brasil ainda não existe nenhuma empresa comercializando lâmpadas de LED com design específico para galpões de frangos de corte e poedeiras. Considerações finais A busca por sistema de iluminação artificial eficiente do ponto de vista energético, durável, que LED pode ser adaptado em relação à visão das aves domésticas AZUL, VERMELHO E VERDE Pesquisas indicam que o verde traz mais benefícios 18 Produção Animal | Revista do Ovo promova o bem-estar das aves e não prejudique a produção e a qualidade dos ovos e carne indicam que as lâmpadas de LED em breve se tornarão uma realidade essencial para a avicultura mundial. Além disso, com a crescente preocupação com o bem estar animal, conhecer os espectros luminosos adequados para as aves pode ser uma importante ferramenta. Em um futuro bem próximo, lâmpadas com baixa eficiência energética se tornarão peças de museu. A íntegra do texto com as referência bibliográficas está disponível em www.avisite.com.br/cet. Produção Animal | Revista do Ovo 19 Alternativa clas s i ficação - embal ag em - p roc es sam e nto | omnia | Moba Omnia 30.000 a 180.000 ovos por hora Manuseio individual do ovo: • • • • • Evita quebras: sem contato de ovo com ovo Sistema de detecção preciso Programação orientada para o produto Rastreabilidade Todas as peças são facilmente laváveis A tecnologia da Omnia Moba combina o manuseio individual de ovos com a máxima produtividade. A indústria confirma: 2% a mais de ovos em sua embalagem final. Contato: Uniquímica Equipamentos T 11 2372-2136 • E [email protected] 20Produção Animal | Revista do Ovo THE PARTNER FOR PROFIT www.moba.nl ões? Mais informaç digo QR Escaneie o có moba.nl ou visite www. s”. ew “N em e e cliqu