De Olho no Pódio
Eraldo Bacelar
O Brasil ainda não é uma potência olímpica, mas credencia-se a organizar e sediar a
Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. O Pan impressionou pela beleza, pelo
desempenho dos atletas e pela organização. Ressalte-se que o retorno em recursos e
investimentos supera em muito os R$3,2 bilhões aplicados para montar a infra-estrutura
necessária para sediá-lo no Rio de Janeiro. O planejamento cuidadoso resultou em melhor
aproveitamento dos atletas nacionais, caso do boxe e o salto em altura feminino. O atletismo
obteve maior visibilidade e correspondeu. Já motiva os mais jovens. Em relação ao último Pan,
em Santo Domingo, ampliou o seu quadro de medalhas em 30%, passando de 123 para 161. O
Brasil superou o Canadá, uma potência com tradição em atletismo. Ficou em segundo lugar,
abaixo dos EUA. Para as Olimpíadas da China, os atletas laureados agora receberão mais
atenção e lapidarão os seus talentos. Até os criminosos cariocas foram ver as competições,
dirão os cínicos. Funcionou a cooperação entre os gestores federais, estaduais e municipais e o
esquema especial montado para garantir a segurança de atletas e público. Outro resultado
positivo para os cariocas e fluminenses. A cidade do Rio de Janeiro ficará com 75% do aparato
de segurança cedido pelo governo federal para ser utilizado durante os Jogos Pan-Americanos.
Foram gastos apenas com a segurança pública, durante os Jogos Pan-Americanos, R$ 560
milhões. Forças Armadas, polícias federal, rodoviária, força nacional de segurança, polícia
civil e militar estadual operaram em conjunto. A inteligência mostrou-se eficaz. Agora é
contabilizar os lucros e pensar no futuro. Esporte é negócio. Restabeleceu-se um crédito de
confiança no país, apesar das sérias dificuldades ainda existentes no setor de transportes
rodoviários, ferroviários, marítimos e aéreos. O que não invalida a pretensão do Brasil sediar a
Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Um trabalho que deve ser iniciado já. Com o
planejamento adequado, aporte de recursos e investimentos tanto públicos quanto privados e o
estabelecimento dos marcos regulatórios necessários para os empreendedores privados que
participarão dos eventos. Somos a terceira potência atlética pan-americana e é preciso alcançar
os Estados Unidos, o primeiro no pódio da medalhas. O Pan valeu. Para o atletismo nacional,
para o Rio e para o Brasil, para polir a auto-estima nacional e o orgulho em ser brasileiro.
Presidente da Fundenor e SindHnorte
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De Olho no Pódio Eraldo Bacelar O Brasil ainda não é