Estudo de clínquer belítico com adição de lama vermelha J.I. Marques Ceramics and Glass Engineering Dept & CICECO. University of Aveiro.3810-193 Aveiro. Portugal [email protected] W. Hajjaji Geobiotec, Geosciences Dept, University of Aveiro.3810-193 Aveiro. Portugal [email protected] L. Senff Ceramics and Glass Engineering Dept & CICECO. University of Aveiro.3810-193 Aveiro. Portugal; [email protected] J.A. Labrincha Ceramics and Glass Engineering Dept & CICECO. University of Aveiro.3810-193 Aveiro. Portugal; [email protected] INTRODUÇÃO Neste trabalho estudou-se a síntese de diferentes formulações de clínquer belítico. Adicionalmente, utilizou-se um resíduo industrial (lama vermelha gerada no processo Bayer de produção de alumina/alumínio) como fonte de óxido de ferro. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Formulações de clínqueres/cimentos belíticos, com proporções bem definidas das fases maioritárias (C2S, C3S, C4AF e C3A) foram produzidas a partir da metodologia denominada “design of experiments (DOE)”. RESULTADOS E DISCUSSÃO Formulações de clínquer - composições teóricas- quantificação de fases a partir dos espectros de raios X (método de Rietveld). BE – cimento belítico; RM – cimento belítico com lama vermelha. BE1 BE2 BE3 BE4 RM1 RM2 RM3 RM4 Composição teórica C2S C3S C4AF C3A 70,00 20,00 5,00 5,00 30,00 60,00 5,00 5,00 46,30 36,30 8,70 8,70 30,00 45,00 12,50 12,50 70,00 20,00 5,00 5,00 30,00 60,00 5,00 5,00 46,30 36,30 8,70 8,70 30,00 45,00 12,50 12,50 Formulação de óxidos CaO SiO2 Fe2O3 Al2O3 68,05 26,70 2,25 3,00 72,25 22,50 2,25 3,00 68,24 22,62 3,92 5,22 67,60 19,28 5,63 7,50 - - - - Formulação da mistura CaCO3 SiO2 Fe2O3 Al2O3 BM 79,18 17,40 1,47 1,95 - 82,30 14,35 1,44 1,91 - 79,33 14,72 2,55 3,40 - 78,84 12,59 3,67 4,90 - 79,02 17,24 1,42 2,83 82,14 14,20 1,39 2,77 79,04 14,45 2,47 4,92 78,43 12,20 3,56 7,09 Quantificação Rietveld C2S C3S C4AF C3A 74,80 15,60 5,00 4,20 35,3 53,5 6,7 4,5 48,40 30,70 10,60 10,80 29,00 45,50 10,90 13,90 69,8 19,8 5,5 4,9 33,3 54,7 7,6 4,4 48 29,2 11 11,8 28,5 50,5 11,9 9,1 A partir dos espectros fez-se a quantificação das fases cristalinas presentes (Tabela 1).Em geral, os desvios entre os teores previstos na formulação e avaliado experimentalmente não superam 10%. As formulações contendo lama vermelha desenvolvem teores de fases mais próximos do que era previsto. A análise de EDS mostrou a fase C2S (CaO=63,3; SiO2=36,7) e revelou que tratar-se do polimorfo desejável (β-C2S, que cristaliza no sistema monoclínico) o que confirma o ajuste das condições de processamento praticadas. As argamassas foram preparadas, usando agregado arenoso calibrado (areia comercial, com diâmetro máximo de partículas de 0,6 mm). As razões ligante/agregado e água/ligante (em massa) foram de 1:3 e 0,6, respectivamente. Moldaram-se provetes cilíndricos com 20x40 mm (diâmetro e altura, respectivamente) que foram curados durante 7 dias em condições controladas (T = 20°C, HR = 65%). Nas microestruturas de argamassas endurecidas, observam-se a formação de hidratos (gel ou agulhas na zona intergranular, bem nítidos em cimentos Portland curados durante 7 dias]. A lentidão relativa no desenvolvimento do processo destes cimentos ricos em belite, justifica esta observação. RM1 BE1 A Figura sugere uma antecipação das reacções de hidratação da amostra formulada com RM, ainda que noutras composições esta tendência não se tenha observado. CONCLUSIONS A formulação de cimentos belíticos adicionando RM é possível. O polimorfo β-C2S a forma dominante nos clínqueres, o que comprova a justeza das condições experimentais testadas. O uso de lama vermelha como fonte de óxido de ferro gera clínquer com composição adequada e adjuda a sua reactividade durante o processo térmico. Com os teores usados, não há riscos de excesso de sódio nos cimentos e também não se notam efeitos corantes indesejáveis. Acknowledgement: The work was supported by FCT-Grant SFRH/BPD/72398/2010 and Project PEst-C/CTE/UI4035/2011