Professor Fernando Carvalho de Assis
Araújo
Modelos de colonização da América
 Modelo Português
 Modelo Espanhol
► Colônia
► Colônia
de Exploração
► Plantation
(latifúndio agro-
► Plantation
de obra escrava
► Mão
menos
hierarquizada (livres e cativos)
► Administração
mais
simples e centralizada
de obra escrava
(mais índio do que negro)
(mais negro do que índio)
► Sociedade
(latifúndio agro-
exportador)
exportador)
► Mão
de Exploração
► Sociedade
mais
hierarquizada (chapetones,
criollos, mestiços, negros e índios)
►
Administração mais complexa
e descentralizada
A conquista do Novo
Mundo
 Portugal: Périplo
Africano
► Espanha:
testou
a teoria da
esfericidade da
Terra
Lembrete:
 Toda essa história começou por
que os europeus almejavam
chegar às índias...
► As
cidades italianas de
Gênova e Veneza
monopolizavam o
mediterrâneo. Navegar
era preciso...
A 1ª controvérsia
diplomática
 1494 – a Espanha tenta
emplacar a “Bula Inter
Coetera”
► 1498
– Espanha e
Portugal firmam o
“Tratado de Tordesilhas”
► As
demais nações apelam
para o “Ut Possidetis”
Portugal
 A conquista de Ceuta foi
o marco inicial de sua
grande empreitada
► Já
sabia da existência
do Brasil (fragilidade da
teoria da casualidade)
►O
►A
posição geográfica
favorável também
ajudou muito...
Brasil acabou sendo
um excelente entreposto
no caminho para as
► Também é preciso
índias
considerar a Escola de
Sagres...
► Foi muito útil a herança
cultural deixada pelos
► E a Revolução de Avis...
árabes (bússola, astrolábio...)
Viagens
 Exploração
 Colonização
► Até
► Após
1530
► Pedro
Álvares Cabral
► Martim
► Feitorias
► 1º
► Pau
► Cai
brasil, litoral,
escambo
1530
Afonso de Souza
núcleo urbano: São
Vicente
o comércio com as
índias e estrangeiros
rondam o litoral
Pacto Colonial
 A vinda dos portugueses para o
Brasil atendeu a necessidades
históricas de expansão da
economia capitalista de mercado
em sua etapa de formação (século
XVI).
►
O Estado garantia os lucros da
burguesia metropolitana,
simultaneamente se fortalecendo,
através da tributação.
►
A Igreja assumia o papel de
justificadora da empreitada.
►
Tripé escravismo, monocultura e
latifúndio.
►
Exclusivos comercial e de
transporte, e a proibição de
manufaturas.
apitanias Hereditárias
 Sistema adequado à política
colonizadora portuguesa: “máximo
de lucro e mínimo de investimento”
►
2 instrumentos jurídicos: foral e
carta de doação
►
Donatários podiam legislar e
controlar quase tudo (podiam
fundar vilas, conceder sesmarias,
receber a redízima ou seja, 1/10
das rendas da Coroa e a vintena,
5% do arrecadado com a pesca e o
pau Brasil, cobrar tributos sobre
salinas, moendas e engenhos) em
suas terras
►
Deveriam arcar com os custos...
►
Índios hostis, natureza furiosa...
►
Bom pra Portugal, ruim pros
donatários...
Administração
 Início: Na maioria das regiões do Brasil quem detinha de fato o poder
político eram os jesuítas, os latifundiários (“homens bons”) e os
apresadores de índios (controlavam as Câmaras Municipais);
►
►
O Governo Geral foi uma tentativa do rei de Portugal de manter o controle
da situação, mas não deu certo;
1642: quando foi criado o Conselho Ultramarino, adotando uma política
centralizadora mais rígida;
1º Governo Geral (15491553):
Tomé de Souza
 Fundação da 1ª cidade
brasileira: Salvador
► 1º
bispado e 1º colégio
(jesuíta)
► Destaque
para a ação
do padre Manuel da
Nóbrega
 Trouxe para o Brasil o padre José 2º Governo Geral (1553-1558):
de Anchieta, que fundou o
Colégio de São Paulo, que deu
origem à cidade
Duarte da Costa
►
Os franceses estabeleceram-se
no Rio de Janeiro (“França
Antártica”).
►
Conseguiram apoio dos índios
Tamoios, contra os
portugueses (Confederação
dos Tamoios).
3º Governo Geral
(1558-1572):
Men de Sá
 Com apoio de Nóbrega e
Anchieta, venceu a
Confederação dos Tamoios.
► Contou
também com o apoio
de seu sobrinho, Estácio de
Sá.
► Expulsos,
os franceses foram
para o Maranhão (“França
Equinocial”).
► 2ª
cidade: São Sebastião do
Rio de Janeiro
 Uma sede em Salvador e
outra no Rio de Janeiro...
► Em
1621 houve nova
divisão do Brasil, desta vez
em dois estados : “estado
do Maranhão” (sede em
Salvador) e “estado do
Brasil” (sede no RJ)...
4º Governo Geral
(1572-1578):
Brasil dividido...
Exploração do pau brasil no período précolonial
 Servia como corante
► Estanco:
monopólio da
extração do pau brasil
► Esgotamento
da
madeira no litoral
 Portugal já possuía uma
experiência na África...
► Brasil:
clima e solo
(massapê) favoráveis
► Produto
de extremo valor
no mercado europeu
► Portugal
não tinha o
capital necessário
► Parceria
luso-flamenga
(holandeses, batavos, banqueiros
de Flandres...)
Lavoura açucareira
Trabalho compulsório
 Os índios foram escravizados
durante a montagem dos engenhos
coloniais e outras vezes depois.
►
Em 1550 chegaram sudaneses,
bantos e malês...negros que
tornar-se-iam pés e mãos dos
engenhos...
►
A escravidão conviveu com o
trabalho assalariado (quando era
o caso de funções que exigissem
mais conhecimentos técnicos).
Escravidão
 O negro resistiu, fugindo, atacando
seus feitores, queimando senzalas,
dispersando o gado, suicidando-se,
abortando, disfarçando sua cultura
(sincretismo) etc.
►
Os quilombos reuniam negros
fugidos, índios e até foras-da-lei...
►
Quase sempre foram mercadoria
barata (mesmo portugueses pobres
e até escravos alforriados podiam
possuir uma peça).
►
O número de mulheres trazidas da
África era cinco vezes menor que o
de homens.
►
O racismo servia para preservar a
ordem social.
 Grande influência do
catolicismo (outros cultos não
podiam ser feitos em público...).
►
Família patriarcal.
►
Forte influência dos padrões
da aristocracia européia.
►
Presença dos cristãos-novos
(marranos; judeus
convertidos).
►
Possibilidade de alforria
(quartações etc).
►
Rigidez no tempo do açúcar e
flexibilidade na mineração e na
pecuária.
Sociedade
 União Ibérica (1580-1640): período
Invasões Holandesas
em que Portugal foi administrado
pelo rei da Espanha...
►
Por determinação do novo rei,
rompe-se a parceria lusoflamenga.
►
Os holandeses invadem a Bahia
(1 ano) e, depois, Pernambuco (8
anos) = “Nova Holanda”
►
Administrador: Maurício de Nassau
►
Tolerância religiosa, empréstimos aos latifundiários,
estudiosos e artistas de renome na Europa vieram ao
Brasil, investimentos em infra-estrutura (urbanização de
Recife, pontes, jardins, palácios etc)
►
A expulsão dos holandeses (Insurreição Pernambucana)
teve a concorrência antilhana como consequência...
REGIÃO MINERADORA
Conseqüências da descoberta do ouro:
-Fluxo migratório em direção a região mineradora
-Aumento do dominação portuguesa
-Disputas entre portugueses e os primeiros exploradores
-Formação de uma classe média
TRABALHO E FISCALIZAÇÃO
-Na sociedade mineradora o trabalho de exploração do ouro era
realizado pelos escravos africanos.
-Ao redor das minas foi concentrando um contingente populacional
que deu origem a uma classe intermediária, ou seja, não eram donos
de minas e nem escravos, mas sim pessoas que realizavam diversos
serviços como: alfaiates, comerciantes, advogados, tropeiros,
carpinteiros.
-Como o fluxo de pessoas era intenso e grande, a Coroa Portuguesa
resolveu criar estratégias para fiscalizar a exploração de ouro e
diamantes.
-Exemplo: Intendência (órgão que deveria ser comunicado toda vez
que fosse encontrado uma nova mina)
Matriz de Nossa Senhora do
Pilar de São João del-Rei
Matriz de Santo Antônio
Matriz de Sto
Antônio
Senhores de
Engenho
Elite
Mineradora
Trabalhadores
Livres
Classe
Média
Escravos
Escravos
Sociedade Açucareira
Sociedade Mineradora
Mineração
 Lavras
► Fixas
► Itinerantes
(nas
datas)
► Escravo
► Técnicas
sofisticadas
► Ouro
mina
 Faisqueiras
de
(nos rios)
► Livre
► Téc.
Rudimentares
(batéia)
► Ouro
de
aluvião
 De apresamento: captura de
índios
► De
prospecção: busca de
metais preciosos
► Sertanismo
de contrato:
captura de fugitivos
► Ex:
Borba Gato, Raposo
Tavares, Fernão Dias,
Domingos Jorge Velho etc
Bandeiras
Consequências da mineração
 Corrida para a região das minas
(rush)
► Crise
de desabastecimento
► Inflação (na Europa, “Revolução dos
Preços”)
► Urbanização
e fixação do
homem no interior
► Deslocamento
econômico
do eixo
(do nordeste pro sudeste)
► Barroco ► Aumentou
o fiscalismo ► Maior mobilidade
português
social
Guerra dos
Emboabas
 Clima de tensão em MG: fome e
(1708-1709)
► Rivalidades
inflação
entre paulistas e
forasteiros (emboabas)
►8
dias de luta depois que um
paulista matou um emboaba
► Os
forasteiros aclamam o
comerciante Manuel Nunes
Viana
► Capão da traição (paulistas
massacrados)
Rebeliões nativistas
Contestavam aspectos
específicos do Pacto
Colonial, não
propriamente falando
em independência,
possuindo caráter
regionalista.
“Aclamação de
Amador Bueno” (1641)
 jesuítas proibiam a
captura dos índios
► “botada
dos padres
para fora”
► Pobreza
e tensão
(jesuítas x bandeirantes)
► Ele
fugiu, tudo
esfriou...
► Aclamaram
um
espanhol como rei
“Revolta dos
Beckman”
(1684)
 latifundiários do Maranhão
revoltaram-se porque
faltava escravos
►a
Cia de Comércio
do Maranhão era
ineficiente e
corrupta
► líderes,
os irmãos
Manuel e Thomas
Beckman foram
mortos
Guerra
dos
 Senhores de engenho de Olinda
pediam dinheiro emprestado Mascates
aos comerciantes de Recife...
► Era
fácil não pagar, pois
controlavam a Câmara
Municipal ...
► Mas
quando Recife ganhou
o direito de emancipar-se os
latifundiários não aceitaram,
invadindo a cidade e
destruindo o pelourinho
(sede administrativa)
(1710-1714)
Revolta de Felipe dos
Santos ou Sedição de
Vila Rica (1720)
 decisão do Conde de Assumar
(governador da província) de
abrir as tais casas de fundição
em Vila Rica
► Massacre
► Felipe
dos Santos,
minerador, é contra
dos
rebeldes (pra servir
de exemplo!)
Era pombalina
►
mudou a capital pro RJ;
incentivou manufaturas na
colônia (tecelagens,
metalurgia, refinarias de
açúcar...)
►
Após a morte do rei, perdeu
poder (“viradeira”)
 “derrama” (decreto que estabelecia que,
se a capitação não fosse paga, os bens
dos mineradores poderiam ser
confiscados)
►
garantiu o controle da Amazônia ; criou
o Banco Real e organizou a
arrecadação de impostos
►
reconstruiu Lisboa após o terremoto de
1755 ; criou diversas companhias de
comércio
►
organizou alfândegas, tribunais e outras
instituições do Estado ; procurou
reaquecer a lavoura açucareira do
nordeste
►
tentou diminuir a dependência
econômica de Portugal com a
Inglaterra bens ; expulsou os jesuítas
de Portugal e suas colônias,
confiscando seus bens
►
subsídio literário; Diretório dos Índios;
Distrito Diamantino
 Movimento emancipacionista
Inconfidência
Mineira
►
Filhos da elite de Vila Rica,
estudando na Europa, tomaram
contato com as idéias iluministas
►
Independência dos EUA: influência
►
Minas: sinais de esgotamento
►
Sátira ao governador: “Cartas
Chilenas”(Tomás Antônio Gonzaga)
►
Visconde de Barbacena: derrama
►
Cláudio Manuel da Costa e outros
homens ricos: idéias pouco definidas
►
Traição de Joaquim Silvério dos Reis
Revoltas na Região Mineradora
No início do século XVIII aconteceram algumas revoltas em várias regiões
brasileiras.
Essas revoltas, que ficaram conhecidas como Nativistas lutavam por
melhorias para a população carente e pelo descaso da Coroa Portuguesa
com os problemas econômicos.
Elas não desejavam a independência do Brasil, mas brotou a semente da
insatisfação referente a dominação portuguesa.
INCONFIDÊNCIA MINEIRA E
CONJURAÇÃO BAIANA
Local e Data
MG – 1789
BAHIA- 1798
Grupos
participantes
Elite, intelectuais, grandes
proprietários e mineradores
Artesãos, comerciantes e
escravos
Reivindicações
Fim da exploração
portuguesa e independência
Fim da miséria, independência
e abolição da escravatura
Conseqüências
Condenação dos líderes e
morte de Tiradentes
Condenação e morte
DIFERENÇAS ENTRE AS REVOLTAS
-Não fazia parte dos objetivos da Inconfidência Mineira a abolição
dos escravos, até porque os líderes eram donos de escravos.
-Na Conjuração Baiana houve uma intensa participação da massa
popular, inclusive escravos.
-As duas revoltas foram influenciadas pelas idéias iluministas e
provocaram o sentimento de emancipação brasileira.
TIRADENTES
-Qual
a intenção em criar imagens de Tiradentes
relacionadas a Jesus?
-Por que se tornou herói da Independência?
-Por que o herói da Independência não foi um líder da
Conjuração dos Alfaiates?
Propostas dos Inconfidentes
 MG se tornaria uma república
 Parte do grupo era mais favorável
independente com capital em São
João Del Rey
►
►
O exército seria substituído por
milícias populares
A exploração do ferro deixaria
de ser proibida
a uma monarquia com poderes
limitados...
►
O Distrito Diamantino seria aberto
e a industrialização liberada
►
Criariam hospitais, escolas e
TALVEZ acabassem com a
escravidão...
 Movimento emancipacionista
►
Conjuração Baiana
►
Salvador: corrupção, miséria,
inflação...
Saque ao carregamento de carne
do general-comandante
►
Cartazes: incitando o jacobinismo
►
Revolução Francesa: influência
►
França acena com interesse em
ajudar
Como no Haiti: saques, fogo no
pelourinho etc
►
►
Conjuração dos Alfaiates
►
Cipriano Barata (médico) e
Agostinho Gomes (latifundiário)
Propostas
dos
Alfaiates
 Fim da escravidão
 Livre comércio
► Terra
e voto para todos
(sociedade igualitária)
► República
A vinda da Família Real para o Brasil
 Dilema em relação ao
Bloqueio Continental
►
Opção por fugir das
tropas de Napoleão
(Tratado de Fontainebleau)
►
Transferência da Corte
para o Brasil
►
Fenômeno da “inversão
americana”
Medidas tomadas por D.João VI
 1808: abertura dos portos
►
1810: Tratado de Comércio
Navegação e Amizade
►
Revogação do Alvará que proibia
manufaturas na colônia
►
Infra-estrutura: Tribunais, imprensa,
Banco do Brasil, Escolas Superiores etc
►
►
Brasil elevado a Reino Unido
►
Protecionismo para os
comerciantes portugueses
►
Novos impostos
Resumo: início do processo de independência do Brasil!
Política Externa de D.João VI
 Invadiu a Guiana Francesa
(os nordestinos
ficaram apavorados com a convocação para o serviço
militar e isso desencadeou a Revolução
Pernambucana...)
► Invadiu
a Cisplatina
(com apoio da Inglaterra,
aproveitando a situação complicada
vivida pela Espanha...)
Panorama interno no período joanino
 O sul prosperava e o
nordeste sofria com a seca...
►
Todos sofriam com a alta
carga tributária
►A
elite acumulava
prejuízos (Haiti e EUA
retomavam exportações)
►
Tensão
Revolução
Pernambucana
 Elite: anti-colonial, liberal, mas
não anti-escravista...
►
Revolta contra a Corte
►
Conspiração nos quartéis, no
seminário de Olinda e em
sociedades secretas
►
Depuseram o governador
►
Promessa de alforria aos
escravos que lutassem
►
Extinguiram títulos de nobreza,
aumentaram soldos etc
►
Frei Caneca (anistiado) e outros
fuzilados...
(ficaram no poder 74 dias)
Revolução Liberal do Porto e Independência do Brasil
 Revolução Liberal do Porto: obrigou
D.João VI a voltar pra Portugal
►
As Cortes portuguesas passam a
querer recolonizar o Brasil
►
Aumentaram os impostos dos produtos
ingleses e começaram a desmontar a
infra-estrutura deixada por D.João VI
►
D.Pedro, príncipe regente, começa a
opor-se às cortes portuguesas:
“cumpra-se”, “dia do fico” etc
►
Tensão cresce até o desligamento
oficial: 7 de setembro de 1822
grupos políticos do
período
 “partido português”
(comerciantes portugueses,
vários militares e funcionários
públicos interessados na
manutenção da presença de
D.João VI no Brasil)
►
“partido brasileiro”
(os homens mais ricos da
colônia, combatendo as
tentativas de recolonização,
sem contudo falar em
democracia...eram maçons,
influenciados pelo liberalismo)
►
“radicais”
(setores médios urbanos,
querendo algo inspirado na
independência dos EUA e na
Revolução Francesa)
Independência?
acarretou transformações profundas
 A independência do Brasil não
na estrutura social do país e nem foi
sinônimo de independência
financeira.
►
Teve mais a ver com continuidade
do que com ruptura.
►
Atendeu aos interesses ingleses
►
Fez-se a opção conservadora pela
monarquia, em vez da república...
►
O 1º a reconhecê-la foram os EUA
►
Não teve participação popular
(que emprestou ao Brasil 2 milhões de
libras para pagar uma “indenização” a
Portugal).
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