AOS TÉCNICOS DAS IFES – A LUTA DE UMA CLASSE TÃO ESQUECIDA. Durante essa semana ocorre na cidade de Poços de Caldas-MG, a Conferência Nacional dos Sindicatos dos Técnicos Administrativos das Instituições de Ensino Superior do Brasil. Serão debatidos vários temas de relevância e os rumos da categoria dos técnicos administrativos das IFES. O atual governo já alegou que o país sofre de um “colapso” econômico que poderá perdurar por muitos meses. Ajustes fiscais e outras medidas emergenciais são os motes utilizados pelo Governo Federal afim de não conceder qualquer aumento salarial para a nossa categoria. Primeiramente é preciso que a FASUBRA e os sindicatos das 62 universidades federais reunidos durante os cinco dias dessa semana, criem uma agenda de metas e planejamento para a nossa classe funcional dos técnicos administrativos das IFES. Os técnicos administrativos das IFES durante essas duas décadas, desde a implementação de um novo modelo econômico, o Plano Real, vêm perdendo espaço nas mesas de negociação do MEC/MPOG e Casa Civil. Só para se ter uma ideia das perdas salariais de nossa categoria, no final dos anos 90 o vencimento básico de um técnico com graduação numa IFES era equivalente a outras carreiras do Poder Executivo como INCRA, FUNAI, INSS, etc... Atualmente temos o pior vencimento entre os técnicos do Poder Executivo e, fazemos parte do hall dos ministérios com maior fatia do “bolo” da arrecadação federal, com orçamento para 2015 estimados em 102 bilhões de reais. Técnicos de outros órgãos da administração federal com orçamento muito aquém ao nosso MEC conseguiram ao longo desses 12 anos de administração petista a frente do Poder Executivo Federal, melhoria salarial que chega a 250% ao nosso vencimento enquanto técnicos das IFES. Não podermos aceitar o que em 2012 fora nos ofertado por esse atual governo como única alternativa para o fim da greve que perdurou 90 dias. Vencimento salarial é o verdadeiro ganho de uma categoria. Não podemos deixar que as “benditas” gratificações e outros mecanismos que o governo federal utiliza para “ganhar” os sindicatos sejam a “moeda de troca” para que nosso clamor e nossa luta não sejam em vão. Precisamos enquanto categoria lutar para que nossos vencimentos se equiparem a médio e longo prazo, com uma pasta de ações e metas aprovadas em coletividade com todos os sindicatos das 62 universidades federais a outras carreiras do Poder Executivo Federal. Um dia seremos servidores técnicos aposentados e nossos ganhos irão se diluindo com o tempo se nada fizemos enquanto categoria técnica das IFES. A desvalorização dos técnicos é nítida em todas as 62 universidades federais. O desânimo profissional e as faltas de expectativa e perspectiva na carreira dos técnicos administrativos são os motivos que levam milhares desses profissionais a migrarem a outras carreiras do Poder Público. Um exemplo claro é a EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) que foi criada para administrar e gerenciar os Hospitais Universitários das IFES. O vencimento de seu corpo técnico é superior ao dos servidores técnicos de carreira das universidades federais e, além do mais, os servidores da Empresa EBSERH são regidos pela CLT com garantias trabalhistas como FGTS a seus servidores técnicos o que nós enquanto estatutário por lei não gozamos de tais direitos. A problemática da nossa carreira está numa política salarial que tenha metas, programas e planejamento assim como durante anos os técnicos de outras carreiras do Poder Executivo conquistaram. Que nessa CONFASUBRA seja debatido conscientemente a nossa carreira para que possamos nos orgulhar de fazer parte de uma Universidade Federal que tem por objetivo central a produção de ciência e conhecimento num país tão pobre desses valores essenciais para o nosso crescimento como Nação. Victoria Ângelo Bacon Atenciosamente. Victoria Angelo Bacon SIAPE 017044251 Secretária Executiva do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia. Diretora Executiva do Sindicato da Universidade Federal de Rondônia