CONDOMÍNIOS VERTICAIS RESIDENCIAIS NA CIDADE DE SÃO PAULO (2000-2008): CONDOMÍNIOS - CLUBE
O Condomínio Ilhas do Sul abrange uma área total de 30.178m² e tem 118.000m²
de área construída. O acesso se faz por duas portarias, uma na Avenida Padre Pereira de
Andrade, sendo esta a portaria social (e entrada de veículos dos moradores) e outra pela
Avenida Diógenes Ribeiro de Lima, a portaria de serviços. Para acessar o condomínio,
passando por catracas, um cadastro é realizado para manter a segurança, o controle de
visitantes, realizar entregas e serviços.
Portaria de acesso social, vista interna.
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Portaria de serviços, vista interna
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
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Capítulo 2 | TRANSFORMAÇÕES URBANÍSTICAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Acesso à recepção
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Acesso à garagem
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
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O Condomínio Ilhas do Sul oferece área de lazer e serviços, de grandes dimensões, abrangendo conjunto esportivo coberto, sauna, piscinas, quadra de tênis, jardim,
ambientes de estar, restaurante, viveiro, playground, escola infantil, boate, biblioteca,
auditório e teatro.
Serviços (salão de beleza)
Serviços (Banco Bradesco e Banco Real)
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Vista da escola infantil
Parque infantil
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Vista do teatro
Vista do bosque
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
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Capítulo 2 | TRANSFORMAÇÕES URBANÍSTICAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Vista da piscina coberta
Vista da Academia
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Vista da piscina
Vista da quadra de tênis
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Vista da quadra esportiva coberta
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
Fachada de um dos seis prédios
Fonte: SAMPAIO, 10/out/2009.
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O Portal do Morumbi também merece destaque. Está situado num dos bairros
mais altos da capital paulista, com uma área verde de 165.705 m² - oito vezes maior
que a Praça da República. Dessa enorme área verde, somente 3,5% são destinados aos
edifícios residenciais. Restam 50.000 m² de bosques; 85.000 m² de jardins e 25.000 m²
de áreas cobertas e descobertas, destinadas à recreação.
Vista aérea do Portal do Morumbi
Fonte: <http://www.condominioportaldomorumbi.com.br/index.php>.Acesso em 15/mar/09
Vista aérea – Área em destaque pertencente ao condomínio. Acesso através da Av. Guilherme
Dumont Villares. Nota-se a diferença de ocupação do solo: área do condomínio e a área da
favela Paraisópolis.
Elaboração própria sobre imagem aérea <http://www.google.com.br>. Acesso em 05/out/2009.
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Capítulo 2 | TRANSFORMAÇÕES URBANÍSTICAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Os relatos de Caldeira (2000:265) revelam anúncios publicitários destacando o novo
estilo de morar, entre eles o relato do Portal do Morumbi, em que através de pequenas
ilustrações colocava-se como seria a vida dos moradores: pessoas eram mostradas na
piscina, na sala de exercícios, na sauna, no playground e caminhando nos jardins. O
texto principal dizia:
Aqui todo dia é domingo
Construtora Alfredo Mathias.
Playgrounds, quadras, centro médico.
Passeio ao ar livre a qualquer hora do dia e da noite volta a ser um prazer plenamente possível e absolutamente seguro no Portal do Morumbi.
Policiamento 24h por dia. Segurança perfeita na crescente insegurança da
cidade. (O Estado de São Paulo, 4 de setembro de 1975).
Para Caldeira (2000), o anúncio sugere um mundo claramente distinguível da
cidade ao redor: uma vida de lazer seguro. Para garantir essa inversão, guardas de
prontidão 24h por dias. Pelo menos 10 anos antes de o crime violento aumentar e se
tornar uma das principais preocupações dos moradores de São Paulo, a insegurança da
cidade já estava sendo construída nas imagens das imobiliárias para justificar um novo
tipo de empreendimento urbano e de investimento. Essa prática persiste até o presente
(idem:266).
Para Caldeira (2000), o crime e a violência são fatores que levam a população a optar por morar em condomínios fechados, providos de sistema de segurança.
“a violência aumentou nos últimos quinze anos.” (idem, p.101). A falta de segurança
tornava-se um grave problema urbano. Nos conjuntos residenciais dos anos 90, muros,
grades e guaritas tornaram-se elementos obrigatórios.
Outro empreendimento importante a ser destacado que se consolidou nos anos
de 1990, foi o Panamby, , projeto destinado à construção de vários conjuntos e de edifícios isolados. O projeto do Panamby teve início em 1986, com a compra de 715.000m²
na região do Morumbi, próximo ao Rio Pinheiros. A empresa definiu que, independentemente da forma de ocupação da área, a vegetação existente e as características
topográficas originais seriam preservadas. Em 1994, o escritório de arquitetura Aflalo &
Gasperini, em conjunto com a Kraf Planejamento Ambiental, elaborou um Plano Diretor de regularização da área e autorização para o desmembramento dos lotes ao longo
da marginal do rio Pinheiros. Nessa área, foi implantado o Villaggio Panamby, com 15
torres de 25 pavimentos em uma área de 233.000m2, com projeto arquitetônico do escritório Roberto Candusso Arquitetos Associados e paisagismo de Benedito Abbud, em
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CONDOMÍNIOS VERTICAIS RESIDENCIAIS NA CIDADE DE SÃO PAULO (2000-2008): CONDOMÍNIOS - CLUBE
parceria com o americano Robert Hughes e a construtora Gafisa. “Essa valorização dos
condomínios verticais confirmava e indicava uma tendência que se acentuaria nos anos
90 e no início do século XXI, com a construção de novos conjuntos”. (Aragão,2007)
Prédios do Panamby, vistos do estacionamento do parque Burle Marx
Fonte: José Rodolfo, disponível em: <http://img86.imageshack.us/i/thread46rs.jpg>. Acessado em 15/ago/09.
As construtoras, incorporadoras e empreendedores começaram a investir na produção de prédios de apartamentos com equipamentos comuns, e na propagação da
idéia de que morando em um condomínio fechado aproveitaria seus espaços livres, de
lazer e segurança.
Os incorporadores e empreendedores investem na produção de conjuntos residenciais de arquitetura semelhante, com equipamentos comuns, e na propagação da
idéia de que esses condomínios proporcionam melhor qualidade de vida, devido aos
espaços livres amplos e arborizados e protegidos por sofisticados sistemas de segurança. Para Aragão (2007), o público consumidor estava e está interessado em moradias
mais seguras, protegidas, e cercadas pelo verde seja porque havia incorporado as idéias
apregoadas pelos agentes responsáveis pela promoção e venda dos empreendimentos,
seja porque no imaginário social a falta de segurança tornava-se o mais grave dos problemas urbanos. (id., pg.52).
Os condomínios fechados são demarcados fisicamente e isolados por muros, grades e detalhes arquitetônicos. São voltados para o interior e não em direção à rua, cuja
vida pública rejeitam explicitamente. São autônomos e independentes do seu entorno,
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Capítulo 2 | TRANSFORMAÇÕES URBANÍSTICAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
e podem ser situados praticamente em qualquer lugar. Alguns empreendimentos, lançados recentemente na cidade de São Paulo, levam o mesmo nome (modificado apenas
pelo bairro), as mesmas características, apenas se adaptando ao terreno.
A ênfase de alguns empreendimentos é a igualdade da classe social dos moradores,
já que dificilmente ocorrem no mesmo empreendimento apartamentos com metragens
muito diferentes. A maioria deles tem metragem aproximada, podendo variar o número de dormitórios e opção de planta, em que se pode reverter o quarto para uma sala
mais ampla.
Caldeira (2000) aponta os condomínios fechados como uma nova visão de status
das classes mais abastadas. As residências unifamiliares, até então, vistas como evidência de status moral e social, passaram a ser substituídas pelos prédios de apartamentos
ou moradias coletivas.
Porém a fórmula dos condomínios fechados se alastrou para bairros menos nobres, periféricos e se adaptaram também ao padrão do consumidor de menor renda.
Informe publicitário, entregue em via pública, set/09
Caldeira (2000:259) afirma, que “aqueles que escolhem habitar esses espaços valorizam viver entre pessoas seletas e longe das interações indesejadas, movimento,
heterogeneidade, perigo e imprevisibilidade das ruas”.
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O Condomínio Ilhas do Sul abrange uma área total de 30.178m² e