64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE UMA ÁREA DE CERRADÃO
DA FAZENDA EXPERIMENTAL DO COLÉGIO AGRÍCOLA, FLORIANO (PI).
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Elesbão G.N. Lima *; Nélson L. Alencar ;Clarissa G.R. Lopes
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Universidade Federal do Piauí - Campus Amílcar Ferreira Sobral, Floriano (PI). *email: [email protected]
Introdução
A vegetação do cerrado possui uma flora muito rica,
estimada entre 3.956 a 7.012 espécies de angiospermas
arbóreas e arbustivas em todo o Brasil [1]. Os cerrados
possuem uma grande diversidade florística, sendo
influenciado principalmente em função de duas barreiras
climáticas (polígono das geadas e das secas) e por
diferentes cotas altimétricas, o que torna possível
distinguir três supercentros de biodiversidade: os cerrados
do litoral e do Nordeste (baixa altitude), os cerrados do
Sudeste meridional (média altitude) e os cerrados do
Planalto Central (alta altitude) [2].
O Piauí é o estado com a maior representatividade de
cerrado de toda região Nordeste, ocupa uma área de
11.856.866 ha e ainda pouco conhecido. Desta forma, é
objetivo deste estudo descrever a estrutura e fisionomia
da vegetação de um fragmento de cerradão no município
de Floriano (PI).
Metodologia
O presente trabalho foi realizado em uma área do
Colégio Agrícola de Floriano (PI), da Universidade Federal
do Piauí, possui as coordenadas (06°46´01’’S) e
(43°01’21’’W), em Floriano-PI. Segundo a classificação de
Koeppen, o clima é tropical semiárido, quente e úmido,
apresenta temperatura média de 27 ºC, umidade relativa
média do ar de 67% e precipitação pluviométrica média
de 1.102 mm, com período chuvoso de novembro a abril.
O solo da área experimental é classificado como
NeossossoloLitólico Distrófico de textura areia franca.
A área estudada foi amostrada através do método de
ponto quadrante, sendo alocados dois transectosde
500m, a distância de um ponto ao outro é de 10m. Em
cada ponto, foram incluídos os quatro indivíduos vivos
mais próximos do ponto que apresentaram o diâmetro do
caule ao nível do solo maior ou igual a 9 cm. Todos os
indivíduos foram marcados com uma plaqueta numerada
e foram anotados os dados sobre a altura, o perímetro e a
distância do ponto de cada indivíduo. Todos os
parâmetros analisados foram calculados no programa
FITOPAC [3].
Resultados e Discussão
Na área de estudo, foram estimados uma densidade
total de 1757,05 ind./ha e uma área basal total de
2
2,66m /ha. Estes valores são inferiores ao registrado em
Mirador, no Maranhão [4] e a densidade total é superior
ao registrado num campo rupestre em Castelo do Piauí,
porém a área basal é inferior à deste estudo [5].
Provavelmente, este remanescente apresente baixos
valores de densidade e área basal em virtude de no local
ocorrer áreas abertas com rocha mãe aparente. As alturas
máxima, média e mínima foram 15 m, 3,76 m e 0,4 m,
respectivamente, e os diâmetrosmédio e máximo foram
7,67 cm e 45,5 cm, respectivamente. As espécies com
maiores alturas foram Terminalia brasiliensis(Cambess.
ex
A.
St.-Hil.)
Eichler,
AnacardiumoccidentaleL.eMyrtaceae 1.
Um total de 13 famílias e 30 espécies foi amostrado.O
número de indivíduos e espécies são inferiores aos
registrados para os cerrados em Mirador, no Maranhão [4]
e na Chapada Grande Meridional, em Arraial e
Regeneração no Piauí [6], mas é maior do encontrado em
Castelo do Piaui [5]. Foi registrado um índice de
-1
diversidade de Shannon de 2,684 nats.ind , valor abaixo
do registrado para a região de Arraial e Regeneração [6].
As cinco famílias com maior IVI são: Combretaceae
(26,34%), Rubiaceae (20,47%), Myrtaceae (12,01%),
Vochysiaceae (11,61%) e Malpighiaceae (9,44 %),
famílias também presentes em outros levantamentos da
região (exceto Rubiaceae) [4; 5, 6]. E as espécies com
maior IVI são: Cordieriarigida(K. Schum.) Kuntze(59,62%),
Terminalia brasiliensis (51,42%), Byrsonimacorreifoliaa.
Juss. (26,76%), QualeaparvifloraMart. (18,97%) e
QualeagrandifloraMart. (15,06%).As duas últimas também
estão presentes nas espécies de maior importância da
região [6].
Conclusões
O remanescente florestal apresenta uma flora
bastante característica de cerradão, e uma baixa
riquezade espécies etambém de densidade e área basal
totais. Embora, a área encontra-se conservada, é um
fragmento pequeno e muito próximo da área urbana de
Floriano.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Colégio Agrícola de Floriano
pelo apoio logístico.
Referências Bibliográficas
[1] Castro, A.A.J.F.1994. Comparação florístico geográfica
(Brasil) e fitossociológica (Piauí – São Paulo) de amostras de
cerrado. Campinas. UNICAMP (Tese de Doutorado).
[2] Castro, A.A.J.F.& Martins, F.R.1999. Cerrados do Brasil e do
Nordeste: Caracterização, Área de ocupação e considerações
sobre a sua fitodiversidade. Pesquisa em Foco 7(9): 147-178.
[3] Shepherd, G.J. 1995. FITOPAC 1. Manual do usuário.
Campinas. Editora UNICAMP.
[4] Conceição, G.M.& Castro, A.A.J.F. 2009. Fitossociologia de
uma área de cerrado marginal, Parque Estadual do Mirador,
Mirador, Maranhão. Scientia Plena 5(10): 1-16.
[5] Albino, R.S. & Castro, A.A.J.F. 2007. Florística e
fitossociologia da vegetação de cerrado rupestre de baixa
altitude em Castelo do Piauí e Juazeiro do Piauí, Brasil. Pp.
223-246. In: Lopes, W.G.R.; Lopes, A.C.A.; Gomes, J.M.A.;
Moita-Neto, J.M.; Leite, L.F.C.; Teixeira, P.W.G.N.; Barros,
R.F.M. Cerrado Piauiense: Uma visão Multidisciplinar. V.2.
Teresina, EDUFPI.
[6] Lindoso, G.S.; Felfili, J.M.; Costa, J.M. & Castro, A.A.J.F.
2009. Diversidade e Estrutura do Cerrado sensu stricto sobre
Areia (NeossoloQuartzarênico) na Chapada Grande Meridional,
Piauí. Revista de Biologia Neotropical6(2): p. 45-61.
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