Mariologia Aula 2 Imaculada Conceição Aulas previstas: 1. Maternidade divina (8 slides) 2. Imaculada Conceição (10 slides) 3. Virgindade de Maria (10 slides) 4. Assunção (8 slides) 5. Realeza de Maria (4 slides) 6. Cooperação na santificação (4 slides) 7. Mãe e Mediadora (5 slides) 8. Culto e devoção (5 slides) 9. São José (6 slides) Imaculada Conceição 1/10 Entre os privilégios que Deus outorgou à Virgem Maria, em atenção à sua excelsa dignidade de Mãe de Deus e em virtude dos méritos de seu Filho, destaca-se o da sua Imaculada Conceição, reconhecido pela Igreja desde os seus começos e definido como dogma de fé a 8 de Dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX na Bula Ineffabilis Deus. “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Concepção foi, por graça singular e privilégio do Deus omnipotente, em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada imune de toda a mancha de culpa original, foi revelada por Deus e, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis”. Imaculada Conceição “Imune de toda a mancha de culpa original”: a Igreja confessa que Maria em nenhum momento e de nenhum modo foi atingida pelo pecado original que se transmite por geração à humanidade desde os nossos primeiros pais. Pio XII acrescenta que quando se fala de Maria, nem sequer se “deve pôr a questão” de se teve ou não algum pecado, por diminuto que se possa pensar, “posto que transporta consigo a dignidade e santidade maiores depois das de Cristo. (...) É tão pura e tão santa que não pode conceber-se maior pureza depois da de Deus” (Fulgens corona,08.09.1953). Sentença certa: livre da concupiscência desde a sua concepção. 2/10 Imaculada Conceição 3/10 A imunidade concedida a Maria é uma graça de Deus todo-poderoso que constitui um “privilégio singular”. Deus interpõe-se entre Maria e o pecado para que este nem sequer lhe toque por um instante. É um privilégio extraordinário concedido à que havia de ser Mãe de Deus. Esta verdade não foi obtida como uma conclusão deduzida a partir da Revelação, ou pela sua associação com alguma outra verdade revelada, mas trata-se de uma verdade formalmente revelada por Deus. Através da história tem havido progresso no conhecimento e explicação, mas a verdade era conhecida desde os começos da Igreja como divinamente revelada. Imaculada Conceição 4/10 Anunciação (Lc 1, 28): “A expressão ‘cheia de graça’ traduz a palavra grega ‘kexaritomene’, a qual é um particípio passivo. Assim pois, para expressar com mais exactidão o matiz do termo grego, não se deveria dizer simplesmente ‘cheia de graça’, mas sim ‘feita cheia de graça’ ou ‘cumulada de graça’, o qual indicaria claramente que se trata de um dom dado por Deus à Virgem. O termo (...) expressa a imagem de uma graça perfeita e duradoura que implica plenitude” (João Paulo II, Audiência geral, 08.05.1996). Os Padres dizem que as palavras de Isabel a Maria, na Visitação (“bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”), dão a entender que Maria foi a sede de todas as graças divinas e que foi adornada com todos os carismas do Espírito Santo, até ao ponto de nunca ter estado sob o poder do mal. Imaculada Conceição 5/10 Proto-evangelho: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a dela. Ela te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gn 3, 15). No texto hebraico, quem pisa a cabeça da serpente é a descêndencia da mulher. Pio XII, Fulgens corona: “Ora, se, por algum tempo, a bem-aventurada virgem Maria fosse privada da graça divina, como inquinada, na sua concepção, pela mancha hereditária do pecado, ao menos naquele momento, embora brevíssimo, não haveria entre ela e a serpente aquela perpétua inimizade de que se fala, desde a mais antiga tradição até à solene definição da Imaculada Conceição, mas, ao contrário, haveria certa sujeição.” Imaculada Conceição A doutrina da Imaculada encontrou certa resistência no Ocidente. Houve santos, como Agostinho, Bernardo, Alberto Magno, Boaventura e Tomás de Aquino, que aquando afirmavam a exímia santidade de Maria, resistiam a proclamar o privilégio da Imaculada. Não percebiam como conciliá-lo com a universalidade da Redenção operada por Cristo. Solução: Maria não é uma criatura isenta de redenção. É a primeira redimida por Cristo e foi-o de um modo eminente em atenção aos méritos de Jesus Cristo Salvador do género humano. Duns Escoto distingue a “redenção liberativa” de todos nós, da “redenção preventiva” de Maria. 6/10 Imaculada Conceição 7/10 Indicações do Magistério sobre a Imaculada Mt 1, 18-25 Sixto IV, nos anos 1476 e 1483, aprovou a Festa e o Ofício da Imaculada Conceição, proibindo classificar como herética a sentença favorável à Imaculada. Inocêncio VIII, em 1489, aprova a invocação da Imaculada Conceição. Trento, em 1546, declara que “não é intenção sua incluir neste decreto, em que se trata do pecado original, à bem-aventurada e imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus”. São Pio V inclui no Breviário o oficio da Imaculada. Paulo V, em 1616, proíbe ensinar publicamente a sentença anti imaculista. Gregório XV, em 1612, proíbe-o privadamente. Alexandre VII, em 1661, publica uma constituição sobre a Imaculada. Clemente XI, em 1708, estendeu a festa da Imaculada, como festa de preceito a toda a Igreja Universal. Imaculada Conceição 8/10 Privilégios incluídos na plenitude da graça, 1 Os Padres descartam não só qualquer espécie de pecado na Mãe de Deus, também a julgam alheia a toda a imperfeição voluntária, até ao ponto de negar n’Ela qualquer acto imperfeito ou remisso de caridade. Entendem que, de nenhum modo, esteve inclinada para o mal. A possibilidade de fazer o mal é um sinal, mas também uma imperfeição da liberdade. O verdadeiro exercício da liberdade consiste em eleger o bem porque nos dá na gana. A graça sana a vontade livre. Onde há plenitude de graça, há plenitude de vontade sã e, portanto, plenitude de liberdade. Por isso a Santíssima Virgem foi libérrima em todos os momentos. Imaculada Conceição 9/10 Privilégios incluídos na plenitude da graça, 2 A Virgem Maria esteve sujeita à dor. Santíssima, sem sombra de pecado, mas passível e mortal, partícipe da kénosis de seu Filho, padeceu ao corredimir com Cristo. Uma espada atravessou a sua alma (anúncio de Simeão). O privilégio da Imaculada, longe de subtrair a dor de Maria, aumentou n’ Ela a sua capacidade de sofrimento. “Desde a sua concepção a Virgem é superior em graça a todas as criaturas, incluídos os anjos. Mas não era uma graça infinita: cresceu ao longo da sua vida, especialmente na Encarnação, ao pé da Cruz e no Pentecostes. Além disso, o amor recíproco entre o Filho e a Mãe seria causa ininterrupta de aumento de Graça para Ela. Ficha técnica Bibliografia Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) Slides Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com 10/10