Uma sociedade tem o direito de julgar — e de regular — os modos de viver e de morrer das pessoas? Texto gentilmente cedido pela ex-aluna Bianca Souto Nota Máxima na Católica-DF maio /2013 - Medicina Overdose de liberdade A constituição brasileira defende a liberdade e o direito à vida a todo ser humano. No entanto, o uso prolongado de drogas, como o crack, eliminam ou diminuem a consciência moral e o domínio sobre si. Entretanto, as soluções para conter o vício são distintas e dividem opiniões. Dessa forma, como a sociedade, o governo e seus representantes podem solucionar tal problema social sem agredir o direito de escolha de cada um? Na cidade de São Paulo, predomina-se o uso de uma droga que reúne o que sobra da produção da cocaína, o crack. Essa droga é usada entre diversas faixas etárias em áreas chamadas de cracolândia. A dependência acontece em pequeno intervalo de tempo e, posteriormente, o único desejo do dependente é o uso diário, a ponto de provocar a perda da necessidade de se alimentar e da sexualidade. Os laços afetivos com a família são substituídos pela dependência, e o indivíduo torna-se agressivo e sem condições de viver em sociedade. Na realidade contemporânea, uma possível solução para combater essa droga é a internação compulsória, todavia, pela lei, o cidadão possui liberdade de escolha e, por isso, não deveria ser permitida a internação contra a sua vontade. Mas, a partir do momento em que o cidadão rouba e mata para sustentar o seu vício, elimina o direito à vida daqueles que habitam ao seu redor. Assim, a moral e os valores do dependente são retrocedidos e não possui consciência sobre os seus atos. Além do que, a falta de expectativa de um futuro promissor, a miséria, a violência e a abstinência não permitem o indivíduo por si só a tomada de decisão “rumo” à recuperação. É necessário ajuda e apoio do Estado. Portanto, os governantes possuem o dever de fazer cumprir o direito à vida da população por meio da regulação do direito de escolha dos dependentes. Assim, mesmo que uma parcela dos internados voltem às ruas, o Estado precisa intervir pela porcentagem que conseguirá alcançar sua recuperação, pois o seu dever é zelar pela vida e não desistir jamais dela. (34) 3087 1187 / 9110 6300 - www.redacaonotamaxima.com.br - [email protected] - Uberlândia-MG