FEALDADE E ANATOMIA: SENTIDOS INSTALADOS A PARTIR DE UMA HISTÓRIA DO ROSTO Há no rosto uma espécie de eloquência silenciosa que, mesmo não agindo, age contudo. Louis de Cressolles – 1620. É nosso propósito abordar nessa mesa do III ENALIHC1, denominada História, Subjetividade e Estética, de que forma o rosto foi histórico-ideologicamente sendo eleito como espaço de identificação e de determinação do desvio, mais especificamente, como lugar de configuração de um determinado tipo de desvio: o do crime e da loucura. Nesse processo, a anatomia e a fealdade determinaram/determinam, enquanto efeito, o modo de olhar para o rosto conferindo-lhe traços, marcas que o identificam a uma forma ou outra de desvio. Entre os séculos XVI a XVIII, os manuais de retórica, as obras de fisiognomonia2, os livros de civismo e da arte da conversação, colocaram historicamente o rosto como espaço da percepção de si, da sensibilidade do outro, dos rituais da sociedade civil e das formas do político. Em todas essas obras o que se anunciava era a certeza de que o rosto fala, ou seja, que o sujeito exprime-se pelo seu rosto. O rosto, segundo Cureau de la Chambre3 (1659 apud COURTINE e HAROCHE, 1988), seduz com maior segurança e mais sutilmente do que 1 O III ENALIHC – Encontro Nacional Linguagem, História e Cultura – é uma realização do CEPEL – Centro de Estudo e Pesquisa em Linguagem – da UNEMAT, sendo que a 3ª edição do evento aconteceu no Campus Universitário de Pontes e Lacerda-MT. 2 A fisiognomonia é a ciência que buscava o conhecimento do caráter da pessoa pelos seus traços fisionômicos e teve como precursores Francisco Eximenos, Giambatista della Porta e Johann Kaspar Lavater. 3 Cureau de la Chambre é figura emblemática na corte de Luis XIV, pois além de médico, artesão e fisionomista, exercia também função divinatória. Conta-se que o rei ao atribuir uma função consultava o médico e ele postulava a fisionomia do pretendente, aos modos de um oráculo. as palavras. Assim, afirma ele, não é apenas a voz e a língua que servem ao propósito de funcionar como intérpretes do pensamento do homem, mas também falam nele a testa e os olhos. Dessa articulação necessária entre o sujeito, a linguagem e o seu rosto, instituiu-se a necessidade de um “individualismo de costumes” que, conforme Ariès (1986), transformou significativamente a identidade individual, delimitando o que era da ordem do individual e do privado. Assim, a noção de indivíduo passou a não se dissociar do seu rosto, que expressava e traduzia no corpo o seu íntimo. O movimento, contudo, é paradoxal, pois ao mesmo tempo em que o “[...] incita a exprimir-se, ordena-lhe que se apague, que mascare esse rosto, que encubra essa expressão” (COURTINE e HAROCHE, 1988, p. 8). Nessa direção, o homem desse período “[...] teme mostrar toda a sua alma, sabendo que ela se refugia nos olhares, [...] [e] oculta o seu movimento expressivo”. (MERCIER, 1782-1788 apud COURTINE e HAROCHE, 1988, p. 8). A história do rosto é, então, a partir do século XVI, um paradoxo que se coloca entre o exprimir-se e o ocultar-se, entre o descobrir-se e o mascarar-se. Trata-se, pois, da história do emergir da expressão e do controle sobre ela, através das exigências religiosas e das normas sociais, políticas e estéticas. Esse funcionamento moral instalou-se no homem como um sinal da sua identidade individual e, dessa maneira, deu visibilidade ao homem natural e à relação entre a sua interioridade e exterioridade, deixando antever o confronto entre o homem físico e o psicológico. A incursão pela tradição fisiognomônica, como tentativa de analisar o rosto, recorreu a tratados médicos e anatômicos para assegurar, principalmente pela junção do político com o psicológico, quando o homem devia ser autêntico ou conformar-se, exprimir-se ou apagar-se, ter espontaneidade das emoções ou silenciá-las, ou seja, tratava-se da história do corpo dos homens em sociedade. Desse modo, o rosto era tomado como uma textualidade, exprimindo uma interioridade que podia ou não mostrarse. Nessa forma de textualização há, para Orlandi (1999), uma relação necessária entre o sujeito, a história e a ideologia que a constitui. Assim, “[...] o princípio teórico fundamental [para a Análise de Discurso] é considerar que há uma relação entre linguagem e exterioridade que é constitutiva” (op.cit, p. 18). Nesse funcionamento, o processo de significação é histórico e sua forma de apropriação é social. Orlandi (1999, p.19) toma em conta as considerações de Maingueneau (1976) ao afirmar que “o conceito de discurso despossui o sujeito falante de seu papel central para integrá-lo no funcionamento de enunciados, de textos, cujas condições de possibilidades são sistematicamente articuladas sobre formações ideológicas”. Nessa direção, o conhecimento e domínio de si próprio, defendido pelos manuais de civilidade, são também imperativos nos tratados de fisiognomonia. São, pois, esses fundamentos que, a partir do século XVI, vão conduzir a percepção sobre o homem, por mais de dois séculos, substituindo o obscurantismo, a noção de destino e de silêncio da presença divina, impostos pela Idade Média. Ou seja, há uma atenção e um privilégio para a expressão do homem pela linguagem. Não se trata apenas, porém, do uso da palavra, mas do homem por inteiro: do seu corpo como verbo, como expressão, como intérprete natural do pensamento e da linguagem da alma, “é toda a alma derramada no exterior” (CUREAU, 1660 apud COURTINE e HAROCHE, 1988). A forma de ler essa alma materializada no rosto foi, ainda na Idade Média, denominada de metoposcopia. Assim, a metoposcopia era para o rosto o que a quiromancia é para as mãos, pois, todo o homem traz na fronte a escrita do seu destino. Esses sinais dizem de uma boa ou má fortuna, do caráter, de uma doença ou de um estigma social. A crença era a de que os planetas imprimiam as marcas do destino de cada homem em sua fronte e à metoposcopia cabia decifrar essa escrita divina e atribuir ao homem as qualidades que os astros determinavam. Por exemplo, da linha de Júpiter resulta homens prudentes, de sábio conselho e de bom julgamento; a de Saturno resulta memória e paciência; a do Sol a moderação e a magnificência e a de Vênus inveja e complacência. Assim, a metoposcopia separa a gênese humana interna e singular da fisionomia, pois é a linha, enquanto traço impresso na superfície do corpo por um astro, que diz a origem cosmológica e exterior do homem. A metoposcopia é, então, a semiologia da marca, o indício superficial e o traço manifesto, que tem o poder de reduzir o indivíduo a um desenho, a um número. Trata-se de uma marca que de superficial só tem a aparência, pois ela tem a profundidade de uma incisão que pode testemunhar o homem interior. A metoposcopia supõe, então, o rosto como assinatura expressando uma relação ternária entre os indícios externos, as propriedades do homem interior e um poder exterior, ligado a Deus, aos astros ou a natureza, todos gravando no rosto as marcas do destino. A distinção do homem faz-se sobre a sua fronte. Esse homem-fronte traduz fisionomias sem rostos, figuras de um homem sem expressão. A metoposcopia destina-se, pois, a predizer destinos felizes ou funestos, separar o homem doente do são e identificar os homens de bem do homem perigoso. A marca astrológica cria o estigma social, pois a periculosidade que o rosto expressa faz confundir alei da natureza com a da ordem social. Paralelo aos estudos metoposcópicos, que fazia uma fisiognomonia astrológica, desenvolvia-se a fisiognomonia da expressão, que deu ao rosto uma interpretação judicial, visto que aquilo que o homem exprimia revelava o seu caráter bom ou mau. Essa categoria de expressão da idade clássica produz, contudo, efeitos paradoxais: responde, por um lado, a um desejo de transparência política e social e, por outro, a codificação das condutas através dos manuais de civilidade. A fisiognomonia expõe a expressão individual a uma observação detalhada, enquanto as civilidades visam codificar e dominar as expressões nos comportamentos. No início do século XVI, Coclès (1504 apud COURTINE e HAROCHE, 1988) afirma que o rosto prediz, indica, desnuda o coração, pois, é através dele que se fazem conhecidas as vozes da cogitação e do pensamento íntimos. Assim, a fisiognomonia, cujo gosto se faz por uma “ciência do rosto”, mantém-se em funcionamento até o século XVIII, sendo o rosto e o corpo os alvos de uma observação detalhada e pormenorizante. Com o objetivo de desnudar e revelar o coração a fisiognomonia se define, então, como a “ciência das paixões naturais da alma e dos acidentes do corpo” (COCLÈS, 1.504 apud COURTINE e HAROCHE, 1988). A relação entre corpo e alma é um segundo traço dessa tradição e se formula como linguagem, ou seja, o corpo exprime a alma, fala a sua linguagem. O corpo é, ao mesmo tempo, objeto assinalado e discurso proferido, indício e palavra da alma. Caminhando por longo período ao lado da Medicina, a Fisiognomonia, aos seus moldes, toma os humores como determinantes, no corpo, das paixões da alma. Os desenhos de Le Brun são ilustrativos das paixões da alma expressas na fisionomia, apresentando os bons e os maus humores. Um temperamento quente, por exemplo, torna a alma audaciosa e violenta e um frio a torna medrosa e pusilânime. A alma pode, então, modificar o corpo, pois o rosto é efeito das paixões que o espírito suscita, desenhando-lhe os traços, moldando-lhe a forma. Essa compreensão traz como resultado a associação do homem ao espírito dos animais. Dessa maneira, se os cabelos e pelos são abundantes o temperamento é quente, se for raros é frio, se for frisados é seco, se for lisos é úmido. Da mesma forma o nariz: o calor do cérebro faz o nariz largo e o orgulho, a umidade produz nariz grosso e denota sujeira, o fino torna o nariz pequeno e significa espírito vil e baixo. Desenho de Charles Le Brun – Expressions des passions de l’Ame (1727) Assim, o homem é visto por uma dualidade que o toma como visível e invisível, como interior e exterior. Mas, existe um laço entre sua interioridade oculta e sua exterioridade manifesta, ou seja, os movimentos das paixões, que habitam o interior do homem, se revelam na superfície de seu corpo. Dessa forma, a fisiognomonia faz uma relação entre a alma e o corpo, entre o superficial e o profundo, o oculto e o manifesto, o moral e o físico, o conteúdo e o que contém, a paixão e a carne, a causa e o efeito. Ou seja, o homem possui duas faces: uma visível e outra que escapa ao olhar e que é, pois, a que cuida a fisiognomonia. O traço morfológico, numa inferência direta, passa, por um lado, a significar uma qualidade psíquica, por exemplo, o nariz chato significa impudicia e devassidão e, numa inferência indireta, por outro lado, a estabelecer formas humanas como as dos animais, enquanto modo de predizer o caráter. Nesse processo de zoormorfização, o homem, cujas características comportamentais são marcadas pela lentidão e preguiça e as físicas pela ponta do nariz grosso e olhos grandes, por exemplo, é assemelhado ao boi, que possui essas mesmas características: Desenho de La Porta, Fisiognomonista que influenciou Lavater (1741-1801) e escreveu muitas obras sobre a arte de julgar os homens por suas características. Seu elaborado sistema incluía estudos morfológicos, antropológicos, anatômicos, histriônicos e gráficos. Do mesmo modo, os fisiognomonistas desenharam homens assemelhados ao cachorro, ao porco, ao carneiro, ao camelo, ao leão, etc., e para todos estabeleceram traços subjetivos decorrentes dessas semelhanças. Essas técnicas de decifração da aparência humana defendiam que a aparência física pode revelar as intenções de cada sujeito, incluindo os seus defeitos e qualidades. Assim, as partes do rosto (olho, boca, nariz, etc.) serviam “[...] como uma espécie de mapa daquilo que hoje chamamos de subjetividade”. (S’ANTANNA in TREY e CABEDA, 2004, p. 114) O homem interior é, dessa forma, um homem anatômico, assim, os que têm a parte posterior do ventrículo médio bem desenvolvido são bons de conselho, e é a esses homens que os príncipes devem consultar. O olho tem papel fundamental nesse processo, pois ele é o “espelho da alma”, é a janela de entrada para o microcosmo humano para relacioná-lo ao macrocosmo natural ou cosmológico (esse último mais ligado a fisiognomonia da Idade Média). Insistindo ainda nas comparações zoomórficas, o homem que se assemelha ao leão é tão “ousado quanto ele”; ou “luxurioso quanto o porco” ou “traidor como uma mula”, ou seja, as semelhanças morfológicas são “assinaturas” do caráter humano, no corpo. A relação se faz entre o rosto como expressão do corpo e esse do mundo, assim, o resumo do corpo condensa o mundo (animais, plantas, astros, etc.). A analogia se faz entre a superfície e a profundidade, de forma que o rosto se torne o invólucro visível da alma que é invisível. Para Courtine e Haroche (1988) o rosto é, ao mesmo tempo, metonímia da alma – a frágil porta da sua morada, o acesso como porta entreaberta para contemplá-la – e metáfora da alma – a figura da alma, sendo a fisiognomonia o repertório de uma linguagem das figuras. Os efeitos de sentido instalados pela fisiognomonia continuaram a inscrever o rosto como o espaço de visibilidade da boa ou má alma e, em consequência, como lugar de interpretação judicial e de determinação do desvio, pois a psiquiatria forense ainda se vale do olhar, que perscruta e julga o homem por sua aparência, para decidir sobre o crime ou a loucura. A fonte desse modo de pensar se deve a Lombroso, um médico psiquiatra italiano que, comungando com os fisiognomonistas, escreveu, em 1875, a obra L’uomo delinqüente, na qual considerava o crime como fruto da personalidade humana e produto de várias causas (ao contrário de concebê-lo como livre arbítrio e entidade jurídica). Assim, admitia a pena como mecanismo de defesa social e de recuperação do criminoso. Desse modo, proclamou a necessidade de individualização do criminoso, visando a conhecer a sua personalidade. A sua proposição de criminologia, conhecida como antropologia criminal, é hoje chamada de biologia criminal. A biologia criminal objetiva esclarecer a gênese do fato delituoso, através de estudos dos caracteres fisio-psíquicos, juntamente com as influências externas. Estudando o delinqüente na sua unidade de corpo e espírito, se ocupa de três aspectos: o morfológico (estudo dos caracteres orgânicos), o endocrinológico (estudo dos caracteres humorais) e o da psicologia criminal (estudo dos caracteres psíquicos). Os aspectos externos (influências físicas e sociais) são denominados fatores exógenos. Lombroso, atribuindo ao crime o estatuto de fenômeno biológico, explica o delito pelo atavismo (o criminoso regride ao seu ancestral – o homem primitivo ou selvagem). Ele nasce delinqüente e regride através de um processo conhecido na biologia como degeneração – parada no desenvolvimento – que se manifesta na forma de deformações, anomalias anatômicas, fisiológicas e psíquicas. Nesses indivíduos o pendor para o crime é resultado desse acidente da natureza que produziu o retorno de um ser atávico. O autor busca no evolucionismo de Darwin a sua idéia de atavismo do crime – reaparecimento em um descendente de um caráter não presente em seus ascendentes diretos, mas sim em remotos – e em Spencer os elementos do crime que são aplicáveis à psicologia, à sociologia e à ética. Nessa direção, descreveu um conjunto de estigmas do “criminoso nato”, voltado principalmente para a sua aparência: - Físicas: assimetria craniana, fronte fugidia, orelhas em asa, zigomas (osso da maçã do rosto) salientes, arcada superciliar proeminente, prognatismo maxilar, face ampla e larga, cabelos abundantes, etc. A estatura, o peso, a braçada são outros caracteres anatômicos. - Fisiológicas: ambidestrismo, insensibilidade disvulnerabilidade física, analgesia, (resistência aos mancinismo traumatismos ou e recuperação rápida), distúrbios do sentido, etc. - Psicológicas: insensibilidade moral, impulsividade, vaidade, preguiça, imprevidência, etc. É necessário, pois, dar atenção a aparência do homem descrito como desviante por Lombroso, visto que o que ele configura como sendo a imagem ligada ao homem delinquente é uma recorrência, não com rara frequência, às minorias historicamente discriminadas em todo o mundo, ou seja, o negro e o índio: Baseada nos estudos fisiognomônicos e na descrição do criminoso nato, feita por Lombroso, trazemos dois recortes de laudos periciais, tentando dar visibilidade aos sentidos que ambos instalam: “Higiene pessoal descuidada, cabelos despenteados. Fácies sindrômica típica: sobrancelhas grossas e cerradas, testa curta e proeminente, excesso de pelos no rosto e cabelos, orelhas de abano [...]” (LP I). “Cor negra, sobrancelhas grossas e unidas, nariz chato, olhos oblíquos, testa alta, boca grande, lábios grossos, cabelos ondulados e abundantes” (LP II). Vejamos, pois, que interessa ao perito, ao compor a análise no laudo pericial, descrever aquilo que é, do ponto de vista sindrômico, típico do sujeito desviante, ou seja, descrever a sua anatomia e a sua fealdade4, recorrendo a aspectos anatômicos que remontam a história de miscigenação do mundo ocidental, se valendo, dessa forma, a uma memória discursiva 5 instalada por Lombroso no século XIX. Nessa direção, da idade moderna até os dias atuais os tratados da fisiognomonia e do atavismo lombrosiano têm produzido seus efeitos, fazendo falar como desviante uma aparência que foge a da média, cujo padrão de aceitação se faz sobre o protótipo do homem branco europeu. Bibliografia ARIÈS, Philippe e CHARTIER, Roger (orgs). Historia da vida privada: da renascença ao século das luzes. Vol. 3. Tradução: Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 4 Tomamos fealdade não apenas no sentido da feiúra propriamente dita, até pelo caráter subjetivo que essa consideração encerra, mas pelo padrão de saúde e de pertencimento dado a aparência do homem para julgar o seu caráter desviante. 5 Aquilo que vem pela memória discursiva, segundo Orlandi (1999a, p. 32), é o que vem “[...] pelas filiações de sentido constituídas em outros dizeres, em muitas outras vozes, no jogo da língua que vai se historicizando aqui e ali, indiferentemente, mas marcada pela ideologia e pelas posições relativas ao poder, [interpelando os] [...] sujeitos apesar de suas vontades”. COURTINE, Jean-Claude e HAROCHE, Claudine. História do rosto: exprimir e calar as suas emoções (do século XVI ao início do século XIX). Lisboa: Editora Teorema, 1988. ECO, Umberto. História da Feiúra. Tradução: Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Record, 2007. ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Vol. 1. Tradução: Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994. LOMBROSO, Cesare. O homem delinquente. Tradução: Sebastião José Roque. Coleção fundamentos do Direito. São Paulo: Ícone, 2007. ORLANDI, Eni. Discurso e Leitura. 4 ed. Coleção passando a limpo. São Paulo, Cortez; Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1999. ______. Análise de Discurso: princípios & procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 1999a. S’ANTANNA, Denise B. “Cultos e enigmas do corpo na história”. In TREY, Marlene N & CABEDA, Sonia T. L. Corpos e subjetividade em exercício interdisciplinar. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004, p. 107-131.