20ª RAIB
ESTUDO MORFOLÓGICO E MORFOMÉTRICO DA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS CUTÂNEAS EM RATOS
ALBINOS (RATTUS NOVERGICUS ALBINUS) TRATADOS COM POMADA A BASE DE ÓLEO DE COPAÍBA
(COPAIFERA LANGSDORFFII)*. ESTEVÃO, L.R.M. 1; MEDEIROS, J.P.1; PESSOA, V.S.2; WANDERLEY, E.K.1; CORREIA,
G.M.G. 1; BARATELLA-EVÊNCIO, L.2; EVÊNCIO-NETO, J.1 1Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de
Morfologia e Fisiologia, Av. Dom Manuel, s/no, CEP 52171-900, Recife, PE, Brasil. E-mail: [email protected] 2Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Histologia e Embriologia, Recife, PE, Brasil. Morphologic and morphometric
studies of cutaneous wound healing in albino rats (Rattus novergicus albinus) treated with copaiba oleoresin (Copaifera
langsdorffii) in ointment.
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Desde a antigüidade o ser humano utiliza plantas medicinais com o objetivo de acelerar o processo de reparação
tecidual. Dentre os diversos fitoterápicos o óleo da copaíba vem sendo indicado para fins farmacológicos, desde o século
XVI, no Brasil. Por sua ampla utilização, muitos estudos foram realizados sobre o gênero Copaifera L, abordando suas
diversas aplicações. A ação antiinflamatória e cicatrizante do óleo in natura foram estudadas em modelos experimentais
comprovando a sua eficiência. Porém não foram relatadas concentrações satisfatórias do óleo em pomada na tentativa de
reparação de tecidos lesados. O presente estudo objetivou avaliar o potencial cicatrizante de pomada a base de óleo de
copaíba (C. langsdorffii) a 10%, em ferimentos cutâneos de ratos. Para tanto foram utilizados vinte ratos machos, com seis
meses de idade e peso médio de 450 g, nos quais foram produzidas experimentalmente duas feridas na região torácica
direita e esquerda para aplicação tópica das formulações teste (óleo de copaíba 10% - antímero esquerdo) e controle (veículo
– antímero direito). As pomadas foram produzidas utilizando vaselina e glicerina como veículo. Foram realizadas avaliações do percentual médio de contração das feridas no 4º, 7º e 14º dia de pós-operatório (PO). Para a análise histológica foram
coletados fragmentos da porção média das feridas no 4º, 7º e 14º dia de PO. Estes fragmentos foram fixados em líquido de
Boüin por 6h, processados para inclusão em parafina pelos métodos de rotina, cortados em micrótomo tipo Minot, ajustados para 5 µm e colocados em lâminas previamente untadas com albumina de Meyer. Após secagem, os cortes foram
corados pela Hematoxilina e Eosina (H.E.). O material foi analisado e fotografado em microscópio de luz. As imagens
obtidas foram analisadas em um software analisador de imagens. Os resultados obtidos demonstraram ser maior o
percentual médio de contração no 14º dia pós-operatório no grupo teste. Na avaliação morfométrica observou-se que a
pomada a 10% de óleo de copaíba favorece um maior número de fibroblastos no 7º dia PO e de fibras colágenas no 14º dia
PO. No 14º dia PO todas as feridas encontravam-se superficialmente fechadas pelo tecido epitelial. Baseado nestes resultados pode-se concluir que a concentração a 10% de óleo de copaíba (C. langsdorffii) em pomada foi eficiente no processo de
cicatrização em ratos e pode ser usada como mais uma alternativa no tratamento destes processos cicatriciais.
*CNPq/CAPES/ UFRPE.
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM CÓRION SOLEAR DE EQUINO. DEL FAVA, C.1; CABRAL, A.D.1*; DE
DONATO, T.M. 1**; PACCOLA, W.M. 2; MALDONADO, A.2; PINTO, B.A.S.2; VASCONCELOS, A.C.3 1Instituto Biológico,
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Animal, Av. Cons. Rodrigues Alves 1252, CEP 04014-002, São Paulo,
SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2Equicenter Hospital de Equinos, Tatuí, SP, Brasil. 3Universidade Federal de
Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Patologia Geral, Belo Horizonte, MG, Brasil. Squamous cell
carcinoma in an equine solear hoof wall.
Carcinoma de células escamosas são tumores malignos das células da camada espinhosa do epitélio, histologicamente
compostos de massas irregulares ou cordões de células epidérmicas, que proliferam invadindo a derme adjacente. O
queratinócito é a célula que origina o tumor que, quando bem diferenciado, produz queratina em abundância, em camadas
concêntricas (pérolas de queratina). A neoplasia afeta principalmente animais com idade avançada, sendo achado pouco
comum no casco de eqüinos e mais freqüente no pênis. Relatou-se um caso de Carcinoma de Células Escamosas no córion
solear do membro anterior esquerdo de um eqüino macho de 16 anos, castrado, da raça Apaloosa. O animal havia sofrido
extirpação cirúrgica do carcinoma na região do prepúcio externo duas semanas antes de apresentar claudicação. Ao exame
clínico do casco observou-se massa exuberante bem circunscrita, de coloração rósea e aspecto arredondado, na transição da
linha branca da sola e borda do casco, em sua porção medial. O raio-x revelou uma massa de densidade aumentada,
arredondada, com 2 cm de diâmetro, sendo possível observar sua inserção na região mais profunda da sola. Realizou-se
ressecção cirúrgica seguida de curativo diário. O tecido foi colocado em formol 10% para histopatologia. Observou-se à
microscopia cordões celulares contendo, por vezes, em seu interior, lâminas concêntricas de ceratina (pérolas córneas).
Observou-se invasão do derma, do córion e estruturas da hipoderme e casco, assim como áreas de ulceração. Entre as células
epiteliais havia infiltrado inflamatório. As células epiteliais atípicas componentes da massa neoplásica apresentavam
anaplasia, pleomorfismo (nuclear e celular), hipercromasia, cromatina grosseira, grumosa, com vacuolização nuclear,
alterações da relação núcleo/citoplasma e nucléolo/núcleo; mitoses freqüentes, algumas atípicas (tripolares, tetrapolares),
perda da polarização celular, com diferenciação e amadurecimento irregular, permitindo a ceraratinização intra-epitelial
(pérolas córneas) e tecido neoplásico entre as fibras mais profundas caracterizando invasividade e crescimento infiltrativo.
Os limites eram imprecisos na base da lesão, não havendo cápsula. Infiltrado leucocitário mononuclear e muitas vezes
abundante entre as placas de células tumorais. Um mês após a cirurgia do casco, o raio-x revelou recidiva da massa
tecidual, com aspecto maior, menos delimitada e mais invasiva, que sofreu nova ressecção cirúrgica, com curativo diário.
Não ocorreu recidiva, porém constatou-se melhora lenta e gradual da claudicação. Salienta-se a importância da histopatologia
no diagnóstico causal e no prognóstico do tratamento cirúrgico, tendo em vista que o carcinoma epidermóide de células
escamosas causa metástases.
*FAPESP.
**CNPq/PIBIC.
Biológico, São Paulo, v.69, n.2, p.113-198, jul./dez., 2007
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Biológico, São Paulo, v.69, n.2, p.113