PIBID/UERN - DIAGNÓSTICO INTERDISCIPLINAR DA ATUAÇÃO DISCENTE NO ENSINOAPRENDIZAGEM DE CIÊNCIAS NATURAIS E MATEMÁTICA, NO CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA PROF. ELISEU VIANA – MOSSORÓ/RN Souza, L. D.¹; Costa, A. E. S.²; Silva, E. C.³; Miranda, R. A.4; Falconieri, A. G. F.5; Paim, M. S. A.6. ¹ Aluno do curso de Química da UERN; ² Aluno do curso de Física da UERN; ³ Aluno do curso de Matemática da UERN; 4 Aluna do curso de Biologia da UERN; 5 Prof. Me. Dep. Química da UERN; 6 Prof. Titular e professora assistente Dep. Matemática e Estatística da UERN. INTRODUÇÃO: A educação de uma forma geral está presenciando um momento de busca por mudanças. Estas geralmente visam o aprimoramento curricular e a conseqüente melhoria do ensino-aprendizagem-avaliação, e estes talvez sejam os grandes motivadores das reformas que vêm acontecendo em diversos países (NUNES, 2008). Dentre estes países, o Brasil, que busca uma melhoria da qualidade da educação base em suas escolas públicas, vem tentando sanar as deficiências educacionais de seus alunos. Sobretudo em relação ao ensino de Ciências. Todavia é preciso ressaltar que, embora faltem ou sobrem recursos nas escolas, o mais preocupante é a falta de fome de saber dos discentes, sendo de fundamental importância que o aluno seja instigado a buscar o conhecimento e que isso seja uma ação que proporcione prazer. Para isso, surgiram incentivos governamentais para promover a melhoria na educação nacional. Entre eles o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) da Universidade do Estado do Rio grande do Norte (UERN), promovido com apoio da CAPES/MEC, da Secretaria de Educação Superior (SESu) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O PIBID/UERN visa fomentar a iniciação à docência de estudantes da Educação Superior e preparar a formação de docentes em nível superior, em cursos de licenciatura presencial plena, para atuar na educação básica pública. Assim, com o apoio do Programa PIBID/UERN, e com base na necessidade de se conhecer de perto a vivência em sala de aula, a relação entre o professor-aluno e como acontecem às atividades pedagógicas, foi desenvolvido um trabalho que oportunizasse ampliar a visão do dia-a-dia dos discentes, dando-lhes oportunidade de expor suas insatisfações, desejos e sugestões, verificar os principais problemas enfrentados pelos mesmos no ciclo de aprendizagem de Ciências e Matemática, bem como buscar melhorias neste processo. Para isso, foi realizada uma pesquisa interdisciplinar, utilizando a técnica de Grupos Focais, entre a área de Ciências Naturais e Matemática, contemplada nas OCN. Tal pesquisa tem a finalidade de caracterizar por meio de uma entrevista semi-estruturada a atuação dos discentes do Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana em sala de aula, compreender suas dificuldades, coletar informações e saber suas propostas para a melhoria do ensino-aprendizagem destas disciplinas, bem como avaliar a qualidade do ensino lecionado. Com isso, tem-se o propósito de subsidiar as atividades dos atuais e futuros docentes (alunos participantes do PIBID), oferecendo um norte à resolução de problemas atuais na educação das escolas públicas e unindo Escola e Universidade. Neste trabalho, mostraremos os resultados obtidos nesta pesquisa em relação a área da ciência Química e sua licenciatura na escola em questão. METODOLOGIA: Neste trabalho de pesquisa foi utilizada a técnica de Grupos Focais, que é uma técnica qualitativa, não-diretiva, cujo resultado visa o controle da discussão de um grupo de pessoas. A equipe executora da pesquisa era composta por 04 pessoas, alunos da área de exatas, onde cada uma tinha um papel fundamental para este tipo de entrevista. Assim, o Grupo Focal intitulado MQBF 02 chegou ao Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana, no dia 03 de novembro de 2010, às 07:00 horas da manhã e 13:30 da tarde, tendo em mãos a Atividade de Pesquisa de Caracterização da Atuação Discente no Ensino Médio (Anexo I), que se trata de uma entrevista semi-estruturada, que se caracteriza pela existência de um guia previamente preparado que serve de eixo orientador ao desenvolvimento da entrevista, procurando garantir que os diversos participantes respondam as mesmas questões (sem uma ordem rígida das mesmas), mantendo-se um elevado grau de flexibilidade e adaptação na exploração das questões. Assim, com a orientação necessária para a aplicação desta Atividade, o Grupo Focal aplicou-a nas turmas de 1º ano “A” matutino e 2º ano “A” vespertino, que continham no máximo 10 alunos em cada turma. Esta atividade continha 5 Questões Gerais de cunho objetivo e 14 Questões Focais de cunho subjetivo, que foram expostas pelo grupo de forma organizada, ouvindo e anotando as respostas e comentários de cada um dos discentes. Conforme iam surgindo novos questionamentos e comentários no decorrer da atividade, estes eram anotados. Durante a colocação das perguntas, o grupo procurava captar o máximo de informações possíveis dos discentes entrevistados, sendo bastante centrados no foco de cada questão, mas deixando os alunos à vontade para se expressar sem nenhuma influência direta ou indireta, anotando tudo de forma organizada para cada pergunta realizada e cada nova que surgia. Em todo o momento da pesquisa, o Grupo tomou nota dos dados coletados referentes às respostas de cada aluno para cada questão por eles feita. Houve também o registro por meio de fotos e filmagens. Após estas etapas, o Grupo reuniu-se a fim de cruzar os dados anotados e registrados por cada componente para discussão dos mesmos. RESULTADOS E DUSCUSSÃO: Foram entrevistados 6 alunos do 1º ano “A” e 8 alunos do 2º ano “A”, num total de 14 alunos. Os alunos da escola onde foi realizada a presente Atividade, em geral, tiveram uma boa participação, apresentaram bons argumentos, sugestões e discernimento, o que facilitou bastante o trabalho e deixou evidente o interesse por melhorias nos processos educacionais nesta instituição. COMENTÁRIOS SOBRE AS QUESTÕES GERAIS 1. Sobre o envolvimento dos discentes nas atividades e projetos da escola, ambas as turmas afirmaram que a esta possui projetos, além de feiras de ciências e outros. Porém poucos alunos participam destes. Assim devem-se buscar formas de atrair a atenção dos alunos para que estes venham por interesse e vontade de aprender e participar e relacioná-los com as disciplinas em geral e de ciências. 2. Sobre o conselho escolar, os alunos afirmaram que este conta com a participação de dois deles. Mas que estes participam pouco das atividades decididas na escola. 3. Sobre os livros didáticos, todos os discentes afirmaram possuir (e usar) os livros das disciplinas das áreas de exatas. 4. Em relação ao uso do livro pelos professores, os dissentes disseram que uns professores o usam mais que outros. Alguns alunos comentaram que antes da semestralidade o livro era abordado em seqüência e, após esse sistema, apenas se “lê e faz resumo” como passagem de conteúdo. 5. Sobre o calendário da escola, ambas as turmas afirmaram não ter conhecimento sobre o mesmo. Os alunos da manha disseram que “só os lideres conhecem o calendário. 2 COMENTÁRIOS SOBRE AS QUESTÕES FOCAIS 1. Sobre o que os alunos mais gostavam nas aulas de Química, os discentes responderam que dos experimentos, que atraem o interesse dos discentes e melhoram a relação professoraluno, e facilita a assimilação dos conceitos da disciplina, melhor visualização destes, bem como sua relação com o cotidiano. 2. Sobre o que os discentes não gostavam nas aulas, eles criticaram a forma de avaliação por chamada oral, usada por um professor na disciplina de Química. Falaram ainda da alta cobrança em atividades e trabalhos em Química, da metodologia e da falta de aulas práticas no laboratório. Reclamaram também dos cálculos presentes nessas disciplinas. Alem disso, criticaram a forma de ensino de alguns professores, que escrevem muito e explicam pouco, tornando a aula monótona e causando desinteresse, precisam ter um maior dinamismo. 3. Sobre o que os discentes consideram mais importantes nas aulas desta área de conhecimento, os discentes consideram muitíssimo importante os conhecimentos das disciplinas. 4. Sobre como os discentes gostariam que fossem as aulas de Ciências (reivindicações e sugestões, Tabela IV), os do 1º ano “A” disseram que com metodologias diferentes. Sem chamada oral em Química, trabalhos e seminários, ou que estes fossem menos difíceis. Sugeriram que o professor de Química fizesse prova e aulas práticas. Pois, como afirmaram eles, aulas “só no quadro é muito chato”. Cobraram uma maior correlação entre teoria e prática, pois “só tem aulas teóricas e chatas, com o livro didático”. 5. Como sugestões para melhoria nas aulas de Química e de ciências em geral, os alunos em geral aconselharam que houvesse uma melhoria na metodologia e dinamização das aulas, tornando-as baseadas numa abordagem mais prática e com menos cobrança em atividades e avaliações. Como exemplos citaram levar a Física e a Matemática mais para o cotidiano, a Química e a Biologia com mais aulas práticas, experimentos e aulas de campo. Disseram que dessa forma as aulas despertariam nos discentes uma maior busca por conhecimento das áreas de ciências em geral. 6. Como resposta sobre a relação dos discentes com os docentes das disciplinas de ciências todos afirmaram que sua relação com eles é boa. 7. Em relação à realização de aulas práticas, eles responderam que não são ministradas aulas desse tipo devido ao laboratório estar em reforma. 8. Como recursos utilizados pela escola no processo de ensino aprendizagem, os alunos citaram o uso de quadro e livros didáticos pelos professores. Também os recursos multimídia da escola e a sala de informática. 9. Sobre a disposição de laboratórios, os alunos disseram que a escola dispõe de um, e afirmaram ter vontade de ir. Mas não vão por estar em reforma. Antes das reformas, o mesmo era fechado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com a avaliação do trabalho e das etapas realizadas, a equipe pode conhecer a realidade onde acontecem atividades pedagógicas proveniente das interações professor-aluno em sala de aula, para assim buscar subsídios aos problemas educacionais de nosso sistema de ensino atual, em uma futura atuação docente. Porém, ainda é necessário bastante material bibliográfico norteador como este Artigo, para apontar falhas e indicar práticas experimentais valorosas para a construção de competências investigativas em ciências. E o uso adequado das novas metodologias educacionais é imprescindível, quando se pensa num ensino de qualidade e eficiente para todos. 3 É fundamental pôr em prática o que pregam as OCN e PCN+ sobre contribuir para a formação de alunos, e que estes sejam sujeitos agentes na construção de suas próprias competências e habilidades. Assim, o PIBID/UERN mostra-se como uma excelente ferramenta na busca por melhorias no processo de evolução da educação dos discentes do Centro de Educação Integrada Professor Eliseu Viana, e avaliar a qualidade do ensino lecionado nesta instituição. Ao convidar os discentes a expor seus pontos de vista sobre o que poderia melhorar em sua educação nas áreas de ciências, este trabalho mostra-se um diferencial a outros que só buscam apontar as falhas na educação, tentando buscar soluções em meio à opinião dos verdadeiros interessados por melhorias na aprendizagem – os alunos – sendo um mediador entre escola e universidade e aproximando os futuros docentes, bolsistas da UERN, de seu campo de atuação. A demais, o Grupo agradece ao PIBID/UERN por oferecer auxilio a aproximação ao campo de atuação dos bolsistas das áreas de Ciências Naturais e Matemática desta universidade, para que dessa forma a educação destas disciplinas seja reformada e aperfeiçoada com a buscar de novas maneiras de contribuir para formação de conhecimento de cada uma, e promover de forma singela melhorias na educação. BIBLIOGRAFIA: NUNES, A. O.; NEGREIRO, C. A.; RIBEIRO, M. L. M; (Organizadores) et alii: Linguagem e ensino – relação entre ciência e sociedade na educação tecnológica. – Ipanguaçu: editora da IFRN, 2008. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino médio; volume 2 – Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006. BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC; SEMTEC, 2002. EDITAL Nº 011/2010 – PROEG: SELEÇÃO PARA PROFESSORES SUPERVISORES BOLSISTA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA DA UERN – PIBID/UERN. – Mossoró-RN, 19 de março de 2010. PERRENOUD, P.: Dez novas competências para ensinar / Pillipe Perrenoud; trad Patricia Chittoni Ramos. – Porto Alegre: Artmed, 2000. ZABALDA, A.: A prática educativa: como ensinar. – Porto Alegre: Artmed, 1988. HTTP://www.guarulhos.sp.gov.br/destaques/programa_urbal/grupo_focal (visitado em 17 de novembro de 2010, às 07h e 15 min.); HTTP://www.adolec.br/bvs/adolec/P/textocompleto/adolescente/capitulo/cap09 (visitado em 17 de novembro de 2010, às 07h e 18 min.); http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/ichagas/mi1/entrevistat2.pdf (visitado em 17 de novembro de 2010, às 07h e 22 min.); http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=86&id=12372&option=com_content&view=article (visitado em 17 de dezembro de 2010, às 13h e 32min.); http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000200.pdf (visitado em 21 de dezembro de 2010, às 15h e 36 min.). 4