#1 A Casa da Imagem é um lugar de práticas e de diálogos da arte e da educação aberto à comunidade. Pretende ser um espaço de aprendizagem, reflexão, produção e partilha de sentidos da relação da pessoa com o mundo através da experimentação da prática artística. Na Casa, a imagem é o objeto que promove o encontro entre a experimentação e a aprendizagem da pessoa, como sujeito contemporâneo, e o que a envolve. A imagem é, simultaneamente, o objeto que resulta desse processo. Dessa forma, cria-se um contexto de aprendizagem produtivo no qual a pessoa mobiliza imagens num processo dinâmico entre olhar, “desenhar” e construir sentidos. Desejamos que a Casa da Imagem seja um espaço em que a aprendizagem se caracterize pela capacidade de intervir reflexivamente sobre contextos quotidianos através da implicação dos participantes nas atividades. É inserida num contexto de aprendizagem e de produção que compreendemos a prática da arte contemporânea como possibilidade de criar um espaço comum, onde se intersetam múltiplas linhas de sentido com orientações diversas: da comunicação e da linguagem, mediais, tecnológicas e lúdicas, históricas e sociais, filosóficas e estéticas, políticas e educativas. contactos e informações Rua Soares dos Reis, nº 612 4400-313 Vila Nova de Gaia telf 00351 223 752 119 telem 00351 969 607 812 [email protected] www.casa.fmleao.pt A Casa da Imagem está aberta ao público de segunda a sexta-feira das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h30 e noutros horários sujeitos a marcação prévia. Outubro, Novembro e Dezembro de 2012 É a minha própria casa, mas creio que vim fazer uma visita a alguém Manuel Santos Maia texto de Cristina Mateus e Maria Mire A nossa imagem desta casa fez-nos pensar que ela precisava de ser habitada, ou pelo menos ocupada temporariamente. Além das pessoas a morar ali, a entrar e a sair, esta é uma casa onde moram também imagens. As imagens neste momento estão guardadas, bem guardadas, como prisioneiras domiciliárias. Não as vimos ainda. Apesar dos guardas que as resguardam, as imagens planeiam uma fuga. Aspiram a uma vida clandestina para além do quarto confinado onde habitam, desejam por isso alastrar-se aos quartos contíguos. E num gesto de audácia, saberão aproveitar a distracção no momento da rendição dos seus guardas, para se evadirem da sua própria casa. Os três artistas convidados, Manuel Santos Maia, Mónica Baptista e Luísa Homem irão habitar continuamente esta casa. Não convergindo no tempo, eles contudo partilham o espaço. A trilogia de residências constrói-se como uma rede de relações que entrelaçarão as possibilidades de intersecção entre práticas e arquivos, entre a preservação de um espólio e as imagens que dele vão sendo reveladas. Práticas que por se quererem expostas, reflexivas e partilhadas, se voltam a desdobrar novamente em três: a exposição, a conversa e a oficina, revelam as imagens latentes destas ocupações temporárias. No primeiro momento deste projecto, Manuel Santos Maia convoca a exposição como mote de partida para a sua residência. Um gesto que manifesta uma urgência em produzir uma imediata familiaridade com o espaço, antes de este vir a ser habitado. Em É a minha própria casa, mas creio que vim fazer uma visita a alguém, encontramos duas casas sobrepostas. Os objectos do espólio de Teófilo Rego misturam-se com os que foram respigados por Manuel Santos Maia da sua própria casa. A planta do seu apartamento, o alçado do prédio, evoca-nos os desenhos de arquitectura que num passado bem recente definiram a recuperação da própria Casa da Imagem. A exposição alastra-se e somos conduzidos a uma outra casa, esta ainda com vestígios do tempo anterior à remodelação, divisões cenográficas de acções experimentadas e um movimento próprio de um lugar que está pronto a ser habitado. Este projecto conta com a colaboração de André Lamas Leite, Cristina de OAlves, Fábio Lopes, Inês Vicente, Ricardo Abreu , Rogério Ribeiro, Samuel Guimarães, Tulio Pezzoni, Ricardo Leite, Dália Dias, Pedro Ribeiro e Tiago Belo. Manuel Santos Maia* conversas 24 Nov. 16h30 Bernardo RB Eduardo Brito João Sousa Cardoso e Miguel Leal são convidados de Manuel Santos Maia, Cristina Mateus e Maria Mire visitas à exposição por Manuel Santos Maia 02 Nov. 15h00 12 + 29 Nov. 18h00 Nasceu em Nampula, Moçambique, em 1970. Vive e trabalha no Porto.Licenciado em Artes Plásticas Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Doutorando do Doutoramento em Artes Plásticas e Artes Visuais Modos de Conhecimento na Prática Artística Contemporânea pela Universidade de Vigo. Foi docente das disciplinas de Pintura e de Desenho do Curso Superior de Artes Plásticas e Tecnologias, do Curso de Pós Graduação em Direcção Artística na Escola Superior Artística do Porto Extensão de Guimarães. Actualmente é docente da disciplina Projecto IV da Licenciatura em Artes Visuais Fotografia na Escola Superior Artística Porto e da disciplina Artes Visuais da Pós-Graduação em Comunicação e Gestão Cultural da Universidade Lusófona do Porto. Organizou e co-organizou exposições individuais e colectivas de jovens artistas no Porto, Lisboa, Faro, Braga, Guarda e Elvas. Desde 1998 tem organizado debates, conversas, conferências e apresentações com criadores de diferentes áreas artísticas, curadores, artistas-comissários, críticos e historiadores. Entre Dezembro de 2008 e Julho de 2009 foi responsável pela programação do Espaço Campanhã. Enquanto artista, Manuel Santos Maia expõe regularmente desde 1999. Em 1999 concebe projecto alheava que tem vindo a apresentar até ao presente ano. Contemplando diversas práticas artísticas, como a instalação, a fotografia, a pintura, o vídeo, a performance, o teatro e o som, as várias mostras têm sido apresentadas em diferentes países como Inglaterra, França, Estados Unidos da América, Bélgica, Espanha, Noruega, Macau e Argélia e em diversas cidades nacionais como Porto, Lisboa, Coimbra, Lagos, Oeiras, Guimarães, Braga, Tomar, Cascais, entre outras. No mais recente projecto non, idealizado em 2003 e apresentado desde 2006, como no projecto alheava MSM cruza a noção de documento com a experiência individual e familiar, para alcançar uma espécie de memorabilia colectiva, enquanto espelho antropológico que nos liga a todos pelo filtro de uma intimidade documentada. peças *com Ricardo Leite É a minha própria casa, mas creio que vim fazer uma visita a alguém 2012 Filme, 2`50`` *Para viver é preciso procurar nas trevas; é preciso percorrer o lugar não mais alto que a altura de um animal, e achá-lo revestido de múltiplos espectáculos. 2012 Instalação com plantas da Casa da Imagem dos arquitectos Ivo Poças Martins e Matilde Seabra, plantas do Bloco de Gaveto de Viana de Lima, maqueta de Simone Ruivo e objectos do acervo da casa da imagem / Dimensões variáveis *com Rogério Ribeiro esperou uns momentos, ou alguns outonos 2012 Fotografia - slide / Dimensões variáveis *a máquina do mundo está suspensa nos pequenos lugares 2012 Instalação com caixas de cartão, folhas e objetos / Dimensões variáveis *que eu amo através do coração da inteligência 2012 Instalação com objetos / Dimensões variáveis * com Ricardo Abreu o jardim que o pensamento permite 2012 Instalação com desenho a lápis de cor sobre papel, objetos, mesas de madeira / Dimensões variáveis *uma sequência de imagens exactas, uma paisagem com força de existir 2012 Pintura sobre vidro / Dimensões variáveis *Milhares de textos com bocas invadiram a terra 2012 Instalação com livros de Maria Gabriela Llansol, desenhos e objetos / Dimensões variáveis *com Dália Dias e Pedro Ribeiro um ofício de tantos horizontes e imagens 2012 Oficina de escrita criativa * com André Lamas Leite e Tiago Belo Quando um pensamento é verdadeiro podem deduzir-se, sem interrupção, outros pensamentos verdadeiros. 2012 Performance - conferência e publicação de autor 30` *com Tulio Pezzoni TU _ ASSIM OUVIDO: «Dá cá a tua mão» 2012 Performance, texto de Manuel Santos Maia e Álvaro Lapa (Raso Como o Chão Editorial Estampa, 1977), pintura de André Sousa “Lapa - as estradas da Europa”, 2001, esmalte sobre mdf, 60 cm x 95 cm 180` *com Fábio Lopes um guia em mundos que desconheço 2012 Performance 180`` *com Cristina de OAlves um encontro inesperado com o diverso 2012 Visita Guiada - Performance 45`` *com Samuel Guimarães uma aragem que vinha com palavras 2012 Performance – Visita Guiada 45`` *com Inês Vicente Transportei-o para a entrada do mundo 2012 Performance 15`` bios André Lamas Leite nasceu no Porto. Docente da Faculdade de Direito da U.P., na área das Ciências Criminais. Para além de colaborações pontuais na imprensa, publicou “Breviário”, poesia, em 2007, sob a chancela da “InLibris” e, em 2012, publicará “Por fios e adesivos”, também poesia, pela “Edium Editores”. Rogério Ribeiro nasceu no Porto. Vive e trabalha entre o Porto e Budapeste. Frequenta a licenciatura em Artes Plásticas - Multimédia, na Faculdade de Belas do Porto. Desenvolve trabalho na área da fotografia e instalação. Expõe regularmente desde 2011. Frequenta a Moholy-Nagy Művészeti Egyetem no contexto do programa ERASMUS. Cristina de OAlves nasceu em Maputo, Moçambique. Vive e trabalha no Porto. Licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa (Porto) e em História da Arte pela Faculdade de Letras da U. Porto. Docente em diversas instituições, de entre elas a Escola Superior Artística do Porto. Colabora com o Serviço Educativo do Museu de Serralves. Publicou o texto-livro “Nós Somos quem Sois”. É mentora do projeto “cadernos em circulo-ação” (infolhaderosto. wordpress.com). Samuel Guimarães A sua prática de pesquisa assenta no cruzamento das artes performativas com as artes plásticas e o vídeo, para a produção de contextos de criação e experimentação. Professor da licenciatura e mestrado em Teatro da ESMAE-IPP, desde 2002. Coordenador do serviço educativo do Museu do Douro, desde 2006. Foi coordenador e responsável pela programação do serviço educativo para o museu e parque de Serralves entre 1999 e 2002. Inês Vicente Nasceu no Porto. A sua área de acção é o trabalho de criação cénica em teatro e performance, sendo também docente na ESMAE. Trabalha maioritariamente como criadora independente, tendo já colaborado com diversas companhias de teatro e outras instituições culturais. Desenvolve trabalho de investigação na mesma área, tendo o mestrado da Central School of Speech and Drama, Londres e, sendo actualmente doutoranda em Educação Artística na FBAUP. Tulio Pezzoni Nasceu em Itapeva - Brasil. Vive e estuda no Porto. Trabalha no circuito profissional de teatro de São Paulo desde 2006 como ator e principalmente iluminador. Recebeu a bolsa de estudo do Governo do Estado de São Paulo para realizar a primeira formação no Conservatório Dramático e Musical DR. Carlos de Campos durante 2005 e 2006 e hoje cursa a licenciatura de Luz e Som na ESMAE-Porto. Ricardo Abreu nasceu no Porto. Vive e trabalha na Póvoa do Varzim. Frequenta a licenciatura de Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da U. Porto. Apresenta desde 2006 o seu trabalho em exposições e diversas publicações. Fábio Lopes Vive em Vila Nova de Gaia e trabalha no Porto. Frequenta a licenciatura de Teatro – Variante Interpretação na ESMAE (Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo). Foi bolseiro do Espaço SOU – Movimento e Arte em Lisboa onde realizou, como aluno e intérprete, várias performances e foi assistente de produção. Participou no Rencontre International de Formation et Création en Arts De La Scène – Voyages Du Geste Nº6. Protagonizou o filme de Flávio Gonçalves e Nuno Galopim. Participou em várias performances de diferentes da artista plásticos. Dália Dias Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português-Francês) e Mestrado em Literaturas Românticas Modernas e Contemporâneas pela Faculdade de Letras da UP. Doutorada pela Universidade Nova de Lisboa. Integra, desde 2005, o grupo de investigadores da FCT, trabalhando no Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, onde orienta Doutoramento. Tem vasto curriculum como formadora, em áreas da Comunicação e Literatura Portuguesa. e Pedro Ribeiro Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Poeta, editor e advogado. Cria e funda com Jorge Listopad o projecto editorial “Língua”. Participação em revistas como “Hífen”, “Pé-de-cabra” e “Actos”. Experiência e curriculum como formador e orientador de oficinas de escrita criativa, algumas em colaboração com Dália Dias. Tiago Belo nasceu na Figueira da Foz. É aluno da Faculdade de Belas-Artes da U. Porto (Design de Comunicação) e desenvolve trabalho nas áreas do design, artes plásticas e música.