Capítulo 21 Vidros Eduvaldo Paulo Sichieri - USP São Carlos Rosana Caram - USP São Carlos Joaquim Pizzutti dos Santos -UFSM Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Definição de Vidro • Por vidro entende-se um produto fisicamente homogêneo obtido pelo resfriamento de uma massa inorgânica em fusão, que enrijece sem cristalizar através de um aumento contínuo de viscosidade. • Excluindo-se as substâncias orgânicas que possuam propriedades análogas (polímeros termoplásticos), industrialmente pode-se restringir o conceito de vidro aos produtos resultantes da fusão pelo calor de óxidos inorgânicos ou seus derivados e misturas, tendo como constituinte primordial a sílica (óxido de silício), que, por resfriamento, enrijece sem cristalizar. Assim, em função da temperatura, o vidro pode passar a tomar os aspectos: líquido, viscoso e frágil (quebradiço). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Definição de Vidro Figura 1 – Diagrama temperatura versus volume representando processos de solidificação e formação de vidros. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Composição do Vidro Quadro 1 – Composição da mistura do vidro float incolor (Fonte: CEBRACE, sd.). Produtos minerais Mistura Vitrificável SiO2 (areia) CaCO3 (calcário) 100% 57,46% 10,56% CaMg(CO3) 2 Produtos químicos Na2O.Al2O 3 (dolomita) (feldspato) 9,88% 2,96% Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Na2CO3 (Barrilha) Na2SO4 16,46% 2,96% Composição do Vidro Quadro 2 – Composição final do vidro float incolor (Fonte: CEBRACE, sd.). SiO2 K2O Al2O3 Na2SO4 MgO CaO 72% 0,3% 0,7% 14% 4% 9% Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Estrutura do Vidro Figura 2 – Unidade básica da rede de sílica. (a) Representação tri-dimensional; (b) Representação bi-dimensional Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Estrutura do Vidro •b) •a) Figura 3 – Representação bidimensional do cristal de sílica (a), e da sílica vítrea (b). (Fonte: Higgins, 1977). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Estrutura do Vidro Figura 4 – Representação bidimensional de vidro de carbonato de sódio (Fonte: Higgins, 1977). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Classificação dos vidros Quadro 3 – Resumo da classificação dos vidros , segundo NBR NM 293 (ABNT, 2004). Tipo Forma Transparê ncia Acabamento Transpare nte Translúcid o Opaco -Liso -Polido -Impresso -Impresso anti-reflexo -Serigrafado -Fosco -Metalizado ou Refletivo -Vidro de baixa emissividade ou Low E -Gravado -Esmaltado Recozido Temperado Laminado Aramado Duplo ou insulado Plano Plano de segurança* Curvo Endurecido** Perfilado Ondulado Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Coloração Incolor Colorido ou absorvente Colocaç ão Caixilho s Autoport antes Mista Vidros metalizados ou refletivos Figura 5 – Esquema de produção do vidro refletivo (a) a vácuo e (b) pirolítico (Fontes: Granqvist, 1991 e Caram, 1998). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Vidro duplo ou insulado Figura 6 – Vidro Isolante (Fonte: Caram, 2002). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Superwindows Quadro 4 – Transmitância Térmica Total (U) para vidraças com caixilhos múltiplos. Tipo de Envidraçamento U (W/m2 oC) Vidro duplo: 12,7mm; ar. 2,72 Vidro duplo: 12,7mm; ar; e = 0,20*. 2,21 Vidro duplo: 12,7mm; ar; e = 0,10*. 2,10 Vidro duplo: 12,7mm; argônio; e = 0,10*. 1,93 Vidro triplo: 12,7mm; argônio; e = 0,10* duas faces. 1,30 Vidro quádruplo: 6,4mm; kriptônio; e = 0,10* duas faces. 1,25 * emissividade da película low-e (Fonte: Caram, 2002 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Superwindows Figura 7 – Ilustração de uma super janela: vidro triplo, inserção de gás inerte e película de baixa emissividade (Fonte: Caram, 2002). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Materiais cromogênicos ativos: cristais líquidos e eletrocrômicos Figura 8 – Influência elétrica no alinhamento molecular em cristais líquidos (Fonte: Caram, 1998). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Materiais cromogênicos ativos: cristais líquidos e eletrocrômicos Figura 9 – Esquema de janela eletrocrômica: 1 e 7 Vidro; 2 e 6 condutor transparente; 3 reservatório de íons; 4 eletrólito; 5 filme eletrocrômico (Fonte: Sichieri, 2001). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Apresentação comercial dos vidros Dimensões de fabricação Quadro 5 – Espessuras nominais das chapas referentes ao tipo de vidro, segundo NBR 11706/1992. Os vidros laminados são compostos com as dimensões apresentadas neste quadro. Espessuras Nominais, em mm Tipo de Vidro 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 Vidro recozido estirado incolor X X X X Vidro recozido float incolor X X X X 7,0 8,0 10,0 X X X X X X X X 12,0 15,0 19,0 X X X X X Vidro recozido impresso, incolor ou colorido. X Vidro termoabsorvente, recozido ou temperado, estirado ou float. X X X X X Vidro temperado ou float incolor X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Vidro fosco Vidro termorrefletor Vidros impressos e vidros de segurança aramados[1] X X X X X X Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Cálculos de espessura dos vidros e / b Pressão do vento em Kg/m2 160 – Acima de 100m 126 – de 60 a 100m 100 – de 20 a 60m 76 – de 6 a 20m 60 – até 6m de altura a / b Figura 10 – Diagrama para cálculo preliminar da espessura de uma chapa de vidro segundo a pressão do vento. Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características físicas dos vidros Quadro 6 – Propriedades mecânicas dos vidros comuns, segundo NBR 11706/1992 (ABNT, 1992). Massa específica Ρ = 2500 ± 50 kg/m3 Dureza ± 6,5 Mohs Módulo de elasticidade E = (75000 ± 5000) MPa Tensão de ruptura à flexão Tensão admissível de flexão Coeficiente de Poisson: - Para o vidro recozido: σ = (40 ± 5) MPa - Para o vidro de segurança temperado: σ = (180 ± 20)Mpa - Para o vidro recozido: σ = (13 ± 2) Mpa •- Para o vidro temperado : σ = (60 ± 4) Mpa 0,22 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Características físicas dos vidros Quadro 7 – Propriedades térmicas dos vidros comuns, segundo NBR 11706/1992 (ABNT, 1992). Calor específico entre 20ºc e 100ºc C = 0,19 Kcal/KgºC Coeficiente de condutibilidade térmica a 20ºc λ = (0,8 a 1) Kcal/mhºC Condutibilidade térmica da lã de vidro λ = 0,045 Kcal/mhºC Resistência ao choque térmico Depende do módulo de elasticidade, resistência à tração e do coeficiente de dilatação. É da ordem de 60oC (resiste mais ao choque calor-frio que ao contrário). Coeficiente de dilatação linear entre 20ºc e 220 ºc Α = 9 x 10-6 ºC-1 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades acústicas Quadro 8 – Índice de Redução Acústica (Rw) de vidros planos comuns (Fonte: SAINT-GOBAIN GLASS, 2000, p. 538). Espessura (mm) Massa Superficial (kg/m2) Rw (dB) 3 7,5 29 4 10 30 5 12,5 30 6 15 31 8 20 32 10 25 33 12 30 34 15 37,5 36 19 47,5 37 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades acústicas Quadro 9 – Índice de redução acústica de vidros duplos com câmara de ar (Rw) (Fonte: Scherer, 2005). Espaçamento entre vidros (mm) Espessura Total de lâminas de vidro (mm) 20 50 100 150 Índice de Redução Acústica Rw (Db) 12 31 33 33 33 14 32 33 33 34 16 33 34 34 34 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades óticas Ultravioleta Figura 11 – Efeitos físicos e biológicos da radiação ultravioleta (Fonte: Caram, 1998). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Propriedades óticas Infravermelho Figura 12 – Curva de transmissão esperada para um vidro ideal, em regiões com clima quente, como redutor da radiação solar (Fonte: Caram, 1998). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Reflexão, refração, absorção e transmissão Figura 13 – Propriedades óticas da luz quando incidindo sobre um material transparente (Fonte: Fanderlik, 1983, p. 61). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Reflexão, absorção e transmissão Quadro 10 – Índice de refração e coeficiente de absorção para diferentes cores de vidros frente à radiação solar (Fonte: Santos, 2002). Cor do vidro base Índice de refração (n) Coef. de absorção Total (at = m-1) Coef. de absorção Visível (avis = m-1) Incolor 1,62 19,8 7,6 Verde 1,62 100,0 48,0 Bronze 1,62 102,0 95,3 Cinza-fumê 1,62 124,0 114,3 Azul 1,62 154,0 98,0 Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Influência do ângulo de incidência nas características óticas dos vidros Figura 14 – Variação das características óticas do vidro plano comum incolor com o ângulo de incidência (Fonte: Santos, 2002, p. 162). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Relação do conforto visual e térmico com as características óticas dos vidros Figura 15 – Processos de ganhos de calor através da superfície transparente (Fonte: Lim et al., 1979, p. 228 – adaptada).ângulo de incidência (Fonte: Santos, 2002, p. 162). Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia