www.conservacaodeenergia.com.br AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO USO DE ISOLAMENTO TÉRMICO EM COBERTURAS E FACHADAS DE EDIFICIOS COMERCIAIS E DE ESCRITÓRIOS (1ª versão) Elaborado por: TechnoBuild Engenharia e Consultoria Ltda. Para: ABRALISO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Lãs Isolantes Florianópolis, outubro de 2007 1 www.conservacaodeenergia.com.br RESUMO EXECUTIVO Este relatório apresenta os resultados das simulações, no programa EnergyPlus, do comportamento térmico e energético de edificações representativas de um edifício de escritórios e de um galpão comercial, utilizando-se os dados do arquivo climático da cidade de São Paulo, com diferentes alternativas de percentual de abertura nas fachadas, densidade de cargas internas, e condições de isolamento térmico das paredes e coberturas opacas. O edifício de escritórios possui 15 pavimentos e dois subsolos com área em planta de 1.500 m². O percentual de área de aberturas em relação à fachada variou em 40% e 20%, sendo que este último valor foi utilizado em apenas uma das fachadas da edificação. Foram adotados três tipos de vidro: vidro refletivo (SHGC=0,49), vidro verde (SHGC=0,71) e vidro claro (SHGC=0,87). Dois valores de carga interna foram simulados: 20 W/m² e 60 W/m². A espessura de isolante térmico aplicado nas paredes foi de 25 mm e 40 mm, além dos casos simulados sem isolação. A fachada de aplicação do produto também variou. A outra tipologia simulada, o galpão comercial, possui 80x40m, percentual de área de abertura em relação à fachada de 20% e vidro refletivo (SHGC=0,49). Para o galpão, as densidades de carga interna adotadas foram 20 W/m² e 80 W/m². Foram aplicadas camadas de 25 mm, 75 mm e 100 mm de espessura de isolante térmico na cobertura e 25 mm e 40 mm nas paredes, variando-se a superfície de aplicação do isolante. A cobertura do galpão é em fibro-cimento, com transmitância de 4,6W/m². As paredes do galpão e do edifício de escritórios são em bloco de concreto, rebocadas, com transmitância de 2,75 W/m². As simulações mostraram que o consumo anual do edifício de escritórios apresenta maior redução em virtude do uso de isolantes nas paredes para densidades de carga interna baixas (20W/m²). Quando o WWR é de 40% obtém-se redução do consumo anual de energia elétrica em torno de 3%, e da carga instalada em condicionamento de ar em torno de 10%. A isolação de todas as fachadas apresenta melhores resultados em comparação com a isolação de apenas algumas fachadas. Quando todas as fachadas são isoladas, para os casos com diferenciação de WWR, o uso de isolamento reduz o consumo em torno de 4% e entre 15% e 11% a capacidade instalada, dependendo do tipo de vidro e da orientação. Quando apenas uma fachada é isolada, a redução no consumo é de 2% e na capacidade em torno de 8%, com relação aos casos sem isolação. Nos casos em que uma das fachadas possui WWR de 20%, onde o isolamento é aplicado, e as outras WWR de 40%, a maior variação de capacidade instalada foi verificada quando a fachada oeste recebeu isolação. O uso de isolante nas fachadas contribuiu para a redução do pico da carga de resfriamento, o que gerou uma redução significativa na capacidade instalada em condicionamento de ar. Por outro lado, o impacto causado no consumo anual da edificação foi menor. Pois, o uso do isolamento pode ser favorável em algumas horas do ano e em outras não, gerando uma compensação ao longo do ano. Porém, como o consumo por uso final da edificação aponta para uma parcela de pelo menos 30% devido ao sistema www.technobuild.com.br | [email protected] 2 www.conservacaodeenergia.com.br de condicionamento de ar, pode-se dizer que a redução no consumo total anual da edificação é apenas um terço do consumo do sistema de condicionamento de ar. Na análise dos resultados para o modelo do galpão, constatou-se que os benefícios do isolamento térmico da cobertura são significativos. Com a utilização de 25 mm de isolante na cobertura ocorre uma redução de 41% no consumo e 58% na capacidade instalada em sistema de condicionamento de ar para a densidade de carga interna de 20W/m². Para a densidade de 80W/m², a redução foi de 21%no consumo e 53% capacidade. Acrescentando-se uma espessura de isolante na cobertura maior que 25 mm, o valor do consumo anual e a capacidade instalada não variaram significativamente para ambas as densidades de carga interna instalada. Quando as paredes do galpão também foram isoladas, percebeu-se que não há diferença significativa nos valores de consumo e na capacidade instalada em condicionamento de ar quando nenhuma, ou uma ou mais fachadas são isoladas para os dois casos de densidade de carga interna. Devido à volumetria desse tipo de edificação, a maior parte do fluxo de calor ocorre pela cobertura, que possui área superior á área das paredes. Por isso, a influência no consumo não é significativa. Através das simulações concluiu-se que a isolação de paredes reduziu o consumo de energia do edifício de escritórios, principalmente com carga interna baixa, sendo a redução na capacidade instalada em ar-condicionado mais significativa. A relação entre o impacto na carga instalada em condicionamento de ar e o uso de isolamentos térmicos para o edifício de escritórios indica forte influência na demanda de energia a ser solicitada pela edificação. A utilização de isolantes térmicos em fachadas de edifícios de escritórios provoca redução da demanda de energia necessária para o abastecimento da edificação Portanto, o uso de isolantes em edificações com características semelhantes às simuladas é justificável devido ao custo de energia, ou seja, o impacto é significativo na redução de demanda. Para o galpão, os benefícios da isolação da cobertura são evidentes tanto no consumo quanto na capacidade instalada em sistemas de condicionamento de ar. www.technobuild.com.br | [email protected] 3 www.conservacaodeenergia.com.br SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 5 2 METODOLOGIA _________________________________________________________ 5 2.1 INTRODUÇÃO _________________________________________________________ 5 2.2 Caso básico ___________________________________________________________ 5 2.2.1 Edifício de Escritórios _______________________________________________ 6 2.2.2 Galpão Comercial __________________________________________________ 8 2.3 Dados Climáticos ______________________________________________________ 10 2.4 Balanço térmico_______________________________________________________ 10 2.5 Alternativas de simulação _______________________________________________ 11 3 RESULTADOS – Edifício de escritórios ______________________________________ 14 3.1 Caso Básico __________________________________________________________ 14 3.2 Alternativas Simuladas _________________________________________________ 15 3.2.1 WWR de 40% em todas as fachadas__________________________________ 15 3.2.2 WWR de 20% em uma das fachadas e 40% nas fachadas restantes ________ 17 3.3 4 RESULTADOS – Galpão Comercial _________________________________________ 21 4.1 Caso Básico __________________________________________________________ 21 4.2 Alternativas Simuladas _________________________________________________ 22 4.2.1 Cobertura isolada _________________________________________________ 22 4.2.2 Cobertura e fachadas isoladas _______________________________________ 23 4.3 5 Balanço térmico_______________________________________________________ 19 Balanço Térmico ______________________________________________________ 24 Conclusões ____________________________________________________________ 26 www.technobuild.com.br | [email protected] 4 www.conservacaodeenergia.com.br Apêndice A – Valores de Consumo e capacidade instalada em condicionamento de ar para os casos simulados do edifício de escritórios. ______________________________________________ 29 Apêndice B – Valores de Consumo e capacidade instalada em condicionamento de ar para os casos simulados do galpão comercial. _________________________________________________ 33 www.technobuild.com.br | [email protected] 5 www.conservacaodeenergia.com.br 1 INTRODUÇÃO Este estudo apresenta os resultados das simulações térmicas realizadas para um edifício de escritórios e para um galpão comercial. O comportamento térmico e energético das edificações foram simulados no programa EnergyPlus, com arquivo climático representativo da cidade de São Paulo, com diferentes alternativas de percentual de abertura nas fachadas, densidade de cargas internas, e condições de isolamento térmico das paredes e coberturas opacas. O objetivo deste estudo é estabelecer relações entre a aplicação de isolantes térmicos em coberturas e paredes e a redução no consumo de energia elétrica e na carga instalada em condicionamento de ar daquelas edificações. 2 METODOLOGIA 2.1 INTRODUÇÃO O edifício de escritórios e o galpão comercial foram modelados de acordo com o código de interpretação do programa EnergyPlus. Para cada zona térmica dos modelos foram definidos os valores de carga interna, incluindo: sistema de iluminação, equipamentos elétricos e ocupação (pessoas). Rotinas de ocupação e uso dos sistemas das edificações foram estabelecidos e representados através de schedules no programa de simulação. O modelo do sistema de condicionamento de ar é similar a um sistema de água gelada, composto por resfriadores de líquido, fan-coils e bombas. Sobre o modelo base de cada edificação foram criadas alternativas, variando-se o percentual de abertura nas fachadas e a sua respectiva orientação, a transmitância térmica das paredes e coberturas e a densidade de cargas internas (iluminação, pessoas e equipamentos elétricos). 2.2 CASO BÁSICO Para ambos os prédios foi adotada uma parede de referência, composta por blocos de concreto (14x19x39), com argamassa de assentamento de 1 cm de espessura e reboco de 2,5 cm em ambas as faces. A transmitância total desse componente é de 2,50 W/m².K. www.technobuild.com.br | [email protected] 6 www.conservacaodeenergia.com.br Para variar a transmitância térmica das paredes foi adicionada uma camada de isolante pelo lado externo da parede de referência, protegida por um revestimento. Para variar a transmitância térmica da cobertura foi adicionado um isolante térmico sob a cobertura do galpão e sobre a laje do edifício comercial, nesse caso protegido por um revestimento. A absortância à radiação solar das paredes e coberturas foi mantida em 70%, para todas as alternativas. As janelas foram representadas por vidro refletivo de 6 mm de espessura, SHGC de 0,49. Os padrões de uso das cargas internas e do sistema de condicionamento de ar foram modelados para representar atividades de escritórios de serviços e atividades de um galpão comercial. 2.2.1 Edifício de Escritórios O caso básico representativo do edifício de escritórios possui um total de 15 pavimentos + 2 subsolos para garagens, com ocupação exclusiva para escritórios de serviços. A área projetada de é 1.500 m², sendo a parcela de 20% de área não-condicionada em cada pavimento, correspondente a escadas, elevadores e sanitários. A relação entre área de janela e fachada (WWR) é de 40%. O croqui, apresentado na Figura 1, indica as dimensões sugeridas para o pavimento tipo deste modelo. A área sombreada representa a zona não condicionada. Para o edifício de escritórios será adotada como cobertura de referência laje maciça de concreto, com 27 cm de espessura, com transmitância total de 2,75 W/m².K. Figura 1 - Croqui do pavimento tipo do edifício de escritórios, com dimensões apresentadas em metros, sem escala. A densidade de carga interna leva em consideração a potência instalada em iluminação artificial, a densidade de ocupação e equipamentos elétricos em cada zona térmica. A opção de 20 W/m², adotada para o caso básico, representa um sistema de iluminação eficiente (11 W/m²) e escritório com baixa densidade de ocupação, com cerca de 30 m² por pessoa. Para representar a carga de equipamentos elétricos – especialmente microcomputadores – considera-se cerca de 150 W para cada ocupante do prédio. www.technobuild.com.br | [email protected] 7 www.conservacaodeenergia.com.br As rotinas de ocupação e de 90% possuem 70% valores diferenciados para os dias úteis e finais de semana. Durante os dias de semana, no período 80% Ocupação_ funcionamento equipamentos 100% (exclusive) a Sábados 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% compreendido entre 9h e 18h Dias de semana 0h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h Figura 2 – Schedule de ocupação para o edifício de escritórios. edificação possui 100% de ocupação, como mostra a Figura 2. A partir desse horário a ocupação é de 50% e depois 25%. Aos sábados, a ocupação é de 10% do total e ocorre entre 9h e 13h. O padrão de uso da iluminação e dos equipamentos é o mesmo, como pode ser observado na Figura 3 e na Figura 4. Porém, durante o período noturno, entre 20h e 9h, e aos sábados, 5% da iluminação total é utilizada e apenas 2,5% do total de equipamentos é ligado. 100% 90% 80% Dias de semana Sábados Iluminação_ 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h Figura 3 – Padrão de uso de iluminação para o edifício de escritórios. 100% 90% 80% Dias de semana Sábados Equipamentos_ 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h Figura 4 – Padrão de uso de equipamentos para o edifício de escritórios. www.technobuild.com.br | [email protected] 8 www.conservacaodeenergia.com.br O sistema de condicionamento 1 Dias de semana de ar pode funcionar entre 8h e 18h Sábados e 12h durante os sábados, dependo HVAC_ durante os dias de semana e entre 9h das condições ambientais. A Figura 5 apresenta o padrão de uso do sistema. Foi considerada uma taxa de infiltração de 0,3 trocas de ar por hora. 0 0h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h Figura 5 – Padrão de uso do sistema de condicionamento de ar. 2.2.2 Galpão Comercial O galpão comercial possui um pavimento com área aproximada de 3.200 m² e pé-direito de 10 m. A área é totalmente condicionada, representando um supermercado ou loja de departamentos. O croqui apresentado na Figura 6 indica as dimensões sugeridas para o modelo do galpão. A área sombreada (90% do total) representa o espaço destinado às atividades típicas de um supermercado ou loja de departamentos. O restante, 10% da área total, é destinado a atividades de escritórios. Figura 6 - Croqui do galpão comercial, com dimensões apresentadas em metros, sem escala. A área de janela com relação à fachada é de 20% e a cobertura de referência é composta por telhas de fibro-cimento sem forro, com transmitância total de 4,6 W/m².K. Para a atividade típica, considerou-se um único padrão de uso e ocupação para os dias úteis e finais de semana. A ocupação ocorre entre 7h e 22h, sendo que, durante a última hora, a ocupação é de 50% do total. www.technobuild.com.br | [email protected] 9 www.conservacaodeenergia.com.br 100% 90% 80% 70% Ocupação_ 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h Figura 7 – Padrão de ocupação para o galpão comercial. O padrão de uso da iluminação e dos equipamentos é o mesmo para o galpão comercial. Entre 7h e 22h todas as lâmpadas e equipamentos foram considerados em funcionamento. Às 22h, metade dos equipamentos e da iluminação está em uso. E a partir desse horário, 5% da iluminação e 2,5% dos equipamentos continuam em funcionamento. 100% 90% 80% Iluminação_ 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h Figura 8 – Padrão de uso da iluminação para o galpão comercial. 100% 90% 80% Equipamentos_ 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h 23h Figura 9 – Padrão de uso dos equipamentos para o galpão comercial. O sistema de condicionamento de ar pode funcionar durante o período compreendido entre 7h e 21h dependendo das condições externas e do ambiente. A taxa de infiltração adotada foi de 0,3 trocas de ar por hora. www.technobuild.com.br | [email protected] 10 www.conservacaodeenergia.com.br 2.3 DADOS CLIMÁTICOS Os programas de simulação térmica reproduzem as condições climáticas através de arquivos representativos do clima de determinada região. O EnergyPlus, por exemplo, necessita de um arquivo climático com registro horário de dados de temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido, velocidade e direção do vento, etc., para o período de um ano, ou seja, 8760 horas. O Ano Climático de Referência – TRY (Test Reference Year), utilizado nas simulações, é um conjunto de dados climáticos horários, obtido através da análise de uma série de 10 anos, da qual foi extraído um ano sem extremos de temperatura. 2.4 BALANÇO TÉRMICO Pode-se dizer que existem dois tipos de superfícies com relação ao comportamento térmico: as superfícies que armazenam calor e as superfícies que transferem calor. As que armazenam energia são as superfícies internas que dividem espaços que possuam a mesma temperatura. E as que transferem energia são as superfícies externas ou internas que separam espaços com temperaturas diferentes. O balanço de energia para cada elemento da edificação envolve os processos de condução, convecção e de radiação, os quais ocorrem nas superfícies internas e externas. Os ganhos de calor internos: sistema de iluminação, sistema de condicionamento de ar, equipamentos e pessoas são de extrema importância para o cálculo do balanço térmico na edificação. As superfícies interagem com o balanço térmico do ar da zona por convecção. O balanço térmico do ar envolve o processo de convecção em relação às cargas internas, em relação ao ar que o sistema de condicionamento insere na zona e em relação aos sistemas de ventilação e infiltração presentes na zona térmica. Os resultados do balanço térmico baseiam-se no cálculo por convecção entre as temperaturas internas de cada superfície (cobertura, paredes, piso e janelas) com a temperatura do ambiente no qual está inserida. A área de cada elemento construtivo é multiplicada pela diferença de temperatura entre a superfície e o ar interno da zona e depois multiplicado pelo coeficiente de convecção referente a cada superfície. Na soma destas multiplicações é adicionado o ganho total do sistema de iluminação, os ganhos com equipamentos e pessoas, e os valores referentes ao ganho ou perda por infiltração de ar hora a hora. A soma horária do balanço térmico representa o quanto de calor deve ser adicionado ou retirado do ambiente para atender a temperatura de controle adotada. A carga térmica é o calor a ser fornecido ou extraído do ar, por unidade de tempo, para manter o ambiente nas condições desejadas. Esta carga está relacionada com os ganhos de calor por radiação, condução e convecção, infiltração e renovação de ar; ganhos internos através de pessoas, iluminação artificial, motores e cargas especiais. www.technobuild.com.br | [email protected] 11 www.conservacaodeenergia.com.br 2.5 ALTERNATIVAS DE SIMULAÇÃO A partir do caso básico de cada edificação foram propostas alternativas de simulação, com o objetivo de mapear os casos para os quais o uso de isolação melhora o desempenho térmico da edificação e o impacto no consumo de energia e no dimensionamento do sistema de condicionamento de ar. Pois, se o isolamento térmico é capaz de reduzir a carga térmica instantânea para certas condições de projeto de edificações, certamente haverá uma redução na necessidade de carga instalada em condicionamento de ar. As alternativas contemplam mudanças no envelope das edificações – percentual de abertura nas fachadas e fachada envidraçada, tipo de vidro, transmitância térmica de paredes e cobertura – e na densidade de carga interna das áreas climatizadas. A Tabela 1 apresenta os valores adotados nos parâmetros variados nas simulações das duas edificações. As duas edificações possuem volumetrias diferentes, por esse motivo, para o edifício de escritórios, foi dada ênfase na variação do percentual de abertura, tipo de vidro e transmitância térmica das paredes. Para o galpão comercial priorizou-se a variação na transmitância térmica da cobertura. Tabela 1 – Valores adotados nos parâmetros variados nas simulações dos dois edifícios. Características Edifício de escritórios Galpão industrial/comercial 20% Percentual de abertura nas fachadas: 40% 20% 60% 80% SHGC=0,49 SHGC=0,71 SHGC=0,87 Tipo de vidro 1 com valor fixo de 20% e as demais com percentuais variáveis Fachadas envidraçadas SHGC=0,71 2 fachadas envidraçadas 4 fachadas com valores variáveis Espessura de isolante aplicado nas paredes Espessura de isolante aplicado na cobertura: zero mm zero mm 25 mm 25 mm 40 mm 40 mm zero mm zero mm 25 mm 25 mm 75 mm 100 mm Densidade de carga interna das áreas climatizadas 20 W/m² 20 W/m² 60 W/m² 80 W/m² www.technobuild.com.br | [email protected] 12 www.conservacaodeenergia.com.br A Tabela 2 apresenta a composição dos diferentes valores de densidade de carga interna adotada. A importância desse parâmetro está no fato de que simulações realizadas em pesquisas anteriores mostraram que os benefícios do isolamento térmico de paredes em alguns climas brasileiros são altamente dependentes da geração de calor interno na edificação. Prédios com alta densidade de carga interna necessitam de um envelope com resistência térmica mais baixa para permitir maior dissipação de calor. Prédios mais eficientes, com carga interna mais baixa, teriam maior necessidade de isolamento térmico em suas paredes. Tabela 2 – Composição dos valores de densidade de cargas internas adotadas. Densidade = 20 W/m² Qtd W/m² Ilum. (w/m²) 11 11,00 Pes. (m²/pes) 30 4,00 Equip. (W/pes) 150 5,00 Total 20,00 Densidade = 60 W/m² Qtd W/m² Ilum. (w/m²) 19,5 19,50 Pes. (m²/pes) 6,7 18,00 Equip. (W/pes) 150 22,50 Total 60,00 Densidade = 80 W/m² Qtd W/m² Ilum. (w/m²) 26 26,00 Pes. (m²/pes) 5 24,00 Equip. (W/pes) 150 30,00 Total 80,00 As alternativas resultaram da combinação dos diversos valores dos parâmetros apresentados. Porém, a combinação dos parâmetros seguiu os fluxogramas apresentados na Figura 10 e na Figura 11. www.technobuild.com.br | [email protected] 13 www.conservacaodeenergia.com.br WWR=40% ILD=20W/m² 3WWR40% E 1WWR20% ILD=60W/m² ILD=20W/m² SHGC=0,49 SHGC= 0,71 SHGC= 0,87 ISOLANTE (mm) 0 25 40 Todas as fachadas ILD=60W/m² ISOLANTE (mm) 0 40 N N/L/O L N/O 25 40 25 Todas as fachadas 40 1WWWR20% N L O O Figura 10 – Fluxograma das alternativas de simulação para o edifício de escritórios. WWR=20% ILD=20W/m² ILD=80W/m² SHGC=0,49 ISOLANTE COBERTURA (mm) ISOLANTE PAREDE(mm) 25 0 25 75 40 100 N N/L/O L N/O O Figura 11 – Fluxograma das alternativas de simulação para o galpão comercial. www.technobuild.com.br | [email protected] 14 www.conservacaodeenergia.com.br 3 RESULTADOS – EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS 3.1 CASO BÁSICO A Figura 12 apresenta o modelo em 3 dimensões do edifício de escritórios gerado pelo programa EnergyPlus e o zoneamento da edificação. A zona térmica 5 representa o volume de ar não condicionado, ou seja, escadas, elevadores, área de circulação e sanitários. As outras zonas térmicas são condicionadas. Zona1 N Zona5 Zona2 Zona4 Zona3 N Figura 12 – Modelo 3D gerado pelo programa EnergyPlus e zoneamento da edificação. Observando-se o consumo por uso final do caso básico, através da Figura 13, percebe-se 48% do total é devido à iluminação e 35% do consumo total se deve ao sistema de condicionamento de ar. Os equipamentos representam 17% do consumo total. O caso básico possui densidade de carga instalada de 20W/m², dos quais 11 W/m² são resultantes de um sistema de iluminação eficiente, 4W/m² representam uma baixa densidade de ocupação, com cerca de 30 m² por pessoa. Os 5W/m² restantes representam a carga de equipamentos elétricos – especialmente microcomputadores – nos quais considera-se cerca de 150 W para cada ocupante do prédio. Equipamentos 17% Iluminação HVAC 35% 48% Figura 13 – Consumo por uso final do caso básico. www.technobuild.com.br | [email protected] 15 www.conservacaodeenergia.com.br 3.2 ALTERNATIVAS SIMULADAS As alternativas simuladas para o edifício de escritórios são apresentadas de acordo com a razão de área envidraçada por fachada, ou WWR – Windown Wall Ratio. Os valores de WWR adotados foram de 40% para todas as fachadas, e de 20% em uma fachada e 40% nas fachadas restantes. 3.2.1 WWR de 40% em todas as fachadas Os valores de consumo anual para os casos em que a área de abertura por fachada é 40% são apresentados na Figura 14. No eixo das abscissas estão os valores de espessura de isolante utilizados nas fachadas, variando em zero mm, 25 mm e 40 mm. Os pontos em verde representam os casos com a densidade de carga interna (ILD) de 20W/m² e os pontos em azul representam os casos com densidade de carga interna de 60W/m². A redução do consumo anual com a utilização de 40 mm de isolante é maior para os casos com menor densidade de carga interna, em torno de 3% dependendo do tipo de vidro adotado. Para os casos com densidade de carga interna mais alta, a redução no consumo foi pequena, por volta de 0,2%. Ou seja, para prédios mais eficientes, geralmente prédios novos, que possuem densidade de carga interna baixa, o uso de isolantes térmicos em fachadas se torna um investimento mais atraente do que para prédios antigos, para os quais seria necessário um retrofit em iluminação e equipamentos visando reduz a carga interna. ILD = 20W/m2 WWR = 40% ILD = 60W/m2 4500 Consum o (MWh) 4000 -0,2% -0,2% SHGC: 0,49 SHGC: 0,87 -0,3% 3500 3000 SHGC: 0,71 2500 -3,2% -3,1% 2000 -2,7% 40 25 0 40 25 0 40 25 0 1500 Espessura de isolante (mm) Figura 14 – Valores de consumo total anual para isolação em todas as fachadas, WWR=40%. A redução na capacidade instalada é mais significativa para os casos com ILD de 20W/m², como mostra a Figura 15. A redução foi maior quando se utilizou vidro incolor na fachada, 10,6% e utilizando-se o vidro refletivo – 10,5%. Para os casos com ILD de 60W/m², a redução na carga instalada foi de 4,4% para o vidro refletivo, 4,9% para o vidro simples e 4,2% para o vidro verde. www.technobuild.com.br | [email protected] 16 www.conservacaodeenergia.com.br WWR=40% 20W/m² -4,2% SHGC: 0,49 900 Capacidade AC (TR) (TR) Capacidade AC 60W/m² -4,9% 1000 800 SHGC: 0,87 -4,4% 700 SHGC: 0,71 -10,5% 600 500 -8,2% -10,6% 40 25 0 40 25 0 40 0 25 400 Espessura isolante (mm) Figura 15 – Valores de capacidade instalada para isolação de todas as fachadas, WWR=40%. Isolando-se apenas algumas fachadas da edificação, observa-se um aumento do consumo com relação ao caso com todas as fachadas isoladas com 40 mm (Figura 16). Para ILD de 60W/m², o aumento no consumo anual foi pequeno ou até mesmo nulo em alguns casos, como ocorre na maioria das opções de isolação de fachada para o vidro com SHGC de 0,71. Nesses casos, o uso do isolamento em algumas fachadas traria o mesmo benefício que a isolação de todas as fachadas. WWR = 40% 20W/m2 60W/m2 4500 Consumo (MWh) 4000 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 1% 0% 0% 1% 0% 0% 0% 0% 1% 2% Norte Leste Oeste N/L/O N/O 3500 3000 SHGC: 0,49 SHGC: 0,87 SHGC: 0,71 2500 2000 4% 3% 2% 3% 1% 2% 2% 2% 1% 2% Norte Leste Oeste N/L/O N/O 3% 2% 2% 1500 Norte Leste Oeste N/L/O N/O Espessura de isolante (40 mm) Figura 16 – Valores de consumo total anual para isolação de algumas fachadas, WWR=40%. O mesmo comportamento ocorrido com o consumo anual dos casos com isolação em apenas algumas fachadas é observado nos resultados de capacidade instalada em sistema de condicionamento de ar (Figura 17). Ocorre um aumento da capacidade instalada dos casos com isolação de 1, 2 ou 3 fachadas com relação aos casos com aplicação de isolante térmico nas 4 fachadas. As maiores diferenças são observadas quando se isola apenas uma fachada, nessa ordem: norte, leste e oeste. As menores diferenças ocorrem quando as três fachadas, norte, leste e oeste são isoladas. A utilização de isolante térmico nas fachadas norte e oeste equipara-se ao uso desse material apenas na fachada oeste. www.technobuild.com.br | [email protected] 17 www.conservacaodeenergia.com.br 20W/m² WWR=40% 1000 Capacidade AC (TR) 900 5% 6% 4% 4% 4% 5% 4% SHGC: 0,87 3% 1% 3% SHGC: 0,71 SHGC: 0,49 600 500 1% 3% 2% 4% 800 700 3% 60W/m² 10% 10% 6% 7% 2% 7% 6% 1% 6% 8% 6% 4% 4% 1% 6% 400 Norte Leste Oeste N/L/O N/O 40 Norte Leste Oeste N/L/O N/O 40 Norte Leste Oeste N/L/O N/O 40 40mm 40mm 40mm 40mm mm 40mm 40mm 40mm 40mm mm 40mm 40mm 40mm 40mm mm Espessura isolante (mm) Figura 17 – Valores de capacidade instalada para isolação em algumas fachadas, WWR=40%. 3.2.2 WWR de 20% em uma das fachadas e 40% nas fachadas restantes Foram consideradas duas alternativas para os casos com diferenciação de WWR nas fachadas norte, leste e oeste: todas as fachadas isoladas e apenas a fachada com WWR de 20% isolada. A Figura 18 apresenta os valores de consumo para a primeira opção. A redução no consumo anual devido ao uso de isolante térmico para essa disposição de área de janela nas fachadas é pequena quando a densidade de carga interna é alta, ou seja, 60W/m². Nesses casos a redução é em torno de 1%. Para a densidade de carga interna de 20W/m² a utilização de isolante térmico resultou em uma redução máxima de 4% no consumo anual. Para o vidro refletivo (SHGC=0,49), a maior redução é observada quando a fachada oeste possui WWR de 20%. Para o vidro simples, a maior redução é observada quando as fachadas oeste e leste possuem área de janela reduzida, e para o vidro verde, a fachada leste proporciona maior redução no consumo. Comparando-se as fachadas na qual a área de janela é reduzida (WWR20%), o menor consumo ocorre quando essa fachada é oeste, para as duas densidades de carga interna e para os três tipos de vidro. 3xWWR: 40% e 1WWR: 20% Norte Leste Oeste 4500 -1%O 0% -1%L 4000 Consumo (MWh) ILD=60W/m² 3500 3000 SHGC: 0,87 SHGC: 0,49 SHGC: 0,71 2500 -4%O,L -4%O 2000 -4%L ILD=20W/m² 1500 0 25 40 0 25 40 0 25 40 Espessura de isolante (mm) Figura 18 – Valores de consumo total anual para isolação de todas as fachadas, 3xWWR=40% e 1xWWR=20%. www.technobuild.com.br | [email protected] 18 www.conservacaodeenergia.com.br Apesar da redução observada no consumo ser pequena para os casos com densidade de carga interna alta, a redução da capacidade instalada em sistema de condicionamento de ar é de até 8% utilizando-se vidro refletivo (SHGC=0,49) e de até 7% utilizando-se os vidros simples (SHGC=0,87) e verde (SHGC=0,71), considerando-se 40 mm de isolante térmico por fachada. Com a densidade de carga interna menor, 20W/m², a redução na capacidade instalada é expressiva, chegando a 15% para o vidro refletivo, 14% para o vidro simples e 11% para o vidro verde. A fachada oeste apresentou-se como melhor opção para a redução da área de janela, resultando em menores valores de capacidade instalada com relação às fachadas norte e leste. 3xWWR=40%e 1WWR:20% Leste Oeste -7%L -8%O 900 Capacidade CapacidadeAC AC(T (TR) Norte -7%O 1000 ILD=60W/m² 800 700 SHGC: 0,87 SHGC: 0,71 SHGC: 0,49 600 ILD=20W/m² 500 -14%O 400 0 25 40 0 -15%O 25 -11%L 40 0 25 40 Espessura isolante (mm) Figura 19 – Valores de capacidade instalada em sistema de condicionamento de ar para isolação de todas as fachadas, 3xWWR=40% e 1xWWR=20%. Aplicando-se o isolante térmico apenas na fachada com WWR de 20%, obtêm-se os valores de consumo apresentados na Figura 20 e os valores de capacidade instalada apresentados na Figura 21. Com relação ao consumo, pode-se dizer que, independente da densidade de carga interna, 20W/m² ou 60W/m², os valores são muito próximos entre as fachadas norte, leste e oeste. A redução observada no consumo é menos significativa, pois a área de fachada isolada é menor. Houve redução no consumo para os casos com densidade de carga interna de 60W/m² apenas quando o vidro refletivo foi utilizado, redução máxima de 1% quando a fachada isolada foi a oeste. O consumo anual foi reduzido no máximo em 2% para a densidade de carga interna de 20W/m² para os três tipos de vidro. 3xWWR: 40% e 1xWWR:20% Norte Leste Oeste 4500 -1%O 0% 0% Consumo (MWh) 4000 3500 ILD=60W/m² 3000 SHGC: 0,49 SHGC: 0,87 SHGC: 0,71 -2%O,L -2%O,L 2500 -2%O 2000 ILD=20W/m² 1500 0 25 40 0 25 40 0 25 40 Espessura de isolante (mm) Figura 20 – Valores de consumo total anual para isolação das fachadas com WWR de 20%, 3xWWR=40% e 1xWWR=20%. www.technobuild.com.br | [email protected] 19 www.conservacaodeenergia.com.br Os menores valores de capacidade instalada em sistema de condicionamento de ar são obtidos com a isolação da fachada oeste (Figura 21), que proporciona também as maiores reduções na capacidade instalada com relação ao caso correspondente sem isolação. Utilizando-se 40 mm de isolante na fachada com WWR de 20%, obteve-se uma redução máxima de 4% para o vidro refletivo, 3% para o vidro simples e 2% para o vidro verde, quando a densidade de carga interna foi de 60W/m². A máxima redução na capacidade instalada foi de 8% para os vidros refletivo e simples e 6% para o vidro verde. Norte 3xWWR:40% e 1xWWR:20% -3%O 1000 Leste -2%L,O -4%O 900 Capacidade AC (TR) Oeste ILD=60W/m² 800 SHGC: 0,71 SHGC: 0,87 700 SHGC: 0,49 600 ILD=20W/m² 500 -8%O -6%O 400 0 25 -8%O 40 0 25 40 0 25 40 Espessura isolante (mm) Figura 21 – Capacidade instalada em condicionamento de ar para isolação das fachadas com WWR de 20%, 3xWWR=40% e 1xWWR=20%. 3.3 BALANÇO TÉRMICO Foram escolhidos dois casos para a apresentação do balanço térmico, o primeiro é o caso básico, que não possui isolação nas fachadas e o segundo é o caso 2, que possui as mesmas características do caso básico, porém as paredes possuem isolante térmico de 40mm de espesssura. Os resultados são apresentados na Figura 22. Do lado esquerdo é apresentado o caso básico e do lado direito o caso 2. Os gráficos superiores são referentes ao balanço térmico anual e os inferiores são representativos da carga térmica horária para o dia de pico. Os valores referentes à carga térmica de cobertura, janelas, iluminação, infiltração, pessoas e equipamentos não varia entre os dois casos. Devido ao tipo de vidro adotado nesses casos, vidro refletivo (SHGC=0,49), a carga térmica resultante das janelas não é tão expressiva se comparada à carga térmica proveniente de paredes, piso e cobertura. Nota-se que a superfície do piso dos casos simulados apresenta uma grande parcela de ganhos de calor. Isto acontece em razão do piso estar ganhando calor por irradiação proveniente das janelas. Utilizando-se isolamento nas paredes, reduziu-se a carga térmica de pico de resfriamento do sistema de condicionamento de ar em 1000kWh. Essa redução se reflete no balanço térmico anual, pois a carga térmica integrada para o caso básico que era de 78kWh/m² passou a ser 68 kWh/m² com www.technobuild.com.br | [email protected] 20 www.conservacaodeenergia.com.br a utilização do isolamento na fachada. A carga térmica anual de paredes e piso também foi reduzida com a aplicação da isolação. Caso Básico - Zona 1 Caso 2 - Zona 1 80 80 60 60 7000 3000 Equipamentos Pessoas Infiltração Iluminação Cobertura Piso 1000 24h 23h 22h 21h 20h 0 19h -500 18h 24h 23h 22h 21h 20h 19h 18h 17h 16h 15h 14h 13h 12h 9h 11h 10h 8h 7h 6h 5h 4h 3h 0 2h -500 2000 0 17h 1000 16h 0 3000 500 15h 2000 14h 500 4000 1000 13h 3000 12h 1000 5000 1500 11h 4000 9h 1500 6000 2000 10h 5000 8h 2000 7000 2500 7h 6000 6h 2500 8000 Caso 2 2h Caso Básico 1h 3000 9000 Horas do dia 25/02 Horas do dia 26/12 HVAC Paredes Janelas Piso Iluminacão Infiltração Equipamentos Pessoas Cobertura HVAC Paredes Janelas Piso Iluminação Infiltração Equipamentos Pessoas Figura 22 – Balanço térmico para dois casos simulados. www.technobuild.com.br | [email protected] Cobertura Consumo HVAC (kWh) 3500 Carga térmica (kWh) 4000 8000 Consumo HVAC (kWh)- 9000 3500 5h Equipamentos Pessoas Infiltração Iluminação Cobertura Piso Janelas Paredes HVAC -20 4000 1h Carga térmica (kWh)- -20 HVAC 0 0 Janelas 20 4h 20 40 3h 40 Paredes kWh/m² 100 kWh/m² 100 21 www.conservacaodeenergia.com.br 4 RESULTADOS – GALPÃO COMERCIAL 4.1 CASO BÁSICO A Figura 23 apresenta o modelo em três dimensões do galpão comercial gerado pelo programa EnergyPlus, bem como o zoneamento adotado. Zona 1 N Zona 2 N Figura 23 - Modelo 3D do galpão gerado pelo programa EnergyPlus e zoneamento da edificação. Devido ao tipo de atividade desenvolvida nessa edificação, o consumo de energia elétrica está intimamente ligado ao consumo do sistema de condicionamento de ar. Fato este que fica evidenciado no consumo por uso final da edificação (Figura 24). 72% do consumo total anual de energia elétrica é devido ao sistema de condicionamento de ar. O consumo com iluminação é de 19% e o consumo com equipamentos é de 9%. Equipamentos Iluminação 19% 9% HVAC 35% HVAC 72% Figura 24 – Consumo por uso final do caso básico. www.technobuild.com.br | [email protected] 22 www.conservacaodeenergia.com.br 4.2 ALTERNATIVAS SIMULADAS Os resultados das alternativas de isolação de superfícies simuladas para o galpão são apresentados em dois grupos: isolação da cobertura e isolação da cobertura e fachadas simultaneamente. 4.2.1 Cobertura isolada A Figura 25 apresenta os valores de consumo total anual para os casos com isolação da cobertura. No eixo das abscissas constam os valores de espessura de isolante utilizado. A primeira coluna, em verde, representa os valores de consumo para densidade de carga interna de 20W/m². E a segunda coluna, em azul, representa a densidade de carga interna de 80W/m². Para essa densidade de carga interna, a utilização de 25mm de isolante na cobertura resultou em uma redução de 21% no consumo total anual. Utilizando-se a mesma espessura de isolante, porém para a densidade de 20W/m², a redução foi de 41%. Aumentando a espessura do material de isolamento para 100mm obtém valores próximos aos anteriores. A redução no consumo é de 25% para a densidade de carga interna alta e de 49% para a densidade de carga interna baixa. Portanto, devido ao custo do material e da redução proporcionada, a utilização de 25 mm de isolante torna-se mais atrativa. Sem fachadas isoladas 20W/m² 80W/m² Consumo (MWh) 2500 1966 2000 1550 1483 1500 1475 1064 1000 623 552 543 500 0 0 25 75 100 Espessura de isolante da cobertura (mm) Figura 25 – Consumo total anual para os casos com isolação da cobertura. A capacidade instalada em condicionamento de ar, apresentada na Figura 26, sofreu uma maior redução em decorrência do uso de isolamento térmico na cobertura. Utilizando-se 25 mm de isolante, a redução foi de 47% em comparação com o caso cuja cobertura não era isolada para a densidade de potência de 80W/m² e de 58% para a menor densidade de carga interna, ou seja, 20W/m². Aumentando a espessura de isolante para 75 mm, a redução foi de 55% para a densidade de carga interna de 80W/m² e de 67% para 20W/m². A redução na capacidade instalada em condicionamento de ar é pequena quando são comparados os casos com isolação de 75 mm e 100 mm. Portanto, a utilização de espessuras maiores do que 75mm para os casos em questão não são viáveis com relação à redução na capacidade instalada em condicionamento de ar. A utilização de 25mm de isolante apresentou-se como alternativa mais atrativa. www.technobuild.com.br | [email protected] 23 www.conservacaodeenergia.com.br 20W/m² Sem fachadas isoladas 80W/m² 600 500 Capacidade (TR) 500 418 400 265 300 226 222 177 200 137 132 100 0 0 25 75 100 Espessura de isolante da cobertura (mm) Figura 26 – Capacidade instalada em condicionamento de ar para os casos com isolação da cobertura. 4.2.2 Cobertura e fachadas isoladas Para esse grupo de alternativas são apresentados os resultados das simulações para três condições de isolação das fachadas: a) Isolação de uma fachada utilizando-se isolante de 40 mm de espessura, variando-se a orientação de aplicação do produto nas fachadas norte, leste e oeste; b) Isolação das fachadas norte, leste e oeste simultaneamente; c) Isolação das fachadas norte e oeste. Além desses casos, foram simuladas alternativas com isolante de 25 mm de espessura aplicado na fachada. A isolação da cobertura variou entre zero mm e 100 mm. A Figura 27 apresenta, do lado esquerdo, os resultados para a densidade de carga interna de 20W/m², e do lado direito os valores de consumo total anual para a densidade de carga interna de 80W/m². Analisando-se os valores de consumo para os dois casos de densidade de carga interna, percebe-se que não há diferença significativa quando nenhuma, ou uma ou mais fachadas são isoladas. Devido à volumetria desse tipo de edificação, a maior parte do fluxo de calor ocorre pela cobertura que possui uma área superior á área das paredes. Por isso, a influência no consumo não é significativa. O mesmo acontece com a capacidade instalada em condicionamento de ar, Figura 28, não há variação significativa quando o isolamento térmico é aplicado nas fachadas, independentemente da espessura de isolamento utilizada na cobertura. www.technobuild.com.br | [email protected] 24 www.conservacaodeenergia.com.br ILD:80W/m² 2500 2000 2000 Consumo (MWh Consumo (MW ILD:20W/m² 2500 1500 1000 1500 1000 4 500 500 0 0 0 25 75 0 100 Nenhuma Norte Leste Oeste N/L/O 25 75 100 Espessura de isolante da cobertura (mm) Espessura de isolante da cobertura (mm) Nenhuma N/O Norte Leste Oeste N/L/O N/O Figura 27 – Consumo total anual para os casos com isolação das fachadas (40 mm) e da cobertura. ILD:20W/m² ILD:80W/m² 600 500 500 Capacidade (T 600 400 300 200 100 400 300 4 200 100 0 0 0 25 75 100 Espessura de isolante da cobertura (mm) Nenhuma Norte Leste Oeste N/L/O N/O 0 25 75 100 Espessura de isolante da cobertura (mm) Nenhuma Norte Leste Oeste N/L/O N/O Figura 28 – Capacidade instalada em condicionamento de ar para os casos com isolação das fachadas (40mm) e da cobertura. 4.3 BALANÇO TÉRMICO A análise do balanço térmico foi realizada para dois casos distintos. O primeiro deles é o caso básico, ou seja, sem isolação de fachadas e coberturas. O segundo é o caso 3, que possui 100 mm de isolante na cobertura. No balanço anual, a carga térmica da cobertura do caso básico é de 109kWh/m². Com a utilização da isolação, a cobertura passa a responder por apenas 15kWh/m². Em razão disso, a carga relacionada ao sistema de condicionamento de ar também foi reduzida, passando de 238kWh/m² para 83kWh/m². Na análise horária para o dia de pico, observa-se que a curva de consumo do sistema de condicionamento de ar acompanha a curva de carga térmica da cobertura durante o dia e das paredes e piso durante a noite. Por trata-se de uma cobertura com baixa inércia térmica, a cobertura de fibro-cimento praticamente não armazena calor, transferindo-o rapidamente para o ambiente. Durante o período noturno o calor do ambiente é transferido para exterior através dessa superfície. O calor armazenado pelas paredes e piso durante o período diurno continua sendo transferido para o interior da edificação durante o período noturno. A utilização de isolante térmico na cobertura do caso 3 mostra uma redução significativa no pico de carga térmica desse componente, o que consequentemente reduz, não só o pico, como o consumo em condicionamento de ar. www.technobuild.com.br | [email protected] 25 www.conservacaodeenergia.com.br Caso Básico Caso Básico - Zona 2 100 Consumo HVAC (MWh)- 150 50 23h 24h 21h 22h 0 20h Equipamentos Pessoas Infiltração Iluminação Cobertura Piso Janelas -50 Paredes HVAC 0 200 18h 19h 14 16h 17h 6 14h 15h -3 13h 30 6 250 11h 12h 50 36 10h 44 300 8h 9h 100 350 6h 7h 109 4h 5h 2 kWh/m 150 400 3h 200 450 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 -20 1h 2h 250 Carga Térmica (MWh)- 238 Horas do dia 26/02 HVAC Paredes Janelas Piso Iluminação Infiltração Equipamentos Pessoas Caso 3 - Zona 2 100 50 23h 24h 0 Horas do dia 27/02 Havc Paredes Janelas Piso Iluminação Infiltração Equipamentos Pessoas Figura 29 – Balanço térmico para dois casos simulados. www.technobuild.com.br | [email protected] Cobertura Consumo HVAC (MWh)- 150 21h 22h Equipamentos Pessoas Infiltração Iluminação Cobertura Piso Janelas -50 Paredes 0 200 19h 20h 14 16h 17h 18h 6 14h 15h -3 12h 13h 15 250 10h 11h 6 300 7h 8h 9h 4 350 5h 6h 18 50 30 400 3h 4h 83 450 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 -20 1h 2h 150 HVAC kWh/m2 200 Carga Térmica (MWh)- Caso 3 250 100 Cobertura 26 www.conservacaodeenergia.com.br 5 CONCLUSÕES No presente estudo técnico, o modelo computacional de um edifício de escritórios de 30 x 50 m e 15 pavimentos, com percentual de área de janela nas fachadas de 40% e vidro refletivo (SHGC = 0,49) foi inserido no programa EnergyPlus. Para testar outro extremo de tipologia construtiva, elaborou-se o modelo virtual de um galpão comercial com área em planta de 3.200 m² (40 x 80 m). Sobre estes modelos foi desenvolvida uma série de testes, simulando a aplicação de isolamento térmico em paredes e coberturas, e alterações do tipo de vidro e percentual de área de abertura, e ainda, densidade de carga interna. Para os dois modelos, consideraram-se como componentes construtivos: parede de blocos de concreto com transmitância térmica de 2,00 W/m².K; e cobertura composta por laje de concreto (transmitância de 2,75 W/m².K) para o edifício de escritórios e telhas de fibro-cimento (transmitância de 4,60 W/m².K) para o galpão. As simulações foram feitas com arquivo climático horário com dados de um ano típico da cidade de São Paulo. Para o edifício de escritórios, quando o WWR é de 40%, a isolação de todas as fachadas apresenta melhores resultados em comparação com a isolação de apenas algumas fachadas. Para densidades menores de carga interna (ILD=20W/m²) obtém-se maior redução do consumo anual de energia elétrica, em torno de 3%, e da carga instalada em condicionamento de ar em torno de 10%. Para diferentes valores de áreas de abertura nas fachadas, 3xWWR=40% e 1xWWR=20%, ocorre maior redução no consumo e na capacidade para ILD=20W/m². Quando todas as fachadas são isoladas, o uso de isolamento reduz o consumo em torno de 4% e entre 11% e 15% a capacidade instalada, dependendo do tipo de vidro e da orientação. Quando apenas uma fachada é isolada, a redução no consumo é de 2% e na capacidade em torno de 8%, com relação aos casos sem isolação. Portanto, constatou-se que a aplicação de isolamento térmico nas paredes do edifício de escritórios pode provocar uma redução de até 10% no consumo de energia elétrica em condicionamento de ar e até 15% na capacidade instalada do sistema. Considerando que o uso final de energia elétrica em condicionamento de ar de um edifício desse tipo (conforme considerações do estudo) seja algo em torno de 30%, o impacto no consumo anual de energia pode parecer, de fato, pequeno, em torno de 3%. Mas no cômputo geral do consumo de várias edificações, pensando no panorama nacional, esse benefício não poderia ser desprezado. Na análise dos resultados das simulações para o galpão comercial, a não utilização do isolante na cobertura resulta em um maior consumo quando comparado aos outros casos onde há a presença do isolante para ambos os valores de densidade de carga interna instalada. Com a utilização de 25 mm de isolante na cobertura, o consumo é reduzido em 41%, para ILD= 20W/m². Para o valor de 80W/m², a redução é de 21%. O valor do consumo anual não varia significativamente quando é www.technobuild.com.br | [email protected] 27 www.conservacaodeenergia.com.br acrescentada uma espessura de isolante maior que 25 mm na cobertura. O comportamento do consumo e da capacidade do sistema de condicionamento de ar para os casos onde as fachadas são isoladas simultaneamente ou isoladamente não ocasionou impacto significativo na redução da capacidade instalada do sistema. Através das simulações, pode-se observar que tanto o consumo quanto a capacidade interna instalada dos casos variou significativamente quando foi utilizado isolamento térmico na cobertura da edificação. O uso de simulação pôde identificar onde os isolantes são viáveis economicamente, levando a concluir que a isolação de paredes reduziu o consumo de energia do edifício de escritórios, principalmente com carga interna baixa, sendo a redução na capacidade instalada em ar-condicionado mais significativa. Portanto, o uso de isolantes é justificável nesses casos devido ao custo de energia, ou seja, o impacto é significativo na redução de demanda. Para o galpão, os benefícios da isolação da cobertura são evidentes tanto no consumo quanto na capacidade instalada em sistemas de condicionamento de ar. Com relação à Regulamentação para Etiquetagem Voluntária de Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos, o item 5 (Envoltória) do texto apresenta uma série de equações para cálculo do Indicador de Consumo, que resulta na classificação do nível de eficiência da envoltória da edificação. Porém, tais equações não envolvem qualquer parâmetro relacionado à resistência térmica de fechamentos opacos – paredes e cobertura. Sabe-se que os ganhos de calor através de janelas se constituem em uma parcela significativa do consumo de energia para o condicionamento ambiental de edificações, especialmente comerciais. Mas a influência do fluxo de calor por paredes e coberturas não pode ser desconsiderada, principalmente em edificações com plantas predominantemente horizontais. Foram realizados testes para a classificação da envoltória dos casos propostos no estudo, de acordo com a proposta da Regulamentação. Constatou-se que as edificações simuladas seriam classificadas em nível “C”, mesmo com as melhorias aplicadas ao envelope, tanto no edifício de escritórios quanto no galpão. Analisando-se os fatores envolvidos nas equações nota-se um direcionamento para a adoção de vidros mais eficientes e proteções solares nas janelas em detrimento aos demais parâmetros. O uso de proteções solares externas às janelas pode vir a reduzir a carga térmica de edificações, mas por outro lado também pode ocasionar uma maior solicitação do sistema de iluminação artificial interna da edificação. Do ponto de vista prático e construtivo, o uso de brises solares afeta diretamente a estética da edificação e requer custo adicional com a manutenção de todo o conjunto de fachada, ou seja, limpeza e substituição regular de peças deterioradas. Da forma como está apresentada, a Regulamentação ignora a utilização de um tratamento térmico mais eficiente de fachadas e coberturas. A norma de eficiência energética em edificações não residenciais da ASHRAE (American Society of Heating, Ventilating and Air condicionting Engineers), a Standard 90.1, amplamente divulgada no Brasil e seguida por algumas incorporadoras, considera tal fator. A seção 11 e o apêndice G da referida norma quantificam o nível de desempenho www.technobuild.com.br | [email protected] 28 www.conservacaodeenergia.com.br de uma edificação a partir da comparação do custo com energia de um edifício de referência com o projeto proposto. Para a composição desse custo, os critérios tarifários da legislação aplicável devem ser considerados. Neste caso, a demanda solicitada pelo prédio pode interferir no atendimento ou não da norma. A relação entre o impacto na carga instalada em condicionamento de ar e o uso de isolamentos térmicos, contatada no presente estudo, indica forte influência na demanda de energia a ser solicitada pela edificação. Para abastecer um edifício comercial de médio porte no Brasil são necessários grandes investimentos em estrutura de geração e transmissão de energia elétrica. Além disso, têm-se conhecimento dos esforços para promover a redução do pico de carga do sistema elétrico como um todo de órgãos como o PROCEL e de empresas de transmissão e geração de energia elétrica, através dos programas de conservação de energia. Neste contexto, imagina-se que a redução de demanda de energia de edificações deveria também ser adotada na regulamentação brasileira. www.technobuild.com.br | [email protected] 29 www.conservacaodeenergia.com.br APÊNDICE A – VALORES DE CONSUMO E CAPACIDADE INSTALADA EM CONDICIONAMENTO DE AR PARA OS CASOS SIMULADOS DO EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS. www.technobuild.com.br | [email protected] 30 www.conservacaodeenergia.com.br Tabela 3 – Valores para os casos com isolação de todas as fachadas e WWR de 40%. Caso WWR (%) Base 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 Isolante Fachada (mm) 0 25 40 0 25 40 0 25 40 0 25 40 0 25 40 0 25 40 ILD (W/m²) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 60 60 60 60 60 60 60 60 60 SHGC Capacidade (TR) Consumo Total Anual (MWh) 540 487 484 645 591 577 626 578 574 829 797 792 936 895 890 911 876 872 1715 1664 1662 1835 1788 1777 1805 1759 1757 3757 3747 3749 3887 3876 3880 3838 3824 3826 0.49 0.49 0.49 0.87 0.87 0.87 0.71 0.71 0.71 0.49 0.49 0.49 0.87 0.87 0.87 0.71 0.71 0.71 Tabela 4 – Valores para os casos com isolação de fachadas específicas e WWR de 40%. Caso WWR (%) 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 40 Isolante Fachada (mm) Norte 40mm Leste 40mm Oeste 40mm N/L/O 40mm N/O 40 mm Norte 40mm Leste 40mm Oeste 40mm N/L/O 40mm N/O 40 mm Norte 40mm Leste 40mm Oeste 40mm N/L/O 40mm N/O 40 mm Norte 40mm Leste 40mm Oeste 40mm N/L/O 40mm N/O 40 mm Norte 40mm Leste 40mm Oeste 40mm N/L/O 40mm N/O 40 mm Norte 40mm Leste 40mm Oeste 40mm N/L/O 40mm N/O 40 mm ILD (W/m²) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 SHGC Capacidade (TR) Consumo Total Anual (MWh) 537 515 520 491 516 642 617 614 584 612 623 612 598 582 596 839 823 824 805 823 934 931 920 901 919 921 911 898 885 897 1712 1691 1706 1680 1703 1843 1820 1818 1792 1816 1812 1801 1788 1773 1787 3795 3784 3786 3780 3788 3913 3914 3907 3881 3886 3851 3844 3832 3831 3835 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 www.technobuild.com.br | [email protected] 31 www.conservacaodeenergia.com.br Tabela 5 – Valores para os casos com isolação de fachadas específicas, ILD de 20W/m² e WWR de 3X40% e 1X20%. Caso WWR (%) 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N Isolante Fachada (mm) Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte 0 0 0 25 25 25 40 40 40 25mm 25mm 25mm 40mm 40mm 40mm 0 0 0 25 25 25 40 40 40 25mm 25mm 25mm 40mm 40mm 40mm 0 0 0 25 25 25 40 40 40 25mm 25mm 25mm 40mm 40mm 40mm ILD (W/m²) 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 SHGC Capacidade (TR) Consumo Total Anual (MWh) 496 512 534 421 472 480 421 454 477 472 494 530 457 497 529 573 606 636 507 538 580 491 531 565 545 579 631 529 571 631 545 587 619 493 523 569 489 520 565 532 563 614 513 557 614 1667 1685 1708 1595 1646 1656 1596 1629 1653 1643 1667 1703 1628 1670 1703 1756 1792 1823 1697 1731 1774 1684 1727 1762 1731 1766 1819 1715 1759 1819 1720 1764 1797 1670 1702 1748 1666 1700 1745 1708 1740 1792 1688 1734 1792 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 www.technobuild.com.br | [email protected] 32 www.conservacaodeenergia.com.br Tabela 6 – Valores para os casos com isolação de fachadas específicas, ILD de 60W/m² e WWR de 3X40% e 1X20%. Caso 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 WWR (%) 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N 40 e 20 O 40 e 20 L 40 e 20 N Isolante Fachada (mm) Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte Oeste Leste Norte 0 0 0 25 25 25 40 40 40 25mm 25mm 25mm 40mm 40mm 40mm 0 0 0 25 25 25 40 40 40 25mm 25mm 25mm 40mm 40mm 40mm 0 0 0 25 25 25 40 40 40 25mm 25mm 25mm 40mm 40mm 40mm ILD (W/m²) 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 SHGC Capacidade (TR) Consumo Total Anual (MWh) 784 824 825 729 792 787 722 786 782 759 820 830 754 817 830 863 904 928 810 871 882 804 864 877 838 896 921 834 906 921 828 880 902 791 855 866 786 820 862 815 892 911 812 858 911 3710 3748 3750 3683 3740 3736 3684 3740 3737 3692 3750 3757 3690 3748 3757 3809 3850 3874 3790 3847 3859 3793 3849 3862 3794 3850 3872 3793 3860 3873 3756 3807 3827 3742 3803 3811 3743 3778 3813 3749 3822 3837 3747 3794 3838 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.49 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 www.technobuild.com.br | [email protected] 33 www.conservacaodeenergia.com.br APÊNDICE B – VALORES DE CONSUMO E CAPACIDADE INSTALADA EM CONDICIONAMENTO DE AR PARA OS CASOS SIMULADOS DO GALPÃO COMERCIAL. www.technobuild.com.br | [email protected] 34 www.conservacaodeenergia.com.br Tabela 7 – Valores para os casos com aplicação de isolante na cobertura. Isolante Cobertura (mm) Caso ILD (W/m²) Fachada isolada Capacidade (TR) Consumo Total Anual (MWh) Base 0 20 - 418 1064 1 25 20 - 177 623 2 75 20 - 137 552 3 100 20 - 132 543 4 0 80 - 500 1966 5 25 80 - 265 1550 6 75 80 - 226 1483 7 100 80 - 222 1475 Tabela 8 - Valores para os casos com aplicação de isolante na cobertura e em uma fachada. Isolante Cobertura (mm) Caso ILD (W/m²) Fachada isolada Capacidade (TR) Consumo Total Anual (MWh) 48 0 20 Leste 25mm 410 1049 49 25 20 Leste 25mm 169 608 50 75 20 Leste 25mm 131 538 51 100 20 Leste 25mm 126 529 52 0 20 Norte 25mm 417 1062 53 25 20 Norte 25mm 174 617 54 75 20 Norte 25mm 135 545 55 100 20 Norte 25mm 130 536 56 0 20 Oeste 25mm 416 1059 57 25 20 Oeste 25mm 170 609 58 75 20 Oeste 25mm 126 530 59 100 20 Oeste 25mm 119 516 60 0 80 Leste 25mm 492 1948 61 25 80 Leste 25mm 259 1530 62 75 80 Leste 25mm 220 1464 63 100 80 Leste 25mm 216 1456 64 0 80 Norte 25mm 499 1960 65 25 80 Norte 25mm 263 1538 66 75 80 Norte 25mm 224 1470 67 100 80 Norte 25mm 219 1462 68 0 80 Oeste 25mm 498 1958 69 25 80 Oeste 25mm 259 1530 70 75 80 Oeste 25mm 217 1458 71 100 80 Oeste 25mm 208 1445 www.technobuild.com.br | [email protected] 35 www.conservacaodeenergia.com.br Tabela 9 - Valores para os casos com aplicação de isolante na cobertura e em fachadas. Isolante Cobertura (mm) Caso ILD (W/m²) Fachada isolada Capacidade (TR) Consumo Total Anual (MWh) 8 0 20 Norte 40mm 417 1062 9 25 20 Norte 40mm 174 618 10 75 20 Norte 40mm 135 546 11 100 20 Norte 40mm 130 537 12 0 20 Leste 40mm 409 1046 13 25 20 Leste 40mm 168 607 14 75 20 Leste 40mm 129 537 15 100 20 Leste 40mm 124 528 16 0 20 Oeste 40mm 416 1059 17 25 20 Oeste 40mm 169 610 18 75 20 Oeste 40mm 125 530 19 100 20 Oeste 40mm 118 516 20 0 20 N/L/O 40mm 405 1039 21 25 20 N/L/O 40mm 157 587 22 75 20 N/L/O 40mm 112 505 23 100 20 N/L/O 40mm 107 495 24 0 20 N/O 40 mm 415 1057 25 25 20 N/O 40 mm 167 606 26 75 20 N/O 40 mm 123 526 27 100 20 N/O 40 mm 115 511 28 0 80 Norte 40mm 499 1964 29 25 80 Norte 40mm 263 1545 30 74 80 Norte 40mm 224 1479 31 100 80 Norte 40mm 219 1471 32 0 80 Leste 40mm 490 1949 33 25 80 Leste 40mm 257 1536 34 74 80 Leste 40mm 219 1471 35 100 80 Leste 40mm 214 1463 36 0 80 Oeste 40mm 497 1958 37 25 80 Oeste 40mm 259 1529 38 75 80 Oeste 40mm 216 1456 39 100 80 Oeste 40mm 207 1442 40 0 80 N/L/O 40mm 487 1940 41 25 80 N/L/O 40mm 247 1509 42 75 80 N/L/O 40mm 202 1434 43 100 80 N/L/O 40mm 197 1426 44 0 80 N/O 40 mm 497 1956 45 25 80 N/O 40 mm 256 1525 46 75 80 N/O 40 mm 213 1452 47 100 80 N/O 40 mm 204 1438 www.technobuild.com.br | [email protected]