FUNDAÇÃO CERTI ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fábrica de Embalagens de Vidro Caderno com Conceito Fabril Final Entrega 5 Florianópolis, Novembro de 2008. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Caderno com Conceito Fabril Final FÁBRICA DE EMBALAGENS DE VIDRO DF-002: ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Histórico de Alterações Revisão 00 Descrição das Alterações Sem alterações Autor Juliana Shoda / Data Alteração Responsável Data Aprovação - Juliana Shoda 07/10/2008 21/10/2008 Juliana Shoda 21/10/2008 03/11/2008 Juliana Shoda 03/11/2008 06/11/2008 Juliana Shoda 07/11/2008 Ivone Azzrak 01 02 03 Adequação às sugestões do consultor Prof. Dr.Ing. Marcio Celso Fredel Atualização conforme contribuições de Mário Xavier e Eng. Joselito Pizzetti Atualização de custos conforme valores fornecidos pela equipe da Venezuela Juliana Shoda / Ivone Azzrak Juliana Shoda / Ivone Azzrak Juliana Shoda / Ivone Azzrak ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 2 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 EQUIPE PARTICIPANTE DO PROJETO O projeto da Fábrica de Embalagens de Vidro foi elaborado pela Fundação CERTI com a participação da Engenheira Ivone Azzrak da CORPIVENSA/Ministério do Poder Popular para as Indústrias Leves e Comércio, da Venezuela. Para o desenvolvimento do projeto a Fundação CERTI contou com a participação dos seguintes profissionais: Coordenação 1 Günther Pfeiffer 2 José Eduardo Fiates 3 Carlos Alberto Fadul Corrêa Alves Desenvolvimento 4 Alexandre Watanabe 5 Fernando Augusto Pereira 6 Jane Gaspar Coelho Pinto 7 João Gabriel Ganacim Granado Rodrigues 8 Juliana Augusta Shoda 9 Nébel Argüello Affonso da Costa 10 Renato Larroyd dos Santos 11 Renato Scavone 12 Tânia Henke Kraemer 13 Thiago Mantovani Suporte 14 Catharina Pires Minozzo 15 Felipe Marcos Dalssoto 16 Josephine Danielle dos Santos 17 Rodolfo Nunes Soares 18 Rúbia Lívia Bento Toledo 19 Waldemar de Carvalho Consultoria Externa 20 Eng. Castilhos R. Tolfo 21 Prof. Dr. Guilherme Barra 22 Prof. Dr. Márcio Celso Fredel 23 Prof. Dr. Paulo Wendhausen ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 3 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 5 2. INFORMAÇÕES GERAIS DA FÁBRICA .............................................................. 8 3. CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO .................................................................. 10 4. CARACTERIZAÇÃO DA DEMANDA .................................................................. 17 5. CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS ........................................................... 19 6. DEFINIÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ........................................................... 68 7. ORÇAMENTAÇÃO MACRO................................................................................ 71 8. ANÁLISE DE CUSTO DE PRODUÇÃO .............................................................. 76 9. SUPORTE NA IMPLANTAÇÃO .......................................................................... 81 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONCLUSÃO ......................................................... 83 ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 4 FUNDAÇÃO CERTI 1. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de um País está diretamente ligado à diversidade de seu parque fabril e a sua capacidade de transformar idéias e inovações em produtos manufaturados disponibilizados de forma eficiente ao mercado consumidor. Com o objetivo de apoiar a implementação de projetos industriais na Venezuela, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério do Poder Popular para as Indústrias Leves e Comércio estabeleceram Cooperação (MPPILCO) o Termo Industrial, de que contempla o desenvolvimento do projeto de sete unidades fabris, que farão parte do plano de implantação de 200 Fábricas Socialistas venezuelanas. A implantação das sete unidades fabris dar-se-á através Figura 1.1 – Workshop de lançamento do Projeto 7 Fábricas – ABDI de três fases distintas. Na Fase 01 será definido o Projeto Conceitual de cada unidade fabril. Após aprovação do conceito, será realizado um aprofundamento das soluções tecnológicas apresentadas, atividade a ser realizada na Fase 02 – Projeto Detalhado. Somente após aprovação dos projetos detalhados, partir-se-á para a implantação e operação de cada unidade fabril, foco das atividades da Fase 03. A ABDI, na sua estratégia de internacionalização da competência industrial brasileira, particularmente do setor de máquinas e equipamentos, vem orientando países vizinhos na estruturação e modernização de plantas industriais. Neste contexto, a ABDI contratou a expertise do Centro de Produção Cooperativa da Fundação CERTI para o desenvolvimento do Estudo Conceitual – Fase 01, das sete unidades fabris, que objetivam a manufatura dos seguintes produtos: ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 5 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Placas Eletrônicas Montadas; Latas e Tampas Metálicas; Embalagens de Vidro; Equipamentos para Refrigeração Industrial; Equipamentos para Processar Alimentos; Válvulas para o Setor de Petróleo e Gás e Tubos e Conexões de PVC. Para a execução das atividades do projeto definiu-se uma estrutura de trabalho em equipe, formada por engenheiros brasileiros da Fundação CERTI e engenheiros venezuelanos da MPPILCO. O desenvolvimento do projeto foi orientado pela “Metodologia CERTI para Desenvolvimento de Fábricas”, que prioriza aspectos relacionados à eficiência, qualidade e flexibilidade, abrangendo as diferentes áreas de uma unidade fabril, desde o processo de interação com clientes, engenharia básica de produtos e de processos, manufatura, logística interna de materiais, manutenção e recursos humanos. O projeto conceitual servirá como referência para a elaboração dos projetos de engenharia detalhada (Fase 02), e demais ações necessárias para a implantação e operação das plantas fabris na Venezuela. A realização deste estudo conceitual contempla, para cada unidade fabril, a definição do Processo Produtivo Básico, do fluxo de processos, das tecnologias necessárias à manufatura, a definição dos principais equipamentos e tecnologias, lista de equipamentos de suporte, leiaute da planta industrial, investimentos para o funcionamento da unidade, recursos humanos necessários, estimativa de matériasprimas, insumos e custo unitário de um produto de referência. Para o desenvolvimento das atividades supracitadas, foi realizado um processo extenso de pesquisa em diversas fontes bibliográficas, contato com fornecedores, visitas a fábricas no Brasil que praticam atividades similares, participação em feiras e congressos, bem como encontro com vários fornecedores promovido pela ABIMAQ. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 6 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Neste documento será apresentado o conceito da Fábrica de Embalagens de Vidro, que produzirá essencialmente garrafas e potes para sucos, geléias e compotas, visando atender a demanda das fábricas de transformação de frutas. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 7 FUNDAÇÃO CERTI 2. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 INFORMAÇÕES INFORMAÇÕES GERAIS DA FÁBRICA A fábrica de embalagens de vidro produzirá garrafas e potes para as indústrias de transformação de alimentos, com possibilidade de introdução de novos mercados e produtos, como por exemplo, a indústria farmacêutica. Em função das dimensões e do peso da infra-estrutura da fábrica, o terreno onde a mesma será construída deve ser cuidadosamente avaliado, para que se possa levar em consideração informações sobre o tipo de construção a ser feita, estrutura de silos e distribuição dos equipamentos sobre o terreno. Além disso, informações sobre a topografia são extremamente relevantes para determinar o posicionamento das linhas de produção, visto que os fornos são construídos acima da máquina de moldagem de vidro. Estas informações serão apresentadas em maiores detalhes no item 5. 2.1 Localização A fábrica de embalagens de vidro localizar-se-á na capital do município Libertador, Temblador, no estado de Monagas (Fig. 2.1), cuja área aproximada é de 28.900 km², o que representa cerca de 3,17% do território nacional. A população de Monagas, de aproximadamente 883 mil habitantes (segundo estimativa de 2008), é essencialmente urbana, concentrando-se principalmente na cidade de Maturín. O clima é predominantemente tropical chuvoso com estação seca. Os rios são numerosos e de pouca profundidade, e o estado conta com uma extensa rede hidrográfica e com uma distribuição geográfica bastante uniforme. A disponibilidade de água é de 3.840 milhões de m³. Com relação aos recursos minerais, o estado de Monagas é uma das regiões do país com maior potencial de recursos petrolíferos. Dentre os minerais não-metálicos observam-se grandes reservas de calcário na formação “El Cantil”. Os principais recursos incluem areia (sílica), gás e petróleo. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 8 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 2.1 – Mapa do estado Monagas. Temblador: Centro urbano do sudeste do estado de Monagas, capital do município Libertador, com cerca de 38 mil habitantes. Comunica-se com o restante do país através da estrada que liga Maturín a Barrancas do Orinoco. Sua localização, nas imediações da faixa petrolífera do Orinoco tem gerado um processo de instalação de indústrias vinculadas às atividades de exploração e extração de petróleo, o que levou à reativação de uma economia tradicional baseada na criação de bovinos e eqüinos, e nos cultivos de milho, legumes e mandioca. Em Temblador, a temperatura média anual é de 26°C e a pluviosidade varia entre 763 e 1669 mm. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 9 FUNDAÇÃO CERTI 3. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO PRODUTO 3.1 Definição do produto O produto a fabricar corresponde a embalagens de vidro incolor para a indústria alimentícia, mais especificamente garrafas para sucos e potes para geléias e compotas (Fig. 3.1), totalizando cinco modelos diferentes de produtos, com perspectivas de produzir outros modelos que se adaptem às necessidades da indústria de alimentos. Todos os produtos têm fechamento por giro (tipo twist-off) e as classes de produto (garrafas e potes) terão diâmetro de abertura padronizado para facilitar a compra de tampas metálicas. Figura 3.1 – Exemplo de embalagens de vidro. Fonte: Nadir Figueiredo. O vidro é composto basicamente de sílica (SiO2, óxido de silício), soda (Na2O, óxido de sódio), e outros componentes que conferem maior durabilidade química e resistência, tais como a alumina (Al2O3, óxido de alumínio), calcário (CaO, óxido de cálcio) ou boro, dependendo do tipo de vidro, e outros componentes em pequenas proporções (corantes e descolorantes). A figura a seguir apresenta uma composição típica de vidro. Normalmente se utiliza caco de vidro, em proporções controladas, para facilitar a fusão do vidro. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 10 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Composição do vidro 1% 4% 15% SiO2 Al2O3 5% CaO 1% Na2O MgO 74% outros Figura 3.2 – Composição química aproximada do vidro. O vidro se caracteriza por ser um material 100% reciclável. Mesmo após reciclagem contínua, o vidro não perde sua qualidade, pureza e transparência. O uso de vidro reciclado – caco – no processo de fabricação reduz o consumo de matéria-prima, energia e emissões para a atmosfera, além de facilitar a homogeneização da mistura. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 11 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 3.2 Especificações técnicas A seguir são apresentadas as principais características dos produtos a fabricar. Figura 3.3 – Representação esquemática dos produtos. Informações técnicas dos produtos Modelo Altura (mm) Volume (mL) Diâmetro (mm) Peso (g) 101 75,25 140,00 48,20 130,00 102 236,00 905,00 98,05 465,00 103 202,00 250,00 63,50 220,00 104 140,31 500,00 78,76 225,00 105 101,14 185,00 48,20 170,00 Tabela 3.1 – Características técnicas dos produtos. A seguir é apresentado um desenho esquemático com as regiões que compõem uma garrafa. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 12 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 3.4 – Representação esquemática de garrafa, mostrando as partes que a compõem. Base: parte inferior da embalagem. Corpo: parte da embalagem compreendida entre o ombro e a base. Base: curva entre o corpo e a base ou superfície de apoio da embalagem. Ombro: parte que se estende desde a base do pescoço até a parte reta ou corpo da embalagem. Pescoço: parte que se estende desde a linha de partição do produto até o ombro. Mordida: protuberância na parte inferior do produto para facilitar a transferência do parison ao molde. Superfície Superfície de vedação: seção localizada na parte superior da embalagem, onde se coloca a tampa e que contém a abertura por onde se enche e esvazia a embalagem. Borda: parte superior do produto que faz contato com a banda de impermeabilização da tampa. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 13 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 A base da garrafa é um elemento fundamental, já que grande parte de sua resistência e equilíbrio depende dela e da espessura das paredes de vidro. Nela deve constar uma série de referências que são detalhadas a seguir. Figura 3.5 – Modelo de base de garrafa. Os potes para geléias e compotas apresentam basicamente as mesmas regiões que uma garrafa, com a exceção de que não possui a região do gargalo, conforme pode ser visto no desenho a seguir. Boca (rosca) Ombro Corpo Base Figura 3.6 – Representação esquemática de pote, mostrando as principais especificações dimensionais. Fonte: Nadir Figueiredo. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 14 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 3.3 Requisitos de qualidade – normas técnicas A qualidade dos produtos pode ser avaliada com base em diferentes características. Os principais requisitos de qualidade são descritos por normas e incluem: Resistência à pressão hidrostática: consiste na aplicação de uma pressão hidrostática constante, durante um período de tempo determinado, no interior da embalagem. Norma COVENIN 539-78 Resistência à compressão axial: as embalagens ensaiadas não deverão se romper sob uma carga mínima igual a 100 kgf. Norma COVENIN 584-78 Resistência ao choque térmico: as embalagens ensaiadas deverão resistir, sem romper, a um choque térmico de 105°C a 25°C. Norma COVENIN 582-78 Perpendicularidade: o desvio vertical das embalagens não deverá ser maior que L=1,5 mm. Norma COVENIN 927-78 Verticalidade: corresponde ao desvio com relação ao eixo vertical. Este desvio é igual à metade do diâmetro do círculo descrito pelo centro do produto acabado quando a embalagem gira em torno do eixo vertical que passa pelo centro da base. Norma COVENIN 9019-78 Grau de têmpera: as embalagens ensaiadas não deverão apresentar tensões internas. Norma COVENIN 1572-80 Transmissão luminosa: as embalagens ensaiadas não deverão superar as porcentagens de radiação transmitida indicadas na tabela seguinte. Norma COVENIN 1654-80 ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 15 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Norma COVENIN para transmissão luminosa Porcentagem máxima de Capacidade da embalagem transmissão luminosa a qualquer cheia (cm³) comprimento de onda compreendida entre 290 e 550 nm 1 25 2 20 5 15 10 13 20 12 50 10 Tabela 3.2 – Limites de transmissão luminosa estabelecidos pela norma COVENIN. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 16 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI 4. DF-002 ABDI 03 07/11/2008 CARACTERIZAÇÃO DA DEMANDA DEMANDA A demanda estimada corresponde às necessidades das fábricas de transformação de frutas, ou seja, este valor foi estimado em função dos dados fornecidos a respeito de embalagens para sucos, geléias e compotas. Estima-se uma demanda total de 294.000 t/ano, aproximadamente, distribuídas nos diferentes modelos de embalagem conforme as tabelas a seguir (Tab. 4.1 e 4.2). É necessário esclarecer que, para cobrir a demanda por embalagens de vidro, prevêse a projeção de duas fábricas, sendo que uma delas consiste na reativação de uma planta cuja capacidade a instalar é de 36.000 t/ano. Demanda para modelos de garrafas (t/ano) Modelo Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 102 59.370 84.814 110.258 135.703 169.628 103 28.920 41.314 53.708 66.102 82.628 Total 88.290 126.128 163.966 201.805 252.256 Tabela 4.1 – Estimativa da demanda para os modelos de garrafas (t/ano). Demanda para modelos de potes (t/ano) Modelo Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 101 5.100 7.286 8.743 11.657 14.571 104 3.835 5.478 6.574 8.765 10.956 105 5.438 7.768 9.322 12.430 15.537 Total 14.373 20.532 24.639 32.852 41.064 Tabela 4.2 – Estimativa da demanda para os modelos de potes (t/ano). É importante citar que se estima uma variação de +/- 10% nestes valores de demanda, devido ao fato de que os cálculos foram feitos em função das necessidades atuais das fábricas de frutas que ainda se encontram em projeto e podem apresentar algumas alterações na produção e/ou capacidade das mesmas. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 17 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Cabe ressaltar que a definição da demanda é feita com relação às necessidades e estratégias do governo venezuelano e, portanto, os valores aqui apresentados são de responsabilidade da equipe desse país. Ademais, caso haja alterações nos mesmos, as informações contidas neste documento devem ser reavaliadas, principalmente no que diz respeito a leiaute, capacidade de equipamentos e número de linhas de produção. O gráfico a seguir apresenta a demanda estimada para os cinco anos. Estimativa de demanda 180.000 160.000 Produção (t) 140.000 120.000 Mod. 101 100.000 Mod. 102 80.000 Mod. 103 60.000 Mod. 104 40.000 Mod. 105 20.000 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Figura 4.1 – Projeção da demanda para os cinco primeiros anos de funcionamento da fábrica. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 18 FUNDAÇÃO CERTI 5. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS PROCESSOS 5.1 Conceito de produção A fábrica produzirá embalagens de vidro para a indústria alimentícia, o que compreende garrafas e potes em vidro transparente, para atender a indústria alimentícia, em especial as unidades de transformação de frutas. A fábrica de embalagens de vidro será essencialmente automatizada, visando atender a alta demanda por parte das indústrias de processamento de alimentos. Ademais, a planta funcionará de modo contínuo, com uma configuração de três turnos de trabalho para operadores e supervisores de fábrica, durante 365 dias ao ano, em função, principalmente, das características do forno, que trabalha a uma temperatura de aproximadamente 1500°C e, por esta razão, deve permanecer aquecido e operando de maneira contínua para garantir a maior eficiência do processo e o menor desperdício de matéria-prima e energia. A produção será realizada em sete linhas, abastecidas por dois fornos de fusão de vidro, e definidas de acordo com as informações de demanda e capacidade dos equipamentos. Apesar de o processo ser completamente automatizado, haverá operários qualificados em todos os setores da fábrica, responsáveis por coordenar e monitorar o processo de fabricação, além de um departamento de engenharia, com a função de desenvolver produtos e processos, e uma equipe de garantia da qualidade, que realizará os testes e ensaios em matérias-primas e produtos acabados. 5.2 Definição do processo produtivo básico O processo de produção de embalagens de vidro pode ser representado, resumidamente, pelo fluxograma abaixo (Fig. 5.1). ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 19 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.1 – Fluxograma do processo produtivo. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 20 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Como pode ser visto na figura acima, a matéria-prima é armazenada em silos e, conforme necessidade, o material é dosado e misturado em equipamentos especiais e a mistura é fundida em um grande forno que opera a uma temperatura de aproximadamente 1500ºC. Em seguida, o vidro fundido é transportado por meio de canais até as máquinas de moldagem. A moldagem do vidro ocorre em duas etapas: na primeira é feita a pré-moldagem e, em seguida, molda-se o produto final. O produto então passa por um tratamento superficial a quente e segue para o forno de recozimento, onde as tensões causadas pela moldagem são aliviadas. Na seqüência, o produto ainda passa por uma etapa de tratamento superficial a frio, antes de ser inspecionado e embalado. As etapas de fabricação de embalagens de vidro são descritas mais detalhadamente a seguir. 5.2.1 Lista de Materiais O vidro é composto basicamente por um corpo vitrificante, a sílica, introduzida na forma de areia, um componente fundente, a soda, na forma de carbonato e sulfato, um estabilizante, a cal, na forma de calcário e outros óxidos, como por exemplo, a alumina ou o óxido de magnésio, responsáveis por melhorar as propriedades físicas do vidro, em particular a resistência aos agentes atmosféricos. Além das matérias-primas que compõem o vidro, são necessários outros insumos de processo, conforme apresentado na lista a seguir. Água; Energia elétrica; Gás; Ar comprimido; Plástico (para embalagem dos produtos); Materiais para tratamento superficial (a quente e a frio). ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 21 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.2.2 Detalhamento do processo produtivo 5.2.2.1 Mistura A primeira etapa do processo de fabricação de embalagens tem início com a aquisição das matérias-primas, que incluem basicamente areia (sílica), com função vitrificante, calcário (cálcio), dolomita (cálcio e magnésio) e feldspato (alumina, sódio e potássio), que atuam como estabilizantes, e barrilha (carbonato de sódio), exercendo a função de fundente. Eventualmente podem ser utilizadas substâncias corantes e descolorantes, para se obter os vidros âmbar, verde, ou outras colorações desejadas. No caso desta fábrica, as embalagens destinam-se à indústria alimentícia e serão transparentes, de modo que corantes não serão adicionados à formulação da massa vítrea. Quando da introdução de produtos para a indústria farmacêutica, os corantes serão utilizados na obtenção do vidro âmbar e/ou outras colorações desejadas. Outro componente importante na formulação do vidro é o caco, ou reciclado de vidro, que apresenta as vantagens de facilitar a homogeneização, evitar a segregação, reduzir o consumo de matéria-prima e facilitar a fusão, reduzindo significativamente o consumo energético. O vidro caracteriza-se por ser 100% reciclável, além de poder ser reciclado infinitas vezes sem perder suas características. Estima-se que a introdução de 10% de caco na formulação da mistura resulta em um ganho energético de 4%, além de reduzir as emissões de CO2 em 5%, e que a utilização de 1 tonelada de caco equivale a uma economia de 1,2 t de matéria-prima (ABIVIDRO). As matérias-primas devem ser inspecionadas no ato do recebimento, para checar aspectos como granulometria, densidade e umidade, e como forma de garantir que o processo seja reprodutivo, visto que a mistura é uma das etapas mais importantes do processo de fabricação do vidro. Depois de inspecionadas e aprovadas, as matérias-primas são armazenadas em silos (Fig. 5.2), para facilitar a etapa seguinte de dosagem e mistura e evitar a absorção ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 22 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 de umidade e emissão de partículas para a atmosfera. O carregamento dos silos deve ser pneumático, para evitar a formação de poeira, além de reduzir a área necessária para alimentação dos silos, pois não há necessidade de construir rampas para o transporte do material. Toda a etapa de armazenagem, pesagem e mistura de matérias-primas é feita na casa de mistura (batch plant – Fig.5.3), antes de seguir para a outra parte da fábrica onde se encontram os fornos e demais equipamentos da produção. Figura 5.2 – Representação esquemática dos silos. Esq.: disposição em torre; dir.: disposição alinhada. Fonte: Zippe. Os diferentes componentes são pesados em balanças específicas, especialmente selecionadas para atender às propriedades físicas e químicas dos materiais a serem pesados, e com a precisão necessária para cada tipo de material em função da proporção requerida na mistura (Fig. 5.4). Após a pesagem, os componentes são transferidos a um compartimento específico, ou diretamente para o misturador. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 23 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.3 – Foto de uma casa de mistura instalada na França. Fonte: Zippe. Figura 5.4 – Representação do processo de dosagem de matéria-prima. Fonte: Zippe. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 24 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Durante o transporte do material ao misturador, os níveis de poeira são mantidos baixos por meio do uso de transportadores enclausurados e um filtro, instalado sobre o misturador. Para se obter uma mistura homogênea, uma quantidade específica de água deve ser adicionada ao misturador. Isto é feito por meio de um jato fino. A adição de caco pode ser feita diretamente ao material após sair do misturador. A utilização de caco requer cuidados especiais. Quando da utilização de vidro reciclado interno, ou seja, caco proveniente de produtos descartados na etapa de inspeção, ou oriundos de perdas de processo, o caco deve ser triturado para que o material possa obter uma granulometria adequada antes de ser reintegrado à composição. Para isso se utiliza um triturador (Fig. 5.5), normalmente do tipo martelo, que promove a quebra do vidro em partes pequenas por meio de impacto. Quando o caco é proveniente de estações de reciclagem, é necessária uma atenção maior, pois objetos estranhos podem contaminar o vidro e causar danos ao forno e aos outros equipamentos, além de que é preciso realizar um procedimento de limpeza para evitar contaminações. Geralmente realiza-se uma etapa de remoção de contaminantes, tais como pedras, cerâmicas, louças, espelhos, material orgânico e metais. Em seguida é feita uma separação por tonalidade de vidro. Este processo de separação e escolha pode utilizar equipamentos como detectores de metal, aspiradores, moinhos, laser, câmeras e até raio-X, mas também pode ser uma grande fonte de empregos, ou seja, a fábrica pode contratar mão-de-obra para realizar estas atividades. É importante que se criem centros de coleta de vidro, permitindo que se recicle não apenas o material durante o processo de fabricação, mas também o vidro após sua utilização, o que caracteriza outra fonte de empregos para a população, além de contribuir com o meio ambiente. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 25 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.5 – Exemplo de um triturador de vidro tipo martelo. Fonte: Zippe. Além do forno de fusão, a casa de mistura é a parte mais importante do processo de fusão do vidro, ou seja, a preparação eficiente da mistura exerce papel fundamental na produção do vidro. A casa de mistura deve ser projetada de forma a produzir composições tecnologicamente perfeitas e homogêneas, na quantidade necessária e no tempo necessário, de acordo com a demanda de produção. É importante que haja um sistema de registro de misturas constante, para garantir a repetibilidade do processo e, conseqüentemente, a qualidade dos produtos obtidos. Existem programas que realizam o monitoramento e ajuste constante da composição, otimizando o uso de matérias-primas e caco e garantindo a qualidade da mistura preparada. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 26 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.2.2.2 5.2.2.2 Fusão Em seguida, o forno é alimentado com o material. Existem diferentes mecanismos de carregamento do forno, sendo o pusher (empurrador) um dos mais utilizados. Neste sistema, a mistura fica armazenada em um silo sobre a entrada de material (doghouse – Fig. 5.6), que consiste em uma abertura na lateral do forno por onde o material é introduzido. Figura 5.6 – Exemplo de abertura para alimentação do forno. Fonte: Horn A composição é alimentada diretamente na superfície do banho, o que resulta na redução da formação de poeira. O material flutua sobre o banho de vidro e é empurrado para dentro do forno pelo mecanismo empurrador, o qual pode se mover em direções variadas, permitindo uma melhor cobertura da superfície do banho. A região por onde o material é introduzido (doghouse) é selada, garantindo que não haja perda de energia, o que resulta em maior eficiência do forno. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 27 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.7 – Representação do mecanismo pusher. Fonte: Zippe. O material se mistura ao banho de vidro e é levado a um estado maleável, a uma temperatura de aproximadamente 1500°C, adquirindo um nível de viscosidade suficientemente baixo para permitir sua escoabilidade através dos canais de alimentação e também sua moldagem. Existem diferentes tipos de fornos de fusão, como o regenerativo, recuperativo, com queimadores cruzados ou queimadores no final do forno. O tipo de forno é selecionado de acordo com o tamanho (volume de vidro), possibilidade de reaproveitamento de energia, e tipo de vidro a produzir (vidro plano ou oco). Nos fornos modernos, o calor contido nos gases de exaustão que deixam o forno é utilizado para pré-aquecer o ar de combustão, de modo a produzir temperaturas de chama mais altas e aumentar a eficiência. O processo mais eficiente de reaproveitamento da energia é o processo regenerativo. Neste processo, o regenerador, que forma um meio intermediário de armazenamento, consiste de duas câmaras, cada qual preenchida com uma rede de refratários (Fig. 5.8). Os gases de ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 28 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 exaustão passam por uma das câmaras, e os refratários desta câmara são aquecidos. O ar de combustão entra no forno através da outra câmara. Após certo período, o fluxo de ar e gases de exaustão é invertido (Fig. 5.9). O ar de combustão passa a fluir pela câmara quente e é aquecido por transferência de calor a partir dos refratários, enquanto os gases de exaustão passam pela outra câmara e aquecem os refratários desta, e assim o processo segue, alternando as câmaras para aquecer o ar de combustão e aumentar a eficiência do processo. Figura 5.8 – Construção típica de uma rede de refratários de forno regenerativo. Fonte: Sorg. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 29 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.9 – Foto do interior do forno, mostrando a combustão em um dos lados do forno, enquanto os gases quentes saem pelo outro lado, aquecendo a rede de refratários. Fonte: Horn. Para realizar o aquecimento do forno, são instalados queimadores (Fig. 5.10) na parte traseira do forno (end-fired furnaces) ou nas laterais (cross-fired furnaces). Normalmente o forno do tipo cross-fired é utilizado para altos volumes de vidro (acima de 700 t/dia). O tipo de queimador deve ser selecionado de acordo com o combustível a utilizar. É importante que se avalie a instalação de mais de uma fonte combustível para o forno, como por exemplo, o gás liquefeito de petróleo (GLP) e o gás natural (GN), para que o equipamento não sofra paradas no caso de falta de abastecimento de um dos tipos. Além disso, quando se realizar a especificação das características dos fornos, é importante que se realize um estudo detalhado para a seleção dos refratários destinados à cuba de fusão, visto que os mesmos devem apresentar boa durabilidade frente às altas temperaturas do processo (em torno de 1500°C), a agressividade do meio e o regime de uso contínuo. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 30 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.10 – Queimadores de óleo. Fonte: Horn. O forno mais adequado para a fábrica de embalagens de vidro é do tipo regenerativo end-fired (Fig. 5.11). Este tipo de forno possui dois compartimentos queimadores, localizados lado a lado na parede traseira do forno, e os regeneradores se situam atrás do forno. Cada compartimento é equipado com 2 a 4 queimadores, dependendo do tamanho do forno. A chama sai do compartimento queimador, percorre o comprimento do forno, retorna no sentido inverso e sai pelo segundo compartimento queimador. Isto cria um caminho de chama e gases de exaustão em formato de “U” (Fig. 5.12), resultando em um caminho relativamente longo percorrido pelos gases de combustão, o que produz uma boa utilização de energia. As principais vantagens incluem a alta flexibilidade do forno, menores custos de construção e menor consumo de energia comparado ao forno cross-fired. A capacidade do forno varia de 20 a 450 t/dia. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 31 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.11 – Esquema de um forno regenerativo end-fired. Fonte: Horn. Câmaras regeneradoras Queimadores Canais de distribuição regeneradoras Figura 5.12 – Esquema de um forno regenerativo end-fired (a linha vermelha indica o caminho dos gases na queima). Fonte: Sorg. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 32 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Existem ainda alguns tipos de acessórios na construção do forno, que podem auxiliar a fusão do vidro, e melhorar a qualidade da massa antes da máquina de moldagem. Um exemplo disto é o sistema auxiliar de aquecimento elétrico (electric boosting), que consiste em eletrodos instalados no forno para aumentar a eficiência da fusão. Os eletrodos podem ser instalados no corpo do forno, de modo a aumentar a capacidade do mesmo, o que significa aumentar a quantidade de vidro fundido extraída; ou, então, na parte da garganta (região do forno por onde o vidro fundido sai e vai para os canais de distribuição), para evitar que o vidro esfrie e se torne mais denso, principalmente quando se trabalha com cores mais escuras (Fig. 5.13). Figura 5.13 – Representação da instalação de eletrodos no forno. 1. Eletrodos para aumentar a eficiência da fusão; 2. Eletrodos de barreira; 3. Eletrodos de garganta. Fonte: Horn. Outro tipo de acessório é o borbulhador, cujo uso é um procedimento comum na indústria de vidro, com o objetivo principal de intensificar o processo de fusão e promover uma melhor homogeneização do banho. A utilização do sistema de borbulhamento atua como uma barreira à passagem de vidro não homogeneizado, como pode ser visto nas imagens a seguir. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 33 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Sistema de borbulhamento desligado Figura 5.14 – Foto do interior o forno, com pouca intensidade de bolhas. Fonte: Horn. Sistema de borbulhamento ligado Figura 5.15 – Foto do interior do forno, com borbulhamento intenso. Fonte: Horn. As manchas escuras representam porções de vidro ainda não totalmente fundidas. Note que sem a presença de bolhas (Fig. 5.14), ocorre passagem de grande quantidade de material não homogêneo (manchas escuras) enquanto que quando se ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 34 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 usa o borbulhamento (Fig. 5.15), o material que sai do forno é muito mais homogêneo. O sistema de drenagem (Fig. 5.16), outro mecanismo opcional, pode ser utilizado para evitar o defeito conhecido como cat scratch, uma contaminação causada pelo desgaste do material refratário do interior do forno (Fig. 5.17 e 5.18) ou dos canais de alimentação. Em função da diferença de densidade, os resíduos de material refratário tendem a se acumular no fundo do forno ou dos canais de distribuição. Com o sistema de drenagem, o vidro contaminado é removido de acordo com a necessidade, resultando em um fluxo de vidro mais puro para as máquinas de moldagem. Figura 5.16 – Representação do processo de drenagem: 1. Aglomeração dos resíduos de refratários (contaminação); 2. Furo para dreno; 3. Aquecimento elétrico; 4. Resfriamento por ar para controle da taxa de extração de material. Fonte: Horn. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 35 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.17 – Desgaste de refratários no interior do forno. Fonte: Horn. Figura 5.18 – Desgaste de refratários na parede do forno. A linha branca vertical mostra a posição inicial do refratário. Fonte: Horn. O vidro é transportado à câmara de condicionamento, tanque refratário que recebe o vidro do forno, reduz sua temperatura ao nível desejado e descarrega no mecanismo alimentador da máquina I.S. a uma temperatura uniforme. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 36 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 O tanque geralmente consiste de duas seções: uma seção de resfriamento, com queimadores e dutos de resfriamento que permitem realizar o resfriamento de maneira controlada, e uma seção de condicionamento (homogeneização), geralmente equipada somente com queimadores que asseguram uma distribuição uniforme da temperatura através do fluxo de vidro à medida que entra no mecanismo alimentador. A fabricação de vidro pode ser classificada como intensiva em energia, considerandose que consome, por tonelada, cerca de 1,8 milhão de kcal de energia térmica na fusão (o que equivale a cerca de 200 m3 de gás) e cerca de 200 kWh/t de energia elétrica em outras etapas do processo. A energia térmica para fusão do vidro era obtida, tradicionalmente, do óleo combustível. Em meados da década de 1990, no entanto, teve início a substituição do óleo por gás natural, que oferece vantagens significativas relativamente ao óleo, como a queima mais uniforme – que permite melhor controle das variáveis de processo – e a redução considerável na emissão de poluentes. À temperatura de fusão, em torno de 1500°C, grandes quantidades de gases são geradas pela decomposição de matérias-primas. Estes gases, juntamente com o ar, formam bolhas no banho de vidro. As bolhas grandes sobem para a superfície, mas as bolhas pequenas ficam presas no banho, principalmente conforme a viscosidade do vidro aumenta, podendo ameaçar a qualidade do produto final. Estas bolhas são removidas em um processo de refino (fining) que ocorre na câmara de condicionamento (Fig. 5.19), onde a temperatura é mantida em torno de 1300°C. Os principais desafios à homogeneização do vidro podem ser resultantes de material não fundido, particularmente grãos de areia, bem como resíduos dos refratários do interior do forno e materiais estranhos como tampas de garrafas. Após a saída da câmara de condicionamento, o vidro é levado através de canais estreitos (forehearths, Fig. 5.20, 5.21 e 5.22) até a máquina de moldagem (máquina I.S.). ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 37 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: Câmara de fusão DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Câmara de condicionamento Figura 5.19 – Vista lateral de um forno regenerativo, mostrando a câmara de recondicionamento. Fonte: Horn. Figura 5.20 – Vista superior de um forno regenerativo end-fired, mostrando os canais de distribuição de vidro (em verde). Fonte: Horn. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 38 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.21 – Vista superior de forno recuperativo (topo) e cross-fired (baixo), mostrando os canais de distribuição de vidro. Fonte: Horn. Figura 5.22 – Desenho de canais de transporte de vidro (forehearth). Fonte: Horn. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 39 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 É importante que o nível de vidro se mantenha constante para o controle do processo. A variação no nível de vidro resulta em operação irregular do forno e exerce influência significativa no peso da gota (porção de vidro para moldagem) devido à pressão hidrostática. Para controlar o nível do banho de vidro, deve-se utilizar um sistema de feixes de laser (Fig. 5.23). No estado fundido, o vidro forma uma superfície suave com alta taxa de reflexão. Esta condição é utilizada para a realização de uma medição sem contato do nível do banho. O laser incide no vidro a um ângulo determinado e, conforme o nível do banho, o raio é refletido em pontos diferentes e captado por câmeras instaladas no lado oposto, fornecendo informação sobre o nível do vidro. Figura 5.23 – Sistema a laser de monitoramento do nível de vidro no interior do forno. Fonte: Horn. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 40 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.2.2.3 5.2.2.3 Moldagem A moldagem de vidros acontece na máquina I.S. (Individual Section). Os mecanismos alimentadores (feeders, Fig. 5.24) são responsáveis por formar as gotas (porção de vidro fundido) através de “tesouras” que cortam a massa fundida com o peso desejado, e transferi-las às máquinas de conformação de vidro, por meio de ação da gravidade. Por isso, estas máquinas são geralmente posicionadas a 4 ou 5 metros de altura do solo, sobre a máquina I.S. A gota é transferida por meio de canais à máquina I.S., a qual pode ser eletrônica ou mecânica. As máquinas eletrônicas possibilitam alteração rápida e fácil do produto a fabricar, enquanto que nas máquinas mecânicas este processo é mais demorado. Figura 5.24 – Mecanismo alimentador (feeder). Fonte: Viton. A máquina I.S. (Fig. 5.25) é o equipamento que realiza a moldagem do vidro, que pode ser através de dois processos: sopro-sopro ou prensa-sopro. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 41 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.25 – Máquina I.S. Fonte: Viton. O processo sopro-sopro é utilizado na moldagem de produtos com boca estreita, como garrafas. A gota de vidro cai no pré-molde, onde ocorre a formação quase completa do gargalo. Injeta-se ar comprimido no pré-molde, completando a formação do gargalo. O primeiro sopro forma o chamado parison, a pré-forma da garrafa. Em seguida esta pré-forma é transferida para um segundo molde, onde uma nova etapa de sopro expande a parede da garrafa e faz com que esta adquira sua forma final. Após esta operação, o molde é aberto e um mecanismo de garras retira o artigo e o coloca sobre uma placa de ventilação (Fig. 5.26). ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 42 FUNDAÇÃO CERTI a b d Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 c e f Figura 5.26 – Ciclo de moldagem do processo sopro-sopro: a. Gota cai no molde; b. Primeiro sopro; c. Transferência do parison; d. Molde final; e. Segundo sopro; f. Extração do produto. Fonte: SG Embalagens. O processo de prensa-sopro é utilizado para produtos com boca larga, como os potes para geléias. Neste processo, a gota de vidro se deposita sobre um pino de prensagem e é, em seguida, pressionada contra o interior do pré-molde, formando o gargalo. A pré-forma é transferida para outro molde, no qual uma etapa de sopro faz com que a parede do pote se expanda até atingir a forma final do produto e, então, o produto é retirado por garras e colocado sobre a esteira de ventilação (Fig. 5.27). ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 43 FUNDAÇÃO CERTI a Código: Cliente: Revisão: Data: b DF-002 ABDI 03 07/11/2008 c d e Figura 5.27 – Ciclo de moldagem do processo prensa-sopro: a. Gota cai no molde; b. Etapa de prensagem; c. Transferência para o molde final; d. Etapa de sopro; e. Extração do produto. Fonte: SG Embalagens. A capacidade produtiva da máquina I.S. varia em função do número de seções (unidades que realizam o processo de moldagem), e também do número de gotas por seção, de modo que se pode obter um grande número de produtos simultaneamente. Uma máquina I.S. pode ter até 20 seções e operar com gota simples, dupla, tripla ou até quádrupla. Isto significa, por exemplo, que uma máquina I.S. com dez seções e dupla gota produzirá 20 unidades em um único ciclo. O número de seções é determinado de acordo com o volume de produção necessário, e o número máximo de gotas vai depender das dimensões do produto, ou seja, produtos maiores são produzidos em número menor de gotas em função das limitações físicas da máquina. A Figura 5.25 é um exemplo de máquina I.S. de oito seções. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 44 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Normalmente se instala um transportador de caco (Fig. 5.28 e 5.29) abaixo da máquina de moldagem, que irá resfriar o vidro rejeitado, transportá-lo a um triturador e, em seguida, para um depósito, para que o material possa ser reintegrado ao processo. Este equipamento tem como função produzir caco de vidro a partir do vidro rejeitado (gotas e artigos moldados), garantindo um reaproveitamento contínuo no processo. Figura 5.28 – Transportador de caco. Fonte: Horn. Os transportadores de caco são feitos sob medida, de acordo com a posição e o número de locais por onde os rejeitos de vidro são expelidos. Este equipamento é responsável por resfriar o vidro até uma temperatura em que possa ser triturado para obter a granulometria adequada para poder ser reintegrado ao processo. Este resfriamento é realizado por água, que deve ser continuamente resfriada e tratada. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 45 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.29 – Esquema de um transportador de caco. Fonte: Horn. O transporte de produtos após a moldagem é feito por meio de esteiras com queimadores instalados próximos às mesmas, para manter os artigos aquecidos até a entrada do forno de recozimento, evitando, assim, a ocorrência de defeitos e/ou quebra de artigos devido às tensões presentes nos mesmos. 5.2.2.4 5.2.2.4 Tratamento superficial a quente Depois de obtidos os produtos conformados, os mesmos são transportados através de esteiras e passam por uma etapa de tratamento superficial a quente, que consiste na aplicação de um recobrimento à base de cloreto de estanho ou de titânio, na forma de vapor, e tem como função aumentar a resistência à pressão interna e a choques mecânicos (Fig. 5.30). O uso de cloreto de titânio deve ser evitado, uma vez que possui caráter explosivo e sua comercialização é controlada de forma rigorosa. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 46 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.30 – Estação de tratamento a quente. Fonte: Horn. 5.2.2.5 5.2.2.5 Recozimento Durante o processo de conformação, o vidro frequentemente desenvolve tensões permanentes devido ao fato de que várias regiões do material passam pela faixa de transição vítrea a taxas de resfriamento e tempos variáveis. Como forma de assegurar a estabilidade dimensional e para evitar o desenvolvimento de tensões excessivas em regiões críticas, estas tensões devem ser reduzidas pelo processo de recozimento. Após receber o tratamento a quente, o produto segue até o forno de recozimento (Fig. 5.31 e 5.32), um forno contínuo, que opera em torno de 500 a 600°C, e tem como função aliviar as tensões causadas pela conformação e conferir ao produto boa resistência mecânica e ao choque térmico. Na entrada deste forno deve ser instalado um equipamento conhecido como “carregador da arca de recozimento”, responsável por agrupar e alinhar os produtos antes da entrada no forno. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 47 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.31 – Forno de recozimento. Fonte: Horn. Figura 5.32 – Garrafas entrando no forno de recozimento. Fonte: recycleglass.co.nz 5.2.2. 5.2.2.6 2.6 Tratamento superficial a frio O processo segue com uma etapa de tratamento superficial a frio (Fig. 5.33), que pode ser realizado para promover a lubrificação da superfície do produto, conferindo-lhe resistência a riscos que possam ser causados durante manuseio nas linhas de enchimento das embalagens. A combinação entre os dois tipos de tratamentos (a quente e a frio) resulta em maior resistência ao risco, maior ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 48 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 lubricidade, menores taxas de quebra, maior velocidade na linha de enchimento e melhor performance dos produtos. Figura 5.33 – Equipamento de tratamento superficial a frio. Fonte. Horn. 5.2.2.7 5.2.2.7 Inspeção Ao final do processo produtivo, os produtos são automaticamente inspecionados através de um sistema ótico (Fig. 5.34 e 5.35), e os itens com defeitos são descartados no que se chama de processo de selecionamento. Os produtos aprovados seguem para paletização e embalagem, enquanto que os produtos rejeitados são eliminados da linha e encaminhados ao triturador para que o material possa ser reintegrado ao processo na forma de caco. Existem diferentes equipamentos de inspeção, com capacidades de detectar defeitos distintos, como por exemplo, riscos, trincas, ondulações na superfície, desvios de verticalidade, contaminações, entre outros (Fig. 5.35 e 5.36). O tipo de defeito e a acuracidade da inspeção serão determinantes do tipo e quantidade de máquinas de inspeção a utilizar. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 49 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.34 – Sistema de inspeção. Fonte: Viton. Figura 5.35 – Linha de inspeção com diferentes equipamentos em seqüência. Fonte: MSC. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 50 Código: Cliente: Revisão: Data: riscos verticalidade espessura do fundo espessura da parede diâmetro fora de centro linha de acabamento trincas no acabamento bolhas no acabamento diâmetro interno/externo trincas bolhas tensões/inclusões contaminação distorções na parede riscos sujeira contaminação "cat scratch" má formação do gargalo 07/11/2008 codificação FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 Figura 5.36 – Exemplos de defeitos em embalagens de vidro. Fonte: MSC. 5.3 Definição dos principais processos complementares Além dos equipamentos principais que compõem a linha de fabricação de embalagens de vidro citados anteriormente, o funcionamento da fábrica depende de uma série de equipamento e processos complementares, e incluem equipamentos periféricos necessários ao funcionamento dos equipamentos principais, como ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 51 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 compressores, energia elétrica, gases, etc., como também departamentos e recursos humanos dedicados a atividades de pesquisa e desenvolvimento, qualidade, etc, conforme exemplos a seguir: Administração: Gerência Financeiro Recursos humanos Secretaria Compras Vendas Engenharia: Desenvolvimento de processos Desenvolvimento de produtos Manutenção Garantia da qualidade Embalagem Expedição Estoque Utilidades: água, energia elétrica, combustível para o forno, climatização, exaustão, etc. Para que se faça o dimensionamento e detalhamento dos processos complementares e utilidades, é necessária uma avaliação completa da infra-estrutura e dos equipamentos a instalar. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 52 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.3.1 Departamento administrativo O departamento administrativo inclui profissionais responsáveis pelo gerenciamento da fábrica, gestão financeira, recursos humanos, secretaria, compras e vendas. O gerenciamento da fábrica é responsável por monitorar o andamento geral da fábrica, promover melhorias de infra-estrutura (sugeridas pela engenharia industrial) e tomar as principais decisões que dizem respeito ao funcionamento da fábrica. O departamento de recursos humanos é responsável por realizar as contratações e demissões de funcionários, além de gerir informações e ações relacionadas aos mesmos. O consumo de matéria-prima nesta fábrica é alto, em função do alto volume de produção. Portanto, é imprescindível que o departamento de compras controle o fornecimento e garanta o abastecimento contínuo de matéria-prima e demais insumos. O departamento de vendas será responsável por realizar contatos com clientes e negociar os produtos com os mesmos, relacionando-se com a produção no sentido de informar as necessidades dos clientes e também com a engenharia, transmitindo as demandas por novos produtos e processos. 5.3.2 Departamento de engenharia O departamento de engenharia, além de ser responsável pelo controle e monitoramento do processo produtivo, deve ter um setor de desenvolvimento de produtos, no qual se estudará a introdução de novos produtos, de acordo com a necessidade dos clientes e do mercado. Também é necessário que se tenha um setor de desenvolvimento de processos, com a função de criar e/ou implementar ferramentas e documentos com a finalidade de auxiliar o processo de fabricação e também promover melhorias em termos de qualidade e eficiência do processo produtivo. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 53 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.3.3 5.3.3 Manutenção A fábrica necessita de um setor de manutenção, com mão-de-obra especializada, responsável por realizar manutenção preventiva e/ou corretiva em equipamentos e periféricos, e deve incluir técnicos mecânicos, eletricistas e eletrônicos, além dos equipamentos e instrumentos necessários para a realização das atividades de manutenção. A alta dureza do vidro aliada às altas temperaturas de processo resulta em um cenário de alto desgaste de equipamentos e ferramentas, de modo que se torna primordial a existência de um plano de manutenção e controle de desgaste dos equipamentos para assegurar a qualidade do processo. 5.3.4 5.3.4 Garantia da qualidade O departamento de garantia da qualidade será responsável por realizar testes e inspeções nos produtos acabados, visando controlar os níveis de defeitos e identificar peças e/ou lotes com problemas. Este setor deve se comunicar com o departamento de engenharia, para que melhorias no processo sejam executadas conforme a necessidade. Os principais testes e ensaios em produtos acabados estão listados na Tabela 5.2. A inspeção de matéria-prima também é fundamental para a qualidade do produto, e deve ser realizada no ato do recebimento da mesma, contemplando análises de umidade, granulometria e densidade, visando garantir a repetibilidade do processo e evitar eventuais contaminações ao produto. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 54 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Normas COVENIN para controle de qualidade de embalagens de vidro Norma Descrição Método de ensaio para determinar a resistência das embalagens 539-78 comerciais de vidro à pressão hidrostática. Método de ensaio para determinar a 584-78 resistência à compressão axial em embalagens de vidro. Método de ensaio para determinar a 927-78 perpendicularidade das embalagens de vidro de base plana. Método para determinar o grau de 1572-80 têmpera nas embalagens de vidro transparentes. Método de ensaio para determinar a 1654-80 transmissão luminosa das embalagens de vidro. Embalagens de vidro. Tampas 2084-88 metálicas tipo fechamento por giro. Método de ensaio para determinar a 9019-78 verticalidade das garrafas. Método de ensaio de choque térmico 582-78 para embalagens de vidro. Tabela 5.1 – Principais ensaios relacionados a embalagens de vidro. Fonte: COVENIN. 5.3.5 5.3.5 Embalagem A embalagem é feita de forma automática ao final do processo, por um equipamento que agrupa os produtos conforme disposição no palete e os envolve com um filme plástico termo-retrátil (thermo shrink), que encolhe quando aquecido, ajustando-se ao tamanho do palete. O tamanho dos paletes e a disposição dos produtos no mesmo deve ser selecionada de acordo com o modelo de produto a embalar. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 55 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.3.6 5.3.6 Expedição A expedição deve manter controles de pedidos e também de produção. Os produtos devem ser conferidos e identificados, e a saída dos mesmos deve ser registrada como forma de controle. Este departamento deverá ser equipado com transportadores de paletes e empilhadeiras, para facilitar o deslocamento de produtos entre a área de produção e a área de estoque e expedição. 5.3.7 5.3.7 Estoque A fábrica de vidros deve manter certa quantidade de unidades em estoque, visto que a produção, apesar de ágil, pode não ser suficientemente rápida para atender as demandas do mercado, principalmente porque geralmente se trata de um número elevado de unidades e de uma demanda oscilante por embalagens de vidro. 5.3.8 5.3.8 Utilidades Por utilidade entenda-se desde água, energia elétrica, combustível para o forno (GLP e/ou GN), até os sistemas de comunicação, climatização, exaustão, ventilação dos equipamentos, sistema de tratamento de efluentes, geradores e subestação elétrica (para o caso de desabastecimento da rede elétrica), ar comprimido (de baixa e alta pressão), sistema de vácuo para as máquinas I.S., sistema de resfriamento por água e ar (para o forno, distribuidor, canais e máquinas I.S.), software para gerenciamento da produção, software para controle da casa de mistura. Além disso, deve-se considerar a instalação de facilidades como sanitários, vestiários, refeitório, área de lazer, ambulatório e estacionamento. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 56 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.3.9 5.3.9 Segurança do trabalho É importante que haja um departamento responsável pela segurança dos trabalhadores, responsável por orientar os mesmos para os riscos existentes na área de produção, principalmente na chamada zona quente, que inclui os fornos, máquinas I.S., tratamento a quente e recozimento, e também por monitorar a utilização de equipamentos de proteção. Este setor também tem a função de desenvolver procedimentos de segurança e de ação em casos de acidentes e de promover treinamentos para os funcionários. Equipamentos de segurança para a fábrica de vidros incluem calçados de segurança, óculos, capacete, protetor auricular, luvas e vestimentas com proteção para o caso de estilhaçamento de vidro. 5.4 Dimensionamento de equipamentos A fábrica de vidros foi projetada para atender a demanda da indústria de transformação de frutas, de modo que a produção foi estimada com base nas necessidades de tais fábricas. Estas informações, aliadas aos dados de produtividade das máquinas de moldagem de vidros (máquina I.S.), foram utilizados para se determinar a quantidade de linhas necessárias. Na instalação da fábrica se prevê uma área para instalação de novas linhas de produção, seja para atender outros mercados, como a indústria farmacêutica, seja para aumentar a capacidade produtiva para a indústria alimentícia. Assim, determinou-se a produção em sete linhas, com máquinas I.S. dez seções, dupla gota, sendo linhas dedicadas, conforme tabela abaixo. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 57 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Planejamento das linhas de produção Linha Tipo de processo Modelo Produção estimada* (t/dia) 1 Sopro-sopro 102 81,33 2 Sopro-sopro 102 81,33 3 Sopro-sopro 103 39,62 4 Sopro-sopro 103 39,62 5 Prensa-sopro 101 13,97 6 Prensa-sopro 104 10,51 7 Prensa-sopro 105 14,90 * Produção estimada para o primeiro ano de funcionamento da fábrica. Tabela 5.2 – Distribuição das linhas de produção para o ano de instalação. 5.5 Lista de possíveis fornecedores A empresa Viton Equipamentos para a Indústria Vidreira desenvolve e produz os principais equipamentos periféricos que compõem a linha de fabricação de embalagens de vidro, o que inclui canais alimentadores da máquina I.S., máquinas I.S. até 8 seções, moldes, estação de tratamento a quente e mecanismo carregador do forno de recozimento. Outras empresas que podem atender a fábrica de vidros incluem a Deltec, que produz fornos de recozimento de vidro, e a Jacinto Zimbardi, que produz moldes. A tabela a seguir apresenta os potenciais fornecedores para os equipamentos descritos anteriormente. Esta tabela foi elaborada com base em contatos com os fornecedores e após uma avaliação prévia das características dos equipamentos. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 58 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Lista de possíveis fornecedores de equipamentos Item Fornecedores Casa de mistura Eirich Forno de fusão Horn*, Sorg* Máquina I.S. Viton**, Emhart*, Bottero* Tratamento a quente Viton Inspeção a quente MSC/SGCC* Forno de recozimento Deltec Tratamento a frio Horn* Transportadores Viton Inspeção a frio Viton***, Emhart*, MSC/SGCC* Projeto Fabrenge, Vidroporto, Vidtec Software de gerenciamento de Vertech* produção Moldes Jacinto Zimbardi, Viton Paletizadora MSK*, Zechetti*, Emmeti* * Fornecedores fora do Brasil (devido ao desconhecimento ou inexistência de fornecedores locais). ** Viton produz máquinas I.S. de até 8 seções. *** Equipamento da Viton tem limitação de altura do produto, até 200mm. Tabela 5.3 – Lista de possíveis fornecedores por equipamento. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 59 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 5.6 Leiaute da fábrica Baseado em informações de fornecedores, a tabela abaixo apresenta as dimensões aproximadas dos equipamentos que compõem a linha. Estas informações foram utilizadas para construir um leiaute prévio da fábrica. A Figura 5.37 apresenta o leiaute simplificado da fábrica. As dimensões apresentadas na Tabela 5.4 são referentes aos equipamentos descritos no item 5, ou seja, quaisquer alterações nas capacidades dos equipamentos e/ou mudanças no leiaute proposto, por qualquer razão, poderão alterar as dimensões dos equipamentos que compõem a linha de produção e, neste caso, uma nova avaliação deverá ser feita. Dimensionamento da fábrica Equipamento Quantidade Dimensões (m) Casa de mistura 1 47 x 20 Forno e periféricos 2 65 x 30 Máquina I.S.-10 7 8x2 Inspeção a quente 7 1,5 (comprimento) Tratamento a quente 7 1,5 (comprimento) Arca de recozimento 7 25 x 3,5 Tratamento a frio 7 3,5 x 1 Máquina de inspeção 14 2,5 x 1,5 Transportadores Paletizadora Depende do leiaute 7 22 x 10 Tabela 5.4 – Dimensões aproximadas dos equipamentos que compõem a fábrica. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 60 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.37 – Leiaute simplificado da fábrica. Na figura acima está representada a infra-estrutura principal da fábrica de vidros, que compreende a casa de mistura, dois fornos, sete linhas de produção e uma área de estoque. A figura a seguir mostra a vista superior da fábrica, indicando os principais setores. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 61 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 ~300m Casa de mistura Fornos Linhas de produção Estoque Figura 5.38 – Leiaute (vista superior). A figura acima mostra a área de produção com a casa de mistura (à esquerda), ocupando uma área aproximada de 950 m², onde as matérias-primas são armazenadas, dosadas e misturadas antes de partir para o forno e fusão. A casa de mistura pode ser visualizada mais detalhadamente nas figuras 5.39 e 5.40. A casa de mistura é uma estrutura externa à fábrica, em função das dimensões dos silos e também para evitar poeira no interior da fábrica, gerada pelo transporte de matéria-prima. A Figura 5.39 mostra os dutos por onde o material é transportado até o interior dos silos. O transporte pneumático de material evita a formação de poeira e também a absorção de umidade do ambiente. A Figura 5.40 é uma vista interna da casa de mistura, onde se vêem alguns silos e outros equipamentos utilizados nesta etapa do processo de fabricação. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 62 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.39 – Casa de mistura. Figura 5.40 – Interior da casa de mistura. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 63 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 A figura a seguir é uma vista superior da área de produção, mostrando os fornos e as sete linhas de produção com os equipamentos envolvidos. Figura 5.41 – Visão da área de produção. Na seqüência serão apresentadas imagens aproximadas dos equipamentos, para facilitar a visualização dos mesmos. Os desenhos são baseados em imagens de equipamentos concedidas por fornecedores. As dimensões aproximadas de cada equipamento encontram-se na Tabela 5.5. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 64 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.42 – Máquina I.S. e equipamento de tratamento a quente. Figura 5.43 – Forno de recozimento. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 65 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Figura 5.44 – Estações de tratamento a frio (imagem explodida). Figura 5.45 – Equipamentos de inspeção de produto acabado. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 66 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Além da área de produção, a fábrica possui toda a infra-estrutura complementar descrita no item 5.2., que é representada nas figuras a seguir. É importante dizer que as figuras têm caráter demonstrativo, e o dimensionamento desta infra-estrutura deve ser estudado mais detalhadamente para se adequar às necessidades reais da fábrica em termos de espaço físico e equipamentos, mobília, etc. É importante ressaltar que a disposição da infra-estrutura em módulos, conforme sugerido pela equipe venezuelana, não pôde ser utilizada, pois as dimensões préestabelecidas não comportam alguns equipamentos, como por exemplo, os fornos. Desta forma, o leiaute foi desenvolvido conforme as necessidades dos equipamentos e orientações de fornecedores e outros profissionais da área. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 67 FUNDAÇÃO CERTI 6. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 DEFINIÇÃO DE RECURSOS HUMANOS Depois de analisados os processos produtivos, realizou-se uma análise da quantidade de pessoas necessárias para o funcionamento adequado da unidade fabril, levando em conta não só a mão-de-obra direta, aquela que se envolve com o processo produtivo propriamente dito, como também a mão-de-obra indireta, considerando todas as funções operacionais de gestão e de suporte à fábrica. O nível de especialização dos recursos humanos é determinado em função do cargo ocupado e das responsabilidades e competências exigidas para tal. A tabela a seguir apresenta a classificação dos perfis e o grau de especialização de cada um. Perfis de especialização de recursos humanos Perfil Descrição Perfil 1 Colaboradores – operadores ou técnicos nível médio Colaboradores com TSU (Técnico Superior Universitário) ou com experiência de trabalho que Perfil 2 tenha conhecimentos teórico-práticos similares ao TSU Colaboradores com Licenciatura ou Engenharia ou com experiência de trabalho que tenha Perfil 3 conhecimentos teórico-práticos similares a este nível Colaboradores com Especialização ou com experiência de trabalho que tenha conhecimentos Perfil 4 teórico-práticos similares a este nível Colaboradores com Mestrado ou com experiência de trabalho que tenha conhecimentos teóricoPerfil 5 práticos similares a este nível Colaboradores com Doutorado, vinculados efetivamente a processos de ação estatal, ou com Perfil 6 experiência de trabalho que tenha conhecimentos teórico-práticos similares a este nível Perfil 7 Colaboradores com altos cargos de direção Tabela 6.1 – Níveis de especialização da mão-de-obra a ser empregada. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 68 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 A tabela a seguir apresenta uma previsão de recursos humanos para a fábrica de embalagens de vidro, com os respectivos perfis de especialização. Planejamento dos recursos humanos Setor Administração Cargo Quantidade Perfil Gestão Diretor 2 7 Gestão Gerente Administrativo 2 6 Financeiro Contador 1 4 Recursos Humanos Téc. Administrativo 2 4 Almoxarife 4 2 Secretário 1 3 Compras/Vendas Administrador 2 4 Gestão Gerente Industrial 2 6 Produção Supervisor* 18 2 Linha de produção Operador* 75 1 Linha de produção Inspetor* 21 2 Resp. Técnico Engenheiro 1 4 Insp. Matéria-prima Técnico 2 3 Insp. Produto Técnico* 6 3 Mecânica Téc. Mecânico* 9 2 9 2 Recebimento/ Expedição Recepção/ Telefonista Fábrica Qualidade Manutenção Téc. Eletrotécnica Eletricista/Eletrônico* Controle Processo Engenheiro 3 5 P&D Engenheiro 2 5 P&D Estagiário/Técnico 4 5 Segurança Técnico Segurança 1 5 Engenharia Total 167 * estes cargos operam em três turnos, e o número representa o total de funcionários para o cargo. Tabela 6.2 – Lista de recursos humanos. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 69 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 A tabela 6.3 apresenta os diferentes perfis e os respectivos salários-base, bem como o custo total anual com recursos humanos, que inclui bonificações mensais e anuais tais como transporte, habitação, férias, entre outros. Custo de RH por perfil de trabalhador Perfil Salário base (BsF) 1 1.300,00 Total mensal (BsF) 2.811,19 Total anual (BsF) Salário base (US$) 33.734,32 606,17 Total mensal (US$) 1.310,82 2 1.950,00 3.815,44 45.785,28 909,26 1.779,09 21.349,10 3 2.730,00 5.020,54 60.246,48 1.272,96 2.341,01 28.092,18 4 3.822,00 6.707,68 80.492,16 1.782,15 3.127,71 37.532,48 5 5.350,80 8.750,00 105.000,00 2.495,01 4.080,01 48.960,18 6 6.956,04 11.230,08 134.760,90 3.243,51 5.236,44 62.837,31 7 7.800,00 12.534,00 150.408,00 3.637,04 5.844,45 70.133,36 Total anual (US$) 15.729,89 Tabela 6.3 – Custos de recursos humanos de acordo com perfil de especialização. A seguir apresenta-se uma tabela demonstrando o quadro de funcionários desta fábrica, agrupados por perfil de especialização, bem como o custo total com recursos humanos. Custos de recursos humanos Total mensal Perfil Quantidade Total mensal Total anual (US$) (US$) Total anual (BsF) (BsF) 1 75 242.615 2.911.374 112.844 1.354.127 2 61 265.194 3.182.326 123.346 1.480.152 3 9 51.143 613.714 23.787 285.449 4 6 45.310 543.721 21.074 252.893 5 10 98.488 1.181.856 45.808 549.700 6 4 50.386 604.628 23.435 281.222 7 2 28.082 336.984 13.061 156.737 Total 167 781.217 9.374.603 363.357 4.360.281 Tabela 6.4 – Quadro de funcionários e custos de recursos humanos. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 70 FUNDAÇÃO CERTI 7. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 ORÇAMENTAÇÃO MACRO A atividade de análise de custo realizada neste projeto teve por finalidade analisar o custo aproximado de produção para um produto de referência. Esta análise considerou despesas com a infra-estrutura da fábrica, equipamentos, infra-estrutura complementar, recursos humanos, matérias-primas, insumos e utilidades. A análise é apresentada mais detalhadamente na seqüência. 7.1 Custo de obras civis A estimativa de investimentos necessários à construção da fábrica inclui o custo do terreno e a construção dos galpões, além de toda a infra-estrutura administrativa e de processos complementares. Para a realização dos cálculos de investimento foram utilizados valores de referência praticados na Venezuela, aplicados ao leiaute proposto no item 5 e, ainda, foram considerados custos de estudos especiais que incluem levantamento topográfico, estudo do solo e estudo de impacto ambiental. O investimento com obras civis calculado é de 146,6 milhões de dólares. 7.2 Custo de equipamentos O custo de equipamentos de produção foi estimado com base em informações providas por fornecedores e/ou representantes de fornecedores dos equipamentos que compõem a linha de produção, conforme apresentado no item 5.5, por meio de contatos realizados durante reunião na ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), e também por meio de contatos posteriores. A tabela a seguir mostra o custo FOB (Free On Board) estimado de cada equipamento da linha de produção. A análise de custo de equipamentos considerou, ainda, taxas de importação, transporte e instalação, conforme apresentado na Tabela 7.2. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 71 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Orçamentação macro dos equipamentos Equipamento Quant. Preço Unit. (€) €) Preço Total (€) €) Casa de mistura 1 4.000.000,00 4.000.000,00 Obs. Sem estrutura metálica e silos Completo (1 forno com 3 Forno e periféricos 2 9.500.000,00 19.000.000,00 linhas e 1 forno com 4) Instalado sob o canal/mecanismo de corte Máquina I.S.-10 7 1.000.000,00 7.000.000,00 Inclui enfornadora p/ recozimento Inspeção a quente 7 170.000,00 1.190.000,00 Área quente Tratamento a quente 7 30.000,00 210.000,00 Área quente Forno de recozimento 7 300.000,00 2.100.000,00 Tratamento a frio 7 30.000,00 210.000,00 Instalado sobre esteira da arca de recozimento Área fria (a quantidade irá Máquinas de inspeção 14 250.000,00 3.500.000,00 depender do volume de produção Transportadores 7 450.000,00 3.150.000,00 Linha completa Inclui carro de transferência, termo- Paletizadoras 7 800.000,00 5.600.000,00 retração, carregador automático de palete e shuttle car Software de Controle e registro ao gerenciamento de 7 47.000,00 329.000,00 longo da linha de produção produção Jogo de moldes 14 Total 40.000,00 560.000,00 € 46.849.000,00 Tabela 7.1 – Estimativa de custo FOB dos equipamentos. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 72 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Cálculo do custo de equipamentos Item Custo (US$) Custo (BsF) Equipamentos principais da fábrica (FOB) 65.950.111 141.792.739 Gastos de frete e seguro (20%) 13.190.022 28.358.548 1.978.503 4.253.782 Taxas alfandegárias (15%) 9.892.517 21.268.911 Imposto sobre Valor Agregado (9%) 5.935.510 12.761.346 Armazenamento e gastos de transporte (2%) 1.319.002 2.835.855 Total com equipamentos (Nacionalizado) 98.265.665 211.271.181 Equipamentos complementares 13.190.022 28.358.548 Instalação (15%) 11.871.020 25.522.693 Investimento total com equipamentos 123.326.708 265.152.421 Outros gastos de transporte e impostos de importação (3%) Tabela 7.2 – Custo de equipamentos para a fábrica. É importante ressaltar que estes valores são apenas uma estimativa de ordem de grandeza dos custos de equipamentos. Após o detalhamento da solução e especificação dos equipamentos, o orçamento final poderá ser solicitado aos fornecedores. 7.3 Investimento para implantação da fábrica Além do estudo do investimento necessário para construção da fábrica e aquisição dos equipamentos, foi feito um levantamento do capital de giro necessário para cobrir as despesas dos primeiros seis meses de funcionamento da fábrica. Para isso, foram contabilizadas as principais despesas da fábrica, o que inclui investimentos com: ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 73 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Matéria-prima; Obras civis (construção da infra-estrutura); Recursos Humanos; Equipamentos; Utilidades; Equipamentos administrativos (administração e engenharia); Insumos administrativos. A estimativa de investimentos foi realizada tendo-se como referência dados fornecidos pela equipe da Venezuela, como custo da energia, água, dentre outros valores e, além disso, as informações de consumo destas mesmas utilidades é apenas uma estimativa, de forma que os valores reais de custos para o funcionamento da fábrica poderão apresentar diferenças quando do dimensionamento da fábrica. Para o dimensionamento dos equipamentos complementares e cálculo mais preciso do consumo de insumos sugere-se a participação de pessoas especializadas no projeto e dimensionamento de fábricas de vidro. Alguns valores que não foram possíveis de se obter na Venezuela foram pesquisados no Brasil, como os custos de matéria-prima, de forma que o custo real da mesma pode sofrer alterações na prática. A tabela a seguir apresenta as estimativas de custos que compõem a análise de investimentos necessários para os seis primeiros meses de funcionamento da fábrica de embalagens de vidro. Alguns valores foram arredondados para facilitar a leitura. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 74 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Investimento para 6 meses iniciais Itens de investimento Custo (US$) Custo (BsF) Equipamentos (nacionalizado) 123.300.000,00 265.100.000,00 Infra-estrutura (obras civis) 146.600.000,00 315.190.000,00 Capital de giro Custo (US$) Custo (BsF) Mão-de-obra 2.200.000,00 4.730.000,00 Matéria-prima 5.700.000,00 12.255.000,00 Serviços básicos 1.500.000,00 3.225.000,00 Valor total estimado 279.300.000,00 600.500.000,00 Tabela 7.3 – Estimativa de investimentos para o primeiro semestre de funcionamento da fábrica. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 75 FUNDAÇÃO CERTI 8. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 ANÁLISE DE CUSTO DE PRODUÇÃO Esta atividade consistiu em desenvolver uma análise de custo de produção para um produto de referência, considerando todos os pontos citados no item 7, além da depreciação dos equipamentos. Esta análise é importante para que se possa avaliar a competitividade do produto no mercado e, caso necessário, realizar modificações no processo produtivo. O produto escolhido como referência é o modelo 104 e, para esta análise foram avaliados os seguintes itens: Matéria-prima; Obras civis (depreciação da infra-estrutura); Recursos Humanos; Depreciação dos equipamentos; Utilidades (consumo de insumos e depreciação dos equipamentos complementares); Depreciação dos equipamentos administrativos (administração e engenharia); Insumos administrativos. 8.1 Custo de matériamatéria-prima Para se fazer o cálculo do custo de matéria-prima, utilizou-se a previsão de produção para o primeiro ano de funcionamento da fábrica, que corresponde a aproximadamente 3.835 toneladas do modelo 104. Considerou-se uma margem de 5% de perda de material. Desta forma, o custo de matéria-prima é de aproximadamente US$424 mil. Como a projeção de demanda foi feita para cinco ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 76 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 anos, o gasto com matéria-prima no quinto ano, para produção do modelo 104 é estimada em aproximadamente US$1.211.000. A Tabela 8.1 apresenta o consumo de matéria-prima e o custo que isto representa. Consumo e custo total de matéria-prima para produção do modelo 104 % na Matéria- Custo Consumo Custo total Consumo Custo total (US$/t) ano 1 (t) ano 1 (US$) ano 5 (t) ano 5 (US$) composição prima do vidro Sílica 66,60 65,00 2.681,82 174.318,00 7.661,53 498.000,00 Alumina 0,90 385,00 36,24 13.953,00 103,53 39.861,00 Calcário 4,50 210,00 181,20 38.053,00 517,67 108.711,00 Barrilha 13,50 235,00 543,61 127.749,00 1.553,01 364.958,00 Dolomita 3,60 210,00 144,96 30.442,00 414,14 86.969,00 Outros 0,90 250,00 36,24 9.060,00 103,53 25.884,00 Caco 10,00 75,00 402,68 30.201,00 1.150,38 86.279,00 Total 100 - 4.026,75 423.775,00 11.504,00 1.210.660,0 Tabela 8.1 – Custo de matéria-prima para produção do modelo 104. É importante ressaltar que os custos de matérias-primas referem-se a fornecedores do Brasil, de modo que, na Venezuela, os valores praticados podem ser diferentes, ocasionando alterações no custo de produção. 8.2 Custo de recursos humanos Para realizar o cálculo de custo de mão-de-obra, considerou-se a taxa de ocupação dos recursos humanos, ou seja, a razão entre o custo total com empregados e o número de linhas de produção dedicadas ao produto 104. Assim obteve-se o custo de mão-de-obra apresentado na tabela a seguir. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 77 Código: Cliente: Revisão: Data: FUNDAÇÃO CERTI DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Custos de recursos humanos para produção do modelo 104 Perfil Quantidade Total Anual (BsF) Total Anual (US$) 1 75 415.911,00 193.447,00 2 61 454.618,00 211.450,00 3 9 87.673,00 40.778,00 4 6 77.674,00 36.128,00 5 10 168.837,00 78.529,00 6 4 86.375,00 40.175,00 7 2 48.141,00 22.391,00 Total 167 1.339.229,00 622.897,00 Tabela 8.2 – Custo de recursos humanos para produção do produto de referência. 8.3 Depreciação dos equipamentos da linha de produção Com base na vida útil média informada pelos fornecedores de equipamentos, pôdese calcular a depreciação dos equipamentos, conforme apresentado na tabela a seguir. Levou-se em consideração, para a realização dos cálculos, a produtividade da linha, ou seja, a depreciação é calculada proporcionalmente à quantidade (em toneladas) de vidro produzido. Depreciação de equipamentos da linha de produção do modelo 104 Equipamento Depreciação anual (US$) Depreciação anual (BsF) Equipamentos linha de produção 1.234.465,87 2.654.101,62 Equipamentos complementares 49.271,63 105.934,01 Total 1.283.737,50 2.760.035,63 Tabela 8.3 – Depreciação anual dos equipamentos da linha de produção do modelo 104. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 78 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 8.4 Depreciação de obras civis Os custos de depreciação de obras-civis foram calculados de acordo com a área ocupada pela linha de produção, pelo estoque dos produtos e uma proporção das áreas comuns. Considerando-se que as sete linhas ocupam o mesmo espaço na fábrica, apesar da produtividade diferente, o valor foi estimado em US$662 mil para a linha de produção do modelo 104. 8.5 Custos operacionais e outros custos Os custos operacionais consideram o consumo de energia elétrica, água, gás, custos com manutenção dos equipamentos de produção e outros. Os custos foram estimados com base em dados fornecidos pelos fornecedores de equipamentos e também em dados obtidos de fabricantes brasileiros. Incluem-se ainda neste valor os custos de depreciação dos equipamentos da área administrativa e de engenharia, bem como os insumos consumidos por estes departamentos. Considera-se, para cada tonelada de vidro fundido, o consumo de 200 m³ de gás natural e, ainda, para cada tonelada de vidro produzida, o consumo de 200 kWh de energia elétrica nos demais equipamentos da linha. Além disso, foi considerado o consumo de água na fábrica e nas áreas administrativas e de engenharia, incluindo laboratório e manutenção Estes custos totalizam aproximadamente US$ 800 mil. 8.6 Custo unitário do produto de referência Os custos citados anteriormente compõem o custo de fabricação do produto de referência, modelo 104. A tabela a seguir apresenta, de forma resumida, os custos associados à produção deste produto, bem como o custo final de produção calculado. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 79 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Custo de produção do modelo 104 Representatividade no Item Custo anual (US$) Custo anual (BsF) custo (%) Matéria-Prima 423.775,00 911.117,00 11,18% Obras Civis 661.947,00 1.423.185,00 17,47% Recursos Humanos 622.897,00 1.339.229,00 16,44% Equipamentos 1.283.738,00 2.760.036,00 33,88% Utilidades da Fábrica 781.102,00 1.679.370,00 20,62% Insumos da Administração 15.500,00 33.324,00 0,41% Total 3.788.959,00 8.146.261,00 100 Tabela 8.4 – Resumo do custo de produção do modelo 104. Considerando-se uma produção anual de aproximadamente 17 mil unidades do modelo 104, o custo unitário de fabricação resulta em US$0,22. Uma pesquisa de mercado realizada no Brasil apontou que o custo unitário de venda no varejo de um produto muito similar ao modelo 104 é de US$0,29, o que mostra que a análise de custo de produção é pertinente, dado que o valor de US$0,22 não está contabilizando o lucro, mas apenas o custo de produção. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 80 FUNDAÇÃO CERTI 9. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 SUPORTE NA IMPLANTAÇÃO IMPLANTAÇÃO Tendo em vista a complexidade de funcionamento dos equipamentos, principalmente dos fornos de fusão, é importante o acompanhamento de especialistas durante a instalação e operação inicial dos mesmos. Além disso, é fundamental que se formem operadores capacitados em todas as etapas do processo produtivo, por meio de cursos, treinamentos e acompanhamento de profissionais experientes. Para isso, elaborou-se uma lista com algumas instituições de referência e outras empresas que possam auxiliar através de consultoria e/ou formação de recursos humanos. Cabe ressaltar a importância da participação de especialistas quando da realização do projeto detalhado, para auxiliar na especificação de equipamentos, processos e atividades complementares e de suporte. Além disso, é fundamental o acompanhamento de recursos humanos especializados durante o início do funcionamento (start-up) da fábrica, dada a complexidade de operação dos equipamentos, em especial dos fornos de fusão. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 81 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Possibilidade de suporte na implantação da fábrica Instituição Tipo Localização RawMaterial Representante Santo André, SP (Brasil) Contato César Rodrigues +55 11 44338400 Fornecedor São Bernardo do Clóvis Ribeiro equipamentos Campo, SP (Brasil) +55 11 43551981 Jandira, SP (Brasil) +55 11 46198900 Viton Fornecedor Eirich do Brasil equipamentos Jorge Rocha Vidtec Projeto São Paulo, SP (Brasil) +55 11 51829768 Fabrenge Projeto Vidroporto Fabricante Saint Gobain Embalagens Fabricante Wheaton Brasil Fabricante São Paulo, SP (Brasil) +55 11 26056777 Porto Ferreira, SP Paulo R. da Silva (Brasil) +55 19 35893199 Campo Bom, RS (Brasil) +55 51 21180209 São Bernardo do +55 11 43551800 Campo, SP (Brasil) CIV Fabricante Recife, PE (Brasil) +55 81 32724467 Diversos (Brasil) +55 48 32395800 Consultoria / SENAI Treinamento Prof. Dr.-Ing. Marcio UFSC Consultoria Florianópolis, SC (Brasil) Fredel [email protected] Tabela 9.1 – Instituições de referência. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 82 FUNDAÇÃO CERTI 10. Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 CONSIDERAÇÕES FINAIS/CONCLUSÃO FINAIS/CONCLUSÃO O desenvolvimento deste projeto, no contexto do termo de cooperação internacional entre Venezuela e Brasil, através do Ministério venezuelano do Poder Popular para as Indústrias Leves e Comércio (MPPILCO) e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), respectivamente, é parte integrante do plano de industrialização venezuelano, que tem como objetivo promover a implantação de 214 fábricas na Venezuela. A Fundação CERTI foi contratada para desenvolver o estudo conceitual de sete unidades fabris, dentre elas a fábrica de embalagens de vidro, que produzirá garrafas e potes para sucos, geléias e compotas, para atender a demanda da indústria de transformação de alimentos. Este projeto buscou avaliar o processo produtivo básico, quando se realizou um estudo acerca do processo de fabricação de vidros, buscando-se detalhar por etapas as atividades desenvolvidas e os equipamentos necessários, além de avaliar possíveis alternativas para a execução de cada etapa, selecionando-se a mais adequada ao tipo de produto e características da produção. Realizou-se, ainda, uma avaliação da demanda inicial e projetada dos produtos, com base em informações das fábricas de transformação de alimentos, e se propôs o dimensionamento da fábrica e as principais características de operação, o que permitiu estimar um orçamento macro dos equipamentos que compõem a linha de produção e propor um leiaute básico para a implantação da fábrica. Com a introdução de novos produtos e/ou mercados, como por exemplo, as embalagens para a indústria farmacêutica, prevê-se a instalação de novas linhas de produção, visando atender a demanda proposta. É necessário que, na continuidade deste projeto, se faça uma análise mais minuciosa sobre equipamentos e instalações, avaliando-se a infra-estrutura principal e de suporte, para que então se possa buscar, junto aos fornecedores, uma proposta mais detalhada de custos e características técnicas dos equipamentos. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 83 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 Faz-se necessário, também, um serviço especializado para projetar e dimensionar as instalações, tanto dos equipamentos que compõem a infra-estrutura principal da fábrica, quanto a de suporte, como água, luz, gás, ar comprimido, entre outras utilidades. ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 84 FUNDAÇÃO CERTI Código: Cliente: Revisão: Data: DF-002 ABDI 03 07/11/2008 FOLHA DE APROVAÇÃO PELO CLIENTE - ABDI: PRESIDENTE: Assinatura: Data: Assinatura: Data: Assinatura: Data: Assinatura: Data: Reginaldo Arcuri GESTOR DO PROJETO: Joselito Pizzetti PELA FUNDAÇÃO CERTI: SUPERINTENDENTE GERAL: Carlos Alberto Schneider GESTOR DO PROJETO: Carlos Alberto Fadul C. Alves PELO MINISTÉRIO DE INDÚSTRIAS LEVES E COMÉRCIO - MPPILCO: MINISTRO: Assinatura: Data: Assinatura: Data: William Contreras GESTORA DO PROJETO: Marianna Ruta ESTUDO PARA IMPLANTAÇÃO DE UNIDADES FABRIS Fundação CERTI – Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras - CNPJ/MF nº 78.626.363/0001-24 85