7 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso FATORES ESTRESSORES DOS ACADÊMICOS DE Trabalho de Conclusão de Curso ENFERMAGEM DO 7º E 8º SEMESTRE Trabado de Conclusão de Curso tr Trabalho de Conclusão de Curso Autor: Daniele Pacheco de Souza Orientador: MSc. Fernanda Monteiro de Castro Fernandes Trabalho de Conclusão de Curso DANIELE PACHECO Brasília - DF DE SOUZA 2012 8 DANIELE PACHECO DE SOUZA FATORES ESTRESSORES DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM DO 7º E 8º SEMESTRE. Monografia apresentada ao curso de graduação em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Prof. MSc. Fernanda Monteiro de Castro Fernandes. Brasília 2012 9 Monografia de autoria de Daniele Pacheco de Souza, intitulada “ Fatores estressores dos acadêmicos de Enfermagem do 7º e 8º semestre ”, apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em Enfermagem da Universidade Católica de Brasília, em 12/06/2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: __________________________________________________ Profº. MSc. Fernanda Monteiro de Castro Fernandes Orientadora Enfermagem – UCB _________________________________________________ Profº. Drº. Maria do Socorro Nantua Evangelista Enfermagem – UCB _________________________________________________ Profº. Hiandra Mota de Lima Enfermagem- UCB Brasília 2012 10 AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por ter me dado força, discernimento, sabedoria e por ter iluminado meu caminho para que eu pudésse concluir mais uma etapa da minha vida. À minha família que esteve ao meu lado a cada passo, me apoiando nessa trajetória, não deixando eu desistir dando amor e dedicação para que essa etapa se concretize, me fazendo acreditar que nada é impossível nessa estrada; Aos amigos, pela verdadeira amizade que construímos em particular aqueles que estavam ao meu lado; A minha orientadora, Prof. MSc. Fernanda Monteiro de Castro Fernandes pelo ensinamento, dedicação e paciência comigo; E todas as pessoas que indiretamente, de alguma forma, me ajudaram na realização desta pesquisa. 11 RESUMO SOUZA, Daniele Pacheco de. Fatores estressores dos acadêmicos de Enfermagem do 7º e 8º semestre. Graduação ( Enfermagem)- Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2012. O estresse vem tendo uma importância significativa na vida dos estudantes de enfermagem, pois implica em submetê-los a realização de procedimentos novos e ao desenvolvimento de habilidades até então desconhecidas. O estudo objetiva investigar o nível e fatores mais estressantes sofridos pelos acadêmicos de enfermagem no 7º e 8º semestre. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa. A amostra é composta por 40 acadêmicos, sendo 20 do 7º semestre e 20 do 8º semestre da UCB. A coleta de dados foi realizada em abril de 2012 por meio de entrevista semi-estruturada. Os dados foram analisados por meio da Abordagem de Bardin (1977) ( questões abertas) e da análise estatística simplificada (questões fechadas). Os resultados mostraram que a maioria dos acadêmicos entrevistados tanto do 7º quanto do 8º semestre eram do sexo feminino, solteiros e sem filhos. Os acadêmicos identificaram o Trabalho de Conclusão de Curso- TCC, estágios e as provas como fatores mais estressantes. Conclui-se que trata-se de estudantes, em sua maioria, que não trabalham, não realizam atividades extracurriculares, dormem mais de seis horas por dia, apresentam um tempo hábil para estudar, mas mesmo assim apresentam-se estressados, com problemas físicos, como frequentes cefaléias, problemas gástricos, ansiedade e irritabilidade. Palavra-chave: Estresse. Enfermagem. Acadêmicos de Enfermagem. 12 ABSTRACT SOUZA, Daniele Pacheco de. Fatores estressores dos acadêmicos de enfermagem do 7º e 8º semestre. Graduação ( Enfermagem)- Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2012. The stress has had a significant importance in the lives of nursing students, for it implies submission to the realization of new procedures and skills development hitherto unknown. The study aims to investigate the level and most important stressors experienced by nursing students in 7th and 8th semester. This is a quantitative and qualitative research. The sample consists of 40 academics, 20 of the 7th semester and 20 of the 8th semester of UCB. Data collection was performed in April 2012 through semi-structured interview. Data were analyzed using the approach of Bardin (1977) (open questions) and statistical analysis simplified (closed questions). The results showed that the majority of academics interviewed both the 7th and the 8th semester were female, unmarried and childless. Scholars have identified the Course Conclusion Work-TCC, internships and events as most stressful factors. We conclude that it is students mostly, who do not work, do not do extracurricular activities, sleep more than six hours per day, have a good time to study, but nevertheless present themselves stressed with physical problems, as frequent headaches, stomach problems, anxiety and irritability. Keyword: Stress. Nursing. Nursing students. 13 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 15 1.1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 16 1.2 QUESTÃO NORTEADORA ....................................................................................... 18 1.3 HIPÓTESE.................................................................................................................... 18 1.4 OBJETIVOS ............................................................................................................. 18 1.4.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 18 1.4.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................................... 19 2.1 SÍNDROME DE BURNOUT ....................................................................................... 23 3. METODOLOGIA.................................................................................................................. 29 3.1 TIPO DE ESTUDO ...................................................................................................... 29 3.2 LOCAL ........................................................................................................................... 30 3.3 SUJEITOS E AMOSTRA............................................................................................ 31 3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ...................................................................................... 32 3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ................................................................................ 32 3.5 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS ......................... 32 3.6 ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 32 3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA ...................................................................... 33 4. Resultados e discussões dos acadêmicos do 7º semestre ................................................ 35 5. Resultados e discussões dos acadêmicos do 8º semestre ................................................ 45 5.1 CONCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO 7º SEMESTRE EM RELAÇÃO A IMPORTÂNCIA DO TCC NA VIDA ACADÊMICA. VOCÊ ACHA O TCC IMPORTANTE NA VIDA ACADÊMICA? ........................................................................ 53 14 5.2 CONCEPÇÃO DE ALGUNS DOS ACADÊMICOS DO 7º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SEGURANÇA DO ESTÁGIO. VOCÊ SE SENTE MAIS SEGURO COM O ESTÁGIO? ............................................................................................................ 54 5.3 CONCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO 7º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SUA PERSPECTIVA PROFISSIONAL. ................................................................................... 55 5.4 CONCEPÇÃO DE ALGUNS DOS ACADÊMICOS DO 8º SEMESTRE EM RELAÇÃO A IMPORTÂNCIA DO TCC NA VIDA ACADÊMICA. VOCÊ ACHA O TCC IMPORTANTE NA VIDA ACADÊMICA? ............................................................... 57 5.5 CONCEPÇÃO DE ALGUNS DOS ACADÊMICOS DO 8º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SEGURANÇA DO ESTÁGIO. VC SE SENTE MAIS SEGURO COM O ESTÁGIO? ...................................................................................................................... 58 5.6 CONCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO 8º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SUA PERSPECTIVA PROFISSIONAL. ................................................................................... 58 6. Considerações finais .......................................................................................................... 61 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 62 APÊNDICE A- ROTEIRO DE ENTREVISTA.................................................................................... 66 15 1. INTRODUÇÃO Apesar dos benefícios advindos da ciência e tecnologia, a qualidade de vida juntamente a sobrevivência humana vêm sendo ameaçadas por inúmeros fatores, os quais contribuem para o agravamento de respostas adaptativas do indivíduo ao contexto sociocultural e às suas rápidas e profundas mudanças. Essas respostas vêm tendo repercussão imediata na saúde de uma forma geral, individual e coletiva, contribuindo para o surgimento de danos, como por exemplo, o estresse crônico e a dor crônica (SANTOS, 1989). Historicamente, o termo estresse (do inglês, “stress”) foi utilizado inicialmente na Física para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. Em 1956, Hans Selye, endocrinologista americano, transpôs o significado para a Fisiologia, indicando-o como esforço de adaptação do organismo para enfrentar situações que considere ameaçadoras à sua vida e ao seu equilíbrio interno, as quais podem ser definidas como estressores. (MONTEIRO et al., 2007). De acordo com Irving (1979), o estresse pode ser definido como a força física ou psicológica que, quando aplicada a um sistema, é suficiente para provocar tensões ou distorções, ou quando muito grande, alterações no sistema. O estresse é experimentado pelos indivíduos quando estes defrontam-se com certas situações da vida que exigem uma solução para algum problema. O processo de estresse divide-se em quatro fases: alerta, positiva que ocorre por meio da liberação da adrenalina, tornando o indivíduo mais atento, forte e motivado; resistência, quando a pessoa, inconscientemente, tenta lidar com os seus estressores, buscando restabelecer o equilíbrio interior – a homeostase; quase-exaustão, ocorre quando há uma quebra na resistência do indivíduo em decorrência de fatores estressores persistirem em freqüência ou intensidade, e o organismo passa a mostrar sinais de deterioração, instalando-se o processo de adoecimento, e exaustão, negativa causada quando não há alívio do estresse. Doenças graves podem ocorrer nos órgãos mais vulneráveis, tais como úlceras, enfarte, hipertensão, depressão. (FACHINI ARAUJO et al., 2008). Como lembram, Monteiro et al., (2007), no decorrer da vida, acontecem situações em que as pressões biopsicossociais são responsáveis por desequilibrar o 16 organismo do indivíduo, podendo prejudicar o seu desempenho em variadas circunstâncias. Com isso poderá ocorrer fatores estressores em vários momentos no âmbito pessoal, profissional, social e com tudo, na vida acadêmica também. No ambiente acadêmico, a resolução de problemas se faz presente a todo o momento. Além disso, sabe-se que os acadêmicos passam por vários momentos de mudança, frustração, crescimento, aperfeiçoamento, temores e angústias. Assim, o ambiente que contribuiria na construção do conhecimento e servir de base para as suas experiências de formação profissional se torna, por vezes, o desencadeador de distúrbios patológicos, quando ocorre uma exacerbação da problemática do estresse acadêmico nos estudantes. (MONTEIRO et al., 2007). Como lembra Costa (2007), o estresse vem tendo uma importância significativa na vida dos estudantes de enfermagem. Entende-se que conforme o sujeito é exposto as novas situações que expiram o desenvolvimento de novas habilidades, isso implica em submetê-lo a vivência na intensidade do estresse, sendo ele de maior ou menor intensidade. A característica ameaçadora ou desafiadora do ensino-aprendizagem por qual passam os estudantes são importantes, preferencialmente quando os erros nesses processos implicam em danos ou prejuízos aos pacientes. 1.1 JUSTIFICATIVA O interesse em pesquisar estresse em acadêmicos de enfermagem surgiu da vivência e experiência com os acadêmicos do 7º e 8º semestre, onde relatos indicavam a possibilidade da existência de estresse em estudantes decorrente da prática de enfermagem, o que estaria interferindo na qualidade de vida dos mesmos. A enfermagem é caracterizada pelas diversas atividades que exigem percepção e decisão rápida, precisão e competência com esforço físico e mental muito intenso, sem deixar de lado a garantia ao conforto e segurança do cliente. (MAURO et al., 2000). 17 No caso dos discentes de enfermagem, o fator stress é um aspecto a ser levado em consideração, tendo em vista que este serão os futuros profissionais e cuidadores, sendo em parte responsáveis pelo tratamento, recuperação e reabilitação dos pacientes. (PEREIRA et al, 2008). Ao adentrarem na vida acadêmica de enfermagem, é exigido desses estudantes adaptações a uma realidade a qual os mesmos não estão acostumados, interferindo na vida pessoal, social e profissional, uma vez que muitos desses estudantes trabalham para sustentar os seus estudos. Além disso essa transição de aluno, do ensino secundário ao ensino superior, faz com que o mesmo se depare com novas experiências, exigências, em relação às tarefas que a faculdade exige do estudante, como a adoção de novos comportamentos.(CORREIA, 2003 apud ALVES, 2010). Essa fase universitária se torna de extrema importância ao se considerar que o jovem estará tendo contato com múltiplos fatores, que farão com que este se desenvolva pessoal e profissionalmente. Entretanto, quando não ocorre a adaptação e a sensação de realização enquanto futuro profissional, ocorre o insucesso acadêmico, traduzido por problemas com os estudos, sendo o meio utilizado pelo estudante que revela o seu desconforto emocional. (CORREIA, 2003 apud ALVES, 2010). O trabalho, que constitui um dos aspectos mais importantes na formação da identidade do indivíduo, em que ocorre uma afirmação de si mesmo e o desenvolvimento mais complexo da interação social, pode vir a ser um fator de estresse, principalmente entre os profissionais da área da saúde em geral, incluindo os enfermeiros. (BARBOZA e BERESIN, 2007, apud BRITO et al, 2008). O Burnout, segundo Rossini et al., (2007), pode ser considerado resposta a todo esse estresse que acaba por si tornar uma crônico, podendo afetar direta ou indiretamente o desempenho nas tarefas, nos relacionamentos interpessoais, produtividade e até mesmo a qualidade de vida no trabalho. Segundo Carlotto et al., (2006), a definição de Burnout mais utilizada e aceita na comunidade científica é fundamentada na perspectiva socialpsicológica, sendo entendida como um processo e constituída por três dimensões: Exaustão Emocional, caracterizada pela falta ou carência de energia e um sentimento de esgotamento emocional; Despersonalização, definida como a falta de sensibilidade e a dureza ao responder às pessoas que são receptoras desse serviço e a Baixa Realização Profissional, que se refere a uma diminuição dos sentimentos de competência em relação aos ganhos pessoais obtidos no trabalho com pessoas. (BRITO et al., 2008). Para Borges e Carlotto (2004), o conceito de Burnout em estudantes também se constitui de três dimensões: exaustão emocional, caracterizada pelo sentimento de estar exausto em virtude das exigências do estudo; descrença, entendida como o desenvolvimento de uma atitude cínica e distanciada com relação ao estudo; e ineficácia profissional, caracterizada pela percepção de estarem sendo incompetentes como estudantes. (BRITO et al., 2008). 18 Com relação aos acadêmicos do 7º e 8 º semestre o Burnout esta caracterizado dentre outros processos nas dimensões de exaustão emocional onde conforme Borges e Carlotto (2004) mesmo citam, quer dizer ... “sentimento de estar exausto em virtude das exigências do estudo”, acrescentado pela monografia que é exigida ao final do curso. 1.2 QUESTÃO NORTEADORA Os acadêmicos de enfermagem passam por muitos fatores estressantes relevantes no 7 º e 8º semestre? 1.3 HIPÓTESE O estudo trabalha com a hipótese de que os acadêmicos de enfermagem passam por fatores estressantes prejudiciais a vida acadêmica. 1.4 OBJETIVOS 1.4.1 Objetivo geral Investigar o nível e fatores mais estressantes sofridos pelos acadêmicos de enfermagem no 7º e 8º semestre. 1.4.2 Objetivos específicos Identificar os agentes estressores atuantes nos acadêmicos do 7º e 8º semestre de graduação; Verificar as condições psicossociais que esses acadêmicos vivenciam; Identificar os principais problemas de saúde relacionados ao estresse nos acadêmicos do 7º e 8º semestre de graduação; Traçar o perfil sociodemográfico da amostra. 19 2. REFERENCIAL TEÓRICO Conforme Monteiro et al., (2007) com a complexidade exigida do curso de enfermagem e o lidar com os limites humanos, o acadêmico desse curso geralmente desenvolve sentimentos de incapacidade devido às atividades exigidas durante sua formação profissional. Fazendo com que o mesmo venha a desenvolver problemas advindos do estresse como baixa capacidade de concentração e memorização, propiciando uma diminuição no rendimento acadêmico e da qualidade da assistência de enfermagem durante os estágios. Como um profissional que irá prestar cuidado, o acadêmico de enfermagem também necessita de cuidados para manter sua saúde física e mental em níveis adequados. “É justamente na resolução ineficaz da problemática e na sobrecarga de estímulos estressores durante a formação universitária que está fundamentada a premissa de que acadêmicos de enfermagem estão propícios em apresentar características evidenciáveis de estresse”. ( MONTEIRO, 2007). Como lembra Monteiro (2007), o acadêmico de enfermagem, quando ingressado na universidade, passa por diversas situações, vivenciando diversos sentimentos. Dentre esses a formação de um novo ciclo de amigos, adaptação as novas rotinas, problemas financeiros, preocupações futuras no mercado de trabalho, afastamento do ambiente familiar, com isso, vindo também as cobranças, o encontro com a dor, o sofrimento, a doença e a morte de pessoas, são pontos que favorecem o desequilíbrio emocional. Todos esses fatores podem ser entendidos como estressores, desencadeando o estresse e fazendo com que o sujeito não consiga se adaptar a novas situações ou para se adaptar á elas passa por processos estressantes. Conforme citam Fachini et al., ( 2008), a enfermagem é retratada por diversos autores como profissão estressante, uma vez que a responsabilidade pela vida humana em contra ponto com o sofrimento do outro, exige uma total dedicação, responsabilidade e conhecimento ao desempenharem sua função, tudo contribuindo para o desgaste emocional e físico. 20 As características inerentes ao curso, cuja ênfase de formação profissional está voltada ao atendimento ao paciente, fazem com que, nesse período, a relação aluno-enfermeiro-paciente seja norteada, muitas vezes, por estímulos emocionais intensos: o contato íntimo com a dor e o sofrimento do outro; o atendimento a pacientes em fase terminal; a dificuldade em lidar com pacientes queixosos e em condições emocionais alteradas; a intimidade corporal; e outras características que requerem do aluno um período de adaptação a essa condição específica de formação profissional. (COSTA, 2007). Costa (2007) lembra que, mesmo a adaptação do acadêmico ao longo do curso com diversas experiências, o período de conclusão do curso, a fase que o acadêmico esta deixando a universidade para se tornar profissional aponta uma ênfase maior na crise do mesmo, onde as expectativas em relação ao mercado de trabalho e a responsabilidade profissional estão bem evidentes nesse processo de estresse. De acordo com Saupe (2004), os acadêmicos de enfermagem podem desenvolver reações fisiológicas de estresse principalmente no último semestre do curso que é quando enfrentam a demanda de trabalhos a serem concluídos e a incerteza em relação ao mercado de trabalho junto com o fato de vários acadêmicos de faculdades privadas trabalharem para arcar com as despesas. Segundo Saupe et al., 2004, entende-se acadêmico de enfermagem como “um ser humano que fez uma opção de vida de cuidar e ajudar outros seres humanos: a nascer e viver de forma saudável, a superar agravos à sua saúde, a conviver com limitações e encontrar um significado nessa experiência, e a morrerem com dignidade. E que, no processo de prepararse para realizar as várias ações que integram esse trabalho, com competência técnica, dialógica e política, enfrenta situações de sofrimento que podem contribuir tanto para seu processo de humanização, quanto para a banalização das mesmas. (EURICH; KLUTHCOVSKY; 2008). “O acadêmico de Enfermagem se encontra em uma fase da vida com possibilidades de mudanças e de novas expectativas, o que pode causar profundos reflexos na sua qualidade de vida atual e futura”. (BEUTER, 2005 apud EURICH; KLUTHCOVSKY; 2008). “Durante sua formação na universidade, os acadêmicos passam por processos de adaptação que podem gerar situações de crises, com o surgimento de depressões, alcoolismo, evasão escolar, dificuldades na aprendizagem, nos 21 relacionamentos pessoais, e isolamento”. (JORGE, 1995 apud EURICH; KLUTHCOVSKY; 2008). Lembrando Eurich; Kluthcovsky; (2008), além do seu cotidiano como acadêmico, outros aspectos de sua vida também podem influenciar sua qualidade de vida e futuro profissional. Saupe et al., (2004), relataram algumas preocupações dos docentes em relação aos acadêmicos, como a aprendizagem, rendimento, interesse, motivação, sofrimento relacionado a problemas financeiros, familiares, de saúde, e do cotidiano em relação a futura profissão, carregado de intimidade com a dor e a morte da clientela usuária dos serviços de saúde, além do sistema predominante no ensino de graduação. “Na década de 70, foram escritos muitos trabalhos referentes à natureza estressante do exercício profissional; o estresse inerente à tarefa; assim como a vulnerabilidade psicológica de estudantes, principalmente na área médica. Alguns deles se tornaram clássicos, sendo utilizados posteriormente”. ( FRIEDMAN; BIGGER e KORNFELD; 1971 apud RUDNICKI; CARLOTTO; 2007). Estima-se que aproximadamente 25% dos universitários apresentam estresse. Dentro da Universidade, os jovens se vêem enfrentados a um mundo novo, encontrando-se com maiores exigências. Esta situação ficou evidente em recentes estudos realizados em nosso país, onde as atenções psicológicas aumentaram de 20% a 58% em alguns centros universitários. Cabe destacar, que o maior índice de estresse é apresentado nos cursos da área da saúde, de acordo a estudos realizados na Universidade Austral do Chile no ano de 2004. Os resultados indicam que o curso de Enfermagem apresenta os índices mais elevados de estresse. (BURGOS, 2004). De acordo com Bosquetti; Braga; (2008), os problemas que o graduando de enfermagem enfrenta durante o período de estágio, estão relacionados ao relacionamento com o paciente, bem como com o professor e o próprio ambiente, podendo contribuir para o aparecimento de efeitos físicos e psicológicos de cunho positivo ou negativo. Em destaque conforme Guimarães, et al., (2009), na graduação de enfermagem é composto em seu currículo várias disciplinas julgadas extensas e maçantes, além de complexas. Devido a isso é exigido do acadêmico um esforço e uma dedicação avançada para o alcance dos objetivos propostos e dentre eles, 22 estabelecer a relação teoria e prática. Além de o acadêmico ter que se organizar para acompanhar o andamento das disciplinas, ainda tem que se desdobrar para cumprir uma outra etapa do currículo chamados de atividades complementares, que se configuram em presença em palestras, congressos, prestação de monitoria, entre outros. Há de se considerar também o deslocamento dos acadêmicos de suas residências para as Universidades, tendo que conciliar a vida familiar e social com as atividades acadêmicas; fatores que em seu conjunto podem levar a um nível considerável de estresse. A enfermagem é reconhecida mundialmente como uma profissão estressante. É alvo de diferentes pesquisas por diversos focos de atenção e por outros profissionais. Alguns autores detectaram a existência de várias características evidenciáveis de estresse em discentes de enfermagem, algumas em maior, outras em menor intensidade, dentre elas a angústia, taquicardia, distúrbios gastrointestinais, entre outras. (EVANGELISTA et al., 2004). “O estresse é definido por três conceitos: estímulo estressor, resposta à tensão e como ação entre o ambiente externo e interno do indivíduo. O processo de aprendizagem por si só é um importante estímulo estressor. Todavia, as primeiras referências sobre educação em enfermagem, já relatava períodos de estresse como inerentes ao processo educacional”. (STACCIARINI, 2001; BELL 1991; JONES 1998 apuds MULATO et al., 2011). O significado do termo estresse pode ser entendido como o processo de tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou conquista. Tratase de uma situação de mudança que exige do indivíduo uma reação e tomada de decisão, de forma a causar uma ruptura no equilíbrio do organismo, que pode afetar a pessoa em todas as dimensões humanas. Os fatores desencadeadores deste processo são chamados estressores, que são situações ou vivências que geram sentimentos de tensão, ansiedade, medo ou ameaça que podem ser de origem interna ou externa. (CATALDI, 2002; LIPP 2000; STACCIARINI 2001 apuds MIRANDA et al., 2009). Silva et al., (2011), ressaltaram a importância do diagnóstico desses fatores geradores de estresse em acadêmicos de enfermagem, uma vez que quando instalado este pode gerar problemas diminuindo o rendimento acadêmico e desempenho nas funções práticas no período de estágio. 23 Silva et al., (2011) , destacam ainda, que os acadêmicos ao se depararem com o conteúdo programático oferecido para o desenvolvimento das atividades teóricas e práticas, gera um aumento no estresse se deparando com o aumento de sua responsabilidade, insegurança na elaboração do trabalho de conclusão de curso. Afirmando fatos de que os acadêmicos de enfermagem vivenciam situações de estresse e que estas podem interferir na sua qualidade de vida. Considerando isso, alguns dos graduandos de enfermagem apresentam uma dificuldade em organizar às novas funções estabelecidas pela profissão, a qual exige cuidado, flexibilidade e complexidade no cuidar de outro ser humano. Além disso, é neste momento que alguns desses indivíduos devem conciliar a dinâmica de suas vidas e desenvolver os sensos de disciplina, responsabilidade e habilidade para solucionarem os conflitos tanto externos quanto internos. Inicia-se, dessa forma, uma situação na qual a instabilidade emocional e condutas desadaptadas podem levar estes graduandos ao desenvolvimento da síndrome de burnout. (BARBOZA; BERESIN; 2007). 2.1 SÍNDROME DE BURNOUT O termo inglês burnout significa queimar ou destruir-se pelo fogo. É uma síndrome do meio laboral caracterizada por um processo de resposta de cronificação ao estresse ocupacional, quando os métodos de enfrentamento falham ou são insuficientes, trazendo consigo conseqüências negativas tanto em nível individual, como profissional, familiar e social. (BARBOZA; BERESIN; 2007). Segundo o psicanalista Freudenberger, que abordou o termo pela primeira vez na área da psicologia, a síndrome de burnout é definida também como o resultado do trabalho intenso sem a preocupação em atender às necessidades do indivíduo que leva a um esgotamento tanto físico como emocional. Assim, descreveu burnout como “falha, desgaste para fora, tornar-se esgotado fazendo demandas excessivas de energia, de força ou de recursos”. A propagação do termo deve-se a Cristina Maslach e a Susan Jackson em virtude dos estudos realizados nos últimos anos. (BARBOZA; BERESIN; 2007). Segundo Barboza; Beresin; (2007), a síndrome de burnout apresenta como principais características a exaustão emocional, a despersonalização e a redução na realização profissional ou a não satisfação pessoal no trabalho. Os vários sintomas apontados podem estar evidentes nas seguintes áreas: emocional, comportamental, psicossomática, e defensiva. São considerados como emocional: o distanciamento afetivo, a impaciência, irritabilidade, dificuldade de concentração e memorização. Os 24 comportamentais são: o absenteísmo ao trabalho, a conduta violenta, incapacidade para relacionar-se, abuso de drogas e problemas familiares. Os psicossomáticos são: os de cunho físico como o aparecimento de cefaléias, tensões musculares, alterações gastrointestinais, perda de peso, insônia, asma e hipertensão arterial. Já os defensivos, a negação de suas emoções, afastamento as pessoas e atenção seletiva, tudo para evitar uma experiência negativa. “O interesse que Burnout está tendo na atualidade vem ocasionando uma ampliação de seu campo de estudo: das primeiras investigações centradas em profissionais de ajuda, passou-se a outros âmbitos profissionais, e, mais recentemente, estão surgindo estudos com estudantes”. (BORGES; CARLOTTO; 2004). O conceito de Burnout em estudantes também se constitui de três dimensões, no entanto, apresenta algumas especificidades: Exaustão Emocional, caracterizada pelo sentimento de estar exausto em virtude das exigências do estudo; Descrença, entendida como o desenvolvimento de uma atitude cínica e distanciada com relação ao estudo; e Ineficácia Profissional, caracterizada pela percepção de estarem sendo incompetentes como estudantes. (MARTINEZ, PINTO y SILVA, 2000 apud CÂMARA, 2008). Atualmente, a definição de Síndrome de Burnout (SB) mais utilizada e aceita na comunidade científica é a fundamentada na perspectiva socialpsicológica” (CARLOTTO y GOBBI, 1999). “Nesta, é entendida como um processo e constituída por três dimensões: Exaustão Emocional, caracterizada pela falta ou carência de energia e um sentimento de esgotamento emocional; Despersonalização, definida como a falta de sensibilidade ao atender às pessoas que são receptoras de seu serviço e a Baixa Realização Profissional, que se refere a uma diminuição dos sentimentos de competência em relação aos ganhos pessoais obtidos no trabalho com pessoas. (MASLACH y JACKSON, 1981 apud CARLOTTO; CÂMARA, 2008). Harrison, (1999); Maslach, Schaufeli e Leiter, (2001); apuds Kauffmann et al., (2010), apontaram que a Síndrome de Burnout (SB) vem sendo considerada um problema de cunho social extremamente relevante sendo estudada em vários países. O Burnout surge em meio a uma resposta aos fatores estressores interpessoais ocorridos na situação de trabalho. “Investigações acerca do burnout na enfermagem, justificam-se pelo lugar de destaque ocupado por estes profissionais no ambiente hospitalar devido ao maior 25 contingente de trabalhadores e as características de seu trabalho que propiciam o surgimento da síndrome”. (LEITER, 1998; MASLACH; LEITER; 1999; ROSA; CARLOTTO; 2005 apuds GRAZZIANO, 2008). A legislação brasileira de auxílio ao trabalhador já contempla a Síndrome de Burnout no Anexo II – que trata dos Agentes Patogênicos causadores de Doenças Profissionais – do Decreto nº3048/99 de 6 de maio de 1996 – que dispõe sobre a Regulamentação da Previdência Social –, conforme previsto no Art.20 da Lei nº8.213/91, ao referir-se aos transtornos mentais e do comportamento relacionados com o trabalho (Grupo V da CID-10), o inciso XII aponta a Sensação de Estar Acabado (Síndrome de Burn-Out, Síndrome do Esgotamento Profissional) (Z73.0). (CARLOTTO; CÂMARA; 2007). “O Ministério da Saúde preconiza como tratamento desta síndrome o acompanhamento psicoterápico e farmacológico e intervenções psicossociais”. (MORENO et al., 2011). “A saúde o bem-estar psicossocial são bens indisponíveis das pessoas e constituem-se direitos de cidadânia conquistados pela sociedade atual devendo ser promovidos e protegidos pelo estado”. (BRASIL, 1988). Atualmente as pessoas são expostas a diversas situações as quais precisam se adaptar, bem como pressões e cobranças tanto da família quanto da sociedade. Sendo assim nota-se que esse novo modo de vida tem gerado males à saúde psíquica, sendo os principais e mais comum o estresse, a ansiedade e a depressão, fenômenos estes que afetam o bemestar físico e emocional, fazendo com que as pessoas afetadas por estas patologias sintam-se desmotivadas a realizar várias atividades, pois estes têm sua capacidade de ver o mundo alterado. Tais fenômenos influenciam também na produção e desempenho acadêmico dos estudantes, pois debilita a capacidade de raciocínio, memorização, motivação e interesse do estudante com relação ao processo de estudo-ensino aprendizagem. (MORAIS, et al., 2011). Conforme Morais et al., (2011), o bem-estar psicossocial caracterizando a qualidade de vida, bem como a saúde é direito de todos. Fatores como estresse, ansiedade e a depressão são doenças que prejudicam esse direito. Sabendo que o organismo humano pode ser afetado de modo positivo ou negativo pelas circunstâncias do ambiente sócio-moral, econômico, político, religioso dentre outros. O comportamento individual para a manutenção da saúde é aprendido e 26 aperfeiçoado ao longo do tempo nas relações formais e informais que se desenvolvem no contexto familiar, comunitário, escolar e social como um todo. A expressão qualidade de vida possui raízes tanto na cultura oriental como na ocidental. Aparece na antiga filosofia chinesa relacionada à sua arte, literatura, filosofia e medicina tradicional, bem como às forças positivas e negativas representadas pelos conceitos de Yin e Yang que, de acordo com essa cultura, a qualidade de vida pode ser alcançada quando Yin e Yang encontram-se equilibrados. E também está relacionada com a visão aristotélica, a qual descrevia a felicidade como certo tipo de atividade virtuosa da alma, algo como se sentir pleno e realizado. (ZHUAN L. 1992 apud KAWAKAME; MIYADAHIRA, 2005). Kawakame; Miyadahira (2005), citam que nos tempos atuais, o assunto qualidade de vida vem sendo muito discutido, recebendo atenção crescente, na literatura científica, nas campanhas publicitárias, nos meios de comunicação e plataformas políticas. Bem citada nas frases de discurso popular, tornando-se até mesmo um clichê, acaba por ser também motivo de interesse de pesquisas de várias áreas especializadas como: Sociologia, Medicina, Enfermagem, Psicologia, Economia, Geografia, História Social e Filosofia. A postura dos educadores e profissionais com quem os alunos interagem ao longo dos cursos da área da saúde, pouco os estimula a considerarem o que pensam e, principalmente, o que sentem quando se vêem confrontados com a vulnerabilidade humana. Esse é o reflexo de anos de cristalização desse modelo, o que sinaliza que o ensino das profissões de saúde deverá passar por profundas mudanças nas próximas décadas, pois se evidenciam sinais de esgotamento exigindo a construção de novos modelos de formação e capacitação de recursos humanos em saúde. (MACHADO, 1997 apud ESPERIDIÃO; MUNARI; 2004). “Apesar de dirigirmos nossa atenção para os profissionais de saúde, salientamos nesta pesquisa, o enfermeiro, especificamente o aluno de enfermagem, partindo do entendimento que ele deve ser atendido enquanto pessoa, ainda no período da sua formação acadêmica”. (ESPERIDIÃO; MUNARI; 2004). “Ao adentrarem no curso deparam-se, muitas vezes, com uma realidade nem sempre em consonância com a esperada, tanto em relação ao curso como às condições de ensino, percebendo-se diante de uma nova etapa de suas vidas, onde são chamados à responsabilidade pelo próprio caminhar e pelas escolhas a serem feitas” . (ESPERIDIÃO; MUNARI; 2004). 27 Essas experiências influenciam os pensamentos, sentimentos e ações dos alunos e, a despeito disso, nem sempre são levados em consideração, pelas instituições formadoras. Embora muitos estudos chamem a atenção para a humanização da assistência, idéia que compartilhamos e valorizamos, entendemos que esta proposta será mais significativa, se pensarmos a humanização do ensino apartir dos relacionamentos estabelecidos durante o processo de formação. Isso sem dúvida, exigirá uma nova postura por parte dos educadores que deverão centrar o ensino na pessoa, ou seja, no aluno. (ROGERS 1978; 1991; 1992 apud ESPERIDIÃO; MUNARI; 2004). “Atualmente, temos acompanhado a crescente utilização do termo estresse, nos mais variados contextos. Além disso, existem diversos estudos que abordam o seu diagnóstico entre estudantes de enfermagem, principalmente o do ensino superior”. (COSTA, 2007; PHUN, 2010; MERINO et al., 2007 apuds MULATO et al., 2011). Quando o organismo é exposto a um esforço e desencadeia um estímulo percebido como ameaçador ao seu equilíbrio homeostático, seja ele um agente físico, químico, biológico ou psicossocial, o corpo se organizará para responder sob a forma de adaptação. Tais agentes foram denominados de estressores por sua característica de gerar estresse, os quais podem ser internos ou externos. Os externos referem-se às situações vivenciadas no cotidiano, e os internos, à própria personalidade – características pessoais, valores, crenças, a forma de se enfrentar e interpretar a diversidade de situações. (FILGUEIRAS; HIPPERT; 2002 apud MENEGHINI et al., 2011). “Na Universidade, o indivíduo encontra um ambiente favorável para desenvolver e aprimorar valores relacionados à sua futura vida profissional e pessoal. Pela busca do conhecimento científico, deve encontrar condições para o desenvolvimento da consciência crítica e do seu papel enquanto cidadão, essenciais para uma formação profissional de compromisso com a sociedade.” (BACKES, 2002 apud EURICH; KLUTHCOVSKY , 2008). Grazziano, (2008), ressalta que o estresse em sua ausência é tão maléfico quanto em seu excesso. Afirmando que o mesmo é necessário para o dia a dia, a rotina, sendo benéfico quando é um estímulo de mudança, crescimento e desempenho do indivíduo, satisfazendo as necessidades básicas, as realizações de atividades, como o trabalho. “Quando se pensa na saúde do aluno, não se cogita somente uma possível ameaça à sua sobrevivência ou o efeito incapacitante de uma enfermidade ou ferimento. Sua saúde implica e também está intimamente ligada ao relacionamento 28 humano, ou seja, a forma como vivencia o contato com pacientes, equipes e supervisores”. ( RUDNICKI; CARLOTTO; 2007). 29 3. METODOLOGIA 3.1 TIPO DE ESTUDO “A investigação quantitativa atua em níveis de realidade e tem como objetivo trazer à luz, dados, indicadores e tendências observáveis. A investigação qualitativa, ao contrário, trabalha com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões”. ( SERAPIONI, 2000 apud MINAYO & SANCHES, 1993). “O método quantitativo, considerando a contribuição para a ampliação do conhecimento sobre ( área escolhida), deve ser considerado como uma opção importante a ser adotada, constituindo-se numa base confiável para outros pesquisadores. Quando bem realizada a pesquisa quantitativa fornece um grau de generalidade útil ao pesquisador”. (RODRIGUES, 2007). A abordagem qualitativa pode ser requerida em duas situações: Para uma pesquisa de levantamento preliminar-piloto, base para a elaboração de um questionário, ou ainda, como suporte necessário para explicar os porquês das relações identificadas na pesquisa quantitativa. Pode ser utilizado como único método, dependendo da natureza do problema da pesquisa. A utilização das técnicas neste campo qualitativo devem ser adotadas, evitando sua utilização pelo folclórico mito de ser mais fácil, por ser subjetiva. (RODRIGUES, 2007). “A pesquisa quantitativa traduz em números as opiniões e informações para serem classificadas e analisadas, utilizam-se técnicas estatísticas. A pesquisa qualitativa é descritiva, as informações obtidas não podem ser quantificáveis . Os dados obtidos são analisados indutivamente, a interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa”. (RODRIGUES, 2007). 30 3.2 LOCAL DE ESTUDO No dia 28 de Dezembro de 1994, a Portaria Ministerial nº 1.827 de 28/12/1994, reconhece a qualidade dos Cursos e das instalações para que as FICB se constituíssem em Universidade. No dia 23 de março de 1995, no uso da autonomia que lhe foi outorgada, por ato próprio, foi solenemente instalada a Universidade Católica de Brasília. Foi um longo período de reflexões e de experiências. Nesse momento, o Chanceler, Irmão Gentil Paganotto, teve a atribuição de nomear o Reitor, Padre Décio Batista Teixeira e entregar a Universidade a comunidade. Agora, como Reitor, Padre Décio, juntamente com os seus quatro PróReitores, teria a incumbência de fazer crescer a mais nova Universidade do Distrito Federal. Dessa forma, a partir de 1995, a estrutura da Universidade foi se delineando de acordo com o que estava sendo definido nos Planos de Ação e no Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI. Padre Décio atuava num universo de 377 professores, 6.990 alunos e 488 administrativos. Um considerável corpo acadêmico que o ajudou a vencer e a superar inúmeras dificuldades no processo de organização da Universidade. Em 2008/2009 a Universidade Católica sustenta e assume o que entende como um dever, uma obra que tem a educação como caminho libertador da pessoa e da sociedade. É uma Instituição a serviço da comunidade cuja força de trabalho e competência, sinérgica e solidariamente, atua em compromisso social cooperativo. O Catálogo expõe a organização dos grupos e das pessoas que contribuem, consciente e inconscientemente, para a manutenção da “ordem”, em benefício ou na defesa dos interesses individuais. Aqueles que buscam a UCB para suas realizações encontrarão no Catálogo todas as informações necessárias. Discriminando as edificações de uma área construída de 604.306m2, no Campus I, mais 11.000m2 no Campus II, o citado Catálogo relaciona e específica as salas de aulas, laboratórios e auditórios que se encontram em cada Edifício, o que facilita para a circulação de pessoas nos dois Campus e também no Hospital da Universidade - HUCB. Mais uma vez, esse documento oficial, atualiza sobre as 31 competências e os integrantes dos Órgãos Colegiados de Deliberação Superior na Universidade: o Conselho Universitário – CONSUN e o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONSEPE; escreve sobre os Órgãos de Deliberação e Administração Superior incluido aí a Reitoria e as Pró-Reitorias e apresenta toda a dinâmica de atuação dos Órgãos Colegiados de Administração Acadêmica com as devidas Áreas do Conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas - CSA, Ciência e Tecnologia - CT, Ciências da Educação e Humanidades - CEH, Ciências da Vida CV e Educação a Distância - UCB Virtual. Todos os Cursos (e suas disciplinas) que compõem as Áreas estão indicados nesse volume, com as finalidades, estruturas, organizações e competências. Estão, ainda relacionados nesse Catálogo, todos os Órgãos Suplementares e de Apoio, inclusive sobre a Biblioteca e a Secretaria Acadêmica, o que são setores diretos a interesse dos alunos e professores, pois dizem respeito as atividades diárias dessas pessoas dentro da Universidade. Dessa maneira, todas as Pró-Reitorias tem seus Órgãos de Apoio bem demonstrados, esclarecendo a qualquer pessoa que consulte o Catálogo uma direção apropriada na consecução de suas informações. 3.3 SUJEITOS E AMOSTRA A população será constituída pelo total de 40 acadêmicos de enfermagem do 7º e 8º semestre, pertencentes ao grupo discente da Universidade Católica de Brasília. A amostra será do total dos acadêmicos que estejam devidamente matriculados e freqüentes nos estágios e aulas de revisão no período da pesquisa e que concordem a participar do estudo. Conforme os critérios de inclusão e exclusão. 32 3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Para critério de inclusão foi determinado que a amostra estudada: Esteja devidamente matriculado no curso e cursando o 7º e 8º semestre; Que apresentem frequência nos estágios e aulas do período; Que aceitem voluntariamente a participar da pesquisa assinando Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO Para critério de exclusão foi determinado: Acadêmicos que não estejam devidamente matriculados no curso e não estejam no 7º e 8º semestre; Que não apresentem frequência nos estágios e aulas do período; Que não aceitem participar da pesquisa. 3.5 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS A coleta de dados será realizada por meio de um instrumento semiestruturado, totalizando oito questões, sendo cinco fechadas e três abertas, que abordam o perfil sociodemográfico da amostra. Os acadêmicos serão abordados pela pesquisadora, que explicará o motivo da abordagem e o objetivo da pesquisa. Em seguida será entregue a cada sujeito da amostra o instrumento semi- estruturado que será recolhido após o final da aula, estágio. 3.6 ANÁLISE DOS DADOS Os dados serão analisados segundo a abordagem de Bardin (1977), que consiste em três fases de análises: a pré-análise, a exploração do material, o tratamento dos resultados a inferência e a interpretação. “Pré-análise: é a fase de organização propriamente dita. Corresponde a um período de intuições, mas tem por objetivo tornar operacionais e sistematizar as idéias iniciais, de maneira a conduzir a 33 um esquema preciso do desenvolvimento das operações sucessivas, num plano de análise. A pré-análise tem por objetivo a organização, embora ela própria seja composta por atividades não estruturadas, abertas, por oposição à exploração sistemática dos documentos. A exploração do material: se as diferentes operações da pré-análise forem convenientemente concluídas, a fase de análise propriamente dita não é mais do que a aplicação sistemática das decisões tomadas. Quer se trate de procedimentos aplicados manualmente ou de operações efetuadas por computador, o decorrer do programa completa-se mecânicamente. Esta fase, longa e fastidiosa, consiste essencialmente em operações de codificação, decomposição ou enumeração, em função de regras previamente formuladas. Tratamento dos resultados obtidos e interpretação: permitem estabelecer quadros de resultados, diagramas, figuras e modelos, os quais condensam e põem em relevo as informações fornecidas pela análise”. Utilizando-se uma abordagem quanti- qualitativa. Os dados obtidos a partir das questões fechadas serão analisados de forma quantitativa. 3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA A pesquisa seguirá todas as recomendações, no que se refere aos aspectos éticos, da Resolução 196/96 que trata de pesquisas envolvendo seres humanos, do Conselho Nacional de Saúde. Consentimento livre e esclarecido dos indivíduos-alvo e a proteção a grupos vulneráveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa envolvendo seres humanos deverá sempre tratá-lo em sua dignidade, respeitá-lo em sua autonomia e defendê-lo em sua vulnerabilidade; (Resolução 196/96); Garantia de que danos previsíveis serão evitados (não maleficência); (Resolução 196/96); Prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem e a não estigmatização, garantindo a não utilização das 34 informações em prejuízo das pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de auto-estima, de prestígio e/ou econômico - financeiro; (Resolução 196/96); Assegurar a inexistência de conflito de interesses entre o pesquisador e os sujeitos da pesquisa ou patrocinador do projeto; (Resolução 196/96); A liberdade do sujeito se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado; (Resolução 196/96); A garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa; (Resolução 196/96). Os resultados da pesquisa serão tornados públicos pelos seguintes meios: Subsidiarão a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de Enfermagem, que ficará disponível na Biblioteca e o resumo será disponibilizado na homepage do Curso de Enfermagem da UCB. 35 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES DOS ACADÊMICOS DO 7º SEMESTRE Em relação ao perfil sociodemográfico dos acadêmicos do 7º semestre de enfermagem conforme descrito na tabela 1, constatou-se que todos são do sexo feminino (100%); oito acadêmicas (44%) estavam na faixa etária de 20 a 22 anos; nove (50%) estavam entre 23 a 45 anos; um (6%) não colocou a idade; 12 entrevistadas eram solteiras (67%) e seis eram casadas (33%). Quanto ao número de filhos 15 (83%) das entrevistadas não possuem filhos, três (17%) possuem de 1 a 3 filhos. Quanto à renda mensal cinco acadêmicas (28%) não possuem renda; quatro (22%) não responderam; nove (50%) possuem renda de R$ 400,00 a R$ 7.000,00. Todas as entrevistadas (100%) são acadêmicas da Universidade Católica de Brasília -UCB. Em relação a carga horária de estudo semanal quatro (22%) não responderam; um (6%) não sabe e 13 (72%) relataram estudar de 20 a 60 horas semanalmente; em relação ao trabalho, duas acadêmicas (11%) relataram trabalhar além de estudar e trabalham na Secretaria de Saúde do Distrito Federal- SES-DF de carga de 24 a 40hs ; 16 (73%) não trabalham só estudam. A marca das ordens religiosas impõe à enfermagem, por longo período, seu exercício institucional exclusivo e ou majoritariamente feminino e caritativo. Na compreensão desse processo é necessário considerar a influência de Florence Nightingale ao institucionalizar, na Inglaterra Vitoriana (1862), uma profissão para as mulheres, para a qual elas são “naturalmente preparadas”, a partir de valores que se consideravam femininos. (Lopes; Leal, 2005). “A presença significativa de adultos jovens e solteiros no meio acadêmico indica que boa parte dos discentes não se encontra inserida no mercado de trabalho e não tem obrigações familiares”. ( Brito et al., 2009). “...mencionaram que o trabalho atua como fator que influencia desfavoravelmente no rendimento acadêmico, representado pela falta de tempo para estudar, dificuldade de assimilar a matéria e falta de concentração em sala de aula” . ( Brito et al., 2009). 36 “Elevada carga horária do curso de enfermagem dificulta a regularidade de horários para estudo”. ( Martino, 2004). Tabela 1- Considerações em relação ao perfil sóciodemográfico dos acadêmicos de enfermagem. UCB, 2012. Perfil dos estudantes Sexo Feminino Masculino Faixa etária 20 a 22 anos 23 a 45 anos Não respondeu Estado civil Solteira Casada Nº de filhos Não tem 1a3 Renda Mensal Não possuem Não responderam Renda de R$ 400,00 a R$ 7000,00 Local de graduação UCB Carga horária de estudo semanal Não responderam Não sabe 20 a 60hs Trabalho Sim Não SES-DF 24 a 40 hs N % 18 0 100,0 00,0 8 9 1 44,0 50,0 6,0 12 6 67,0 33,0 15 3 83,0 17,0 5 4 9 28,0 22,0 50,0 18 100,0 4 1 13 22,0 6,0 72,0 2 16 2 11,0 89,0 11,0 Quanto à satisfação em relação a graduação (Gráfico I), 17 ( 94%) relataram gostar do que faz; um ( 6%) relatou não gostar do que faz; 12 ( 67%) tem tempo hábil para a realização das atividades acadêmicas e seis (33%) relataram não ter tempo para a realização das atividades acadêmicas (Gráfico II); quanto a importância do Trabalho de Conclusão de Curso- TCC 10 (56%) acham importante 37 na vida acadêmica; oito (44%) não acham o TCC importante na vida acadêmica (Gráfico III). Pode-se observar que em sua grande maioria os acadêmicos gostam do curso que escolheram para exercerem como profissão futuramente, podendo ser explicado pela predominância feminina tendo assim o senso caritativo e materno, bem aflorados. “Associado à figura da mulher-mãe que desde sempre foi curandeira e detentora de um saber informal de práticas de saúde, transmitido de mulher para mulher. ( Lopes; Leal 2005). “A marca das ordens religiosas impõe à enfermagem, por longo período, seu exercício institucional exclusivo e ou majoritariamente feminino e caritativo”. ( Lopes; Leal 2005). 38 sim não 6% 94% Gráfico I- Em relação a Graduação gosta do que faz? UCB, 2012 sim não 33% 67% Gráfico II- Tempo hábil para realização das atividades acadêmicas. UCB, 2012. 39 sim não 33% 67% Gráfico III- Acha o TCC importante na vida acadêmica. UCB, 2012. Quanto as condições psicossociais dos acadêmicos, conforme apresentado na tabela 2, nove (50%) relataram usar transporte coletivo e também nove (50%) relataram não usar o transporte; oito (44%) levam mais de 40 minutos para chegar no campo de estágio e 10 (56%) não levam este tempo para chegar no campo de estágio; três (17%) dizem realizar atividades extra curricular como estágios e 15 (83%) relataram não realizar atividades extra curricular; em relação a responsabilidade financeira pelo domicílio um (6%) é responsável e 17 (94%) não são; 10 ( 56%) dormem mais de seis horas por dia e oito (44%) não dormem; oito (44%) mantém dieta saudável e equilibrada diariamente e 10 (56%) não mantém; quanto à prática de atividade física 10 (56%) realizam alguma atividade e oito (44%) não realizam nenhum tipo de atividade. 40 Tabela 2- Condições psicossociais dos estudantes. UCB, 2012. Perfil dos estudantes Usa transporte coletivo? Sim Não Leva mais de 40 minutos para chegar no campo de estágio? Sim Não Realiza atividade extracurricular (estágio)? Sim Não É responsável financeiramente pelo domícilio? Sim Não Dorme mais de seis horas por dia? Sim Não Mantém dieta saudável e equilibrada diariamente? Sim Não Pratica atividade física? Sim Não N % 9 9 50,0 50,0 8 10 44,0 56,0 3 15 17,00 83,0 1 17 6,0 94,0 10 8 56,0 44,0 8 10 44,0 56,0 10 8 56,0 44,0 “...problemas de natureza econômica, financeira e conflitos de natureza interna. Pode-se destacar que essas dificuldades podem até desencadear fortes emoções, as quais deixam os alunos instáveis para atingir seus objetivos, dificultando, assim, a aprendizagem”. (Jorge, 1996). 41 Quanto aos problemas de saúde relacionados ao estresse nos estudantes do 7º e 8º semestre descrito no (Gráfico IV), 18 ( 90%) apresentaram ansiedade ou irritabilidade e dois (10%) não apresentaram; em relação a cefaléia frequentemente oito ( 40%) relataram ter apresentado cefaléia com frequência e 12 ( 60%) relataram não ter apresentado; quatro acadêmicas ( 20%) apresentaram problemas de má circulação e 16 (80%) relataram não ter apresentado; nove (45%) das acadêmicas apresentaram pirose ou problemas gástricos neste semestre, 11 ( 55%) não apresentaram; oito ( 40%) apresentaram problemas neste semestre no aparelho genito-urinário e 12 (60%) não apresentaram; oito ( 44%) faltaram a atividade acadêmica por motivo de doença e 10 ( 56%) relataram não apresentarem faltas por motivo de doença a atividade acadêmica; seis ( 33%) utiliza alguma medicação e 12 ( 67%) não utilizam, das que utilizam quatro relataram as medicações, sendo uma utilizando Nexium, uma Glifage, uma anticoncepcional e uma Neutrofer fólico e Omega 3. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 sim não não respondeu Gráfico IV- Problemas de saúde relacionados ao estresse nos estudantes do 7º e 8º semestre. UCB, 2012. O nível de ansiedade elevado pode-se dever ao fato da passagem de alunoprofissional, onde as expectativas por ser um profissional e passar a desenvolver as atividades sozinho sem a presença de um suporte, no caso, o professor estão mais aflorados. 42 A assistência emocional ao estudante é relevante a formação do enfermeiro, pois poderá atenuar ansiedades, conflitos e preocupações e, assim, contribuir para o seu crescimento como pessoa, por favorecer o alcance da maturidade ou atuar como episódio causador de dificuldades inerentes ao indivíduo, diminuindo, assim, a capacidade de lidar com a situação vivenciada. (Jorge, 1996). Em relação a percepção dos estudantes sobre o estresse no final da graduação ( Gráfico V), 16 ( 88%) considera muito estressante, um (6%) considera moderada, um (6%) não considera estressado. Quanto ao acadêmico se considerar estressado ( Gráfico VI), 12 (66%) responderam que sim, três (16%) responderam que não se consideram estressado, um ( 6%) respondeu que é muito estressado, um ( 6%) respondeu que ainda não esta estressado e um ( 6%) não respondeu. Os estudantes dizem se considerar estressados pela impaciência de concretizar a sua fase de vida acadêmica, não apenas pelo fato de quererem se inserir no mercado de trabalho, mas também por representar um alívio da tensão que passam com o rítímo acadêmico. 43 muito estressado moderada 5% pouco estressante 0% não se considera estressado 6% 89% Gráfico V- Percepção dos estudantes sobre o estresse no final da Graduação. UCB, 2012. sim não muito ainda não não respondeu 5% 5% 6% 17% 67% Gráfico VI- Você se considera estressado (a)?. UCB, 2012. Segundo os fatores geradores de estresses ( Gráfico VII), 17% responderam o estágio; 7% disseram que a responsabilidade os deixam mais estressados; 11% responderam que são os seminários; 20% disseram que o TCC é o fator maior de 44 estresse; 10% responderam que é o excesso de atividades; 15% apontaram as provas como fator gerador de estresse; 8% consideraram a insegurança; 6% disseram ser os professores e 6% apontaram o valor do curso. 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Série1 Gráfico VII- Fatores geradores de estresses. UCB, 2012. “Devido à complexidade do curso de enfermagem e o lidar com os limites humanos, o estudante desse curso freqüentemente desenvolve sentimentos de incapacidade frente às atividades exigidas durante sua formação profissional”. (Monteiro et al., 2007). Tudo isso deve-se a insegurança da transição para profissional junto com o medo de não conseguir desenvolver as atividades que aprendeu ao longo do curso, que passarão a ser bases científicas para a realização do seu trabalho. “Em certos momentos, há um excesso de atividades, o que ocasiona uma inabilidade de atender às demandas, gerando tensão e, por conseguinte, Estresse”. ( Monteiro et al., 2007). onteirote Ferreira de; Medeiros Freitas, Jairo Francisco de; Pereiriro, Arunçã 45 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS ACADÊMICOS DO 8º SEMESTRE Em relação ao perfil sociodemográfico dos acadêmicos do 8º semestre, conforme descrito na tabela 1, constatou-se que 35% dos acadêmicos tem de 21 a 25 anos, 65% são de 26 a 40 anos; 95% é do sexo feminino e 5% do sexo masculino; quanto ao estado civil, 70% são solteiras, 25% são casadas, 5% tem união estável; quanto ao número de filhos, 75% não tem, 25% tem de 1 a 3 filhos; com relação a renda mensal, 40% não possuem renda, 25% não responderam e 35% tem a renda entre R$ 550,00 e R$ 3.500,00; 100% dos entrevistados estudam na Universidade Católica de Brasília- UCB; quanto a carga de estudo semanal, 75% estudam de 25 a 60hs, 25% não responderam; quanto ao trabalho, 48% das entrevistadas não trabalham, 26% trabalham de 24 a 40hs. “A presença de acadêmicos mais jovens no curso de Enfermagem pode ser considerada, por um lado, como fator positivo à medida que os jovens profissionais poderão trazer oportunidades mais cedo, gerando perspectiva de crescimento e progresso”. ( Brito et al., 2009). “A história da enfermagem, segundo Freitas (2002), revela que a profissão tem uma característica essencialmente feminina, pois o trabalho ao longo dos anos foi realizado, em sua maioria, por mulheres”. (Santos et al., 2008). 46 Tabela 1- Considerações em relação ao perfil sóciodemográfico dos acadêmicos do 8º semestre. UCB, 2012. Perfil dos estudantes Sexo Feminino Masculino Faixa etária 21 a 25 anos 26 a 40 anos Estado civil Solteiro (a) Casado (a) União estável Nº de filhos Não tem 1a3 Renda Mensal Não possuem Não responderam Renda de R$ 550,00 a R$ 3.500,00 Local de graduação UCB Carga horária de estudo semanal Não responderam Não sabe Trabalho Sim Não N % 19 1 95,0 5,0 13 7 65,0 35,0 14 5 1 25,0 70,0 5,0 15 5 75,0 25,0 8 5 7 40,0 25,0 35,0 20 100,00 5 0 25,0 0,0 7 13 35,0 65,0 Quanto a gostar do que faz ( Gráfico I), 95% relataram gostar, 5% relatou que não gosta do que faz; em relação a ter tempo hábil para a realização das atividades acadêmicas ( Gráfico II), 70% disseram que tem, 30% responderam que não tem. Conforme no Gráfico III, 62% acham o TCC importante na vida acadêmica, 38% responderam não achar o TCC importante. 47 sim não 5% 95% Gráfico I- Em relação a Graduação gosta do que faz?. UCB, 2012. sim não 30% 70% Gráfico II- Tempo hábil para realização das atividades acadêmicas. UCB, 2012. 48 sim não 38% 62% Gráfico III- Acha o TCC importante na vida acadêmica. UCB, 2012. Quanto as condições psicossociais dos acadêmicos, conforme apresentada na tabela 2, 10 (50%) relataram usar transporte coletivo e 10 ( 50%) relataram não usar o transporte; oito (40%) levam mais de 40 minutos para chegar no campo de estágio e 12 ( 60%) não levam esse tempo para chegar no campo de estágio; nove ( 45%) dizem realizar atividades extracurricular como estágio e 11 ( 55%) relataram não realizar atividades extracurricular; em relação a responsabilidade financeira pelo domicílio três (15%) são responsáveis e 17 ( 85%); 12 ( 60%) dormem mais de seis horas por dia e oito ( 40%) não dormem; cinco ( 35%) mantém dieta saudável e equilibrada diariamente e 15 ( 65%) não mantém; quanto à prática de atividade física sete (35%) realizam alguma atividade física e 13 ( 65%) não realizam nenhum tipo de atividade. Para nos sentirmos sob controle, precisamos desenvolver um estilo de vida saudável e à prova de estresse. Nos últimos anos, a consciência crescente da importância de uma nutrição balanceada, da necessidade de exercícios, dos perigos do cigarro, do álcool e das drogas e dos riscos da poluição ambiental e do desequilíbrio ecológico promoveu um interesse renovado no bem-estar holístico.( Kirsta apud Ribeiro et al., 2010). 49 Tabela 2- Condições psicossociais dos estudantes. UCB, 2012. Perfil dos estudantes Usa transporte coletivo Sim Não Leva mais de 40 minutos para chegar no campo de estágio Sim Não Realiza atividade extracurricular (estágio) Sim Não É responsável financeiramente pelo domícilio Sim Não Dorme mais de seis horas por dia Sim Não Mantém dieta saudável e equilibrada diariamente Sim Não Pratica atividade física Sim Não N % 10 10 50,0 50,0 8 12 40,0 60,0 9 11 45,0 55,0 3 17 15,0 85,0 12 8 60,0 40,0 5 15 35,0 65,0 7 13 35,0 65,0 Em relação aos problemas de saúde relacionados ao estresse nos estudantes do 7º e 8º semestre ( Gráfico IV), 90% responderam que já sentiram ansiedade ou irritabilidade, 10% responderam que não; 40% já apresentaram cefaléia frequente, 60% não apresentaram; 20% já apresentaram problemas de má circulação, 80% disseram não ter apresentado problemas de má circulação; 45% tiveram pirose ou problemas gástricos nesse semestre, 55% não apresentaram; 40% apresentaram problemas neste semestre no aparelho genito-urinário, 60% não apresentaram; 25% já faltaram atividade acadêmica por motivo de doença, 75% responderam que não; quanto ao uso de alguma medicação, 30% disseram que fazem uso de alguma medicação, 65% disseram que não e 5% não responderam. 50 “A ansiedade e o estresse são associados pelos estudantes a sua inexperiência, ao despreparo em lidar com situações críticas e a interferência das horas exigidas para estudos teóricos”. ( Salada apud Ribeiro et al., 2010). Os sintomas físicos mais comuns são: fadiga, dores de cabeça, insônia, dores no corpo, palpitações, alterações intestinais, náuseas, tremores, extremidades frias e resfriados constantes. Entre os sintomas psíquicos, men-tais e emocionais, encontram-se a diminuição da concentração e memória, indecisão, confusão, perda do senso de humor, an-siedade, nervosismo, depressão, raiva, frustração, preocupação, medo, irritabilidade e impaciência.( Murofuse apud Ribeiro et al., 2010). 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 sim não não respondeu Gráfico IV- Problemas de saúde relacionados ao estresse nos estudantes 7º e 8º semestre. UCB, 2012. Quanto a percepção dos estudantes sobre o estresse no final da graduação ( Gráfico V), 55% consideram muito estressante o final da graduação, 35% consideram moderada, 5% não considera estressante e 5% considera pouco estressante. Quanto ao acadêmico se considerar estressado ( Gráfico VI), 45% responderam que sim, 40% responderam que não se consideram estressados, 10% não responderam, 5% respondeu que se considera médio. 51 muito estressante moderada pouco estressante não se considera estressado 5% 5% 35% 55% Gráfico V- Percepção dos estudantes sobre o estresse no final da graduação. UCB, 2012. sim não 5% médio não responderam 10% 45% 40% Gráfico VI- Você se considera estressado (a)?. UCB, 2012. Segundo os fatores geradores de estresses relacionados no Gráfico VII, 17% responderam o estágio; 4% disseram que a responsabilidade os deixam mais estressados; 8% responderam que são os seminários; 21% disseram que o TCC é 52 o fator mais gerador de estresse; 12% responderam que é o excesso de atividades; 17% apontaram as provas como fator gerador de estresse; 13% disseram que é a insegurança; 3% disse que os professores e 5% apontou valor do curso. 18 16 14 12 10 8 6 Série1 4 2 0 Gráfico VII- Fatores geradores de estresse. UCB, 2012. “O aluno está sujeito ao estresse dos testes advindos da universidade, os quais podem lhe ser tão atordoantes que necessitarão de ajuda profissional para lidarem com seus efeitos”. ( Spielberger apud Ribeiro et al., 2010). Os acadêmcios demonstram com essa pesquisa a preocupação e o medo com o ultimo trabalhdo acadêmico, o TCC, que representa a saída da universidade, onde todos os medos, as ansiedades, inseguranças e espectativas estão depositados. 53 “[...] são apontados sinais de ansiedade, medo e angústia que os estudantes apresentam no início do aprendizado prático (estágios)”. ( Scherer et al., 2010 apud Ribeiro et al., 2010). Muitos fatores podem contribuir para o desenvolvimento de estresses no acadêmico de enfermagem, “Entre esses destacam a formação de um novo ciclo de amigos, adaptação a novos horários, problemas financeiros, preocupações com seu futuro mercado afastamento de seu ambiente familiar, as cobranças, o encontro com a dor, o sofrimento, a doença e a morte de pessoas são pontos que favorecem o desequilíbrio emocional. Todos esses fatores podem ser entendidos como estressores, desencadeando o estresse e fazendo com que o sujeito não consiga se adaptar a novas situações”. ( Figueiredo apud Monteiro et al., 2007). A análise a seguir se refere a segunda parte do roteiro de entrevista, composto por informações referentes ao sentimento dos acadêmicos em relação ao estágio e sua perspectiva profissional, bem como por que acham o TCC importante. Relatados pelos participantes da pesquisa os acadêmicos do 7º e 8º semestre. 5.1 CONCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO 7º SEMESTRE EM RELAÇÃO A IMPORTÂNCIA DO TCC NA VIDA ACADÊMICA. VOCÊ ACHA O TCC IMPORTANTE NA VIDA ACADÊMICA? A importância do TCC na visão de alguns dos acadêmicos, os quais relataram diversas opiniões em suas falas: [...] Nos possibilita estudar assuntos não abordados na graduação. (Acadêmico 1). [...] Experiência com pesquisa. ( Acadêmico 2). [...] Aumenta o conhecimento sobre o tema. ( Acadêmico 3). [...] Porque nos prepara para realização de qualquer pesquisa que desejarmos.( Acadêmico 4). 54 [...] Porque mostra a capacidade do aluno de estudar um tema com aprofundamento. ( Acadêmico 5). [...] Importante e gratificante quando concluído. ( Acadêmico 6). [...] Porque através do TCC aprendemos a realizar um trabalho científico. ( Acadêmico 7). Pode-se observar de acordo com as respostas dos acadêmicos, que o TCC é importante porque é inserido como um processo de pesquisa, que os possibilita buscar e aprender outros temas na realização de um outro tipo de trabalho mais elaborado que o convencional exigido ao longo do curso. 5.2 CONCEPÇÃO DE ALGUNS DOS ACADÊMICOS DO 7º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SEGURANÇA DO ESTÁGIO. VOCÊ SE SENTE MAIS SEGURO COM O ESTÁGIO? [...] Mais ou menos, no estágio não se pode fazer tudo. ( Acadêmico 1). [...] Sim, pois é o momento de colocarmos em prática toda teoria aprendida em sala de aula. ( Acadêmico 2). [...] Sim, colocamos em prática o que aprendemos a rotina do local. (Acadêmico 3). [...] O estágio traz a segurança, temos a oportunidade de melhorar a técnica. ( Acadêmico 4). Em relação a segurança do estágio, os acadêmicos relataram a importância de se colocar a teoria em prática, pois o estágio representa a forma e oportunidade de colocarem em prática o que aprenderam na teoria. 55 Em contrapartida há acadêmicas, em sua minoria, que apontam o estágio não oferecendo tanta segurança profissional, pois muitos campos de prática não possibilitam a realização de todos os procedimentos de enfermagem desejados. De acordo com Bosquetti; Braga; (2008) os problemas que o graduando de enfermagem enfrenta durante o período de estágio, estão relacionados ao relacionamento com o paciente, bem como com o professor e o próprio ambiente, podendo contribuir para o aparecimento de efeitos físicos e psicológicos de cunho positivo ou negativo. 5.3 CONCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO 7º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SUA PERSPECTIVA PROFISSIONAL. [...] Penso sempre em progredir, aumentar sempre meu nível de conhecimento. ( Acadêmico 1). [...] Depois que me formar quero fazer um mestrado e um doutorado para me qualificar mais e me destacar no mercado de trabalho. ( Acadêmico 2). [...] Ser um excelente profissional. ( Acadêmico 3). [...] Trabalhar muito e ser boa Enfermeira, humanizada, eu espero. ( Acadêmico 4). [...] Conseguir entrar no mercado de trabalho rapidamente. (Acadêmico 5). [...] Passar em concurso público para trabalhar na Saúde Pública. ( Acadêmico 6). [...] Arrumar emprego. ( Acadêmico 7). [...] Ser ótima profissional. ( Acadêmico 8). 56 [...] Ainda não tenho uma concreta. Mas pretendo passar em um concurso da SES-DF. ( Acadêmico 9). [...] Fazer uma especialização. Atuar no campo do Magistério e Hospitais.( Acadêmico 10). [...] Ter um emprego, continuar buscando conhecimento. (Acadêmico 11). [...] Profissional com segurança no que faz, que busca conhecimento. ( Acadêmico 12). [...] Tratar os pacientes de forma humanizada, minimizando o processo saúde-doença.( Acadêmico 13). [...] Ter um trabalho o mais rápido. ( Acadêmico 14). [...] Passar em um concurso da SES-DF e realizar um Mestrado na área de Saúde Pública na Unb. ( Acadêmico 15). [...] Concurso. ( Acadêmico 16). [...] Apesar de toda dificuldade, creio que terei sucesso e serei uma boa Enfermeira. ( Acadêmico 17). Diante das respostas dos acadêmicos em relação a sua perspectiva profissional, muitos deixaram claro a preocupação em se inserir rapidamente no mercado de trabalho e em se tornarem funcionários públicos, essas respostas podem ser refletidas pelo medo de ficarem desempregados por muito tempo, estabilidade, benefícios e até mesmo as poucas vagas de emprego nos hospitais privados. Os mesmos também ressaltam a importância de continuar estudando, buscar melhor capacitação e não acomodação, deixando claro que o espírito de pesquisadores está bem aflorado entre eles. Sem deixar de citar a preocupação em serem bons profissionais e ainda não deixar de lado a humanização em relação a profissão. 57 Costa (2007) lembra que, mesmo a adaptação do acadêmico ao longo do curso com diversas experiências, o período de conclusão do curso, a fase que o acadêmico está deixando a universidade para se tornar profissional aponta uma ênfase maior na crise do mesmo, onde as expectativas em relação ao mercado de trabalho e a responsabilidade profissional estão bem evidentes nesse processo de estresse. 5.4 CONCEPÇÃO DE ALGUNS DOS ACADÊMICOS DO 8º SEMESTRE EM RELAÇÃO A IMPORTÂNCIA DO TCC NA VIDA ACADÊMICA. VOCÊ ACHA O TCC IMPORTANTE NA VIDA ACADÊMICA? [...] Para aprendermos a relizar pesquisas. ( Acadêmico 1). [...] Aprendizagem com pesquisa. ( Acadêmico 2). [...] É uma forma diferente de aprendizagem. ( Acadêmico 3). [...]É algo que melhora nossos conhecimentos, traz um aperfeiçoamento por pesquisa. ( Acadêmico 4). [...] Para aperfeiçoar os conhecimentos. ( Acadêmico 5). [...] Aprendemos a realizar pesquisa, estudar algum assunto importante, que serve como aprendizado. ( Acadêmico 6). [...] Importante para o aprendizado e para que possamos nos desenvolver melhor na escrita. ( Acadêmico 7). [...] Por causa do conhecimento metodológico científico. ( Acadêmico 8). [...] Para aprimorar os conhecimentos. ( Acadêmico 9). Pode-se observar de acordo com as respostas dos acadêmicos, que os mesmos tem a concepção de que o TCC é importante para que eles possam aprender mais com a pesquisa que é proporcionada pelo trabalho, além de melhorarem e adquirerem novos conhecimentos. Mostrando a preocupação dos acadêmicos em não estacionarem na graduação apenas, e sempre estarem prontos a novas formas de aprendizados. 58 5.5 CONCEPÇÃO DE ALGUNS DOS ACADÊMICOS DO 8º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SEGURANÇA DO ESTÁGIO. VC SE SENTE MAIS SEGURO COM O ESTÁGIO? [...] Sim, é aonde você tira todas as dúvidas. ( Acadêmico 1). [...] Sim, pois vivenciando a prática tudo fica mais claro. E ajuda a esclarecer diversas dúvidas. Passando mais segurança durante as atividades realizadas. ( Acadêmico 2). [...] Sim, nos possibilita um grande aprendizado na prática. (Acadêmico 3). [...] Sim, a prática trás mais segurança. ( Acadêmico 4). Em relação ao que a segurança do estágio representa aos acadêmicos, os mesmos relataram a importância de se colocar a teoria em prática, além de significar o esclarecimentos de todas as dúvidas que eles possam obter. Além de representar a forma e oportunidade de colocarem em prática o que aprenderam até então somente por teoria, para eles significa um fator positivo do curso. “As expectativas de estudantes de Enfermagem em estágios clínicos são de medo, tensão e ansiedade. Eles não sabem o que os espera, não conhecem as rotinas de campo e o que é aceitável ou não antes do primeiro desempenho”. (Bastos et al., 2008). 5.6 CONCEPÇÃO DOS ACADÊMICOS DO 8º SEMESTRE EM RELAÇÃO A SUA PERSPECTIVA PROFISSIONAL. [...] Crescer e crescer. ( Acadêmico 1). [...] Que eu possa tirar todas as dúvidas, com relação ao estágio e que minha vida profissional seja de muito sucesso, e que o conhecimento é uma das minhas metas. ( Acadêmico 2). [...] Após de formar, arrumar um emprego, onde eu vivencie experiências e cresça na minha vida profissional. ( Acadêmico 3). 59 [...] Ser aceita no mercado de trabalho. ( Acadêmico 4). [...] Conseguir um bom emprego na minha área. ( Acadêmico 5). [...] Arrumar um emprego. ( Acadêmico 6). [...] Pretendo estudar para o concurso da SES-DF e fazer uma pós-graduação, porém estou anciosa para trabalhar. (Acadêmico 7). [...] Espero passar em um concurso da SES-DF e assim poder colocar em prática todo o aprendizado durante o curso. (Acadêmico 8). [...] Me formar, e arrumar um emprego bom, e estuar para concurso, pois meu objetivo é ser servidor público. ( Acadêmico 9). [...] Arrumar um emprego na área e passar num concurso. (Acadêmico 10). [...] Espero entrar no mercado de trabalho assim que tiver meu Coren. ( Acadêmica 11). [...] Ser bem sucedida. ( Acadêmico 12). [...] No momento somente na expectativa. ( Acadêmico 13). [...] A melhor possível, arranjar um emprego e continuar estudando. ( Acadêmico 14). [...] Passar em um concurso, fazer uma pós e passar na residência. ( Acadêmico 15). [...] Creser profissionalmente. ( Acadêmico 16). [...] Apesar da insegurança pelo fim da jornada acadêmica, tenho perspectiva de ser uma boa profissional. Espero conseguir um bom emprego e me realizar na profissão que escolhi. ( Acadêmico 17). [...] Espero achar um emprego, passar em um concurso público assim que formar e espero ser uma ótima Enfermeira. (Acadêmico 18). Em relação a perspectiva profissional dos acadêmicos do 8º semestre, muitos relataram a preocupação em se inserir rapidamente no mercado de trabalho e em no funcionarismo público. Essa concepção pode ser refletida pela ansiedade de começar a exercer a profissão, pelo medo do desemprego, estabilidade financeira e benefícios. Ainda, um fato comum entre eles é a vontade de não deixar 60 os estudos de lado, de continuar investindo no conhecimento para uma melhor colocação na futura profissão. 61 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como lembra Costa (2007), o estresse vem tendo uma importância significativa na vida dos estudantes de enfermagem. Entende-se que conforme o sujeito é exposto a novas situações que expiram o desenvolvimento de novas habilidades, isso implica em submetê-lo a vivência na intensidade do estresse, sendo ele de maior ou menor intensidade. A característica ameaçadora ou desafiadora do ensino-aprendizagem por qual passam os estudantes lhes são importantes, preferencialmente quando o erro nesse processo implica danos ou prejuízo aos pacientes. O TCC, o estágio e as provas são os fatores mais estressantes entre os acadêmicos. Trata-se de estudantes, em sua maioria, que não trabalham, não realizam atividades extracurriculares, dormem mais de seis horas por dia, são solteiros, sem filhos, apresentam um tempo hábil para estudar, mesmo assim apresentam-se estressados, com problemas físicos, como frequentes cefaléias, problemas gástricos, ansiedade e irritabilidade. Proponho uma atenção maior a esses acadêmicos, criando se for o caso, um centro de convivência aos estudantes, um local onde pode-se tirar dúvidas, realizar sugestões e reclamações. Para a melhora da qualidade de vida dos mesmos, uma vez que são os futuros profissionais que estarão a frente do atendimento a clientes mais ou tão vulneráveis quanto eles. De acordo com Jorge e Rodrigues (1994), em relação aos serviços de apoio ao acadêmico de enfermagem, que são duas formas de assisti-los, uma é a que oferece informações pedagógico-administrativas e a outra é a que oferece algum tipo de atendimento voltado para as necessidades do estudante. 62 REFERÊNCIAS ALVES, Everton Fernando; Qualidade de vida de estudantes de enfermagem de uma faculdade privada, Ponta Grossa- PR Brasil, v.02, n. 01, jan/jun. 2010, p.23-30. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo, 1977. Edições 70, LDA. Março 2009. BARBOZA, Juliana Inhauser Riceti Acioli; BERESIN, Ruth. A Síndrome de burnout em graduandos de enfermagem. Hospital Albert Einstein, 2007. BORGES, Angela Maria Brazil; CARLOTTO, Mary Sandra. Síndrome de Burnout e fatores de estresse em estudantes de um curso técnico de enfermagem. Aletheia 19, jan./jun. 2004. BURGOS MF. Calidad de vida y estrés de los estudiantes de enfermería 2ª semestre académico. [Tesis de Licenciatura en Enfermería]. 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Condições psicossociais dos estudantes: a) usa transporte coletivo ( ) sim ( ) não b) leva mais de 40 minutos para chegar no campo de estágio ( ) sim ( ) não c) realiza atividade extra curricular ( estágio, trabalho) 67 ( ) sim ( ) não d) é responsável financeiramente pelo domicílio ( ) sim ( ) não e) dorme mais de seis horas por dia ( ) sim ( ) não f) mantém dieta saudável e equilibrada diariamente ( ) sim ( ) não g) pratica atividade física ( ) sim ( ) não 4. Problemas de saúde relacionados ao estresse nos estudantes do 7º e 8 º semestre: a) apresenta ansiedade ou irritabilidade ( ) sim ( ) não b) apresenta cefaléia freqüentemente ( ) sim ( ) não c) apresenta problemas de má circulação ( ) sim ( ) não d) teve pirose ou problemas gástricos neste semestre ( ) sim ( ) não e) apresentou problemas neste semestre no aparelho genito-urinário ( ) sim ( ) não f) faltou a atividade acadêmica por motivo de doença ( ) sim ( ) não g) utiliza alguma medicação ( ) sim ( ) não qual? 5. Percepção dos estudantes sobre o estresse no final da graduação: 68 ( ( ( ( Você se considera estressada (o) 6. Fatores geradores de estresse: ( ) estágio ( ) TCC ( ) insegurança ( ) responsabilidade ( ) excesso de atividades ( ) professores ( ) seminários ( ) provas ( ) valor do curso 7. Você se sente mais segura com o estágio? 8. Qual a sua perspectiva daqui pra frente? ) muito estressante ) moderada ) pouco estressante )não se considera estressado