Sabedoria: o caminho da felicidade! “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Salmo 90.12). O destilar da sabedoria bíblica milenar leva-nos a encontrar a felicidade pela capacidade de viver bem o dia a dia como uma das maiores dádivas de Deus na presente era. Segundo o comentarista bíblico inglês Matthew Henry (1662-1714), no Salmo 90 encontramos o contraste entre a eternidade de Deus e a fragilidade humana (Sl 90.1-6). A submissão à ira divina (Sl 90.7-11) e, por fim, temos uma oração pela misericórdia e graça do Eterno (Sl 90.12-17). Dentro desse contexto, ou seja, de um Deus eterno e seres finitos como nós. Da revelação da divindade que sendo misericordiosa e justa age contra toda sorte de maldade e perversão dos homens, o salmista só pode pedir o favor de Deus, a fim de viver bem os seus dias. Sua súplica é para que o Senhor o ensine a contar os dias com o objetivo de ser sábio. Ensina-nos a contar os nossos dias. Moisés escreveu este poema com mais de 80 anos de idade. Ele suplica o favor de Deus para ensiná-lo. Ele entendeu que as lições divinas extrapolam a inteligência humana. Que a limitação de nossa raça carece de uma ação sobrenatural dos céus para a percepção de alguns aspectos da vida. Por isso, Moisés ora: “ensina-nos”. O que o salmista pretende aprender? “a contar os seus dias”. O que isso significa? Que Deus poderia instruir-nos para estimar nossos dias corretamente: Seu número; a brevidade com que eles passam; a susceptibilidade de sermos cortados da terra; a certeza que eles em breve devem terminar; a passagem que teremos para a eternidade. Por que contar os dias? No próprio texto, temos as razões. Senão veja: A) a vida do ser humano é “como a erva que brota de manhã, de madrugada viceja e floresce; à tarde murcha e seca” (Sl 90.5,6); B) “Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento” (Sl 90.9); C) “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.10). Eis nossa dura situação! A razão de clamarmos a Deus é para que Ele abra nosso entendimento a fim de vencermos nossa limitação e incapacidade de vermos e vivermos a realidade. Qual é a realidade? Nossos dias são curtos. A possibilidade de não estarmos aqui amanhã é imensa e tacitamente sabemos que em breve passaremos desta. Mas essa visão não é pessimista? Não, de forma alguma! Estamos diante de um realismo que deve ser enfrentado com esperança. Odiamos ser enganados ou traídos. Justamente por isso, Moisés pede a graça de Deus para enxergar essa situação claramente, a fim de viver a vida intensamente, visto que não há nada mais terrível do que o desdém ou a insensatez na vivência do dia a dia. Portanto, quem sabe que a vida é curta, dura e incerta viverá para não se arrepender. E todo aquele que entendeu esse ponto, precisará de sabedoria para experimentar tal estilo de vida. Ainda mais em um mundo tão confuso, de múltiplas opções, com propostas tão tentadoras e facilidades que parecem apontar para a felicidade, mas na verdade são caminhos de morte. “Há caminho que parece direito ao homem, mas ao final são caminhos de morte” (Pv 16.25). Ensinar a contar os nossos dias significa que necessitamos entender a fragilidade da nossa existência. Tendo essa noção precisamos agora dar passos em direção a obter um coração sábio. Com esse pulsar diário experimentaremos a felicidade, pois “feliz o homem que acha sabedoria” (Pv 3.13). Seremos protegidos, pois “Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá” (Pv 4.6) e caminharemos em direção a excelência da vida, pois “quanto melhor é adquirir a sabedoria do que o ouro! E mais excelente, adquirir a prudência do que a prata!” (Pv 16.16). Corramos em direção ao Eterno, fonte preciosa e inesgotável da verdadeira sabedoria e felicidade. Rev. Heliel G. Carvalho – [email protected]