Motricidade
ISSN: 1646-107X
[email protected]
Desafio Singular - Unipessoal, Lda
Portugal
Maia, M.F.M.; Ruas, A.R.M.; Rocha, F.P.; Oliveira, N.F.R.; Souza, J.S.
A autoestima em uma amostra de idosos com prática de caminhada orientada
Motricidade, vol. 8, núm. Supl. 2, 2012, pp. 1085-1088
Desafio Singular - Unipessoal, Lda
Vila Real, Portugal
Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273023568138
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Motricidade
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Suplemento do 1º EIPEPS
2012, vol. 8, n. S2, pp. 1085-1088
A autoestima em uma amostra de idosos com prática de
caminhada orientada
The self-esteem in a sample of elderly with practice on guided walk
M.F.M. Maia, A.R.M. Ruas, F.P. Rocha, N.F.R. Oliveira, J.S. Souza
ARTIGO BREVE | SHORT REPORT
RESUMO
Este é um estudo descritivo, quantitativo e de corte transversal. Teve como objetivo investigar a
autoestima de 186 pessoas, com 60 anos ou mais, praticantes de caminhada orientada na cidade de
Montes Claros – MG. Como instrumento, tivemos um questionário contendo as variáveis independentes e a Rosenberg Self-Esteem Scale (Rosenberg, 1989). Foi realizada uma análise descritiva dos
dados, além do Teste “t” de Student e a Anova para comparar a média dos grupos, com ajustes de
Bonferroni. A autoestima dos idosos não evidenciou estar associada aos fatores ou variáveis independentes analisadas. É preciso novos estudos para verificação de novos fatores associados.
Palavras-chave: autoestima, idosos, caminhada
ABSTRACT
This study is descriptive, quantitative and cross-sectional, which aimed to investigate the self-esteem
of 186 people, with 60 years or more, practitioners of guided walk on the city of Montes Claros – MG.
As instrument, we have a questionnaire containing independent variables and the Rosenberg SelfEsteem Scale (Rosenberg, 1989). It was realized a descriptive analysis of data and the t test of Student
and the ANOVA to compare the mean of groups, with Bonferroni adjustments. The self-esteem of
elderly not evidenced to be associated to the factors or independent variables analyzed on this study.
We need new studies for verification of new factors associated.
Keywords: self-esteem, elderly, walking
Submetido: 01.08.2011 | Aceite: 14.09.2011
Maria de Fatima de Matos Maia. Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes; Grupo Integrado de
Pesquisa em Psicologia do Esporte, Exercício e Saúde, Saúde Ocupacional e Mídia – GIPESOM, Brasil.
Angelica Rodrigues Maia Ruas, Fernanda de Paula Rocha, Nadia Fabrícia Rodrigues de Oliveira. Acadêmicas de
Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes; Grupo Integrado de Pesquisa
em Psicologia do Esporte, Exercício e Saúde, Saúde Ocupacional e Mídia – GIPESOM, Iniciação científica
Bolsista do CNPQ, Brasil.
Jéssica Soares de Souza. Acadêmica de Educação Física da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes;
Grupo Integrado de Pesquisa em Psicologia do Esporte, Exercício e Saúde, Saúde Ocupacional e Mídia –
GIPESOM, Brasil.
Endereço para correspondência: Maria de Fátima de Matos Maia, Universidade Estadual de Montes Claros, Centro
de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Educação Física e do Desporto, Av. Dr. Rui Braga,
S/N - Vila Mauricéia, CEP 39401-089 - Montes Claros, MG - Brasil.
E-mail: [email protected]
1086 | M.F.M. Maia, A.R.M. Ruas, F.P. Rocha, N.F.R. Oliveira, J.S. Souza
O envelhecimento populacional é um
fenômeno mundial que se repete também aqui
no Brasil. A terceira idade constitui-se uma
fase na qual o indivíduo fica mais suscetível a
apresentar doenças crônicas, como as cardíacas, diabetes e a depressão. Os exercícios físicos são fatores de restauração da saúde que
proporcionam maior equilíbrio nesta etapa da
vida.
A atividade física constitui em uma forma
de envelhecer ativo, para que os idosos possam
ter autonomia e independência por mais tempo
com melhor autoestima. Chogahara, Cousins, e
Wankel, (1998) afirmam que a prática de
atividade física pelos idosos possibilita benefícios nas relações sociais com a família e amigos, na integração social, no bem-estar e na
melhora da autoestima.
A atividade física e lazer sociabilizam o idoso, melhoram a autoestima e faz com que estes
se sintam mais independentes. A prática
regular de atividade física e lazer é capaz de
minimizar os efeitos do envelhecimento aumentando a autoestima que garante aos idosos
a possibilidade de continuar desenvolvendo
suas atividades de vida diária, pois (Davis,
1997) afirma que com o processo de envelhecimento há uma diminuição da autoimagem e
da autoestima.
Para Depp e Jeste (2006) os preditores mais
significativos de sucesso na velhice são ser
mais jovem (idade próxima dos 60 anos),
melhor desempenho nas atividades de vida
diária, não fumar, não ter artrite ou problemas
auditivos. O gênero, escolaridade, estado conjugal e renda não tiveram associação com um
envelhecimento bem-sucedido, entretanto,
algumas variáveis apresentaram correlação
moderada tais como a prática regular de atividades físicas, frequência alta nos contatos
sociais, ausência de depressão e de déficit
cognitivo, menor número de condições médicas e melhor autorrelato de saúde (Depp &
Jeste, 2006).
Portanto, este estudo pretendeu investigar a
autoestima de pessoas idosas com 60 anos ou
mais que praticam caminhada regularmente.
MÉTODO
Este é um estudo descritivo, quantitativo e
de corte transversal no qual a amostra total foi
de 186 idosos com 60 anos ou mais praticantes
de caminhada orientada pelo Projeto Caminhar
com Saúde da Secretaria Municipal Adjuntos
de Esportes e Lazer da Cidade Montes Claros MG.
Com vistas a definição da quantidade de
indivíduos para o estudo, foram adotadas as
orientações para amostragem aleatória, estratificada e proporcional. O cálculo amostral levou
em consideração o número de pessoas com 60
anos ou mais de idade da cidade de Montes
Claros selecionados proporcionalmente à população (360 idosos). Foi adotado um erro
tolerável de 5%, nível de confiança de 95% e
uma prevalência para todos os desfechos na
ordem de 50%. Desta forma, para calcular a
amostra foi utilizada a fórmula n=(Z×Z)
×p×q×N/e×e×(N-1)+p×q×Z×Z; na qual p =
probabilidade de ser rejeitado 50% q = probabilidade de ser escolhido 50% N= população, Z
= intervalo de confiança (1.96) e e = percentual de erro ≤ .05.
Foi utilizado um questionário estruturado,
contendo as variáveis independentes a serem
investigadas e um questionário específico, o
Rosenberg Self-Esteem Scale (Rosenberg,
1989).
Nos procedimentos estatísticos, foi feita a
análise descritiva dos dados com a frequência e
percentagem para análise das respostas e foi
utilizado o Teste “t” de Student e a Anova para
comparar a média dos grupos, com ajustes de
Bonferroni. Para as análises, foi fixado o nível
de significância em p ≤ 5%. Todos os valores
foram expressos em percentagem (%) e
número de indivíduos representados por (N),
média (M) e desvio padrão (DP).
Este estudo foi realizado com base na
resolução 196/96 da Comissão Nacional de
Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e obteve aprovação do
Comitê de Ética da Universidade Estadual de
Montes Claros através do Parecer do Processo
Nº 1642, de 18 de setembro de 2009.
Autoestima em idosos praticantes de caminhada | 1087
Tabela 1.
Resultados dos testes “t” para a Autoestima em função das variáveis independentes
Variável independente
Sexo
Masculino
Feminino
É religioso
Sim
Não
Possui alguma doença
Sim
Não
Sofreu algum tipo de violência
Sim
Não
Sofreu algum tipo de acidente
Sim
Não
Fuma
Sim
Não
Consome bebida alcoólica
Sim
Não
Tem filhos
Sim
Não
n
Média
DP
t
p
25
161
34.1
33.4
4.46
5.06
.657
.512
185
1
33.5
30.0
4.98
.706
.481
115
71
33.5
33.5
4.91
5.11
-.022
.982
14
172
32.4
33.6
4.29
5.03
-.901
.369
26
180
33.5
33.5
4.65
5.04
-.012
.991
10
176
34.5
33.5
5.40
4.96
.645
.520
25
161
32.6
33.7
3.35
5.18
-.983
.327
172
14
33.5
33.4
5.07
3.73
.120
.905
F
p
1.361
.241
1.174
.321
1.620
.157
Tabela 2.
Resultados da Anova para a Autoestima em função das variáveis independentes
Variável independente
Escolaridade
Analfabeto
Ensino fundamental
Ensino médio
Ensino superior
Ens. fundamental incompleto
Ens.primário incompleto
Estado civil
Casado(a)
Solteiro(a)
Viúvo(a)
Divorciado(a)
Frequência de caminhada
Uma vez por semana
Duas vezes por semana
Três vezes por semana
Quatro vezes por semana
Cinco vezes por semana
Nenhuma
n
Média
DP
16
29
37
13
59
32
34.9
34.3
32.3
31.5
33.8
33.8
5.87
5.33
4.23
3.28
5.69
3.81
83
19
69
15
33.9
33.6
33.5
31.3
5.81
4.32
4.34
2.76
20
36
57
17
54
2
35.8
32.9
32.6
34.1
33.6
37.5
6.68
5.01
4.88
5.28
4.01
4.95
1088 | M.F.M. Maia, A.R.M. Ruas, F.P. Rocha, N.F.R. Oliveira, J.S. Souza
Este artigo decorre de um dos subprojetos
projeto “Hábitos alimentares, imagem corporal, autoestima, índice de massa corporal, depressão, bem estar psicológico e subjetivo em
adolescentes, jovens adultos, pessoas da meia
idade e da terceira idade da cidade de Montes
Claros - MG – Brasil”, em andamento na Universidade Estadual de Montes Claros.
RESULTADOS
Na descrição das variáveis independentes
com a percentagem observou-se que a amostra
de indivíduos de 61 anos ou mais foi composta
de 13.4% idosos do sexo masculino e 86.6% do
sexo feminino. A escolaridade evidenciou que
31.6% possuíam o ensino fundamental incompleto, 19.8% o ensino médio, 17.1% ensino
primário completo, 16.0% o ensino fundamental e o restante da amostra 8.6% analfabeto e
7.0% o ensino superior. 62.0% possuíam algum tipo de doença e 38.0% não manifestaram
possuir. Quanto à religiosidade, 99.5% eram
religiosos e 0.5% não manifestaram serem religiosos. Da amostra 92.5% não sofreram qualquer tipo de violência que provocasse lesões
físicas ou emocionais, 86.1% não sofreu nenhum tipo de acidente que causasse qualquer
tipo de lesão física ou emocional e 13.9% já
sofreram. 94.7% não consomem tabaco e
86.6% não consomem álcool. 92.0% da amostra possuem filhos e 60.5% praticam caminhadas três vezes por semana, 29.5% praticam
cinco vezes, e 10.0% quatro vezes.
Foi realizado o Teste “t” e a Anova para
comparar as médias da Autoestima entre os
grupos; entretanto não foi encontrada nenhuma diferença estatisticamente significante.
quando
CONCLUSÕES
A autoestima dos idosos praticantes de
caminhada orientada, da cidade de Montes
Claros não evidenciou estar associada aos
fatores ou variáveis independentes analisadas
sexo, religiosidade, se já sofreu violência e
acidentes que provocassem lesões físicas ou
emocionais, consumo de bebidas alcoólicas, se
possui filhos, o estado civil e a frequência a
caminhada. Demanda novos estudos para verificação de outros fatores associados.
Agradecimentos:
Nada a declarar.
Conflito de Interesses:
Nada a declarar.
Financiamento:
Nada a declarar.
REFERÊNCIAS
Chogahara, M., Cousins, S.O., & Wankel, L.M.
(1998). Social influence on physical activity in
older adults: A review. Journal of Aging and
Physical Activity, 6(1), 1-17.
Davis, C. (1997). Body Image, exercise, and eating
behaviors. In R. K. Fox, (Ed.), The physical self From motivation to well-being. Champaign, IL:
Human Kinetics.
Depp, C., & Jeste, D. (2006). Definitions and predictors of successful aging: A comprehensive
review of larger quantitative studies. American
Journal of Geriatric Psychiatry, 14, 6-20.
Rosenberg, M. (1989). Society and the adolescent selfimage. Princeton, N.J.: Princeton University
Press.
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