JAYME NUNES DE SOUZA FILHO EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NA CROTOXINA (TOXINA DO VENENO DE Crotalus durissus terrificus): ESTUDOS AO NÍVEL MOLECULAR Orientador: Dr. José Roberto Rogero RESUMO Sabe-se que a radiação ionizante possui a capacidade de alterar significativamente, dependendo da dose e condições de irradiação, o comportamento biológico e antigênico de uma toxina, provavelmente por alterações estruturais causadas pela radiação. Neste trabalho, a crotoxina, principal neurotoxina do veneno de cascavel sul-americana, foi isolada utiizando cromatografia de exclusão molecular em gel Sephadex G-75, seguido de precipitação no ponto isoelétrico. A seguir, frações na concentração de 2 mg de proteína/ml NaCl 0,85% foram irradiadas em uma fonte de radiação gama 60 Co sob taxa de dose de 1100 Gy/h em doses respectivas de 250, 500, 1.000, 1.500 e 2.000 Gy. Partindo dessas amostras, foram determinados o conteúdo protéico (método de Lowry mod.) , o conteúdo de grupamentos SH livres ( método de Ellman) , o perfil eletroforético (SDS-PAGE), a toxicidade pela dose letal 50% em camundongos e o comportamento antigênico frente ao soro anticrotálico (método de Ouchterlony). Os resultados mostraram a formação de agregados além de ocorrer uma perda de proteína em solução por precipitação. Foi observada a presença de grupamentos sufidrilas nas amostras irradiadas com doses acima de 1.000 Gy, indicando o rompimento de pontes S-S. A dose letal 50% aumentou cerca de 2 vezes para a amostra irradiada com 1.000 Gy e, 3,5 vezes para 1.500 Gy, mostrando o fenômeno de destoxicação, enquanto que o comportamento antigênico aparentou manter-se intacto até a dose de 1.000 Gy.