Março/Abril 2010 Clínica MD Clínica «O paciente tem mudado imenso» A MD Clínica abriu em Dezembro do ano passado, mas já excedeu as expectativas das duas sócias. Marina de Praetere revela que «desde a abertura, que foi há pouquíssimo tempo, que integrámos mais cinco profissionais na equipa, éramos 15 e agora somos 20». Uma das razões na origem de tal aumento no número de colaboradores relaciona-se com o crescimento da quantidade de pacientes. Para além, dos fiéis seguidores da médica dentista, que não a abandonaram nesta nova etapa da sua vida, «já tivemos 140 pacientes novos, ou seja, que vieram pela primeira vez. Um número bastante elevado». Porém, o objectivo «é crescer gradualmente e com qualidade», daí que defenda que, presentemente, «uma vez que já ultrapassámos as nossas expectativas, temos de refrear um pouco». Quando questionada em relação ao segredo para tamanho sucesso, a directora técnica da MD responde: «acho que se deve à aposta na qualidade, na seriedade e no facto de termos sempre presente a importância de proporcionar conforto ao cliente». Aliás, Marina de Praetere ressalva que, na MD Clínica, «a parte humana é muito valorizada». No curriculum vitae da médica dentista constam 23 anos de experiência, com passagens por diversos locais, mas desde Dezembro está na sua nova clínica, a MD. Porém, quando se aventurou na abertura do novo espaço, não o fez sozinha, mas em sociedade com Alexandra Marques, que, assim que terminou o curso, «comecei logo a trabalhar com a Marina». Estava a exercer funções noutra clínica, quando, «entretanto resolvemos dar vida a esta». Marina de Praetere conta que começou «a estruturar o projecto há cerca de um ano, quando pensei em sair do local onde estava». Felizmente, para a médica 8 David Oitavem Seriedade, honestidade, serviço de excelência, actualização permanente de conhecimentos são algumas das características que as sócias Marina de Praetere e Alexandra Marques atribuem à MD Clínica e à equipa que a constitui. Conscientes de que o paciente está cada vez mais informado, acreditam que a criação de uma relação de confiança é indispensável. A MD Clínica já excedeu as expectativas, apesar de ter sido inaugurada em Dezembro do ano passado dentista, «consegui chamar para a equipa praticamente todas as pessoas que já tinham trabalhado comigo». A este rol juntou-se, recentemente, Isabel Lopes, «uma óptima “aquisição», garante a directora clínica da MD. Licenciada em 2004, «em 2005 comecei a fazer exclusivamente cirurgia na Maló e agora estou aqui». Treze em uma… A essência do projecto é a criação de um espaço para «trabalharmos em equipa». Desta maneira, «todos os doentes que chegam à clínica são observados e reencaminhados para o colega da especialidade que o caso em questão exige», ou seja, na MD todos têm O medo do médico dentista A MD não fez publicidade. Marina de Praetere simplesmente avisou que tinha mudado de instalações e os pacientes "seguiram-na", quanto aos "novos" que vão aparecendo na clínica, acredita «que chegam pelo boca-a-boca». E se «a maior parte dos colegas queixa-se de que os pacientes não se preocupam em cumprir os tratamentos dentários, ou seja, faltam às consultas, nós deparamo-nos com a situação oposta», acrescenta O segredo, confessa Alexandra Marques, «é a honestidade, a qualidade, a seriedade, o acto de explicar todos os passos que vamos fazer, assim como o quanto vai ser cobrado». Mas, como é óbvio, «uma equipa de excelência também é fundamental». Por isso, na MD, «queremos que o paciente saia feliz e que nos recomende», para tal «a experiência de vir ao médico dentista tem de ser agradável», destaca a profissional de medicina dentária. Isabel Lopes declara que ainda «há muita gente com medo do médico dentista, mas se conversarmos e explicarmos o que vamos fazer a situação resolve-se». E, ao contrário daquilo que à partida se poderia pensar, «as crianças são as que revelam menos medo». Na verdade, de acordo com Marina de Praetere, «as crianças até gostam de vir, tenho um pai que tem de esconder do filho quando vem à clínica porque se ele sabe, fica furioso por não vir também». Pelo contrário, «um caso que me marcou nos primeiros anos após me formar, foi o de uma paciente cujo trauma era tão grande, que a senhora não conseguia comer com talheres metálicos. Quando era jovem, extraiu uma série de dentes e o barulho do metal fazia-a lembrar-se do consultório do médico dentista». 10 higienistas e um odontopediatra». Alexandra Marques acrescenta que, na clínica, «já conseguimos abranger todas as especialidades». Por isso, actualmente, «o grande desafio é formar, em conjunto com a Isabel, um bloco operatório e ocupar todos os outros gabinetes», 13 no total. A MD possui ainda um laboratório, «o que é uma vantagem em relação a outras clínicas, pois permitenos fazer logo os trabalhos e não se perde tempo com os envios». Esta mais-valia é ainda mais visível nas áreas da estética e da implantologia, visto que «nos permites dar resultados ao cliente no próprio dia», explica Isabel Lopes. Alexandra Marques acrescenta que no laboratório «também se trabalha para fora». Botox e ácido hialurónico Em Maio, a clínica prepara-se para "abrir" uma nova valência, a formação. Esta vai ser inaugurada com um curso de injectáveis estéticos. Todavia, a finalidade é dar formação «nas várias áreas da medicina dentária, sendo que, inclusive, pretendemos convidar profissionais estrangeiros como formadores». Quando se fala em injectáveis estéticos, fala-se em botox e ácido hialurónico. Alexandra Marques explica que «começaram a ser utilizados há cerca de oito anos em Inglaterra, depois em Espanha e, actualmente, praticamente em todo o mundo, sendo que são os médicos dentistas que agora fazem este procedimento». Isabel Lopes ilustra a situação com um caso prático: Marina de Praetere conta que começou «a estruturar o projecto há cerca de um ano» David Oitavem a sua área específica de actuação. «Eu faço ortodontia e dentisteria, a Alexandra encarrega-se da endodontia, cirurgia e implantologia e a Isabel dedica-se, sobretudo, à cirurgia, implantologia e periodontia», destaca a responsável clínica. Para além destas três médicas dentistas, «temos ainda, para além de outros profissionais, David Oitavem Março/Abril 2010 Clínica «as pessoas desdentadas há imenso tempo ou com os dentes anteriores em falta, que são os que seguram o perfil do lábio, perdem musculatura labial». Acontece que, «mesmo repondo os dentes, muitas vezes é difícil corrigir esteticamente a perda do músculo e é aqui os injectáveis são um complemento» do tratamento. «É uma grande satisfação para o médico, porque, frequentemente, os colegas fazem trabalhos magníficos, mas que depois ficam encobertos porque os indivíduos têm imensas rugas ou não têm lábios e com os injectáveis conseguimos resolver esta questão», salienta Marina de Praetere. O paciente informado As preocupações estéticas estão cada vez mais na ordem do dia e neste contexto a ortodontia e a implantologia são das áreas mais procuradas. «As pessoas não querem ausência de dentes na zona do sorriso», garante Isabel Lopes. E se, «antigamente, eram os indivíduos de um nível mais elevado que se preocupavam com estas questões», sublinha Marina de Praetere, agora «temos pacientes de qualquer idade e estrato social – para os que têm mais dificuldades, temos planos de pagamento que recorrem, por exemplo, à ortodontia». Uma atitude que considera, por um lado, «muito positiva» e, por outro, «que nos realiza porque sentimos que conseguimos ajudar mais pessoas». A directora clínica acredita, igualmente, que, não são apenas as razões estéticas a impulsionar os indivíduos a recorrerem cada vez mais à cadeira do médico dentista. Também o fazem por questões relacionadas com a saúde da boca. Mas de qualquer dos modos, «há que educar o paciente, mesmo que este venha por razões estéticas, é necessário explicar-lhe que uma boca sã é vital», defende Alexandra Marques. O público-alvo da clínica «é toda a gente», sendo que «trabalhamos com algumas seguradoras e gostamos muito porque hoje em dia conseguimos realizar excelentes trabalhos e não fazemos qualquer diferenciação no material que usamos, quer nos particulares, quer nas seguradoras», refere a directora clínica. Março/Abril 2010 Clínica David Oitavem Marina de Praetere é peremptória em afirmar que «o paciente tem mudado imenso», dado que «quando comecei em 1986, as pessoas eram menos exigentes. Por exemplo, ao nível do tempo de espera, raramente reclamavam. Actualmente, o paciente é bastante instruído e sabe o que quer». A médica dentista revela que, inclusive, «já sabe o tipo de implante ou de aparelho que quer, quando antes chegava e nem sabia o que era a ortodontia». Presentemente, «é de tal forma exigente, que chega a comparar-nos com outras clínicas». Por outro lado, os pacientes «já não sentem aquela veneração do “senhor doutor” ou do “senhor professor” pelo médico», e, de facto, para a médica dentista esta veneração não faz sentido, pois «somos todos iguais, simplesmente, porque uns são engenheiros e outros empregados da limpeza, prestamos serviços diferentes». Isabel Lopes reitera: «já não há distância, tendo-se criado, pelo contrário, uma relação de proximidade, para a qual contribui a explicação do plano de tratamento, coisa que não acontecia antes. As pessoas entravam no consultório e não se explicava nada, agora há uma relação de confiança». Por tudo isto, Marina de Praetere acredita que «temos de nos pôr ao nível do paciente, assim como dar o nosso melhor todos os dias». E como é que o profissional se pode preparar para estes desafios? «Através de formação», responde Alexandra Marques, acrescentando que, presentemente, «estamos a fazer uma pós-graduação em estética em Barcelona», ou seja, «o médico não pode parar!». Na MD, a equipa «é bastante dedicada e procura estar sempre actualizada», sublinha a directora técnica, especificando que «a Isabel está a fazer mestrado em cirurgia oral, a Alexandra em endodontia e eu frequentei durante vários anos formações em ortodontia nos Estados Unidos da América». Na clínica, «preocupamo-nos muito com a competência dos profissionais, mas também com a sua seriedade», ou seja, «preocupamo-nos em ser extremamente honestos e sérios para com os pacientes e as seguradoras». Isto porque, de acordo com a responsável, «infelizmente, alguns profissionais que trabalham com estas entidades não têm isso em conta e nós queremos proporcionar serviços de qualidade a preços extremamente justos». Uma ajuda preciosa neste campo da qualidade são as tecnologias, pois «proporcionam melhores resultados, apesar de, frequentemente, o planeamento do tratamento demorar mais tempo». Por exemplo, «na área da ortodontia usamos imenso o Invisalign, que é um sistema para alinhamento dentário e tudo é previsto a nível informático: os planos de tratamento chegam todos por via computadorizada e é fantástico por causa da demonstração que conseguimos fazer ao paciente», conta Marina de Praetere. David Oitavem Profissional actualizado «Já conseguimos abranger todas as especialidades», afirma Alexandra Marques David Oitavem David Oitavem Carmen Silva 12 Segundo Isabel Lopes, ainda «há muita gente com medo do médico dentista, mas se conversarmos e explicarmos o que vamos fazer a situação resolve-se»