Seminário Intervir em construções existentes de madeira
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As estruturas tradicionais de madeira antes e agora – Análise de alguns
exemplos de recuperação
Filipe Ferreira
AOF
[email protected]
SUMÁRIO
A madeira tem feito parte das construções, ao longo dos tempos. Como material natural e
acessível que é, tem sido aplicada nos vários elementos construtivos e com as mais
variadas funções, desde a função estrutural, à de compartimentação de espaços, à
decorativa, entre outras.
Na época em que nos encontramos, numa grande sensibilização para os problemas
ambientais e de sustentabilidade é importante refletir sobre o tipo de intervenção a fazer e
os materiais e técnicas a utilizar, desde as tradicionais às novas tecnologias.
Numa construção deve ser analisada a sua génese construtiva, decidindo, a partir daí, o tipo
e grau de intervenção a fazer, seja de manutenção dos sistemas pré-existentes, seja
recorrendo a outras técnicas. Para isso é fundamental o conhecimento das técnicas
tradicionais de construção em madeira e da sua aplicabilidade, a par das novas tecnologias,
com respeito pelo definido nas cartas internacionais em vigor.
Contudo, para que uma intervenção seja bem sucedida é necessária uma equipa de
profissionais qualificados, que abarquem todas as especialidades em causa, desde os
projetistas aos que executam o trabalho com o seu saber, passando por arqueólogos e
historiadores. Essa equipa deverá interagir entre si, de forma a garantir que o processo
corra bem. O projeto de execução é, a este nível, o começo de todo o processo. Durante os
trabalhos de intervenção, surgem frequentemente muitos dados novos, muitas surpresas,
que irão condicionar a solução final.
Apresentam-se neste artigo alguns casos de estudo, de intervenções em alguns edifícios
representativos portugueses.
PALAVRAS-CHAVE:
ESTRUTURAS
DE
MADEIRA,
TABIQUE,
REABILITAÇÃO, DEFICIÊNCIAS EQUIPAS MULTIDISCIPLINARES
1. CONTEXTO – BREVE ABORDAGEM DO TEMA
Uma grande parte das construções do nosso património forma feitas empregando madeira,
sendo muitas delas, quase exclusivamente constituídas por este material.
A sua aplicação teve a ver com vários fatores, como a disponibilidade de materiais de
construção existentes numa região, a sua facilidade de transporte, o tipo de edifício e a
classe social dos proprietários, o grau de conhecimento, entre outros fatores.
Na intervenção em edifícios confrontamo-nos muitas vezes com situações limite, em que é
necessário optar por uma solução. Muitas vezes estamos na presença de operações simples
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As estruturas tradicionais de madeira antes e agora
de manutenção, o que não oferece dificuldade, dado bastar limitarmo-nos a afinar ou
substituir algum elemento ou revestimento. Muitas vezes basta uma pintura com uma tinta
de protecção. O problema começa a surgir quando houve dano e a recuperação da estrutura
passa, por exemplo, pela substituição de algumas partes da sua estrutura ou, no caso limite,
na reformulação de toda a sua estrutura com eventual substituição integral.
Outro fator a ter em conta tem a ver com as eventuais alterações à arquitetura dos edifícios,
que poderá implicar a utilização de um sistema construtivo diferente.
Um problema frequente nos nossos dias é o das estruturas em betão armado, existentes nos
nossos edifícios antigos, executadas no século passado. A grande intrusividade dessas
estruturas traduziu-se numa enorme perda patrimonial, com a supressão dos sistemas
tradicionais de madeira, e num grande problema para os edifícios, dado o comportamento
muitas vezes incompatível com o dos outros elementos, como por exemplo as ações
estruturais sobre as estruturas primitivas e a sua pouca durabilidade ao nível das
armaduras, bem como a degradação acelerada que provocam nos outros materiais, como
por exemplo nas madeiras. As várias tentativas pensadas para a sua remoção e substituição
por estruturas semelhantes às primitivas terão de ser cuidadosamente ponderadas, dados os
estragos que poderão originar no edificado. Teremos portanto de considerar a possibilidade
de encarar essas estruturas como uma fase mais na vida do edifício, passando a fazer parte
da sua história e adaptá-las às funções atuais.
São estas e outras reflexões que se farão nos exemplos a apresentar.
2. ALGUMAS CASOS DE UTILIZAÇÃO DE MADEIRA NAS CONSTRUÇÕES
A madeira tem vindo a ser utilizada em várias partes dos edifícios.
O tipo de madeira, bem como as secções, tem variado, ao longo do tempo, em função dos
locais de proveniência.
No caso das estruturas de madeira, as mais correntes em estruturas são o pinho, eucalipto,
castanho e o carvalho.
Em síntese, poderão enumerar-se os seguintes tipos de aplicação, ver Tabela 1.
Tabela 1 – Alguns casos de aplicação de madeira em edifícios antigos.
Parte do edifício
Fundações
Estrutura
Paredes exteriores
e divisórias
Coberturas
Vãos
Sistema construtivo
Estacaria
Vigamentos, colunas, travamentos
Gaiola
Taipa de rodísio
Taipa de fasquio
Estrutural (Asnas, madres, barrotes)
Revestimento (soletos)
Caixilharias (portas e janelas)
Gradeamentos
Numa intervenção deverão ser analisadas as as formas de aplicação, as suas caraterísticas,
para, se escolher o melhor critério de intervenção, de forma a preservar a identidade do
edifício, seja ela arquitetónica, estrutural, artística ou simbólica.
No caso das estruturas de madeira importa refletir sobre a sua geometria e sobre a
geometria dos seus constituintes, como na Figura 1.
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(a)
(b)
Figura 1 – Exemplos da geometria de estruturas de madeira e dos seus constituintes; (a) e
(b) Perspetivas de estruturas de cobertura de madeira, com as várias partes que a compõem.
Muitas vezes verificam-se geometrias complexas, de desenho apurado, de grande
qualidade e dimensões, que nos fazem refletir sobre as dificuldades de que se terá revestido
a sua execução, como no caso da estrutura da cobertura da Escadaria Nobre do Palácio da
Bolsa, Porto, conforme se poderá verificar na Figura 2.
Figura 2 – Estrutura da cobertura da Escadaria Nobre do Palácio da Bolsa.
O desenho das estruturas e dos seus acessórios é fundamental, tendo chegado aos nossos
dias exemplares de grande qualidade.
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As estruturas tradicionais de madeira antes e agora
3. AS LIGAÇÕES
Ao longo dos tempos tem havido vários tipos de conexão entre as várias peças de madeira,
desde as ligações madeira/madeira, até às peças metálicas.
Na sua essência os sistemas em si mantêm-se, para além dos novos pormenores, resultado
da evolução do conhecimento e da investigação em novas técnicas (Figuras 3 e 4).
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
Figura 3 – Exemplos; (a) a (e) Ligações madeira/madeira; (f) Ligações metálicas.
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Figura 4 – Exemplos de ligações contemporâneas.
4. ALGUMAS DEFICIÊNCIAS ENCONTRADAS NAS INTERVENÇÕES
Quando analisamos em pormenor uma construção, particularmente no caso de coberturas
de madeira, observamos várias anomalias, típicas da degradação como a fluência, a
degradação biológica e as consequências das ações termo-higrométricas, com
predominância de umas ou outras, caso a caso, em função dos vários fatores existentes,
resultantes da especificidade da construção, ver Tabela 2 e Figura 5.
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Tabela 2 – Anomalias mais usuais em estruturas tradicionais de cobertura em madeira.
Anomalias
Podridões
Deformações
Fungos
Possíveis causas
Insetos xilófagos
Presença de água
Má qualidade das madeiras
Elementos estranhos em contacto (BA)
Secção mal dimensionada
Assentamentos, rotações do edifício
Ocorrência de danificações
Ligações deficientes entre as peças
Presença de água
Contacto com o ambiente exterior
Falta de manutenção
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
(g)
(h)
Figura 5 – Exemplos de anomalias mais usuais encontradas em estruturas de coberturas em
madeira; (a), (b), (f) e (h) Podridões; (c) Deformações; (d) Fungos; (e) Ligações
deficientes; (g) Fraturas.
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5. OPÇÕES E METODOLOGIA DE INTERVENÇÃO
A intervenção neste tipo de estruturas poderá ser feita em vários níveis, consoante o seu
estado de conservação ou alteração, as características arquitetónicas e a sua autenticidade.
De uma forma geral, poder-se-ão considerar vários níveis de intervenção, desde a menos
intrusiva, como reparação pontual de uma pequena parte, até à substituição integral, em
casos extremos de degradação, ver Tabela 3. Numa intervenção deste tipo, muitas vezes
não há uma única solução.
Tabela 3 – Níveis de intervenção em estruturas de madeira em coberturas.
1.
2.
3.
4.
5.
Níveis de intervenção:
Reparação pontual de elementos degradados
Substituição pontual, com materiais e técnicas tradicionais
Substituição integral com materiais e técnicas semelhantes às existentes
Reforço de estruturas existentes com recurso à aplicação de elementos
novos de outra natureza
Substituição integral por uma nova solução estrutural com recurso
eventual a novos materiais e novas técnicas
Nas intervenções de reabilitação quer no património classificado, quer no Património
corrente, deverá ser seguida uma metodologia que salvaguarde as características do
edifício. Essa metodologia deverá compreender várias fases, ver Tabela 4.
Tabela 4 – Metodologia a seguir para uma intervenção.
1.
2.
3.
4.
5.
5.
Intervenções de conservação, reparação e recuperação - Fases:
Recolha de informação de avaliação da capacidade de desempenho da
construção
Determinação das causas da existência de danos
Avaliação correta da importância e extensão das degradações
Escolha de medidas corretivas menos intrusivas e melhor adaptadas
Definição atempada e planeada das intervenções
Monitorização do comportamento, após as intervenções
Contudo, como foi já referido neste texto, os trabalhos de intervenção definitivos são
sempre pensados na fase de obra, com uma equipa multidisciplinar, que entenda o
Património e os seus problemas e responda com boas soluções aos imprevistos que sempre
surgem nestas intervenções (Figura 6), ver Tabela 5.
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As estruturas tradicionais de madeira antes e agora
Tabela 5 – Passos para o tratamento “in loco” das estruturas em madeira.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Fases da intervenção:
Trabalhos preliminares de proteção;
Remoções faseadas;
Aspiração e limpeza;
Mapeamento das anomalias e definição do plano de intervenção;
Remoção manual das partes não funcionais de madeira;
Desinfestação dos madeiramentos e do coroamento das paredes;
Substituição total ou parcial das partes disfuncionais;
Tratamento dos elementos em betão armado;
Fornecimento e aplicação de reforços em aço inoxidável;
Aplicação de parafusos autorroscantes em aço inoxidável;
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
Figura 6 – Alguns aspetos do tratamento das estruturas de madeira; (a) Medição do teor de
humidade; (b) Desbaste de podridões; (c) Pulverização com produto xilófago;
(d), (e) e (f) Injecção com produto xilófago.
6. ALGUNS CASOS DE ESTUDO
Serão abordados de seguida alguns casos de estudo. A abordagem não será exaustiva,
abrangendo a totalidade das intervenções. Serão focados, em cada caso, apenas alguns
casos de realce, tendo sido escolhidos vários contextos diferentes. Serão analisadas,
sumariamente, as possíveis causas das anomalias, o enquadramento arquitetónico e
histórico e as soluções encontradas, ver Tabela 6.
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Tabela 6 – Casos de estudo escolhidos.
Casos de Estudo
Casa Barbot, V. N. Gaia
Parque da Boavista
Caso apresentado
Reabilitação de uma parede de tabique
Paredes de tabique
6.1. Casa Barbot
Trata-se de uma antiga residência unifamiliar, erguida em 1904, da autoria do arquiteto
Ventura Terra, ", o escultor Alves de Sousa, o mestre estucador Domingos Baganha, e o
pintura Veloso Salgado, responsável pela decoração de algumas divisões. Encontra-se
classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1982, pertencendo à Câmara
Municipal de Gaia onde instalou a Casa da Cultura, e área destinada a exposições e à
promoção de eventos como debates, colóquios, seminários, workshops, lançamento de
livros e momentos musicais.
É o único exemplo de arte nova em V.N. de Gaia.
A intervenção apresentada foi feita numa parede de tabique, onde se verificava uma
deformação acentuada para fora do plano vertical, motivada pelas infiltrações de água,
numa época anterior da casa, do esgoto de uma banheira no andar superior.
O projeto d arquitetura foi executado pela arquiteta Cristina Costa, da C. M. Gaia e o
projeto de estruturas esteve a cargo do Prof. Aníbal Costa e da Engª Esmeralda Paupério,
do NCREP.
A intervenção compreendeu o acesso à estrutura pela face mais acessível, revestida a
azulejo, visto a outra face estar revestida a estuque, com ornamentos, e pintura mural. Essa
face foi protegida com escoramento almofadado e aplicação de um “faccing”, para
proteção desses revestimentos.
A infiltração continuada de água provocou o apodrecimento de grande parte dos
madeiramentos, quer dos pranchões, quer do fasquio.
Tratava-se de uma parede de tabique, com fasquio por ambas as faces e duas camadas de
pranchões de madeira de pinho, uma vertical e outra inclinada a em “X”.
As peças com podridão foram substituídas pontualmente, com a colocação de próteses do
mesmo tipo de madeira, com tratamento preventivo em autoclave.
As ligações metálicas, em ferro, entre a parede de tabique e a parede de alvenaria pedra
exterior foram tratadas com remoção das partes em degradação e aplicação de um
conversor de ferrugem.
Forma colocados ligadores novos, em aço inoxidável AISI 316, nas ligações em “X”.
Por fim, foi feito um reboco, em argamassa de cal extinta e areia, semelhante ao primitivo,
e foi reaplicado o azulejo, também com recurso a argamassa de cal (Figura 7).
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As estruturas tradicionais de madeira antes e agora
(n)
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
(g)
(h)
(i)
(j)
(l)
(m)
(o)
(p)
(q)
Figura 7 – (a) Casa Barbot; (b) e (c) Escoramentos; (d) “Faccing” na face de pintura mural;
(e) e (f) Escoramentos; (g), (h) e (i) Estrutura de madeira, após remoção do revestimentos,
na face revestida a azulejo; (j) Ligador após tratamento; (l) e (m) Ligadores em aço
inoxidável; (n) e (o) Estrutura da parede após intervenção; (p) e (q) Revestimentos pelas
duas faces.
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6.2. “Parque da Boavista”, Braga
O edifício em causa, concluído em 1910, sofreu um grande incêndio na primeira metade do
século passado, que lhe destruiu a maior parte das coberturas e revestimentos de tectos,
com, por exemplo estuques. A posterior reconstrução da cobertura apresentava uma má
solução construtiva.
Nos trabalhos de reconstrução do edifício, a opção foi a de manter as estruturas e
compartimentação pré-existentes, sendo apenas alterada a cobertura, recriando a inicial,
sendo esta última a opção escolhida pela equipa, constituída pelos Arq.tos Francisco
Azeredo, L. Costa e Teresa Ferreira. Esta opção foi tomada por razões de coerência do
desenho inicial e por razões funcionais, para evitar a constante entrada de águas das chuvas
no edifício (Figuras 8 e 9).
(a)
(c)
(b)
(d)
(e)
Figura 8 – (a) Parque da Boavista; (b), (c) e (d) Cobertura antes da intervenção; (e)
Reconstituição da cobertura primitiva.
(a)
(b)
Figura 9: (a) e (b) Compartimentação antes e após a intervenção.
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As divisórias interiores, em tabique, foram reabilitadas, com aplicações pontuais de
próteses do mesmo tipo de madeira, substituição do fasquio e tratamento das ligações
metálicas (Figura 10).
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
(g)
(h)
Figura 10: (a) a (d) Antes da intervenção; (e) e (f) Durante a intervenção; (g) e (h)
Compartimento antes e depois da intervenção.
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7. REFERÊNCIAS
[1]
[2]
[3]
[4]
[5]
[6]
[7]
Cóias V., Inspeçoes e Ensaios na Reabilitação de Edifício, Lisboa, IST Press, 2006.
Cóias
V.,
Reabilitação
Estrutural
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Edifícios
Antigos,
Lisboa,
Argumentum/GECoRPA, 2006.
Appleton J., Reabilitação de Edifícios – Patologias e Tecnologias de Intervenção
Lisboa, Edições Orion, 2003.
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estudo, 2º PATORREB, Porto, 2006
Cruz P.J., Negrão J.H., Branco J.M., A Madeira na Construção. CIMAD 04 – 1º
Congresso Ibérico A Madeira na Construção, 25-26/03/2004, Guimarães, Portugal,
2004.
Adam J.P., La Construction Romaine, matériaux et techniques, 1989.
Chudoba, M., On Wood Joints in Construction. Meri-Lappi Institute, University of
Lapland & University of Oulu
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