Saúde
MINAS GERAIS SÁBADO, 19 DE MAIO DE 2007 - 8
TODA ATENÇÃO AOS IDOSOS
Equipes especializadas nos hospitais da Fhemig
atendem com eficiência as pessoas da terceira idade
Quedas representam o principal motivo de atendimento a pessoas idosas no Hospital João XXIII
(HPS), da Rede Fhemig, considerado a maior instituição pública especializada em traumas da América
Latina. No ano passado, foram
3.328 casos na população entre 60 a
70 anos, sendo 1.307 homens e
2.021 mulheres. Na faixa acima de
70, houve 1.857 atendimentos. Os
casos clínicos (não-traumáticos) são
a segunda causa de procura pelo
hospital. Já as agressões são mais
comuns em homens acima de 70
anos. Em 2006, foram 227 contra
135 na faixa dos 60 a 69 anos.
O primeiro atendimento é feito
no João XXIII. Dependendo da lesão, o paciente é encaminhado para
cirurgia nos hospitais Maria Amélia
Lins (HMAL) ou no Galba Veloso
Ortopédico, que integram o Complexo de Urgência e Emergência da
Fhemig. O coordenador da Ortopedia do HMAL, Euler Guedes, afirma que o maior índice de fraturas
em paciente idoso tem como causa
principal a queda da própria altura.
Fraturas de punho, coluna e colo de
fêmur são as mais comuns. Segundo
ele, esse tipo de acidente está muitas
vezes relacionado à perda de massa
óssea, a conhecida osteoporose, e da
perda de massa muscular, já que o
músculo ameniza o impacto da queda. Muitas vezes a pessoa tem outras enfermidades associadas à idade, como cardiopatias e problemas
de pulmão, o que complica a fratura,
se não for tratada imediatamente.
“O melhor momento para
operar é nas primeiras 24 horas.
Se o idoso fica muito tempo esperando pela intervenção, vai permanecer um período maior acamado, o que pode predispor a uma
pneumonia e até mesmo levar à
morte”, diz Euler Guedes.
O procedimento cirúrgico
varia conforme o tipo de lesão,
mas são feitas fixações da fratura
com placa e parafuso ou mesmo
utilização de prótese.
“A única chance da pessoa,
mesmo com o risco do procedimento, é a cirurgia”, afirma o médico.
LESÕES FORTES
O atendimento das quedas
pode ser multidisciplinar e variar
conforme o tipo de lesão. O chefe da
DIVULGAÇÃO FHEMIG
Equipe de Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo Facial (CTBMF) dos
hospitais da Rede Fhemig, Vasco
Araújo, afirma que, muitas vezes, na
queda, as vítimas parecem não ter
os reflexos de colocar as mãos no
chão para apoiar e tentar se proteger.
Batem com o rosto, o que exige o
atendimento da equipe da CTBMF.
O tratamento imediato é realizado quando o trauma é aberto
ou exposto. No entanto, nem sempre os casos de emergência permitem exames preliminares ou complementares para avaliar o histórico de saúde do paciente. A prioridade é salvar a vida.
O cirurgião geral é o médico
responsável pelo paciente. É ele
quem determina a ordem de atendimento dos outros especialistas. Muitas vezes, o cirurgião de traumatologia buco-maxilo facial é chamado
para estabilizar fraturas. Ele trabalha
junto com o neurocirurgião, por
causa da comunicação do crânio
com a face. Depois, entram em ação
os profissionais que vão assegurar a
função da parte do corpo lesada. Finalmente, cuida-se da estética.
VERDADE ESCONDIDA
A cirurgiã de traumatologia
buco-maxilo facial do Hospital João
XXIII, Maria Tercília Zuccheratte,
observa que as quedas podem esconder um drama social grave – as
agressões dos próprios parentes ou
de terceiros aos velhos. Cair da escada, levar um tombo na rua ou dentro de casa são justificativas muitas
vezes ouvidas pela equipe de urgência e emergência dos hospitais ao receber um idoso machucado.
“Temos que partir do pressuposto da verdade do paciente”, diz.
Mas nem sempre a queda é a
razão dos ferimentos. Ela lembra
do caso de um senhor que chegou
ao hospital com o rosto bastante
machucado e, ao ser perguntado
onde doía mais, ele, em lágrimas,
apontou o peito.
Com uma equipe de 15 profissionais na especialidade, o Hospital
Maria Amélia Lins é referência estadual em cirurgia de traumatologia
buco-maxilo facial.
ATENDIMENTO NO HPS DO HOSPITAL JOÃO XXIII: ATENÇÃO ESPECIAL AOS TRAMAS DE IDOSOS
ESTADO ASSISTE COM CARINHO E REMÉDIOS
O Governo do Estado tem programas especiais de atenção à saúde
de idosos, cujo número é de aproximadamente 1,7 milhão pessoas em
Minas, o que corresponde a 9,6% da
população. Em funcionamento há
dois anos, o MG Idoso
(08002838583) vem se firmando
como referência no atendimento à
saúde da população maior de 60
anos e registrando o aumento da
procura por informações e por protocolos para a aquisição de medicamentos gratuitos.
O programa foi implantado
pela Coordenadoria de Atenção ao
Idoso da Secretaria de Estado de
Saúde, em parceria com o Hospital das Clínicas, e é pioneiro no
País. Já recebeu dois prêmios nacionais conferidos por entidades
ligadas ao setor da saúde e atendeu mais de seis mil casos com
diagnóstico ou suspeita de doença
de Alzheimer e o mesmo número
em encaminhamentos de protocolos para a aquisição de medicação
anti-colinesterásica (Excelon Rivastigmina) usada ao tratamento
da doença.
ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
Para garantir um modelo de
assistência farmacêutica focado
na atenção primária, o Governo
de Minas ampliou em mais de
nove vezes os recursos destinados ao programa Farmácia de
Minas. Com isso, os doentes idosos passaram a contar com 20
novos tipos de medicamentos.
Por meio do Farmácia de Minas as unidades de saúde dos 853
municípios mineiros recebem uma
cesta composta por 73 medicamentos, entre analgésicos, antibacterianos, antianêmicos, antiinflamatórios, antiepiléticos, ansiolíticos,
broncodilatadores, antidepressivos,
sedativos, antiácidos e antiparasitários. Na cesta estão incluídos também os medicamentos padronizados
pelo Programa Viva Vida e os destinados a complementar o atendimento do Programa de Diabetes.
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