Fausto de Marttins Netto PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Modelagem de Equipamentos Especiais da Rede de Transmissão para Avaliação da Segurança de Tensão DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Departamento de Engenharia Elétrica Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica Rio de Janeiro Março de 2003 Fausto de Marttins Netto Modelagem de Equipamentos Especiais da Rede de Transmissão PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA para Avaliação da Segurança de Tensão Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da PUC-Rio. Orientador: Ricardo Bernardo Prada Rio de Janeiro, março de 2003 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização da universidade, do autor e do orientador. Fausto de Marttins Netto Graduou-se em Engenharia Elétrica na PUC - Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) em 2001. Ficha Catalográfica PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Netto, Fausto de Marttins Modelagem de equipamentos especiais da rede de transmissão para avaliação da segurança de tensão / Fausto de Marttins Netto; orientador: Ricardo Bernardo Prada. – Rio de Janeiro : PUC, Departamento de Engenharia Elétrica, 2003. 110 f. : il. ; 30 cm Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Elétrica. Inclui referências bibliográficas. 1. Engenharia elétrica – Teses. 2. Elo cc. 3. CER. 4. HVDC\CCC. 5. CSC. Ι. Prada, Ricardo Bernardo. ΙΙ. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Elétrica. ΙΙΙ. Título. CDD: 621.3 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Para meus pais, José de Barros Neto e Marluce Martins Neto, pelo apoio e confiança. Agradecimentos PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA A Deus. Ao meu orientador Professor Ricardo Bernardo Prada pelo estímulo e parceria para a realização deste trabalho. À CAPES e à PUC-Rio, pelos auxílios concedidos, sem os quais este trabalho não poderia ter sido realizado. Ao meu amigo Leonardo Xavier da Silva, por todo apoio, paciência e compreensão. Aos meus irmãos, Otávio e Roobsun, e aos amigos, Alessandro, Evandro, Fabiano, Guilherme, Humberto e Juliana, que de uma forma ou de outra me estimularam ou me ajudaram. Aos professores que participaram da Comissão examinadora. A todos os amigos do curso de Pós – Graduação em Engenharia Elétrica, pelo estímulo e pela amizade. A todos os professores e funcionários do Departamento pelos ensinamentos e pela ajuda. Resumo Netto, Fausto de Marttins. Modelagem de Equipamentos Especiais da Rede de Transmissão para Avaliação da Segurança de Tensão. Rio de Janeiro, 2003. 100p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Elétrica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Com o uso extremo das linhas de transmissão surgiram os problemas de estabilidade, ou mais apropriadamente, de segurança de tensão. A avaliação das condições de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA segurança de tensão é realizada pelo programa computacional ESTABTEN. Como os índices calculados são baseados em um ponto de operação do sistema e em um modelo linearizado das equações de fluxo de carga, assim como a função Fluxo de Carga do pacote computacional ANAREDE também o é, é importante que os modelos matemáticos do sistema, de equipamentos, de controles e de limites sejam compatíveis nos dois programas. Assim como o programa de fluxo de carga é continuamente estendido, o programa ESTABTEN deve continuar a ter sua capacidade estendida para atender as necessidades dos estudos. Estuda-se neste trabalho a modelagem em regime permanente de alguns equipamentos especiais da rede de transmissão e sua incorporação à função de avaliação da segurança de tensão. Os equipamentos contemplados foram: elos de corrente contínua (elo CC), compensadores estáticos de potência reativa (CER), esquemas de HVDC/CCC e linhas com compensação série controlada a tiristores (CSC). São mostrados exemplos numéricos que ilustram a necessidade de uma modelagem realista, na medida do possível. Palavras - chave Segurança de tensão, estabilidade de tensão, colapso de tensão, elo CC, CER, HVDC\CCC, CSC. Abstract PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Netto, Fausto de Marttins. “Modelling Special Equipments of Transmission Network for Voltage Security Assessment. Rio de Janeiro, 2003. 101p. Master Dissertation – Electrical Engineering Department, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. With the extreme use of the transmission lines, the voltage stability problem, or more properly, the voltage security problem has appeared. The voltage security condition assessment is achieved using the computational program ESTABTEN. The calculated indexes are based on a system operation point and on a linear model of load flow equations, likewise the ANAREDE load flow function. It is important that the mathematical models of systems, equipments, control devices and limits are compatible in both programs. As the load flow program is continually extended, the ESTABTEN program is to have its capability enhanced in order to attend the study requirements. This work is concerned with the steady-state modelling of some special equipments of the transmission network and its incorporation to the voltage security assessment function. The equipments considered were: direct current link (DC link), static VAR compensators (SVC), HVDC/CCC and lines with series controlled compensation (TSSC). Numerical examples are presented to illustrate the necessity of realistic modelling. Key-Words Voltage security, voltage stability, voltage collapse, DC link, SVC, HVDC\CCC, TSSC. i Sumário Lista de Tabelas ..................................................................................................... iv Lista de Figuras.......................................................................................................v PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Abreviaturas e Siglas ............................................................................................ vii 1 Introdução ..................................................................................................1 1.1 Considerações Gerais................................................................................1 1.2 Objetivo ......................................................................................................2 1.3 Estrutura da Dissertação............................................................................2 2 Modelagem Matemática do Elo de Corrente Contínua...............................3 2.1 Modelo Matemático do Retificador [Passos Fo, 2000]................................4 2.2 Modelo Matemático do Inversor [Passos Fo, 2000] ....................................5 2.3 Modelagem Proposta [Passos Fo, 2000] ....................................................5 2.4 Expressões das Derivadas das Equações do Elo CC [Passos Fo, 2000]...9 2.5 Modelos de Controle para o Elo CC [Passos Fo, 2000]............................14 2.6 Modo Normal [Passos Fo, 2000]...............................................................15 2.7 Modo de Controle para o Retificador [Passos Fo, 2000] ..........................16 2.8 Modo de Controle para o Inversor [Passos Fo, 2000]...............................21 2.9 Modo “High Mvar Consumption” [Passos Fo, 2000] .................................23 2.10 Modo de Controle para o Retificador [Passos Fo, 2000] ..........................23 2.11 Modo de Controle para o Inversor [Passos Fo, 2000]...............................25 2.12 Cálculo da Potência Injetada e das Matrizes A, B, C, D...........................27 2.13 Resultados Numéricos Comparativos ......................................................36 2.14 Conclusão ................................................................................................37 3 Compensador Estático de Reativo ...........................................................38 ii 3.1 Considerações Iniciais [Passos Fo, 2000] ................................................38 3.2 Modelagem Descrita em [Passos Fo, 2000] .............................................40 3.3 Modelagem Proposta [Passos Fo, 2000] ..................................................41 3.4 Regiões Capacitiva e Indutiva [Passos Fo, 2000].....................................43 3.5 Região Linear [Passos Fo, 2000]..............................................................44 3.6 Exemplo Ilustrativo [Passos Fo, 2000]......................................................45 3.7 Cálculo da Potência Injetada e das Matrizes A, B, C, D...........................48 3.7.1 Cálculo dos Índices para a Barra do CER.............................................49 3.7.2 Cálculo dos Índices para a Barra Controlada pelo CER .......................51 3.8 3.8.1 3.8.1.1 Exemplos Numéricos ...............................................................................54 Sistema de 5 Barras .............................................................................54 Cálculo dos Índices da Barra 5 com Controle de Tensão na PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Barra 4 ...........................................................................................55 3.8.1.2 Cálculo dos Índices para a Barra 4 Controlada pelo CER..............56 3.8.1.3 Cálculo dos Índices para a Barra 5 Controlada pelo CER..............57 3.8.2 Resultados ............................................................................................58 3.8.2.1 Ponto de Operação na Região A (Parte Superior da Cuva V x S) .58 3.8.2.2 Ponto de Operação na Região B (Parte Inferior da Cuva V x S)....59 3.8.2.3 Ponto de Operação na Região C ("Ponta do Nariz" da Cuva V x S) ....................................................................................60 3.8.3 Resultados Utilizando Compensador Síncrono.....................................62 3.8.3.1 Ponto de Operação na Região A (Parte Superior da Cuva V x S) .62 3.8.3.2 Ponto de Operação na Região B (Parte Inferior da Cuva V x S)....63 3.8.3.3 Ponto de Operação na Região C ("Ponta do Nariz" da Cuva V x S) ....................................................................................63 3.8.4 Sistema de Grande Porte......................................................................64 3.9 Conclusão ................................................................................................68 4 Representação do HVDC/CCC - “Capacitor Commutated Converters”- no Cálculo dos Índices de Avaliação das Condições de Estabilidade de Tensão................................................................................................ 69 4.1 Introdução ............................................................................................... 69 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA iii 4.2 Considerações Iniciais [Meisingset, 2001] .............................................. 69 4.3 Cálculo da Potência Injetada e das Matrizes A, B, C, D.......................... 70 4.4 Conclusão ............................................................................................... 78 5 Controle do Fluxo de Potência Ativa Através de CSC............................. 80 5.1 Introdução [Passos Fo, 2000] .................................................................. 80 5.2 Modelo de CSC [Passos Fo, 2000].......................................................... 81 5.3 Metodologia de Controle de Potência Ativa [Passos Fo, 2000] ............... 81 5.4 Exemplo Ilustrativo [Passos Fo, 2000]..................................................... 84 5.5 Cálculo da Potência Injetada e das Matrizes A, B, C, D.......................... 86 5.6 Conclusão ............................................................................................... 94 6 Conclusão ................................................................................................96 7 Referências Bibliográficas........................................................................99 8 Bibliografia .............................................................................................101 Apêndice A - Índices de Avaliação de Segurança de Tensão [Prada, R.B., 2002] ............................................................103 Ferramenta Analítica ...........................................................................................103 Magnitude do Determinante da Matriz [D'] ..........................................................104 Sinal do Determinante da Matriz [D'] ...................................................................107 Interpretação do Índices ......................................................................................109 iv Lista de Tabelas Tabela 2.1 – Modo de Controle Normal para o Retificador ............................................... 16 Tabela 2.2 – Modo de Controle Normal para o Inversor ................................................... 21 Tabela 2.3 – Modo de Controle “High Mvar Consumption” para o Retificador.................. 23 Tabela 2.4 – Modo de Controle “High Mvar Consumption” para o Inversor ..................... 25 Tabela 2.5 - Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema............................................ 29 Tabela 2.6 - Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema............................................ 35 Tabela 2.7 - Índices de Avaliação da Estabilidade de Tensão com dois Modelos para o Elo CC ....................................................................................................... 37 Tabela 3.1 – Ponto de Operação da Região A.................................................................. 58 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Tabela 3.2 – Ponto de Operação da Região B.................................................................. 60 Tabela 3.3 – Ponto de Operação da Região C.................................................................. 61 Tabela 3.4 – Índices Smax Calculados com e sem a Inclusão das Equações de Controle do CER Referentes à Faixa de Operação Não - Linear .................................... 61 Tabela 3.5 – Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema............................................ 64 Tabela 3.6 – Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema............................................ 65 Tabela 3.7 – Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema............................................ 66 Tabela 4.1 – Dados de Conversor CA-CC / Código DCNV do ANAREDE ......................71 Tabela 4.2 – Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema...........................................72 Tabela 4.3 – Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema...........................................77 Tabela 5.1 - Relatório de Compensadores Série Controláveis .........................................91 Tabela 5.2 - Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema.............................................92 Tabela 5.3 - Relatório de Barras e Circuitos CA do Sistema.............................................93 v Lista de Figuras Figura 2.1 – Representação do Elo de Transmissão em Corrente Contínua...................... 3 Figura 2.2 – Elo de Transmissão em Corrente Contínua entre duas Barras Infinitas ......... 5 Figura 2.3 – Representação da Nova Matriz Jacobiana, Incluindo as Equações do Elo CC................................................................................................... 9 Figura 2.4 – Esquema Demonstrativo das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 86 IBIUNA – 345 ........................................................................................... 28 Figura 2.5 – Esquema Demonstrativo das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 85 FOZ-500-50HZ......................................................................................... 34 Figura 3.1 – Característica Tensão Versus Potência Reativa do CER ............................. 39 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Figura 3.2 – Característica Tensão Versus Corrente do CER........................................... 39 Figura 3.3 – Sistema Exemplo de 6 Barras para Aplicação do Controle de Tensão do CER ....................................................................................................... 45 Figura 3.4 – Sistema Exemplo de 6 Barras com a Estrutura do Controle de Tensão por CER...................................................................................................... 45 Figura 3.5 – Sistema de 5 Barras com o CER................................................................... 55 Figura 3.6 – Esquema Demonstrativo das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 389 OPRETO2-CEST ................................................................................... 65 Figura 3.7 – Esquema Demonstrativo das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 386 OPRETO2 –138..................................................................................... 66 Figura 4.1 - Esquema de Conversor com CCC ................................................................. 70 Figura 4.2 - Esquema Demonstrativo das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 972 GARABI60-525 ...................................................................................... 71 Figura 4.3 - Esquema Demonstrativo das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 971 GARABI50-500 ...................................................................................... 76 Figura 5.1 – Esquema Geral da Compensação Série Controlada ...................................81 Figura 5.2 – Sistema Exemplo de 6 Barras para Aplicação do Controle de Potência Ativa por CSC ........................................................................................................84 Figura 5.3 – Sistema Exemplo de 6 Barras para Aplicação do Controle de Potência Ativa por CSC ........................................................................................................84 vi Figura 5.4 – Esquema das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 235 S.MESA---500.................................................................................91 Figura 5.5 – Esquema das Potências Ativa e Reativa Injetadas na Barra 7236 SMA-GUR 500 ..............................................................................93 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Figura 1 – Localização do Vetor Gradiente no Plano ...................................................... 108 vii PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA Abreviaturas e Siglas ar Tap do Transformador do Retificador ai Tap do Transformador do Inversor Back to back Sem Linha CC bkm Susceptância Série do Ramo k – m CA Corrente Alternada CC Corrente Contínua CCAT Corrente Contínua em Alta tensão CCC Capacitor Commutated Converters CER Compensador Estático de Potência Reativa CSC Compensação Série Controlada a Tiristores Er Fasor Tensão do Secundário do Transformador do Retificador Ei Fasor Tensão do Secundário do Transformador do Inversor HVDC Hight Voltage Direct Current Ir Corrente CC Injetada pelo Retificador Ii Corrente CC Injetada pelo Inversor kr Constante do Retificador ki Constante do Inversor M Margem entre a Potência Injetada e a Máxima Potência Calculada no Ponto de Operação em Análise Pkm Potência Ativa no Ramo k – m Qkm Potência Reativa no Ramo k – m Rcc Resistência da Linha CC Rr Resistência de Comutação do Retificador Ri Resistência de Comutação do Inversor cc Sbase Potência Base do Sistema CC ca Sbase Potência Base do Sistema CA Si Potência Injetada na Barra i no Ponto de Operação em Análise Sm Potência Aparente que pode ser Injetada na Barra i CUFP Controlador Universal de Fluxo de Potência Vdr Tensão CC do Retificador Vdi Tensão CC do Inversor Vr Tensão do Primário do Transformador do Retificador PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0116362/CA viii Vi Tensão do Primário do Transformador do Inversor α Ângulo de Disparo do Retificador β Ângulo entre os Vetores Gradientes ∇P e ∇Q γ Ângulo de Disparo do Inversor µr Ângulo de Comutação do Retificador µi Ângulo de Comutação do Inversor φr Ângulo entre Tensão e Corrente da Barra CA do Retificador φi Ângulo entre Tensão e Corrente da Barra CA do Inversor