INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E PREDIAIS Professor: Eng° Civil Diego Medeiros Weber. INSTALAÇÕES PREDIAIS DE ÁGUA QUENTE ÁGUA QUENTE Norma NBR 7198 (ABNT,1998) – Projeto e execução de instalações prediais de água quente. Condições Gerais: Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente e temperatura controlável, com segurança, aos usuários, com as pressões e velocidades compatíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários e das tubulações; Preservar a potabilidade da água; Proporcionar o nível de conforto adequado aos usuários; Racionalizar o consumo de energia. ÁGUA QUENTE Conservar a temperatura adequada, para tanto as temperaturas utilizadas são: Uso pessoal em banhos e higiene Em cozinhas Em lavanderias Em finalidades médicas 35 a 50 °C 60 a 70 °C 75 a 85 °C 100 °C ou mais. ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO O abastecimento de água quente, desde os aquecedores até os pontos de utilização, é feito através de tubulações completamente independente do sistema de distribuição de água fria. Podem ser realizados de três maneiras distintas: • Aquecimento Individual (local): quando o sistema aquecedor atende um único aparelho ou a apenas um compartimento sanitário. Como exemplo podemos citar o chuveiro e a torneira elétrica, ou um aquecedor que atenda um banheiro unicamente. ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO • Aquecimento Central Privado: quando o sistema aquecedor atende a uma unidade residencial, ou seja, alimenta os mais diversos pontos de utilização localizados em banheiros, lavanderias , cozinhas, etc. • Aquecimento Central Coletivo: quando um único sistema aquecedor alimenta conjuntos de aparelhos de várias unidades de um edifício.( quartéis, hospitais, hotéis, prédios residenciais, etc.). ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO • Aquecimento Central Coletivo: 1. Distribuição simples ( sem retorno): Pode ser ascendente ou descendente. Apresenta como inconveniente ter de esperar um momento até ter água quente no registro da unidade que se quer abastecer, o que resulta em desperdício de água, no entanto economiza-se em canalização. As figuras 02 e 03 apresentam um esquema desta distribuição. ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO Fig.02 – Sistema ascendente sem retorno Fig.03 – Sistema descendente sem retorno ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO • Aquecimento Central Coletivo: 2. Distribuição com retorno: Neste caso a água quente circula constantemente na tubulação podendo ser de duas formas: 2.1) Termossifão: utiliza o principio de que a água quente é menos densa o que faz com que tenha a tendência de elevar-se. Neste caso consome- se mais energia pois a temperatura tem que ser mais elevada para provocar tal efeito e a distribuição é ascendente (fig.04). ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO Fig.04 - Sistema ascendente com circulação por termo sifão ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO • Aquecimento Central Coletivo: 2.2 ) Por bombeamento: utiliza um sistema de recalque, fazendo que a água quente que sai do reservatório de aquecimento( storage) suba por uma coluna até o barrilete na cobertura , onde desce em prumadas que alimentarão os diversos aparelhos de cada andar. As prumadas se reúnem no pavimento onde se encontra o storage , alimentando-o novamente com a água não consumida ( fig.05). ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO Fig.05 - Sistema descendente com bombeamento ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO • Aquecimento Central Coletivo: 2.3 ) Distribuição Mista: a distribuição de água quente é feita nos ramos ascendentes e descendentes em andares alternados. Requer cuidados especiais e por isso só recomendada em grandes edifícios.( fig.06). ÁGUA QUENTE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO fig.06 – Sistema misto ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • MATERIAL E PRESSÃO: Sobrepressão : < 20m.c.a (200kPa) Pressão estática mínima : < 40m.c.a (400kPa) Pressão mínima de serviço : > 0,5m.c.a (5kPa) • VELOCIDADE: Não poderá a canalização ter velocidade superior a 3.0m/s a fim de não se produzirem ruídos excessivos. Quanto à velocidade mínima nada se recomenda. ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • ESTIMATIVAS DE CONSUMO: Consumo de água quente nos edifícios, em função do número de pessoas Tipo de edifício Água quente necessária, a 60oC Residência Apartamentos Hotéis 50 l / pess.dia 1/7 Edifícios de escritórios 2,5 l / pess.dia Fábricas 6,31 / pess.dia Restaurante 3a classe 2a classe 3a classe Consumo nas Duração do Peak ocasiões de Peak – Horas de Carga (l/s) Capacidade do reservatório em função do CD Capacidade horária de aquecimento, em função do uso diário 4 1/5 1/7 1/5 2 1/5 1/6 1/3 1 2/5 1/8 1/10 1/10 1,9 l / refeic. 3,2 l / refeic. 5,6 l / refeic. Restaurante 3 refeiçoes por dia 1/10 8 1/5 1/10 Restaurante 1 refeição por dia 1/5 2 2/5 1/6 ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • a) ESTIMATIVAS DE CONSUMO: EXEMPLO Aquecimento para uma residência de 8 pessoas: Consumo diário(CD) = 50 l / pess 8 pess = 400 l Consumo de Peak = 400 1/7 = 57 l/s Capacidade do reservatório = 400 1/5 = 80 l Capacidade de aquecimento = 400 1/7 = 57 l/h ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • ESTIMATIVAS DE CONSUMO: Consumo de água quente nos edifícios, em função do número de aparelhos, em l / h a 60 oC Aparelhos Lavatório privado Lavatório publico Banheiras Lavador de pratos Lava – pés Pia de cozinha Tanque de lavagem Pia de copa Chuveiros Consumo máximo provável % Aptos 2,6 Clubes 2,6 5,2 7,8 10,4 7,8 10,4 15,6 26 19,5 26 65 39 26 65 26 65 39 26 26 19,5 26 3,9 13 3,9 26 15,6 3,9 26 3,9 26 15,6 26 3,9 13 3,9 13 26 36,4 36,4 36,4 36,4 26 6,5 97,5 30 13 195 30 292 10 13 97,5 25 13 97,5 25 292 40 30 6,5 97,5 30 13 292 40 Capacidade do reservatório 125 90 100 60 80 100 200 70 100 Ginásios Hospitais 2,6 2,6 Hotéis 2,6 Fábricas Escritórios 2,6 2,6 Resid. 2,6 7,8 Escolas 2,6 19,5 ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • ESTIMATIVAS DE CONSUMO: b) Edifício de apartamentos, com 10 unidades residências, Com os seguintes aparelhos, por unidade: bidê, lavatório, chuveiro e pia de cozinha: 10 bidês (=lavatório) 2,6 = 26 10 lavatórios 2,6 = 26 10 chuveiros 97,5 = 975 10 pias de cozinha.... 13 = 130 Total = 1157 l/h Consumo máximo provável = 0,30 1157 = 347 l/h Capacidade do reservatório = 1,25 347 = 434 l ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • VAZÃO DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO: Vazão das peças de utilização Peças de utilização Vazão l/s Banheira 0,30 Peso 1,0 Bidê 0,10 0,1 Chuveiro 0,20 0,5 Lavatório 0,20 0,5 Pia de cozinha 0,25 0,7 Pia de despejo 0,30 1,0 Lavadora de roupa 0,30 1,0 ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • VAZÃO DAS PEÇAS DE UTILIZAÇÃO: Q C P sendo: Q = vazão em l/s C = coeficiente de descarga (neste caso 0,30 l/s) P = soma das peças suscetíveis de utilização ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • DIÂMETRO MÍNIMO DOS SUB-RAMAIS: Diâmetro mínimo dos sub-ramais Peças de utilização Banheira Bidê Chuveiro Lavatório Pia de cozinha Pia de despejo Lavadora de roupa Diâmetro (mm) 15 15 15 15 15 20 20 ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • PERDAS DE CARGA: Para estimativa das perdas de carga, adota-se o mesmo procedimento descrito para instalação de água fria. Recomenda-se o emprego das fórmulas de Fair-WhippleHsiao. Q 27,113J 0,532 D 2,596 ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • MISTURA DE LÍQUIDOS COM TEMPERATURAS DIFERENTES: Para uma temperatura de água gelada qualquer, pode-se também utilizar as equações clássicas para mistura, dada pela equação abaixo. t1 V1 t2 V2 t3 V3 onde: t1 = temperatura da água no aquecedor t2 = temperatura da água fria t3 = temperatura média da mistura V1 = volume de água quente no aquecedor (capacidade do aquecedor) V2 = volume de água fria misturada no aparelho (sendo V 2 = V3 – V1) V3 = volume de água morna final no aparelho ÁGUA QUENTE CONSIDERAÇÕES GERAIS • QUANTIDADE DE CALOR: A quantidade de calor para que uma massa de calor específico c e de temperatura t1 eleve-se a uma temperatura t2 é representada pela seguinte equação: Q m c t2 t1 sendo: m = massa do líquido ( em litros ) c = calor específico (em kcal/oC; igual a 1) t2 = temperatura final (em oC) t1 = temperatura inicial (em oC) Q = quantidade de calor expressa em quilocalorias (kcal) lembrando que 1kwh = 860 kcal. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES P ara o aquecimento da água na edificação dispõe-se basicamente de três fontes: a) Energia solar. b) Combustão de sólidos (madeira, carvão, etc), líquidos (óleo, querosene, álcool, etc) ou gases (gás natural, GLP, etc); c) Eletricidade; Na prática, estas fontes podem ser associadas, sendo uma a fonte principal e a outraa fonte suporte (o que comumente é chamado de backup). Numa eventual falta oudeficiência da fonte principal a fonte suporte a substitui ou complementa o fornecimento. É ocaso da energia solar que tem como suporte a eletricidade ou GLP, para longos períodos nublados. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO ELÉTRICO: Normalmente é feito por meio de resistências metálicas de imersão, que dão bom rendimento na transferência de calor. Os aquecedores elétricos podem ser do tipo: • Aquecimento instantâneo da água em sua passagem pelo aparelho (chuveiros elétricos) • Acumulação: chamados boilers; devem ser alimentados por colunas independentes das que servem os aparelhos sanitários. O ramal de alimentação que liga a coluna ao boiler deve derivar da coluna em cota superior ao aquecedor, entrando nos mesmos pela parte inferior ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO ELÉTRICO: ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • ESCOLHA DO AQUECEDOR ELÉTRICO DE ACUMULAÇÃO: Consumo diário a 700C ( litros ) 60 95 130 200 260 330 430 570 700 850 1150 1500 1900 2300 2900 3300 4200 5000 Capacidade do aquecedor ( litros ) 50 75 100 150 200 250 300 400 500 600 750 1000 1250 1500 1750 2000 2500 3000 Potência ( kW ) 0,75 0,75 1,0 1,25 1,5 2,0 2,5 3,0 4,0 4,5 5,5 7,0 8,5 10,0 12,0 14,0 17,0 20,0 ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO COM ENERGIA SOLAR: A utilização de energia solar no aquecimento de água apresenta uma importância cada vez maior devido ao elevado custo das outras formas de energia. O aproveitamento da energia solar no aquecimento de água exige um investimento inicial elevado que normalmente é compensado pela gratuidade da energia solar. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO COM ENERGIA SOLAR: Vantagens: a) Não é poluidora. b) É auto-suficiente. c) É completamente silenciosa. d) É uma fonte alternativa de energia. e) Geralmente está disponível no local do consumo. f) Um bom aquecedor consegue elevar a temperatura da água acima de 80°C. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO COM ENERGIA SOLAR: Desvantagens: a) Encontra limitações do ponto de vista arquitetônico e também de espaço nas coberturas das edificações. b) Apresenta disponibilidade descontínua (dia / noite, inverno / verão). c) Apresenta variações casuais (céu nublado, chuva). d) Pode haver necessidade de um aquecedor auxiliar que utilize energia convencional para suprir os períodos ou momentos de carência. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES Circulação natural (termossifão) em circuito aberto ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES Circulação natural (termossifão) em circuito fechado ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES Circulação forçada em circuito aberto ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES Circulação forçada em circuito fechado ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO COM ENERGIA SOLAR: Um modo prático de dimensionamento da superfície coletora é considerar 1 m2 de coletor para 50-65 litros de água quente necessários ou utilizar a equação abaixo. Q S I sendo: S = área em m2 Q = Quantidade de calor necessária em kcal/dia I = intensidade de radiação solar em kwh/m2 ou kcal.h/m2 = rendimento do aproveitamento da energia por painel (na prática = 50%) ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO COM ENERGIA SOLAR: Intensidade de Radiação Solar: I = 4200 kcal/m2 dia (Rio de Janeiro) – 8 IUV; I = 5250 kcal/m2 dia (Sinop) – 10 IUV; ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • AQUECIMENTO A GÁS: Consumo de gás: Admite-se que 1 m3 de gás pode produzir em média 4000 kcal; admitimos que o rendimento médio dos aquecedores seja de 70%. Nas grandes cidades, é mais comum o uso do gás natural, ou GLP. O aquecedor a gás, normalmente, é instalado no banheiro, na cozinha ou na área de serviço. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • CAPACIDADE DO STORAGE (ARMAZENAMENTO) E POTÊNCIA DA CALDEIRA (PRÉDIOS DE APARTAMENTO E HÓTEIS: Vteórico A CD sendo A : = 1/3 (residências grandes) = 1/5 (apartamentos para 5 pessoas) = 1/7 (apartamentos muito grandes) Para se obter o volume real do storage, basta mutiplicar Vteórico pelo fator 1,33. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES • CAPACIDADE DO STORAGE (ARMAZENAMENTO) E POTÊNCIA DA CALDEIRA (PRÉDIOS DE APARTAMENTO E HÓTEIS: A potência da caldeira pode ser determinada mediante a utilização da equação abaixo: t 2 t1 P Vstorage T Sendo: t1 = temperatura da água fria t2 = temperatura que se pretende elevar a água (em torno de 70 0C) T = tempo para efetuar o primeiro aquecimento da água no storage (considera-se 2h) ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES Aquecedor instantâneo à gás combustível. ÁGUA QUENTE TIPOS DE AQUECEDORES