06/03/2009 Magnífico Reitor da Universidade Federal do Paraná, Prof. Zaki Akel Sobrinho, Ilustríssimo Diretor do Setor de Tecnologia Prof. Mauro Lacerda Santos Filho, Ilustríssimo Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Prof. Sergio Scheer, Ilustríssima vice-coordenadora da Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos Profa. Rosemary Hoffmann Ribani, Prezados professores, alunos, funcionários, senhoras e senhores Ao assumir a coordenação deste programa, em agosto de 2008, além das obrigações e responsabilidades, tivemos a grata surpresa de verificar que o programa estava completando 25 anos de existência. Com certeza esta data não poderia passar em branco, e a nós coube o imenso prazer de organizar esta festa. Como o final de ano é sempre atribulado e as pessoas têm agendadas muitas confraternizações, a comissão responsável resolveu adiar a festa para o dia de hoje. Decisão acertada, pois assim podemos contar com uma mesa diretiva com pessoas tão próximas e estimadas. Em um mundo onde boa parte da população passa fome ou, mesmo tendo alimentos disponíveis, é mal nutrida, a importância deste curso é seu objeto complexo de estudo, que preconiza a ciência dos alimentos, o desenvolvimento de tecnologias e a engenharia necessárias para produzir, conservar, armazenar, processar e industrializar produtos alimentícios, ofertando maior quantidade e regulando a sua distribuição a baixo custo. Gostaria de, neste momento, de maneira muito resumida, contar um pouco dessa história. No período de 1980-1985, o III Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PBDCT) enfatizou a criação e o aprimoramento de cursos de pósgraduação e formação de pesquisadores na área de Tecnologia de Alimentos. Dentro deste contexto, houve a idealização do curso no Departamento de Tecnologia Química, com apoio do Setor de Tecnologia. O prof. Renato João Sossela de Freitas trabalhava na UFPR, na área de química analítica aplicada, e no TECPAR, na sessão de Química Orgânica. No início da década de 80, começou a demanda por análises de alimentos, e ele se entusiasmou pela área. Com o apoio do TECPAR, foi o indicado para coordenar no Paraná a área controle de qualidade físico-química dos alimentos 06/03/2009 da merenda escolar, que trouxe um avanço nas análises de alimentos tanto no TECPAR quanto no Estado. O professor comentou que houve uma mudança marcante na pesquisa a partir desta preocupação com a merenda, o que ocasionou um crescimento nas áreas analíticas, e de ensaios biológicos e microbiológicos. Por conseqüência, houve um desenvolvimento na área de alimentos também na UFPR, reunindo a experiência do Prof. Renato Sossela na área de qualidade e analítica com a do Prof. Hilmar Adelbert Johan Fugmann, que trabalhava na área tecnológica e de engenharia. Cabe salientar aqui a contribuição, na idealização do curso, do Prof. Gabriel Adolfo Ribeiro Guimarães que, junto com o Prof. Fugmann, criaram o CEPPA, em 1982. Criou-se uma pós Graduação em Tecnologia Química com um tronco comum e com 3 áreas de concentração: 1 - Em tecnologia de Alimentos; 2- Cerâmica (Materiais); e 3 – Processos Químicos. No entanto, as outras duas áreas não se desenvolveram e isto causou um problema até no enquadramento da CAPES. Embora no CNPq a Tecnologia Química abrangesse várias áreas, inclusive a de alimentos, a CAPES não enxergava desta maneira. Nosso curso era o único que saía dos padrões dos programas na área de alimentos existentes no país. O primeiro coordenador foi o Prof. Sossela, que liderou uma luta de 10 anos para finalmente, em 1993, o Conselho Federal de Educação credenciar o programa em Tecnologia de Alimentos. Durante todos estes anos o curso procurou atender as recomendações dos avaliadores, as normas gerais de Pós-Graduação da UFPR e as novas resoluções que tiveram como princípio a flexibilidade curricular e maior autonomia dos cursos. 90 dias após a primeira reunião do colegiado, foi instalada a Secretaria do curso, assumida pela agente administrativa Sra. Marlene Bevilaqua Vital. Em dezembro de 1983, o aluno Carlos Ricardo Soccol foi eleito o primeiro representante discente junto ao colegiado. Nos anos seguintes, novos professores começaram a fazer parte do curso e sempre pudemos contar com docentes de outros departamentos da nossa Universidade, departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Departamento de Nutrição, de Bioquímica, de Química, da Farmácia, da Botânica e da Educação. 06/03/2009 A primeira dissertação de mestrado defendida foi de Jorge Gruhn Schuls – atualmente professor da Universidade de Passo Fundo – Rio Grande do Sul; a segunda dissertação defendida foi de Carlos Ricardo Soccol, e a terceira foi defendida por Paulo Sérgio Growoski Fontoura. Em 1985, nos concursos para Prof. Auxiliar do Departamento de Tecnologia Química, oito alunos concorreram, sendo todos aprovados, e três deles, classificados nos primeiros lugares (Prof. Soccol, Prof. Paulo e Profª. Maria Lucia), passaram a colaborar a partir de 1989 nas disciplinas do curso de Pós. Em 1986 ocorreu a primeira interação com a indústria – a bolsa de estudo oferecida pela Nutrimental S.A. Ind. e Com. à aluna Nádia Krieger, atualmente professora do depto de Química. O nosso convidado de hoje, Everson Nogoseke, que em 1991 era representante discente, manifestou a preocupação dos alunos, face à não renovação de alguns periódicos muito importantes para o curso, dizendo que algumas empresas poderiam participar de um sistema de integração EmpresaUniversidade, com o objetivo de auxiliar, por exemplo, na renovação destas assinaturas. Imaginem, prezados alunos, pesquisa bibliográfica sem periódicos capes, sem Science Direct. Em abril de 1993, assume como coordenadora a Profª. Nina Waszczynskyj, que permanece no cargo até Janeiro de 2004, quando assume a primeira coordenadora eleita, Profª. Maria Lucia Masson, para mandato até 2006; esta é reeleita para 2006/2008, porém em maio de 2006, assume cargo de coordenadora dos programas de Pós-Graduação na PRPPG. Assume o Prof. Giovani Mocelin como vice e, após eleição, cumpre seu mandato até 2008. Destaca-se como grande vitória da coordenadora Nina, professores e alunos, o credenciamento do curso de Doutorado em 2002, pelo comitê Técnico Científico da CAPES/MEC. A Proposta aprovada em todas as instâncias superiores desta Universidade era de ampliação do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Química e modificação do nome, passando a denominar-se PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS. Porém, a CAPES não concordou com a mudança de nome, pois ainda a área de engenharia era incipiente. Nesse sentido, está havendo um esforço desta coordenação para fomentar trabalhos nesta área. Nosso corpo docente é composto por 12 professores permanentes e 04 colaboradores. 06/03/2009 Atualmente nosso corpo discente é formado por 35 mestrandos e 28 doutorandos. De 1983 a 2009 já foram titulados 188 mestres e 21 doutores. Evidentemente, os resultados da pesquisa científica são importantes. Mas o principal resultado ao longo desses 25 anos é o de formação de pessoas. Muitos professores e pesquisadores de instituições brasileiras, e até internacionais, estiveram nesse curso; na UFPR, temos ex-alunos da PósGraduação em vários setores: Exatas, Tecnologia, Biológicas, Ciências Agrárias e Educação. No Departamento de Engenharia Química são 15 colegas. De que o programa precisa para os próximos 25 anos? De apoio dos órgãos superiores da Universidade, com certeza, de incremento na interação com as indústrias, de mais projetos e infra-estrutura adequada. Mas, antes disso, o programa precisa de pessoas envolvidas, comprometidas e educadas. Educadas no sentido amplo da educação, com formação científica rigorosa, mas também no relacionamento interpessoal. Pessoas que saibam valorizar e respeitar o outro, respeitar a diferença e principalmente que saibam reconhecer as chances que um dia lhes foram dadas, por pequenas que fossem, mas que, no entanto, lhes permitiram alçar vôos mais altos. Contamos com todos vocês alunos, ex-alunos, professores e ex-professores para continuarem a fazer parte desta história. Obrigada!