Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE
Departamento de Química e Meio Ambiente - DQMA
INFLUÊNCIAS DE UM ATERRO SANITÁRIO, EM TERMOS DE
CARGA POLUIDORA, NAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Lucas Silveira e SILVA
Graduando em Tecnologia Ambiental pelo IFCE, Bolsista de Iniciação Científica
Roberto Antônio Cordeiro da SILVA
Graduado em Geografia, Técnico do Laboratório de Mecânica dos Solos da UFC
Gemmelle Oliveira SANTOS
Doutorando em Saneamento Ambiental pela UFC, Professor do IFCE
Carísia Carvalho GOMES
Professora Dra. do Doutorado em Recursos Hídricos da UFC
FORTALEZA - 2010
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INTRODUÇÃO
De uma forma geral, as áreas receptoras de resíduos não são o
ponto final para muitas das substâncias existentes nos materiais
depositados e para as que ainda irão se formar por meio das
reações químicas e biológicas. Prova disso, é que áreas muitas
vezes distantes dos aterros sanitários, aterros controlados ou
lixões são negativamente impactadas, tendo seus usos
comprometidos.
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O risco de degradação ambiental decorre do material orgânico
existente nos resíduos sólidos, que produz gases e líquidos de alto
potencial poluidor ao sofrerem degradação. Os líquidos (chamados
de chorume, percolado ou lixiviado) podem infiltrar e contaminar
o solo e as águas subterrâneas trazendo risco à saúde pública e
reduzindo as potencialidades das fontes de água.
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Por não ter sido realizado nenhum estudo sobre o comportamento
da qualidade das águas subterrâneas existentes na área de
influência direta do aterro sanitário que recebe os resíduos de
Fortaleza-CE recentemente é que se pensou na realização desse
trabalho.
Seu objetivo foi discutir as influências do aterro sanitário na
qualidade das águas subterrâneas, considerando dois pontos
diferentes do empreendimento: um à montante da área atual de
disposição de resíduos e outro entre duas células já encerradas.
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MATERIAL E MÉTODO
‐ Descrição da Área Estudada
- Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de Caucaia (ASMOC);
- Localiza-se a aproximadamente 30 km do centro da cidade;
- Recebe cerca de 3.000 - 3.200 toneladas por dia de RSU;
- Possui uma área de 123,00 hectares (ha) da qual 78,00 ha é
destinada a disposição de resíduos;
- Desde 1998 recebe os resíduos de Fortaleza.
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- Trabalhou-se com SPT (Standard Penetration Test)
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- Utilizou-se tubo PVC de 75mm com comprimentos variados já que o
nível d’água foi encontrado a 3,0 m de profundidade no local onde se
instalou o Poço 1 (à montante) e 4,0 m no Poço 2 (entre as células).
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- Em cada tubo foram realizadas várias ranhuras distantes
aproximadamente 10 cm uma da outra para permitir apenas a
entrada da água.
- Laboratórios: Tecnologia Ambiental (LATAM), Tecnologia Química
(LTQ), Saneamento (LABOSAN): pH, condutividade, amônia, DQO e
OD conforme APHA (1995).
- Foram realizadas 4 coletas em cada ponto durante o período
compreendido entre jun-jul/2010 - frequência quizenal
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RESULTADOS
*unidades: mg/L, exceto pH e condutividade (mS/cm)
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Ponto 1
Ponto 2
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CONCLUSÕES
Os aterros sanitários, por mais bem projetados e operados,
conferem riscos às águas superficiais e subterrâneas à medida que
seus líquidos (chorume, lixiviados ou percolados) são gerados,
assim, tais empreendimentos não podem ser vistos como o ponto
final para muitas das substâncias existentes nesses líquidos e que
se formam nas reações químicas e biológicas.
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Nessa pesquisa, os dados indicam que o potencial poluidor dos
líquidos provenientes da digestão anaeróbia dos resíduos está
alterando a qualidade das águas subterrâneas existentes na área
do aterro e isso pode representar um risco à saúde pública à
medida que o fluxo da água tenha direção no sentido das
comunidades que moram nas proximidades do aterro sanitário,
especialmente daquelas que fazem uso dessas águas.
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Somando-se aos diversos trabalhos existentes na literatura
nacional, este comprova a ocorrência da poluição das águas
subterrâneas causada pelo aterro sanitário em função das
marcantes diferenças entre os valores medidos das diversas
variáveis físico-químicas entre os pontos escolhidos (Ponto 1 - à
montante e Ponto 2 - dentro do aterro).
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Com o conhecimento dos dados primários sobre os níveis d’água e
a determinação da qualidade físico-química da água subterrânea,
o aterro sanitário tem condições de dar continuidade ao
monitoramento ambiental através do uso dos poços instalados, já
que o Ponto 1 serve de referência, por ter melhor qualidade, para
o Ponto 2; onde as águas estão poluídas.
OBS: em função desse diagnóstico foi elaborado um projeto de
iniciação científica no qual outros bolsistas (Priscila, Tiago) estão
dando continuidade as coletas e análises.
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REFERÊNCIAS
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Disposição Inadequada de Resíduos Sólidos Urbanos em Uberlândia‐MG/Brasil. In:
XXVIII Congreso Interamericano de Ingeniería Sanitaria y Ambiental. Cancún, México,
2002.
LIMA, J. S. Avaliação da Contaminação do Lençol Freático do Lixão do Município de São
Pedro da Aldeia‐RJ. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em
Engenharia Ambiental, Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ, 87p., 2003.
MEDEIROS, G. A.; REIS, F. A.G. V. ; SIMONETTI, F. D. ; BATISTA, G. ; MONTEIRO, T. ;
CAMARGO, V. ; SANTOS, L. F. S. ; RIBEIRO, L. F. M. Diagnóstico da qualidade da água e do
solo no lixão de Engenheiro Coelho, no Estado de São Paulo. Engenharia Ambiental, v. 5,
p. 169-186, 2008.
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MELO, V. L. A.; JUCÁ, J. F. T. Diagnóstico Ambiental em Aterros de Resíduos Sólidos a
partir de Estudos de Referência. In: 21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e
Ambiental - ABES, 2000.
SISINNO, C. L. S.; MOREIRA, J. C. Avaliação da contaminação e poluição ambiental na
área de influência do aterro controlado do Morro do Céu, Niterói, Brasil. Cad. Saúde
Públ., Rio de Janeiro, 12(4):515-523, out-dez, 1996.
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MUITO OBRIGADO!
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