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O PADRÃO DISCURSIVO PROVÉRBIO EM GRANDE SERTÃO
Vanilton Pereira da Silva
Departamento de Letras – UFRN
Resumo:
O presente artigo objetiva elucidar as motivações que levam os leitores do romance
Grande Sertão: Veredas a categorizar determinadas construções gramaticais
encontradas na obra como sendo proverbiais. E para tal, pretende investigar os
processos cognitivos envolvidos na configuração do Padrão Discursivo Provérbio,
tomando como suporte teórico a Linguística Cognitiva. A relevância deste estudo
consiste em colocar os provérbios no centro da análise linguística, sob o enfoque mais
específico da Gramática de Construções Corporificada – partindo do pressuposto de que
as construções proverbiais são unidades linguísticas constituídas pelo pareamento forma
(esquemas) / sentido (frames). A pesquisa se ancora ainda no conceito de construções
advogado por Bergen e Chang (2005), no de simulação proposto por Bergen (2010) e
no de frequência de type e de token, aventado por Bybee (2001). Neste sentido, os
provérbios parecem representar um consenso coletivo que se cristaliza a partir da
recorrência de uso, deixando como herança uma estrutura esquemática que serve de
modelo para a construção de novos provérbios. O que projeta um modelo básico
facilitador da compreensão da obra literária mencionada.
Palavras-chave: Padrão discursivo provérbio. Frequência. Linguística Cognitiva.
1. Introdução
O corpo não traslada, mas muito sabe, adivinha se não entende.
ROSA, 2001: 45.
Ao enveredarmos nesta investigação linguística a respeito das construções
proverbiais encontradas no romance Grande Sertão: Veredas, objetivamos verificar que
mecanismos de compreensão nos levam a categorizar tais construções gramaticais como
sendo proverbiais. Mesmo sem jamais termos tido qualquer experiência prévia com
nenhuma delas.
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Em outras palavras, todas as construções gramaticais categorizadas nesta
pesquisa como sendo proverbiais aparecem pela primeira vez no romance Grande
Sertão: Veredas, tendo sido criadas especificamente para ele. Ora, se tais constructos
não foram retirados diretamente de situações cotidianas de uso – como é o caso de
“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura” ou “Quem com ferro fere, com ferro
será ferido”, expressões cristalizadas socialmente em nossas relações intersubjetivas e
também facilmente identificadas como proverbiais –, que mecanismos de compreensão
são ativados e utilizados pelo compreendedor1 para identificá-los como provérbios?
Uma hipótese que nos parece bastante plausível é a de que atribuímos o
sentido de provérbio a tais expressões pelo fato de apresentarem constituições
construcionais semelhantes as dos provérbios prototípicos já conhecidos de experiências
anteriores. Neste caso, tomaríamos por base a constituição construcional típica dos
provérbios utilizados em nossas relações intersubjetivas cotidianas para darmos conta
da semantização de construções inéditas, como: “Quem muito se evita, se convive”;
“Quem mói no asp’ro, não fantasêia” e “Passarinho que se debruça – o vôo já está
pronto!” 2.
Esclarecemos, no entanto, que quando nos referimos à constituição
construcional, não estamos nos restringindo à forma. Mas, considerando a construção
integral como um pareamento imbricado de forma (realização fonética, gestual ou
escrita) e sentido (conceitos). Nesta perspectiva, não se admite forma sem significado,
nem significado sem forma. Esta proposição se harmoniza com Duque e Costa (no
prelo), de acordo com quem palavras, morfemas e expressões idiomáticas, obviamente,
são construções porque apresentam um significado e uma forma fonológica/ gráfica.
2. As Construções Proverbiais e seus desdobramentos
Um ponto central em nossos estudos é a crença no fato de que os provérbios
são um tipo de expressão idiomática. Em face disso, a noção de expressão idiomática
passa a ser imprescindível à pesquisa aqui desenvolvida. Nesta direção, destacamos que,
numa abordagem mais conservadora de análise, as expressões idiomáticas
1
Empregamos o termo compreendedor ao invés de leitor/ouvinte com o objetivo de nos distanciarmos da
noção de interpretação e nos alinhavarmos à noção de compreensão, tal como apresentada por Bergen
(2010).
2
Os três provérbios mencionados foram extraídos do romance Grande Sertão: Veredas.
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convencionais são vistas como itens estocados no léxico, tendo em vista a cristalização
da sintaxe. Ou seja, de certo modo, a sintaxe agiria sobre o léxico, impondo a ele suas
regras estruturantes. Esta abordagem, proposta por Nunberg, Sag e Wason (1994:492493), postula ainda a existência de um traço essencial (convencionalidade) e de cinco
traços típicos (inflexibilidade, figuracidade, proverbialidade e emoção) atribuídos às
expressões idiomáticas prototípicas.
Apesar do grande valor deste postulado para os estudos linguísticos,
achamos mais adequado conceber as expressões idiomáticas como sendo um continuum
constituído por diversos graus de idiomaticidade. Este entendimento se baseia em
Fillmore, Kay e O’connor (1988), que, após verificarem diversos constructos
gramaticais, constataram que a organização gramatical como um todo corresponde a um
conjunto de expressões idiomáticas mais ou menos cristalizadas.
Dessa forma, a gramática passa a ser concebida como um conjunto de
construções,
em que
cada uma delas corresponde a um pareamento
de
forma/significado. Assim, a noção de gramática deixa de se relacionar a um conjunto de
frases formadas pela aplicação de regras e passa a se relacionar a um conjunto de
construções que, em menor ou maior grau, são idiomatizadas. Essa constatação fez com
que tais expressões, antes usadas como evidências da coesão sintática, passassem a
servir de argumento favorável a uma visão construcional de gramática.
Estes estudos revelam que, de uma forma ou de outra, o ser humano sempre
recorrere às suas experiências e conhecimentos prévios para atribuir sentido aos eventos
com os quais se depara no mundo. Tal hipótese se sustenta na crença de que quando
construímos nosso entendimento sobre o mundo circundante, estamos, na verdade,
promovendo um diálogo on line entre a nossa memória de longo prazo e a nossa
memória de trabalho. Além disso, sugere que nossas experiências ‘novas’ vivenciadas
nas interações cotidianas são significadas num processo complexo de compreensão que
considera aspectos cognitivos, socioculturais e sensório-motores – estruturantes da
linguagem e estruturados pela linguagem.
É importante ressaltar também que nesse processo dinâmico de produção e
percepção de novas construções gramaticais são evidenciadas mesclagens de
construções conhecidas que se integram formando novas construções. No entanto, essas
novas construções não são simplesmente a soma dos elementos que as integram, mas
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um todo-significativo que não pode ter sua análise limitada à soma das partes, como se
a composicionalidade fosse suficiente ou inerente a todas as construções. A maior prova
disso é a existência de formações lexicais absolutamente não composicionais.
Assim é que certas formações lexicais são absolutamente não
composicionais: veja-se o caso das formações carcereiro/prisioneiro,
criadas com o sufixo {+ eiro} a partir de bases semanticamente
sinônimas (cárcere/prisão) e cujas significações constituem uma
antonímia funcional; situação semelhante é a dos compostos por
justaposição guarda-chuva/guarda-roupa: o segundo formante
mantém com a raiz verbal {guarda} relações absolutamente diversas
em cada uma das composições. SALOMÃO, 2002:66.
Como constatado na citação acima, a composicionalidade não é capaz de dar
conta dos fenômenos linguísticos que se manifestam o tempo todo no discurso. O que
exige que se leve em conta também os aspectos pragmático-contextuais nos processos
de compreensão das sentenças para que seja garantida não uma significação única e
verdadeira, mas uma significação mais adequada e pertinente.
Essa constatação não apenas reforça a necessidade do rompimento com
perspectivas estanques que, em linhas gerais, funcionam como amarras que encarceram
a linguagem, como também vai ao encontro da Perspectiva Construcional de Gramática
que tem em seu escopo, segundo SALOMÃO, 2002:69, dois pressupostos básicos:
a.
A indistinção entre léxico e gramática: a linguagem é
concebida como uma grande rede construcional.
b. A concepção do signo linguístico como vetor bipolar
indissociável: pareando forma e condições da construção do sentido
que são indissoluvelmente semântico-pragmáticas.
Nesse sentido, podemos afirmar que o discurso é constituído por uma rede
de construções semantizadas on line, à medida que são materializadas ou evocadas.
Assim, acreditamos que de cada construção gramatical emerge um sentido central ou
uma cena básica da experiência humana.
Se estivéssemos com um grupo de amigos assistindo a um filme de aventura
sobre feras selvagens e, de repente, alguém se referisse a um urso. É bem provável que a
maior parte, ou todos, do grupo acionasse algum conceito ou experiência que tivesse
relação com ursos selvagens. Já que dificilmente, nesse contexto, alguém ativaria algum
conceito relacionado a carinho ou afetividade, por exemplo. Bastaria, porém, que fosse
acrescentada à construção [urso] a construção [de pelúcia] para que surgisse uma nova
construção [urso de pelúcia], desta vez relacionada às noções de carinho e afetividade.
O que provavelmente acionaria um significado completamente diferente daquele
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pensado inicialmente, quebrando, inclusive, as expectativas do grupo. O mesmo efeito
acontece com as construções [cachorro] e [cachorro-quente].
3. Simulação Mental
No que diz respeito aos processos de simulação mental, recorremos ao
conceito de “simulação” proposto por BARSLOU 2008:618, segundo o qual o processo
de simulação envolveria a reconstituição de aspectos perceptuais e motores, além de
estados introspectivos adquiridos durante a interação com a palavra, corpo e mente.
Nesta mesma direção, Zwan (2009) chama a atenção para o fato de que as simulações
sensório-motoras são necessárias para a compreensão3. Neste sentido, acreditamos que a
“simulação” seja a chave que nos permitirá entender os processos de compreensão
exatamente pelo fato de estar intimamente ligada ela.
Sendo coerentes com essa perspectiva, postulamos também que quando um
indivíduo lança mão de construção proverbial como “passarinho que se debruça, o vôo
já está pronto!” e espera que seus interlocutores a compreendam satisfatoriamente, parte
do princípio de que eles já vivenciaram experiências (sensório-motoras, afetivas e
sociais) que lhes permitem não só atribuir um sentido pertinente à construção, como
também inferir o seu contexto de uso mais adequado. E esse mecanismo de
compreensão parece ser sem dúvida o resultado de processamentos neurais.Desse modo,
advogamos que não há como conceber linguagem sem pensamento, pensamento sem
processos neuronais e processos neuronais sem a corporalidade.
Estudos recentes desenvolvidos por Rizzolatti e Sinigaglia (2008)
comprovam a íntima e imbricada relação entre pensamento, ação e corporalidade ao
revelar, por exemplo, que as mesmas áreas do cérebro são ativadas quando pensamos ou
agimos sobre algo. Assim, se corremos ou assistimos a alguém correndo, ativamos as
mesmas áreas neuronais.
Esta descoberta parece corroborar não só a hipótese de Bergen (2008) de que
há uma relação direta entre as experiências corporificadas e os processos de
compreensão, como também a ideia de que enquanto processamos a linguagem,
ativamos imagens motoras utilizando as estruturas neurais dedicadas ao controle motor.
Duque e Costa (no prelo) afirmam que sses resultados convergentes de várias pesquisas
3
[...] sensorimotor simulations are necessary for comprehension. (Tradução nossa)
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sugerem um papel concreto para as experiências sensório-motoras corporificadas na
compreensão da linguagem.
4. Padrão Discursivo, Interação e Corporalidade
Nesta seção, reafirmamos a importância da noção de Padrão Discursivo, uma
vez que o desenvolvimento de estudos nesta área exigiria a revisitação de conceitos
caros à linguística, como é o caso dos gêneros discursivos e das tipologias textuais.
Sugerimos, no entanto, que, desta feita, tomemos a perspectiva construcional do
discurso como farol norteador de nossa análise.
Nesta perspectiva, recorremos a Östman (2005) por enxergarmos um
importante avanço em seus escritos ao propor que o Padrão Discursivo seja a associação
convencionalizada do pareamento Tipo Textual (organização das sentenças no
conjunto do discurso) / Gênero discursivo (configurações contextuais com fins
específicos). O que constitui uma relevante ampliação do conceito aventado por
Goldberg (1995).4
Já Duque e Costa (no prelo) ampliam ainda mais o conceito de Padrão
Discursivo ao proporem a noção do pareamento Esquema (memória pessoal) / Frame
(memória cultural). Reafirmando, inclusive, que o pareamento do Padrão Discursivo
não pode ser reduzido a apenas um pólo – como se uma das partes pudesse ser separada
da outra numa relação dicotômica.
É importante destacar também que o percurso analítico que estamos
percorrendo tem sua base na interação social e nas experiências corpóreas. E considera
também que o processo de construção de sentido se dá simultaneamente, de modo que o
sentido é evocado à medida que as construções vão emergindo no discurso.
Sobre esta questão, Fauconnier (2005), afirma que nas situações
enunciativas nós nos adaptamos à medida que o discurso se desdobra dinamicamente.
Já Lakoff e Johnson (1999), advogam que a estrutura conceptual origina-se de nossa
experiência sensório-motora e das estruturas neurais que lhes dão origem.
Baseados nessas perspectivas, enfatizamos também a necessidade de
colocarmos de forma clara o nosso entendimento a respeito dos conceitos de língua e
linguagem. Para nós a língua é concebida como uma construção cognitivo-experiencial.
4
Para Goldberg (1995) o Padrão Discursivo seria o pareamento forma (fonemas, símbolos gráficos e
gestos) e sentido (conceitos ou esquemas conceptuais que são evocados pela forma).
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Ao passo que a linguagem é encarada como o meio/forma de dar significado aos nossos
umwelts5.
Nesta direção, postulamos que, para compreendermos as diversas
construções gramaticais que norteiam nossas atividades discursivas, ativamos uma rede
complexa de inferências, pressupostos, conhecimentos prévios, entre outros elementos.
De modo que as palavras não teriam significado em si mesmas, mas seriam guias que
nos direcionariam aos significados construídos socialmente através de nossas
interações. O que é corroborado por Croft e Cruise (2003):
Nem as palavras nem as sentenças têm realmente significado:
significados são construídos, usando as propriedades de elementos
lingüísticos como dicas parciais, juntamente com conhecimento nãolingüístico, informação disponível no contexto, conhecimentos e
conjecturas que consideram o estado mental dos ouvintes, entre
outros. CROFT e CRUISE, 2003:4-17.
5. O Efeito da Frequência
O modelo teórico adotado por nós não só é baseado-em-construção, como
também é baseado-em-uso. Ou seja, é um modelo que leva em conta a frequência das
construções gramaticais na dinamicidade do seu uso. Dessa forma, as frequências de
type (instanciada pela recorrência de itens lexicais diversos) e token (instanciada pela
recorrência dos mesmos itens lexicais) têm um papel fundamental no processo de
significação e armazenamento mental do conhecimento lingüístico.
Este entendimento se coaduna com Bybee (2001), de acordo com a qual a
terminologia token frequency é geralmente empregada para denotar a ocorrência de cada
item lexical em determinado corpus (a freqüência de um item específico dentro da fala
de um determinado indivíduo, por exemplo), enquanto o termo type frequency é usado
para designar a freqüência de determinado padrão na língua (o plural em s, por
exemplo).
No caso específico do corpus analisado, diagnosticamos construções
instanciadas por muitos itens lexicais diferentes. O que caracteriza uma alta frequência
de type. Ora, ao se tornarem muito frequentes, as construções evidenciam o processo de
“rotinização” de certos padrões construcionais nas mentes dos falantes/ouvintes. E uma
vez rotinizada, a construção torna-se mais enraizada e facilmente categorizada pelos
interlocutores em suas relações intersubjetivas.
5
O mundo que nos cerca.
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Qual seria então o papel das frequências de token e de type no processo de
categorização destas construções gramaticais? Em vista das observações feitas do
decorrer desta pesquisa, acreditamos que a frequência de type tem um papel decisivo
para a categorização dos provérbios elencados em Grande Sertão: Veredas.
No intuito de comprovarmos ou não nossa hipótese, submetemos um grupo
de 15 estudantes universitários de pós-graduação ao seguinte teste:
1. Identifique as expressões6 que você categorizaria como sendo provérbios:
a. Quem com a boca cospe, com a boca será cuspido.
b. Lenho verde em fogueira, tanto arde até que queima.
c. Mamãe eu quero mamar.
d. A colheita é comum, mas o capinar é sozinho.
Objetivando simular os possíveis processos de compreensão envolvidos na
categorização de expressões tipicamente proverbiais, lançamos mão dos provérbios
“Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “Água mole em pedra dura, tanto bate
até que fura” para – aproveitando suas constituições construcionais consagradas
historicamente pelo uso – criar os seguintes provérbios “Quem com a boca cospe, com a
boca será cuspido” e “Lenho verde em fogueira, tanto arde até que queima”,
respectivamente. O provérbio “A colheita é comum, mas o capinar é sozinho” foi
retirado da obra Grande Sertão: Veredas e a expressão idiomática “Mamãe eu quero
mamar” foi escolhida aleatoriamente.
Todos os entrevistados apontaram as expressões contidas nas opções a, b e d
como sendo proverbiais. E a opção c, como não proverbial. O que nos leva a crer que os
arranjos construcionais conhecidos previamente pelos colaboradores serviram de
suporte para perfilar e licenciar a categorização de determinadas construções
gramaticais como sendo proverbiais.
6. Considerações Finais
Apesar de estarmos apenas iniciando nossa pesquisa a respeito dos processos
de construção de sentido envolvidos na categorização das construções proverbiais
6
Esclarecemos que as expressões contidas nas opções a e b foram construídas por nós tomando como
base respectivamente os provérbios “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “Água mole em pedra
dura, tanto bate até que fura”. A expressão contemplada na opção c é uma expressão idiomática que
apesar de ser bastante conhecida, não é categorizada como proverbial. E, por fim, a expressão que aparece
na opção d foi retirada do romance Grande Sertão: Veredas.
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elencadas do romance Grande Sertão: Veredas, esperamos ter contribuído de alguma
forma para o avanço dos estudos sobre provérbios e expressões idiomáticas.
Neste sentido, estamos convencidos não só da importância dos estudos
linguísticos nesta área, como também da relevância de empreendimentos investigativos
sobre os processos cognitivos que subjazem à capacidade humana de atribuir sentido
aos seus umwelts.
Acreditamos, por fim, que os desdobramentos desta pesquisa podem ajudar a
construir uma epistemologia que nos permita melhor entender porque somos capazes de
categorizar
construções
inéditas
com
tanta
“facilidade”.
Cientes
de
nossa
responsabilidade, aventamos que o conhecimento prévio adquirido na interação ‘com o
mundo’, ‘com o outro’ e ‘com nós mesmos’ nos faz armazenar categorias, esquemas
conceptuais e modelos construcionais que nos ajudam a atribuir sentido a novos eventos
com os quais nos deparamos em nossas vidas cotidianas.
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