FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ANIMAÇÃO
CULTURAL: RELATO FINAL DE PESQUISA-AÇÃO
NA FFP-UERJ
Lucas Leal
RESUMO
A pesquisa-ação interdisciplinar foi elaborada a partir das Disciplinas: Educação, artes e Ludicidade e
Sociologia da educação na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (FFP-UERJ) entre 2013.1 e 2014.2. Partindo da discussão entre Direitos Humanos; arte; política;
contos de fadas; sociedade, trabalharam-se conceitos “dos círculos de cultura a animação cultural”. Após 3
semestres de atividades aproximamos o estudo com a prática cinematográfica na internet e a ideia foi ampliar
conceitos de cineclubes. O objetivo para formação de professores foi articular novas possibilidades do ensino
presencial com auxílio de ferramentas On-line. Priorizando construção coletiva e incentivando a potencialidade
crítica, elaborou-se projeto sobre acessibilidade no campus da FFP-UERJ (São Gonçalo-RJ). Com base nas
aulas surgiu a ideia de uma série para divulgar no facebook intitulada A-MEM, inspirada na série em
quadrinhos, tv e cinema X-MEN.
Palavras-chave: Formação de professores, Pesquisa-ação; Sociologia; Arte e Política.
INTRODUÇÃO
Este artigo “encerra” uma série de artigos1 que consegui elaborar em cada semestre a partir
da atividade como professor substituto entre 2013.1 e 2014.2 na Faculdade de Formação de
Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-UERJ). Tentando integrar artes e
sociologia, disciplinas que lecionava pelo Departamento de Educação na Instituição, montei um
esquema de Pesquisa-ação com base em proposta de ensino, ou plano de ação, que fiz durante a
prova para professor substituto da disciplina Educação artes e ludicidade.
Partindo da discussão entre Direitos Humanos; arte; política; contos de fadas e sociedade
atual, trabalhei conceitos “dos círculos de cultura a animação cultural”. Após três semestres de
atividades, neste artigo, trago questões sobre cinema na internet, pensando em ampliar conceitos de
cineclubes. O objetivo para formação de professores foi articular novas possibilidades do ensino
presencial com auxílio de ferramentas On-line.
1
LEAL, L. . ANIMAÇÃO CULTURAL VIRTUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: RELATO DE UMA
PESQUISA-AÇÃO NA FFP-UERJ. In: III Encontro Internacional de Educação artística, 2014, Cariri-CE.
LEAL, L. . Animação cultural e formação de professores: Continuação de relato. In: II SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE CINEMA E EDUCAÇÃO: DENTRO E FORA DA LEI, 2014, Rio Grande do Sul.
LEAL, L. . ANIMAÇÃO CULTURAL VIRTUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: RELATO INICIAL DE
UMA PESQUISA-AÇÃO NA FFP-UERJ. In: v seminário vozes da educação, 2013, rio de janeiro.
seminariovozes.com.br/caderno.pdf, 2013.
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Priorizando construção coletiva e incentivando a potencialidade crítica, elaborou-se projeto
sobre acessibilidade no campus da FFP-UERJ (São Gonçalo-RJ). Com base nas aulas surgiu a ideia
de uma série para divulgar no facebook intitulada A-MEM, inspirada na série em quadrinhos, tv e
cinema X-MEN. Para o trabalho fundamentar-se, trouxe algumas questões sobre estética e noção de
experiência na produção artística.
No artigo vou elucidar algumas questões finais da pesquisa, que também tive o prazer de
articular no artigo FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ANIMAÇÃO CULTURAL: UMA
NOÇÃO DE ESTÉTICA E EXPERIÊNCIA; apresentado como avaliação parcial da disciplina
Estéticas do Teatro – Ministrada pela Prof. Dra. Flora Sussekind do departamento de Teoria do
Teatro2 da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro no Centro de Letras e Artes (CLA UNIRIO).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O desafio de compreender formação de professores a partir da arte é o mesmo de entender
estética teatral. É o mesmo de compreender o mundo. O mundo fala, e nós, aprendemos a falar com
ele. É o mesmo desafio de elaborar uma obra de arte e compreender como o artista pensou para
criar. O que é o ato de criação? O que é uma pesquisa-ação na formação de professores? Ou melhor,
o que caracteriza a experiência da criação artística? E o que caracteriza uma pesquisa-ação? Há
formas e definições para ambas as questões? Quais elementos rompem com a estética estabelecida?
O acaso?
Um criador não é um ser que trabalha pelo prazer. Um criador só faz aquilo de que tem
absolutamente necessidade. A contrainformação só é efetiva quando se torna um ato de resistência.
Arte, que carrega resistência do tempo, é aquela que perdura e sobrevive a morte (do autor ou
movimento artístico). A arte como experiência, é necessariamente não passiva. Mas, algumas obras
são empecilhos para teorias sobre elas. Que devem ser analisadas na e com a experiência. Assim
deve ser vista quando ela (obra) cria um topos, ela perde seu lugar. E no ato de formar-se como
professor, através da ação, e por isso, através da experimentação, é em si um ato criador?
A experiência se produz pelo estranhamento, pelo novo, e, quando coletivamente, se faz
pelo diálogo. Por isso é importante, por vezes, sair do campo da arte para o campo da vida
2
Curso que faço parte como aluno desde 2010, e, por conta do mestrado (2011/2013) e das atividades como docente na
FFP-UERJ (2013/2014), estou em fase de conclusão agora (2015). Discuto na monografia conceitos de arte e política
no contexto dos contos de fadas, mas, focando na articulação como ator e diretor de eventos festivos. Dessa forma, as
atividades como docente tinham diálogos, sempre que possível, com as atividades como ator/artista.
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(experiência real), deslocar-se, sair do seu vocabulário e repensar questões. Questiona-se, dessa
forma, que a experiência se tornou algo não comum, pois temos respostas prontas, olhares,
perspectivas em relação a tudo, uma anestesia social coletiva.
Assim, criar um lugar de fora na crítica ao que fazemos, por exemplo, tenciona o horizonte
sobre a realidade estabelecida. E com isso nos perguntamos: Como intensificar novos pontos
críticos? Essa perspectiva nos aproxima de uma compreensão antropológica para discussão de
estética e experiência como princípio norteador para professores críticos e atuantes.
Dewey (apud Barbaras 1999, p. 119) amplia perspectivas para discutir a importância da
noção de experiência estética, que difere da noção de cotidiano. As obras (de arte) servem nesse
contexto para se compreender questionamentos históricos, obrigando o expectador a se deslocar
para o local da obra, ajuizar sua construção, e caracterizar como algo localizado em determinado
tempo. Dessa maneira, a experiência cognitiva será a relação com a obra.
Ter uma experiência com a obra é fundamental para compreensão histórica. Deslocar-se
para outro ponto é um aspecto doloroso. Nesse ponto Renaud Barbaras (1999) nos remete a pensar
o mundo e a obra de arte (como aspectos distintos). A Experiência estética, vivência, modo de
presença do sensível, é, portanto, ação e reflexão:
O campo da estética, portanto, é definido ao mesmo tempo por um certo tipo de
vivência, um certo modo de presença do sensível correspondente e uma relação
específica entre sensação e ação. O objetivo estético excita em nós um sentimento que
é da ordem do desejo e que Valéry compara explicitamente ao amor: nele se encontra,
diz ele , uma combinação de volúpia, de fecundidade e de uma energia bastante
comparável aquela que emana do amor (Idem, Ibidem, p.89).
A expectativa hoje, em relação a criação artística, se relaciona com nossa percepção da obra:
Assim, com todo rigor, a percepção de uma obra – pelo menos a percepção da obra
como objeto estético, ou seja, como ausente a ela própria – consiste num agir, numa
criação que se pretende uma recriação. (Idem, ibidem, p.90)
Nesse sentido a relação estética do sujeito com sua criação, deve ser uma reflexão histórica,
um estudo, que é por isso, uma recriação, com algum intuito para existir. Sobre isso, o mesmo autor
diz que:
A produção é o modo de percepção adequado à presença específica da obra: a simples
satisfação estética, não seguida de efeito, é como um grau zero de recriação, e a
criação do artista, uma percepção à altura daquilo que é vivido (Idem, Ibidem, p. 90).
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Neste ponto, precisamos refletir em relação ao próprio fazer artístico dentro da formação de
professores. Se for uma recriação mediada por um estudo histórico, necessariamente irá carregar
características de seu tempo, e especificidades do autor. Neste sentido o autor nos aponta que:
Assim, longe de marcar uma ruptura em relação a uma sensibilidade que não seria
mais do que passiva, a obra de arte aparece, aos olhos de Valéry, como aquilo que
vem prolongar uma atividade espontânea no cerne da sensibilidade (Idem, Ibidem, p.
91)
O ponto, entre experiência e criação, revela que “(...) a perspectiva de Straus confere
embasamento teórico à descoberta de Valéry de uma unidade entre arte e a experiência fundada no
plano da sensibilidade, ou seja, de uma unidade entre a estética e a experiência” (Idem, Ibidem,
p.94). Esse ponto me remete a pensar sobre o ato criador, e a relação com a produção (artística) de
acordo com Deleuze (1999):
As ideias, devemos tratá-las como potenciais já empenhados nesse ou naquele modo
de expressão, de sorte que não posso dizer que tenho uma ideia em feral. Em função
das técnicas que conheço, posso ter uma ideia em tal ou tal domínio, uma ideia em
cinema ou uma ideia em filosofia. (p.2).
É importante observar que no ato criador, o artista passa da intenção para realização,
utilizando conceituações subjetivas. Sua luta pela realização é uma série de esforços, sofrimentos,
satisfações, recusas, decisões que não são totalmente conscientes, principalmente no plano estético.
Resulta-se, nesse conflito, uma distinção entre a intenção e a realização, que não é
consciente (por parte do artista). Esse processo é importante, na medida em que percebemos, que na
obra final, em muitos casos, não se verifica a intenção, que por vezes, representa a inabilidade do
artista em expressar integralmente a sua intenção.
O ato criador toma outro aspecto quando o espectador experimenta o fenômeno; e o papel
do público é o de determinar qual o peso da obra de arte na balança estética. Consequentemente, o
ato criador não é executado somente pelo artista; o público estabelece o contato entre a obra de arte
e o mundo exterior, decifrando e interpretando suas qualidades intrínsecas e, desta forma,
acrescenta sua contribuição ao ato criador. Isto se torna ainda mais claro quando a posteridade
apresenta outra “verdade”, por vezes, “ressuscitando artistas esquecidos”.
Ao refletir questões de estética e experiência no curso de Bacharelado em Artes Cênicas
com habilitação em teoria do teatro, busquei relacionar os conceitos com minhas atividades como
docente na turma da disciplina Educação, Artes e Ludicidade II (2014.2) na Faculdade de Formação
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de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-UERJ). Neste momento do
trabalho, preciso explicar um pouco do processo iniciado em 2013.
Essa é a fase final de uma pesquisa-ação (entre 2013.1 e 2014.2)3. O projeto foi pensado
para disciplina Educação, artes e Ludicidade (exclusiva para pedagogia) e acabou sendo integrado
com outras disciplinas, como Sociologia da Educação (Licenciaturas); Sociologia e Educação I
(Pedagogia); arte e educação (Eletiva/Licenciaturas). A temática central escolhida foi: Animação
Cultural: Conceitos e ação.
Os primeiros passos em 2013.14 com inserção de atividade com Educação em Direitos
Humanos (EDH) e cineclubismo virtual; 2013.2 5 com atividade de criação virtual; e 2014.1 6 com
desenvolvimento de atividade de animação cultural presencial com auxílio para divulgação em
meio virtual7. Neste trabalho, portanto, apresento as considerações do semestre 2014.2, com base
em elaboração de um cineclube virtual.
Dentro da formação de professores, discuto conceitos a partir da pedagogia histórico-crítica
(Saviani, 2008); adotando outras duas perspectivas, dos “círculos de cultura” (Paulo Freire, década
de 1960) até a “animação cultural” (Melo 2002,2004,2006); no contexto da cultura digital (Buarque
de Hollanda, 2004). Estes conceitos se associam com a perspectiva de Reinventar a Escola (Candau,
2004), atualizando conceitos da cultura na educação como caminho para formação crítica dos
professores/educandos (discentes da referida Instituição).
Em 2014.1 após discussões sobre sociedade, cultura, arte e política surgiram as inquietações
e insatisfações dos discentes: A própria Instituição de ensino. E pressupondo minha paradoxal
posição de mediador cultural institucionalizado, e facilitador das questões que surgiam, ao propor
atividade criativa, crítica, com base “nos círculos de cultura a animação cultural”, proporcionei
espaço para questionamentos sobre o contexto em que eles estão inseridos.
O estudo seguiu base teórica/filosófica a partir de Paulo Freire e chegando em Vitor Melo
de Andrade, onde percebemos ao longo do semestre que o diálogo seria necessário e fundamental
para concretização da atividade coletiva. A atividade se materializou em forma de evento intitulado
Cine-Sarau Ar-te: Um dia, ocorrido em 07/08/2014 (na FFP-UERJ), onde além de elaboração de
3
Sem ter como objetivo de autocitar, nesse momento necessito pontuar partes já publicadas sobre a pesquisa.
4
LEAL, L. . 2013.
5
LEAL, L. . 2014.
6
LEAL, L. . 2014.
7
Abriu-se evento no facebook e convidamos o máximo possível de pessoas para participar.
https://www.facebook.com/events/1452228085063479/
Link:
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um filme/teatro pela Turma de Arte e educação (T1), tivemos pintura com stencil e performances
musicais8.
Após apresentar brevemente as propostas e histórico mais recente da pesquisa-ação, onde
trato de direitos humanos, direito a educação, compreensão da igualdade de direitos e diferenças de
necessidades, apresentarei a especificidade das questões trabalhadas com a turma 2014.2 e o projeto
criado coletivamente sobre acessibilidade.
As relações que começo estabelecer com o estudo estético e noção de experiência localizam
questões dentro dos estudos culturais contemporâneos. Também é importante atentar pra
compreensão de questões de ocupação de espaço público na perspectiva de entendê-los ou estendelos como cenários artístico-culturais.
A ideia de intervenção artística surgiu em pesquisas a partir de questões políticas públicas,
de acesso e permanência, como fundamental para formação de professores conscientes, dialógicos e
por isso participativos, em busca da práxis autêntica. O cinema como tema gerador9 já está
estabelecido como caminho metodológico para a escolha da minha atuação pedagógica.
Aqui, nesse momento final da pesquisa, cabe discutir inserção dos educandos, futuros
educadores, na compreensão da potencialidade que as novas mídias assumem nas questões sociais
de hoje. Pressupondo o avanço técnico e tecnológico, na quarta geração de direitos (CANDAU,
2009), o da inclusão digital, a internet e as redes sociais, como o facebook, afirmamos a
importância das referidas plataformas para seguimento da pesquisa-ação.
O intuito da pesquisa foi compreender conceitos e possibilidades para animação cultural na
perspectiva de formação de professores, pressupondo a fundamental necessidade dos jovens (e
adultos) se perceberem como atuantes, produtores de cultura e arte, não somente consumidores
passivos dos grandes mercados de cultura.
Para elaborar a pesquisa, estabeleceram-se inúmeros desafios, e aqui, de forma breve e
cronológica, apresentei algumas considerações trabalhadas a cada semestre, desde 2013. Foram 4
semestres de atuações intensas, como professor substituto, na Faculdade de Formação de
Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-UERJ)10.
8
No artigo publicado no II Seminário Internacional de Cinema e Educação: Dentro e Fora da Lei (2014, UFRS) detalho
melhor as questões.
9
Já discuti isso anteriormente (LEAL, 2010, Uso do cinema em sala de aula com de Jovens e adultos a partir de uma
concepção pós-moderna de sociedade; LEAL, 2013 Animação cultural e cinema na Extensão Universitária: Um estudo
de caso na Universidade das Quebradas).
10
Como dito no início, há publicações sobre cada fase da pesquisa, a cada semestre.
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Todas as atividades foram elaboradas como planos de aula, com base nas ementas das
disciplinas lecionadas. Fundamentam-se e se elucidam questões oriundas principalmente das turmas
de artes. Entretanto, sempre que possível, em cada artigo, localizo especificamente a disciplina em
que se desenvolveu a atividade.
Este artigo finaliza dois anos de pesquisa-ação, com base em proposta acadêmica
desenvolvida durante a prova para professor substituto da disciplina Educação, artes e Ludicidade
do departamento de educação da referida instituição. Os conceitos foram extraídos principalmente
da pesquisa de mestrado, com base em estudo de caso em um projeto de extensão universitária
(2011-2013)11.
Todas as pesquisas dialogam com educação popular, educação de jovens e adultos,
metodologias e práticas pedagógicas com discussão sobre políticas públicas. Neste sentido, as
principais questões de interesse também são características de sociedades pautadas em históricas
desigualdades sociais. Assim, os aspectos desmembrados em pesquisas e artigos, são sempre
compreensões provisórias, experienciações, buscas por conceitos culturais e artísticos, que faz parte
também da minha formação como docente e artista.
Já destaquei que este artigo encerra outra parte da pesquisa, que teve que ser reformulada
frente às questões institucionais. Por ser professor substituto, minhas atividades docentes são
somente de ensino, impossibilitando atuar em atividades extensionistas e/ou de pesquisa. Dessa
forma, viabilizei as atividades na formação de professores compreendendo a pesquisa-ação, dentro
do plano de aula com base nas ementas das disciplinas de graduação. Abaixo as principais questões
de interesse:
- Animação cultural.
- Cinema e cineclube.
- Artes integradas.
- Internet; novas mídias e educação Online.
- Lúdico
- Contos de fadas.
- Reviver.
11
A pesquisa, no entanto, é a extensão de pesquisa elaborada como monografia de uma pós-graduação em estudos
cinematográficos (2008-2010).
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- Celebrar.
- Arte e política.
PLANO DE ATIVIDADES 2014.2: DISCIPLINA EDUCAÇÃO, ARTES E
LUDICIDDE II
Vou trabalhar no curso conceitos de arte, política, contos de fadas, cinema e internet.
Iniciaremos o curso compreendendo “dos círculos de cultura a animação cultural”. Aproximaremos
questões da prática com cinema na internet (atualizando conceitos discutidos através dos Estudos
Culturais Contemporâneos). A ideia é ampliar conceitos de cineclubes e articular com as novas
possibilidades do ensino presencial com auxílio de ferramentas On-line.
Palavras-chave: arte; cinema; internet; Cineclube; EOL.
CRONOGRAMA:
Setembro/Outubro (15h): Estudos culturais; Animação cultural; uso do cinema no contexto
da educação popular.
Novembro (PRÁTICA) (10h): Criação de um cine-clube virtual; contos de fadas; textos
clássicos: “Alice no país das maravilhas” e o “Mágico de Oz” (temas geradores)
- Indicações: de 15 em 15 dias (pelo facebook); Criar nome; escolher atribuições
individuais; fanpage + evento para cada “exibição”; curadoria dos filmes para dezembro e janeiro
(4); Inicialmente marcar os filmes com horários fixos para fóruns de debate sobre o filme como
“temas geradores” (na hora da aula na UERJ).
Atividade Dezembro (10h): Após marcar a data de estreia do cineclube virtual, todos
devem entregar relatório individual antes da primeira “exibição”.
- Relatório individual entre 1/3 páginas (podendo ser maior dependendo do interesse do
aluno).
- No relatório deve conter o PROCESSO de Estudo/produção/surgimento do cineclube +
AUTONOTA.
*Exibição/debates de dois filmes.
Atividade Janeiro (10h): *Exibição/debates de dois filmes.
Obs: Sobre atribuições individuais no Cineclube Virtual.
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Serei consultor/diretor interino do projeto, até acabar o curso em janeiro.
Depois o
presidente provisório convocará novas eleições para permanência ou não do Cineclube. Eu tornome consultor voluntário do projeto caso o grupo decida permanecer em atividades após o curso 12.
A) ATIVIDADE COLETIVA REALIZADA A PARTIR DOS CONCEITOS
ELUCIDADOS NO ARTIGO:
Título: Série: A-MEM: Contra o domínio do Rei...Thor13!
Descrição curta:
A série é fruto de um trabalho acadêmico coletivo, efetuado por discentes da FFP-UERJ.
Quer-se discutir, de forma lúdica, a questão da Acessibilidade.
Descrição Longa:
O projeto de Cine-clube virtual elaborado a partir da Disciplina Educação, artes e
Ludicidade II ministrada pelo Prof. Me. Lucas Leal na Faculdade de Formação de Professores da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-UERJ) apresenta: A série A-MEM _ Contra o
Domínio do Rei... Thor!
Partindo da discussão entre ARTE + POLÍTICA + CONTOS DE FADAS, trabalhou-se
conceitos “dos círculos de cultura a animação cultural”.
Aproximamos o estudo com a prática cinematográfica na internet e a ideia foi ampliar
conceitos de cine-clube e articular com as novas possibilidades do ensino presencial com auxílio de
ferramentas On-line.
Priorizando a construção artística coletiva e incentivando a potencialidade crítica dos
envolvidos, elaborou-se a proposta de discutir ACESSIBILIDADE, tendo como foco inicial, o
CAMPUS DA FFP-UERJ (SÃO GONÇALO).
A-MEM, com base na famosa série em quadrinhos, tv e cinema X-MEN levanta uma
importante questão social de forma artística. Cada participante do curso foi estimulado, a partir do
projeto, encontrar um personagem mutante.
12
Sempre explico que isso é apenas um exemplo com base na estrutura democrática representativa que temos. A turma
participou intensamente do processo e a questão ainda vem sendo discutida entre eles (permanência ou não do projeto).
Tudo indica que os mais interessados irão fazer suas monografias sobre inclusão.
13
https://www.facebook.com/pages/S%C3%A9rie-A-MEM-_-Contra-o-Dom%C3%ADnio-doReiThor/745208952227251
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Com base nesses personagens, atuaremos pressionando o Rei Thor para atender a legislação
sobre ACESSIBILIDADE em Instituições públicas, como no caso da UERJ.
Somos todos mutantes, de óculos, de bengalas, de roupas coloridas, de cabelos engraçados...
em cadeiras de rodas... cada mutante com sua forma particular de existir.
Somos todos mutantes e unidos venceremos!
A-MEM CONTRA O DOMÍNIO DO REI...THOR!
B) CONCLUINDO: SOBRE NOÇÃO DE EXPERIÊNCIA E ESTÉTICA EM UMA
PESQUISA-AÇÃO NA FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
A noção de estética e do que é belo parte sempre de uma noção de experiência com obras já
estabelecidas. Dessa forma, não acho que seja possível determinarmos formas de se relacionar
conteúdos “necessários”, ou melhor, “artistas e obras específicas”, em detrimento das nossas
atividades práticas, seja como artista, seja como docente.
Assim, sempre que pertinente, faço questão de relacionar isso em sala. Sempre que vou
escrever ou falar de arte necessito explicar um pouco do que já fiz para estar estimulando aquele
tipo de atividade. Não quer dizer, no entanto, que apresento o material como fundamental ou único.
O intuito de apresentar minhas criações, tanto quanto os artigos que citei nesse trabalho, é refletir
sobre minha prática, na medida em que “formo futuros educadores”.
Aponto “falhas”, ou atividades que “não funcionaram”, tanto quanto falo das que
“funcionaram”. E claro, deixo sempre explícito que “não é fácil” e “não deu tudo certo”, mesmo
que aparentemente desperte “noção de estética”, na medida em que sentem o “belo”, apesar do
“estranhamento”. Arte, política, protesto, não é e nunca será fácil efetuar.
Encerrarei este trabalho, portanto, falando do dia que gravamos o ensaio que mais tarde veio
a se chamar: EPISÓDIO 1: PROFESSOR XAVIER SENTINDO NA PELE. Foi o “início” da ideia
do A-MEM, e, claro, surgiu por “acaso”. Em sala, uma aluna cadeirante. Terceira semana de aula,
primeira de sua presença. Eu, já sabia da sua existência, mas não é possível recordar
especificamente de cada aluno sempre. A Aula era das 18h as 20h e 20min, toda quinta. Entretanto,
a maratona da semana não permitia ainda estar atento para questão específica dela.
Por conta da necessidade de equipamento pedagógico tecnológico, levei a turma para sala
de multimídias, na Biblioteca. Uma espécie de “terceiro andar” da instituição. E não tinha ainda
pensado na tal aluna. Por volta das 19h... o pessoal fala que a “Rose” está chegando... eu.. ok! E
então me relembraram que ela tinha dificuldade de mobilidade e seria mais “tenso ainda” chegar ali
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no terceiro andar, sendo nossa aula já no segundo andar (pois lá que construíram os banheiros
adaptados e por lá que tem a cantina e xerox). Mas... era só o começo dessa jornada e do projeto
citado no artigo.
Minha reação na hora não poderia ser outra. Desci com dois outros alunos (acostumados
com o “serviço” de carregar a aluna de “lá para cá”). Fui buscar a “Rose” pois não achei aquilo
legal. Os seguranças se negam a fazer isso sempre. Não há rampas para facilitar o acesso. Desde o
ponto do ônibus, até lá, foram quase 30 minutos e umas 10 pessoas aleatórias para ajudar “vencer
cada etapa”. Por isso, nesse artigo, tento vincular estudo de estética com noção de experiência
relatando impressões, relatos dessa experiência específica (como pessoa, como professor, como
artista).
Na sala, a “Rose” chorou, me xingou, falou horrores de tudo, e eu não entendia nada. “Na
minha cabeça, eu tinha ido buscar ela na boa, mas entendi o lado dela, a vergonha que sente de ser
carregada, e ficou decepcionada porque o professor de artes envergonhou mais ainda ela indo
buscá-la”. A turma, estarrecida, anestesiada com aquilo tudo, falava horrores sobre a situação (sobre
a falta de acesso na Instituição). Daí eu tive a ideia de “me por no lugar dela” e falei assim:
Eu: Você tem outra cadeira de rodas ou como conseguir uma?
Ela: Sim, por que?
Eu: Quinta feira que vem, se você quiser, vou dar aula o dia inteiro aqui na FFP como
cadeirante. Que tal?
Todo mundo muito emocionado, ela inclusive, aceitou. E combinamos como seria. Durante
a semana, mandaram e-mail e falaram que iria ter uma reunião específica com o Diretor da Unidade
para conversar sobre o tema e perguntam se liberaria a turma e se participaria como cadeirante.
Sim, claro. Aceitei.
Na semana seguinte, eles só levaram a cadeira de rodas às 17h... o que me fez lecionar
normalmente a manhã e a tarde inteiras (já que neste dia tinha outras turmas). Mesmo assim, falei,
“vamos fazer sim”, e fomos fazer um ensaio fotográfico/cinematográfico, circulando pela unidade e
registrando a problemática do acesso.
Depois de 40 minutos, 15 pessoas ajudando, conseguir chegar na tal sala de multimídias. E
chorei. Fiquei muito emocionado. Minhas pernas doíam Minha alma. Meu corpo só pensava em
comer e continuar aquilo. E assim seguimos. Fotos, cenas... registro da “ação”.
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Olhares diversos, pessoas que questionavam o que tinha acontecido comigo. “A vida é
assim”, era minha melhor resposta. Muitos que me viram andando no mesmo dia não entendiam
nada, outros que me conheciam e sabiam das atitudes que tomo, se interessaram pelo trabalho. E
assim seguimos para o tal “conselho extraordinário”.
E sabe, tudo parece ter um sentido. Festa? Juntou um “montão” de aluno, querendo
liberação para festas. A reunião que foi programada para ser no miniauditório teve que ir para o
auditório principal. Muita gente por lá.... e eu... e a “Rose” chegamos... insistimos e colocamos na
pauta a “acessibilidade”. Discursei. Levantei da cadeira durante o discurso, com câimbras, depois
de apenas 2h como cadeirante. Chorei. Expressei que aquilo não era por mim, por isso nem ia falar
muito, pois tinha alguém mais importante para falar, e chamei a “rose”.
Ao me colocar no lugar de “Rose”, mobilizar uma turma inteira, e ter ações práticas, dentro
de espaço público, em prol de uma causa coletiva, não tem nada de narcisista, tampouco de
autopromoção. Busquei, como recentemente tive notícias (e coloco em anexo foto sobre isso), que a
reitoria fornecesse verba para o campus da FFP-UERJ conseguisse efetuar as obras de
acessibilidade.
Foi uma batalha intensa, onde coloquei-me a disposição de uma causa maior. Na fanpage
colocamos diversos links sobre o tema 14 e continuaremos pressionando a reitoria da UERJ para
respeitar as políticas públicas de acessibilidade e direitos humanos referenciados pela legislação da
federação nacional15.
Destaco que continuo este trabalho com outros enfoques, após finalizar o semestre na UERJ
(fevereiro 2015). No intuito de relatar mais sobre o projeto do A-MEM, utilizei o mesmo para
estudo estético com duas turmas no curso de Assistente de produção cultural, na DISCIPLINA:
FUNDAMENTOS DAS ARTES CÊNICAS, Modalidade: PRONATEC – Formação inicial
continuada, pelo IFRJ, Campus – Belford Roxo.
A partir do estudo estético sobre arte e política no contexto dos contos de fadas, tomando
como ponto de partida dois textos clássicos (Alice no País das Maravilhas e O Mágico de oz) dentro
de dois projetos artísticos-culturais idealizados por mim, o Baile à Fantasia Chapeleiro Maluco16 e
14
Reportagem específica sobre o campus com imagens do nosso ensaio http://videos.r7.com/alunos-da-uerj-reclamamde-infraestrutura-no-campus-de-sao-goncalo-rj-/idmedia/546232d30cf29f35afc72eb4.html
15
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/
16
Projeto de extensão desenvolvido na UNIRIO desde 2011. Link https://www.facebook.com/MeiodiaForado
Tempo?fref=ts
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O Mundo Mágico de Oz17 , e fazendo também uma releitura da Série: A-MEM _ Contra o
Domínio do ReiThor os educandos de Belford Roxo criaram intervenções artísticas e culturais com
os temas provisórios: "Ariel questiona as condições da superfície no bairro novo" (turma da tarde) e
"A Liga da justiça: Os superartistas de Belford Roxo enfrentam os vilões da cultura" (turma da
noite).
A partir de trabalhos lúdicos, e da minha proposta de intervenção pedagógica inclusiva, fico
sempre na expectativa que os jovens e adultos repassem o recado como os A-Mem estão fazendo,
pois “o que vale é o que importa”, e “só importa aquilo que vale”. Atitudes práticas que buscam
inclusão se fazem necessárias. Encerro este trabalho com algumas fotos sobre o projeto e deixo os
links para apreciação contínua caso seja de interesse.
ALGUMAS FOTOS18:
17
Continuação do projeto da UNIRIO, entretanto,
https://www.facebook.com/OMundoMagicoDeOZ?fref=ts
focando
na
monografia
(iniciado
em
2014).
18
Nem todos finalizam sua caracterização. Para ver mais acessar:https://www.facebook.com/media/set/?
set=a.745312438883569.1073741828.745208952227251&type=1
VIII Seminário Internacional As Redes Educativas e as Tecnologias: Movimentos Sociais e Educação • (Junho/2015)
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