Revista da SBEnBio - Número 7 - Outubro de 2014
V Enebio e II Erebio Regional 1
PREPARAÇÃO DO GUIA DIDÁTICO TRILHA HISTÓRICO-ECOLÓGICA NO
MUSEU DA VIDA POR LICENCIANDOS EM BIOLOGIA DA FACULDADE DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA UERJ: BUSCANDO A EMOÇÃO E A
REFLEXÃO DOS ALUNOS
Daniel Baptista da Silva (Licenciatura em Ciências Biológicas, FFP/UERJ – Bolsista Estágio
Interno Complementar)
Regina Rodrigues Lisbôa Mendes (Departamento de Ciências e Núcleo de Pesquisa e Ensino
de Ciências, FFP/UERJ)
RESUMO:
Este trabalho descreve a produção do Guia Didático Trilha Histórico-Ecológica do Museu da
Vida, uma ferramenta de aproximação entre instituições formais e não formais de ensino, por
licenciandos em Biologia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Os autores
desse guia didático utilizaram uma trilha interpretativa existente no Campus Manguinhos da
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ, RJ) para sugerir o tratamento de questões caras ao
ensino de ciências e biologia, antes, durante e depois da visitação, como as interações insetoplanta, as transformações do Rio de Janeiro no século XIX e as questões éticas, científicas e
sociais que envolvem o uso de animais em experimentos. Tudo isto no intuito de despertar,
desde antes da visita, os sentimentos e as emoções dos alunos da escola básica.
Palavras-chave: guia didático, ensino de ecologia, material didático, formação de professores
INTRODUÇÃO.
Alunos e professores, muitas vezes, apontam a sala de aula como um ambiente
entediante, sem muitos atrativos (CARVALHO, 1989; CHAPANI & CAVASSAN, 1997;
BENETTI,2002). Partindo dessa constatação, podemos refletir sobre as dificuldades
relacionadas ao ensino-aprendizagem de Ciências e Biologia em sala de aula considerando
que muitas vezes este processo está pautado em materiais abstratos, fragmentados e não
correlacionados com o conhecimento prévio dos alunos, fazendo com que os mesmos não
tenham motivação para estudar e aprender.
As aulas de Ciências e Biologia desenvolvidas em ambientes naturais têm sido
apontadas como uma metodologia eficaz tanto por envolverem e motivarem crianças e jovens
nas atividades educativas, quanto por constituírem um instrumento de superação da
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fragmentação do conhecimento. (SENICIATO; CAVASSAN, 2004, p. 133). Estas aulas,
principalmente aquelas relacionadas à Ecologia, podem ser desenvolvidas estimulando os
aspectos emocionais dos alunos. Os aspectos emocionais positivos entrelaçados na dinâmica
educativa proporcionam motivação e ao mesmo tempo favorecem uma abordagem menos
sistematizada e abstrata da matéria. Desse modo, todas as emoções e sensações surgidas
durante a aula de campo em um ambiente natural podem auxiliar na aprendizagem dos
conteúdos, à medida que os alunos recorrem a outros aspectos de sua própria condição
humana, além da razão, para compreenderem os fenômenos. Mais que compreender a
realidade, trata-se também de considerar as emoções como fundamentais nos processos de
tomada de decisão e de julgamento moral dos seres humanos, conforme afirma DAMÁSIO
(2001 apud SENICIATO; CAVASSAN, 2004), e assim inferir que as emoções participam
tanto dos processos de raciocínio quanto na construção de valores humanos que garantirão a
forma pela qual o corpo de conhecimentos vai influir na escolha entre as soluções possíveis
para a ação na vida prática.
“O ensino de ciências deve privilegiar espaços de aprendizagem que possibilitem ao
aluno a ressignificação de saberes adquiridos no contexto da experiência de cada um deles. A
utilização desses espaços privilegiados de ensino e aprendizagem é responsabilidade dos
professores que assumem com discernimento o seu fazer pedagógico”. (SILVA; BIGI;
KALHIL, 2009).
Nesse mesmo contexto, os espaços não formais podem atuar como espaços de
aprendizagem capazes de resgatar saberes científicos e acadêmicos através de um ambiente
totalmente diferente da sala de aula. Eles abrem a possibilidade da vivência do que se aprende
na escola de forma teórica, tornando assim o conhecimento científico mais próximo das vidas
dos alunos.
Através dos espaços não formais, os conceitos biológicos e científicos podem ser
trabalhados de forma lúdica, divertida e informal, atuando como uma metodologia alternativa
para os professores tornarem suas aulas mais atrativas, dinâmicas e interessantes e
estimulando, através de vivências, curiosidades e da exploração do próprio espaço não formal,
a motivação dos alunos no aprendizado.
É necessário que as atividades pedagógicas coloquem o aluno de Biologia em contato
com o seu objeto de estudo: Uma das tarefas do professor é selecionar conteúdos e adequar
metodologias de ensino que permitam atividades variadas e estimulem a criatividade e o
interesse dos alunos, sendo conveniente criar ou simular situações nas quais os alunos sejam
solicitados a relacionar o conhecimento teórico e sua aplicação a situações do cotidiano,
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desenvolvendo, de preferência, habilidades tais como a observação, o registro, a comparação
de dados, a proposição de modelos e a formulação de hipóteses. (SILVA; BIGI; KALHIL,
2009).
Neste trabalho, mostramos como os espaços não formais podem ser utilizados como
ferramenta didático pedagógica na formação de professores de Ciências e Biologia.
Descrevemos aqui, a produção do guia didático Trilha Histórico-Ecológica no Museu da
Vida, por licenciandos que cursaram a disciplina Laboratório de Ensino III, do currículo
básico obrigatório da Licenciatura Plena em Ciências Biológicas da Faculdade de Formação
de Professores da UERJ, no segundo semestre de 2013 1. Essa disciplina é oferecida na grade
do terceiro período do curso, e tem carga horária de 60h. De acordo com sua ementa, a
disciplina Laboratório de Ensino III pretende trabalhar os conteúdos de Ecologia e
Biodiversidade, aplicados ao universo da escola. Para isso, os alunos cumprem diversas
atividades, como leituras e discussão de textos acadêmicos, visitas técnicas, oficinas, estudos
dirigidos e trabalhos escritos. Entretanto, uma das atividades de maior interesse por parte dos
alunos tem sido a confecção de guias didáticos que, para atender aos objetivos da disciplina,
estão voltados para instituições de educação não-formal que contemplem os temas ecologia
e/ou diversidade biológica.
No guia didático que descrevemos neste trabalho, conteúdos escolares de Ecologia e
Biodiversidade são apresentados integrados a informações históricas e científicas sobre o
Campus Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). Esta dinâmica se dá através da
exploração didática de uma trilha interpretativa existente neste local, e que pode ser
percorrida, com o auxílio de um funcionário preparado para a função, por estudantes da escola
básica, professores e visitantes da instituição, com a finalidade de aprender mais sobre o local
e também de construir conhecimentos ecológicos através de conteúdos biológicos
apresentados durante a trilha.
O que é um guia didático?
O guia didático é um material para ser usado como referência, apresentando elementos
metodológicos que sugerem temas a serem abordados, pelo professor com a sua turma, em
uma instituição não formal de ensino. Ele é, portanto, uma ferramenta didática que visa
potencializar a relação entre instituições externas à escola e o trabalho do professor em sala de
aula (MENDES; BRITO, 2008), mostrando na prática conteúdos e fenômenos biológicos que,
sem essa visita, poderiam apenas ser vistos teoricamente (SANTOS, 2012).
1
Guia Didático Trilha Histórico-Ecológica do Museu da Vida. Autores: Daniel Baptista da Silva; Ana Carla Alípio;
Priscila Wilker; Felipe Vieira e Alexandro Pereira.São Gonçalo: FFP/UERJ, 2013. Não publicado.
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O guia didático difere de um “guia de visitação” porque, além de estar voltado para
um público específico — “educadores de ensino fundamental, médio e superior, estudantes,
profissionais do campo da educação não-formal e educadores em geral” (MARANDINO et
al., 2004, p.5) —, vai além da compilação de informações, apresentando sugestões de como
os professores “podem conduzir a visitação atentando para o sentido pedagógico da mesma,
seja com ênfase em determinadas partes do acervo, seja pelo valor histórico, cultural e/ou
científico daquelas instituições”. (MENDES;BRITO, 2008).
Levando em consideração estes fundamentos, o Guia Didático Trilha HistóricoEcológica do Museu da Vida foi pensado e produzido visando demonstrar algumas interações
ecológicas existentes no Campus Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz, mesclando este
conteúdo com informações históricas sobre a instituição.
METODOLOGIA.
Para a confecção dos guias didáticos, foram estabelecidas algumas regras referentes à
encadernação e estrutura do texto. Os guias devem ser confeccionados num padrão de meia
folha A4, com fotos distribuídas por todas as seções. Cada guia didático deve possuir capa —
com o título do guia — e contracapa — novamente com o título, acrescido do nome dos
autores. Nas páginas seguintes devem ser apresentados os objetivos do guia didático e o
sumário. (MENDES; BRITO, 2008).
Descrição dos Guias Didáticos:
Os guias didáticos confeccionados pelos licenciandos em Biologia da FFP/UERJ
apresentam cinco tópicos: História da Instituição; Coleções; Exposições; Ação Educativa; e
Conhecendo a Instituição. De acordo com a necessidade de cada instituição, são realizadas
alterações, como, por exemplo, no caso de parques e reservas ecológicas, que não apresentam
coleções. Neste caso, este tópico pode ser substituído por informações sobre a fauna e a flora
local. (MENDES; BRITO, 2008).
História da Instituição: Este tópico apresenta informações, retiradas da Internet e de
documentos oficiais, que relatam o histórico da Instituição.
Coleções: Apresenta informações sobre o acervo encontrado na instituição não formal
de ensino. Caso o guia didático confeccionado seja de um local que não possui acervo
museológico, o tópico Coleções é substituído por informações referentes à hidrografia, fauna
e flora da localidade.
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Exposições: Neste tópico são descritas as exposições fixas da instituição na qual o
guia didático está sendo produzido.
Ações Educativas: Quando disponibilizadas pela instituição, exigem um agendamento
prévio. Por isso, é fundamental que tais informações sejam apresentadas neste tópico.
Conhecendo a Instituição: Este tópico deve ser dividido em 3 partes: 1) Preparando a
Visita; 2) Realizando a Visita; e 3) Retornando da Visita.
1) Preparando a Visita: Refere-se a sugestões de atividades ou conteúdos a serem
abordados com os alunos em sala de aula, antes da ida à instituição de ensino não
formal. Trata-se de uma preparação para o que será visto durante a visitação.
2) Realizando a Visita: Neste tópico é elaborada uma sugestão de roteiro didático
da instituição de ensino não formal. Neste roteiro devem ser tratados temas que se
referem ao conteúdo escolar sobre Ecologia e Biodiversidade e que podem ser
visualizados pelos alunos durante a visitação.
3) Retornando da Visita: Este tópico deve apresentar sugestões de atividades
pedagógicas, a serem feitas pelos estudantes na escola, com o objetivo de
consolidar os conhecimentos adquiridos pelos alunos durante a visitação e
também potencializar outros trabalhos que tenham tido como motivação a ida à
instituição.
Ao final do guia didático, os autores devem citar as referências bibliográficas e as
fontes das fotos e imagens utilizadas ao longo do guia. Em grande parte dos guias já
confeccionados, apesar de não ser obrigatório, os licenciandos optam por colocar mapas e/ou
fotos de satélite para facilitar a chegada dos visitantes ao seu destino. (MENDES; BRITO,
2008).
A confecção do Guia Didático Trilha Histórico-Ecológica do Museu da Vida baseouse na Metodologia aqui apresentada, trazendo como resultado o que descrevemos na seção a
seguir.
RESULTADOS
Guia Didático: Trilha Histórico-Ecológica no Museu da Vida
Escolhemos, por conta do limite de extensão do artigo, detalhar aqui as seções não
descritivas do guia; ou seja, aquelas seções nas quais houve contribuição criativa dos
autores com relação ao que é apresentado pela instituição:
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Objetivos
A proposta do guia didático é permitir, ao professor e aos alunos, uma saída de campo
bem planejada, assim como proporcionar uma abordagem menos sistematizada e abstrata dos
temas de Ecologia e Biodiversidade, procurando despertar também os sentimentos e as
emoções dos alunos.
•
Preparando a Visita
O professor pode pedir pesquisas em grupo sobre tipos de interações inseto-planta. Além
disso, após as pesquisas, esses alunos devem trazer individualmente uma imagem de uma
interação inseto-planta que tenha lhes chamado a atenção.
Outra alternativa seria trabalhar de modo interdisciplinar com Educação Artística e
Português, pedindo para que os alunos desenhem ou mesmo, caso tenham mais idade, que
façam uma redação de como seria viver em uma floresta. Isto pode aguçar a imaginação deles
e ao mesmo tempo, prepará-los para uma atividade fora do ambiente escolar.
Ainda buscando a interdisciplinaridade, o professor de Ciências/Biologia pode preferir
trabalhar também o lado histórico do local da trilha. Para isto, seria interessante, inclusive, um
trabalho em equipe com a disciplina de História.
Não esquecer de pedir aos alunos que levem câmeras fotográficas, um lanche leve ou
dinheiro e um possível caderno para anotações.
•
Realizando a Visita
Ponto 1: (Histórico do campus): Nesse primeiro ponto, um pouco da história sobre a
fundação da FIOCRUZ é contada. Pode-se destacar alguns fatos curiosos sobre o local, como
por exemplo o tipo de vegetação que se encontrava ali antes da construção dos prédios; o
bioma, que era manguezal. Entre outros fatores históricos, está o aterramento do mangue e o
reflorestamento daquela área, que foi feito tanto de plantas nativas quanto de plantas exóticas.
Ponto 2: (Pitangueira) Eugenia uniflora: Nessa parte, é apontada uma característica de
interação entre inseto e planta, a chamada “galha”, que ocorre entre os Dípteros e as folhas da
Pitangueira. É uma interação na qual esses insetos colocam seus ovos na planta. Estas criam o
mecanismo de galha para se defender; porém, a galha acaba servindo para proteger os ovos e
as larvas, assim que nascem, ainda se alimentam da seiva da pitangueira.
Ponto 3: (Caminho das palmeiras): Nesse ponto chama-sea atenção dos visitantes para as
Palmeiras enfileiradas ao longo do caminho. As palmeiras imperiais (Roystoneaoleracea Palmae ou Oreodoxaoleracea) são exóticas, podem chegar a até 40 metros de altura. Elas
foram plantadas por um paisagista francês com o objetivo de adornar o local e para
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proporcionar sombra nos dias quentes do Rio de Janeiro. Nesse ponto é contada um pouco da
história da Fundação e são destacados os benefícios da natureza para o homem.
Ponto 4: (Sterculia chicha): Nesse ponto, são explanadas as principais características da
espécie vegetal Sterculia chicha: as suas folhas alternas; flores vermelhas que exalam odor de
carne em decomposição; sementes comestíveis, das quais se extrai óleo; e casca e folhas com
propriedades diuréticas. Além disso, são discutidos os processos de mutualismo dispersivo,
que ocorrem principalmente com animais polinizadores e dispersores de pólen. Os
polinizadores, ao obter néctar, uma fonte de água e carboidratos, transportam o pólen entre as
flores, dispersando seus genes. Esta interação entre espécies vegetal e animal que visa a
polinização também pode ser denominada de entomofilia.
Ponto 5: (Sapindus saponaria): Ao chegar a esse ponto, onde se localiza a espécie Sapindus
saponaria, são descritos os principais benefícios do seu cultivo, o uso na arborização de ruas
das cidades brasileiras e o uso das suas sementes no artesanato. Além disso, é apresentada a
substância saponina, contida nesta espécie, capaz de produzir sabão e ser usada, mesmo in
natura, para lavar roupas. Ao final da explanação, é realizada uma atividade prática com os
visitantes, produzindo sabão a partir dos seus frutos.
Ponto 6: (Pombal): Neste último ponto, a visitação é discutida como um todo, buscando um
enfoque no que se refere à Ecologia e biodiversidade da trilha, e também chama-se atenção
para este local chamado Pombal, fazendo um resgate histórico de sua importância.
Ligeiramente afastado do conjunto principal, o Pombal abrigava o viveiro para
pequenos animais da FIOCRUZ e é uma das obras que desperta maior interesse dentro do
campus. Seu maior atributo está na pureza de formas. Possui oito construções circulares,
dispostas de maneira a compor um retângulo, em cujo centro localiza-se a torre principal que,
originalmente, abrigava os pombos-correios utilizados para a comunicação dos pesquisadores
do então Instituto Oswaldo Cruz com a Diretoria Geral de Saúde Pública (DGSP), situada no
centro da cidade do Rio de Janeiro 2.
•
Retornando da Visita
 Retome em sala de aula o que foi discutido na visita.
 Proponha a elaboração de painéis sobre a vida e história de Oswaldo Cruz.
 Debata com os alunos sobre a experimentação em animais e proponha questões como:
 Quais animais são usados em pesquisas científicas?
 Porque a pesquisa com animais é necessária?
2
Informação fornecida por Diego Santos Silva, funcionário da FIOCRUZ, em 26/12/2013.
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 A pesquisa com animais é ética?
 A pesquisa com animais é útil?
 Sugestões e dicas:
 Verifique quem fotografou a visita e selecione imagens que possam ser expostas. Em
uma pasta, agrupe o material escrito, gráfico e fotográfico dos alunos de forma que
todos possam ter acesso. Posteriormente, prepare um relatório coletivo com seus
alunos.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
O Guia Didático: Trilha Histórico-Ecológica no Museu da Vida, possui algumas
peculiaridades que o tornam diferente do modelo proposto para a atividade prática da
disciplina Laboratório de Ensino III. Além de não ser um guia sobre a instituição como um
todo (Campus Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz, que possui vários prédios dedicados
à pesquisa e outros dedicados à história da instituição, além de um grande “parque” voltado à
educação não formal) e sim sobre uma trilha interpretativa presente no local, esta trilha não
foi sugerida pelos autores do guia, mas é parte de uma atividade da própria instituição, que
disponibiliza um funcionário preparado para fazer esse trajeto com os visitantes.
Entretanto, os autores do guia didático utilizaram esta trilha interpretativa para sugerir
o tratamento de outras questões caras ao ensino de ciências e biologia, antes, durante e depois
da visitação, como as interações inseto-planta, as transformações do Rio de Janeiro no século
XIX e as questões éticas, científicas e sociais que envolvem o uso de animais em
experimentos. Tudo isto procurando despertar, desde antes da visita, os sentimentos e as
emoções dos alunos: inicialmente, instigando-os a usar a imaginação e pensar como seria
viver numa floresta; durante a visita, através do contato direto com espécies vegetais e suas
interações com o ser humano e com outros animais; e, ao retornar da visita, refletindo, com a
ajuda do professor de ciências/biologia, sobre o uso de animais em experimentos.
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