Memória de Reunião Extraordinária da Comissão Estadual Enfrentamento às Violências Contra Crianças e Adolescentes Interinstitucional de Curitiba, 30 de janeiro de 2012 Pauta: 1. Apresentação dos Participantes; 2. Campanha de Sensibilização e Mobilização, ano de 2012. 1. A reunião foi iniciada com a apresentação dos participantes e o anúncio feito pela delegada Eunice do seu desligamento como representante da SESP na Comissão, pois estará deixando o NUCRIA nos próximos dias; 2. Sobre a campanha de 2012, foi lembrada a decisão tomada na reunião passada em privilegiar uma campanha contínua e não somente focada na data do 18 de Maio, e no tema da denúncia. Lembramos igualmente o histórico das campanhas que apostavam na sensibilização da população para reconhecer os sinais das violências e denunciar. Face à necessidade de definição da campanha deste ano, apresentamos resumidamente a contribuição de alguns dos participantes, e na sequência a proposta escolhida: Silvia, assessora da comunicação social da Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social fala sobre sua percepção da ausência de denúncias das situações de violências contra crianças e adolescentes, e propõe uma campanha que levasse em consideração a necessidade de capacitação dos CT e a abordagem às comunidades e escolas. Dr. Fábio Brandão, Juiz do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, expressa concordância sobre a campanha não se reduzir ao tema da denúncia e comenta sobre a existência de uma cisão de raciocínio, no senso comum, entre “crianças presas e agressor solto”. Sugere uma campanha que esclareça as consequências para crianças e adolescentes da ausência de denúncia e deixe claro que se trata de uma responsabilidade legal. Eunice, delegada do NUCRIA, acha que têm efeitos as campanhas que possam de alguma forma “chocar”. Darli, da Secretaria de Turismo, pergunta se a comissão optará por focar no abuso e exploração sexual, a exemplo do Comitê Nacional. Para ela, uma campanha deve “tocar no coração das pessoas”, e na sua perspectiva é fundamental transmitir a ideia de que todos fazem parte da rede de proteção. Para Emerson, o diagnóstico deveria nos amparar na escolha de temas e diz que se não há no momento um diagnóstico amplo há diagnósticos de diferentes setores/fontes de informação que podem ser considerados, fala também sobre a existência da pesquisa do SIPIA realizada em 2008 e 2009, com dados de 2006, e publicada em 2010 que atendeu a proposta do Plano Estadual anterior. Andréia, do Tribunal de Justiça, fala da importância de deixar clara a segurança do informante, quando há denúncia, e conscientizar os profissionais dos serviços para denúncia e atendimento qualificado. Douglas destaca a importância do diagnóstico, e esclarece sua importância não só por levantar dados dos casos de violências, mas também da rede de serviços para proteção e atendimento: visualizar a demanda e os serviços existentes. Para ele, é preciso definir a linha de campanha que queremos, e apresenta temas que considera pouco trabalhados até hoje. São eles: o atendimento; o que compete á cada política pública; orçamento; a Lei que proíbe os castigos físicos e humilhantes, a chamada 'Lei da Palmada'; A responsabilização e a Violência Institucional. A campanha deve ser entendida não só como produção de materiais, mas como a ampliação do debate em vários meios. Em sua opinião, campanha deve ter uma abordagem mais positiva. Lizely, da TV Futura, propõe estabelecermos um roteiro a fim de sistematizarmos uma proposta. Definir o público-alvo, o mote da campanha e, por último, os instrumentos de comunicação mais eficazes. Margareth, também do TJ, pensa que uma campanha no estado poderia abordar todas as violências e acredita serem eficazes campanhas escritas e televisivas. O público-alvo deveria contemplar os profissionais da rede de serviços de atendimento. Aline (TJ), na sequência, aponta a dificuldade na garantia de retaguarda às denúncias. Ainda de acordo com ela, falamos muito em rede de proteção, mas ainda é preciso explicar às pessoas o que é uma rede e como cada um pode fazer parte dela (qualificar o tema Rede de Proteção). Além disso, reforça que a campanha deve vir acompanhada de uma estratégia muito clara de mobilização. Michele sugere trazermos adolescentes para auxiliar na construção e produção de materiais. Sugere igualmente a utilização de materiais mais criativos. Nádia, da SESA, lembra que a ação de campanha deve estar associada a outras previstas no Plano, com destaque ao fortalecimento das Comissões Regionais de Enfrentamento às Violências contra Crianças e Adolescentes, também destacado pelo Emerson, que também sugere o tema Rede de Proteção podendo explorar as redes sociais e a participação e apropriação da população nas redes existentes além de aproveitar o material “Orientações para Implementação de Redes”, revendo-o, para orientação aos profissionais. Como encaminhamento, com a intenção da apresentação de uma proposta unificada da Comissão, ficou definido que a campanha teria como mote/ tema principal a Rede de Proteção, entendida também como Rede de Cuidados, com o esclarecimento sobre o que é, e como cada um pode fazer parte e assumir sua responsabilidade na rede de proteção. A campanha deve buscar esclarecer o papel de cada cidadão e de cada órgão nessa Rede. O objetivo será apresentar a ideia do envolvimento de todos na proteção das crianças e adolescentes. O público-alvo será por um lado, os profissionais da rede de serviços (CREAS/CRAS, Conselhos Tutelares, Saúde, Educação, etc.) e, por outro, as famílias, crianças e adolescentes. Os materiais de mídia seriam cartazes, uma cartilha para profissionais da rede, e campanha de televisão e rádio voltada às famílias, crianças e adolescentes. Por fim, foi criado um grupo de trabalho para construir roteiro detalhado, o conteúdo da campanha, considerando o tema Rede de Proteção. Compõem o grupo: Margareth (TJ), Aline (TJ), Darli (SETU), Douglas (Ciranda), Lizely (TV Futura), Mara (SEDS) e Juliana (SEDS).