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ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 04/09/11
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ
Diante de mais uma campanha, Missões
Nacionais agradece aos batistas brasileiros
por tudo o que têm realizado na obra
missionária nacional e comunica desafios
para o próximo exercício, como é o caso do
Projeto Amazônia.
Um projeto desafiador, se levarmos em
conta a imponência da região, a diversidade
1
Ano CXI
Edição 36
Domingo, 04.09.2011
R$ 3,20
de povos étnicos e demais questões
socioculturais que envolvem a Amazônia
Legal. Se queremos impactar nossa nação
com nossas vidas, não podemos fechar os
olhos para a região que ocupa cerca de 59%
de nosso território. Faça de sua vida, impacto
também para os ribeirinhos, indígenas e
população das agrovilas. (Páginas 8 e 9)
2
o jornal batista – domingo, 04/09/11
reflexão
EDITORIAL
O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista
Brasileira. Semanário Confessional,
doutrinário, inspirativo e noticioso.
Fundado em 10.01.1901
INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
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DIRETORES HISTÓRICOS
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(1925 a 1940);
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José dos Reis Pereira
(1964 a 1988);
Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e
Salovi Bernardo (1995 a 2002)
INTERINOS HISTÓRICOS
Zacarias Taylor (1904);
A.L. Dunstan (1907);
Salomão Ginsburg (1913 a 1914);
L.T. Hites (1921 a 1922); e
A.B. Christie (1923).
ARTE: Oliverartelucas
IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
(21) 2223.8510
E
m geral, quando alguém utiliza a expressão “isso é o Brasil” o
sentido é claramente
pejorativo. Uma boa dose
de desalento e resignação
entram na receita de uma
avaliação francamente pessimista a respeito não só
dos costumes atuais do país,
mas do que se pode esperar
daqui para a frente. Em grande medida, o diagnóstico
é correto. Assim como há
pessoas que não dão certo
na vida, há também nações
que acabam fracassando,
quando tinham tudo para
ricas e prósperas. . Apesar
de ter sido colonizado por
degredados e prostitutas e
de ter sido sangrado historicamente pelos piores tipos
de selvagens predadores
de suas riquezas naturais,
o país ainda tem tudo para
dar certo.
Começa pelo fato de que
o brasileiro é um povo ordeiro e trabalhador. Se somos hoje a oitava ou sétima
economias do mundo, isso
se deve menos aos gestores
e aos planos econômicos do
que ao esforço sacrificial de
uma população que acredita
no trabalho honesto como
meio de alcançar um pa-
drão de vida estável e digno.
Embora nas altas cúpulas
dirigentes a corrupção seja
o bonde sem freio da gíria
do futebol, na generalidade
do povo a tônica é a honesta
adesão às leis e à moralidade públicas. É evidente que
existem políticos e empresários honrados e patriotas,
mas estes se vêem tentados a
jogar o sujo jogo da política
dos profissionais da corrupção, assim como o policial
honesto se vê pressionado
pelos colegas corruptos a
aceitar suborno afim de não
se tornar um corpo estranho
do submundo do corporativismo do mal.
Contudo, mais do que
em tudo o que foi dito, a
esperança para a nação se
concentra nos sete mil que
não dobraram seus joelhos
a Baal. Em nossa época, este
falso Deus dos antigos cananitas atende pelo nome de
ganância material, leniência
moral e covardia no enfrentamento das propostas de
uma geração que se dispõe
a combater tudo o que se
chama Deus. Não há muito
o que esperar de pastores,
igrejas e adeptos que trocaram a pregação e o testemunho do evangelho pelos
cofres abarrotados e pelos
templos repletos de pessoas
interessados não em serem
bênção, mas em receber a
própria – em geral pagando
caro por isso.
Igualmente, se um outro
militante do vale -tudo moral que se instalou o país
se converte, é difícil crer
que conversões em massa
ocorram nesse campo. No
chamado universo gay, por
exemplo, o fator econômico
leva o comércio e a mídia a
exaltaram esse tipo de conduta simplesmente porque
a rentabilidade é garantida.
Cabe ao povo de Deus se
preparar para combater o
mal não só com as armas da
oração e da pregação, mas
da cidadania que não abre
mão de seus direitos, apesar
das chantagens e ameaças.
No caso, a constituição brasileira garante a liberdade e
expressão tanto aos defensores do homossexualismo
quanto aos que consideram
essa prática uma abominação contra Deus e uma mal
para a sociedade.
O Brasil tem jeito, mas
apenas se o povo de Deus se
dispuser a assumir o ônus de
uma vivência cristã que não
abdica dos princípios, valo-
res e bases da fé que uma
vez foi legada aos santos,
ainda que sob perseguição
e violência. Ser sal da terra
e luz do mundo é a sublime
vocação dos santos, mas
nem sempre essa ação ocorre em condições favoráveis.
Há quem prefira comida
insossa simplesmente pela
certeza de que nada do que
é de Deus deva fazer parte
de seu tempero, assim como
há quem atire pedras nas
lâmpadas porque prefere
viver na escuridão.
Felizmente, e por isso
também o Brasil tem tudo
para dar certo – há muitos
que esperam a manifestação
dos filhos de Deus a fim de
que suas vidas tenham sabor
e rumo. Nesses 189 anos
da independência do pais,
é tempo de o povo de Deus
perceber que “ser cabeça e
não cauda”, longe de dever
ser um projeto individualista de quem carrega consigo
tendências inconscientes ao
mandonismo, é a missão de
um remanescente espiritual
que está disposto a assumir
na íntegra a vida cristã para
cumprir o mandamento profético de ser luz das nações –
em especial da nação a que
todos amamos tanto.
o jornal batista – domingo, 04/09/11
reflexão
3
bilhete de sorocaba
Julio Oliveira Sanches
A
ssumir, manter e
respeitar compromisso, a cada dia
que passa, está se
tornando algo raro. A sociedade individualista gerou
pessoas sem compromisso.
Não assumem, não gostam
e não cumprem os compromissos propostos. Ninguém
é responsável por coisa alguma, embora todos cobrem
responsabilidade de todos. O
resultado se revela desastroso
em todas as áreas da vida,
gerando infelicidade generalizada.
A família é a vítima fatal da
falta decompromisso. O pai
não aparece na hora em que
o bebê é jogado no latão de
lixo. A mãe, por sua vez, por
não ter certeza de quem é o
verdadeiro pai, não se compromete a apontá-lo. Sobra
para o Estado, que sem compromisso e mal aparelhado,
tenta encontrar alguém que
adote o abandonado. O casamento não serve mais como
garantia de que o “até que a
morte nos separe” funcione.
Vale a união estável, isto é: estável até que os meus interesses não sejam confrontados.
Os contratos, embora firmados em cartórios, com o devido e caríssimo reconhecimento de firmas, não garante o
objeto do pacto em si. Razão
porque se apõe ao final do
mesmo a frase:“As partes elegem o foro da cidade tal para
dirimir dúvidas ou pendências”. As partes contratadas
sabem por antecedência que
uma delas pode não cumprir
o que se pactuou.
Na política, os partidos e
os políticos não cumprem
o contratado. Muda-se de
sigla mediante os interesses
pessoais. Há pouco, um dos
partidos que dava base à governabilidade rompeu com o
pactuado só porque os interesses pessoais de alguns não
foram comtemplados e alguns cargos foram perdidos.
Pouco importa os interesses e
o bem-estar do povo que elegeu tais políticos. O que foi
prometido em discursos de
campanha nada vale. Não há
compromisso com a verdade.
Na medicina, o jovem médico se compromete a cumprir
o juramento de Hipócrates.
Mas depois o doente morre na
porta do hospital por não ter
convênio. Afinal Hipócrates,
viveu antes de Cristo.
Na teologia e doutrina não
é diferente. O pastor assume
a igreja como batista. Assina
ata de posse e, em alguns
casos, um compromisso de
fidelidade doutrinária e cooperativa com a denominação.
Uma vez empossado, apossa–se da igreja e do rebanho
e começa a fazer modificações. Corta a assinatura de
O Jornal Batista. Diminui o
percentual ou quase sempre
deixa de contribuir com o
Plano Cooperativo da denominação. Elimina as ofertas
missionárias. Tudo isso feito
sob a necessidade ou alegação de economizar o dinheiro
da igreja. É claro que no bojo
vem a proposta de melhoria
dos salários do pastor e seus
auxiliares que “apascentam”
o rebanho. Quando questionado, argumenta que a
maquina da denominação é
emperrada que os gastos são
exorbitantes e que assim não
compensa cooperar. Embora
tenha recebido da denominação o preparo, joga tudo no
limbo da não participação.
Algumas ovelhas mais esclare-
cidas deixam de dizimar. Outras buscam outros apriscos e
não faltam as que passam a
viver sem compromisso. Um
pecado sempre gera outros
pecados.
Recente pesquisa publicada pelo jornal Folha de São
Paulo( 15/8/11), revelou que
“cresce o número de evangélicos sem ligações com
igrejas”. Pessoas que vão à
missa no domingo de manhã
e durante a semana frequentam outras igrejas diferentes.
Tudo sem compromisso doutrinário. A justificativa é o
sentir-se bem em cada lugar,
sem se comprometer com a
doutrina exposta. Doutrina
não importa. Importante é
estar bem. A pesquisa não
entrou no mundo das mega-igrejas com seus milhares
de membros, mas que na
verdade só a décima parte é
fiel. Os pastores se ufanam
de ter no rol mais de cinco
mil nomes. Não conhecem
nem quinhentos, e destes
um pequeno grupo sustenta o
“ministério”. Alguns mantém
o nome batista, mas de batista nada possuem. Não há
compromisso. Vale o show
MAIS QUE UMA BÍBLIA DE ESTUDO, É UM MANUAL DE
VIDA, RICA EM INFORMAÇÕES DOUTRINÁRIAS.
ou a celebração. Celebra-se
o culto ao individuo e ao ego
do líder. Alguns freqüentadores comparecem porque
gostam “do pastor que fala
uma língua meio doida”,
testemunha uma das entrevistadas. Salvação, perdão dos
pecados, arrependimento,
santificação, vida de testemunho não contam do cardápio
espiritual de tais pessoas Inexiste compromisso com as
verdades ensinadas por Jesus.
O Diabo é sagaz. Antes
perseguia os salvos. Não deu
resultado. Agora o inimigo
ajunta tudo no mesmo caldeirão de heresias e futilidades e
faz o seu ensopado religioso.
Quão diferente é a proposta de Jesus para os verdadeiros cristãos. “Se alguém
quer vir a mim, negue-se
a si mesmo, e tome cada
dia a sua cruz, e siga-me”
(Lc 9.23). Evangélicos ou
cristãos descompromissados são aberrações. Cristianismo sem cruz, sem compromisso, sem fidelidade
absoluta, significa caminho
certo para a perdição eterna.
Jesus exige compromisso.
www.pastorjuliosanches.org
www.geograficaeditora.com.br
A Bíblia de Estudo do Discípulo possui uma forte ênfase
sobre o estudo das doutrinas bíblicas e o desenvolvimento
de cada uma delas ao longo da história.
Única - esta é, sem dúvida, uma das palavras mais
apropriada para definir a Bíblia de estudo do discípulo. Sua
ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e a estruturação
de cada uma delas ao longo da história torna esta obra um
extraordinário recurso no processo de discipulado, seja
qual for o estágio de desenvolvimento do cristão.
4
vida em família
o jornal batista – domingo, 04/09/11
reflexão
A pedagogia
do sofrimento
Gilson e Elizabete Bifano
uem ainda não
passou pelo sofrimento? Por causa
do pecado, todos
estão sujeitos a ele. O poeta
Francisco Otaviano apresenta
a seguinte poesia sobre o sofrimento:
“Quem passou pela vida em
branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da
desgraça,
Quem passou pela vida e
não sofreu,
Foi espectro de homem –
não foi homem,
Só passou pela vida – não
viveu.”
O sofrimento é causado pelo
mal metafísico, físico e moral.
Perguntas são levantadas: “De
onde vem o sofrimento?”,
“Por que o sofrimento?”, “Para
quê?”. Alguns chegam a achar
que este mundo é um hospital
ou um hospício.
O sofrimento, porém, é uma
bênção quando o homem o
entende como permitido por
Deus para ensiná-lo maravilhosas lições.Devemos aprender que o sofrimento valoriza a
vida do homem. Citamos aqui
três casos: o de Beethoven,
que, sob o estigma da surdez,
compôs a sinfonia da alegria;
o de Helena Keller que, cega,
surda e muda, venceu tudo,
sabendo tirar das trevas maravilhosos jorros de luz; e o de
Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, que, afetado pela
doença, seus instrumentos de
trabalho eram amarrados aos
seus pulsos, dando-lhe condi-
ções de produzir obras que o
imortalizaram em Ouro Preto,
Mariana, São João Del Rey e
Congonhas do Campo, em
Monas Gerais.
O sofrimento é, em última
análise, uma oportunidade
que Deus nos dá para que ele
aja em nossa vida. É um instrumento que faz soar a música
suave da paciência.;E uma escola, onde aprendemos o ABC
da humildade. É a matemática
dos valores espirituais, a geografia do amor de Deus, a história do aperfeiçoamento santo, a estatística das múltiplas
bênçãos, o crisol que prova e
purifica nossa fé e nosso amor.
É o caminho pelo qual devemos percorrer os quilômetros
de nossa existência para sentir
o poder de Deus. É o tempo
de Deus melhor entendido
por nós, porque melhor o
conhecemos. É a página mais
bem escrita de nossa vida pelo
excelente autor que nos quer
fazer parecer com seu Filho,
que experimentou os maiores
sofrimentos do mundo — o sofrimento da cruz do Calvário.
O escritor Goubourn escreveu esta bela poesia:
“Esta folha? Esta pedra? É teu
coração.
Ele deve ser esmagado pela
dor e pela aflição.
Deve ser purificado pela arte
do sofrimento
Antes de produzir uma fragrância doce,
Antes de brilhar como a
pedra preciosa,
Para, então, ser colocado
diante de teus
Pés, querido Senhor!”.
Como está você, caro leitor,
diante do sofrimento? Vencendo-o e tirando dele partido para
bênçãos, ou deixando que ele
o desanime e o derrote?
justiça encontra um homem
pecador, desobediente, cujo
coração é perverso, mau em
extremo. Este é o testemunho
de Jeremias (17.9-10). Ele ensina que o coração do homem
é enganoso, desesperadamente corrupto. O homem não
merece outra coisa senão a
condenação eterna, o inferno.
Mas Deus envia Jesus como
a única solução, a única esperança para o homem perdido.
Jesus é o único caminho para
a reconciliação com o Pai (2
Co 5.18-20). Ele é também a
verdade que liberta e a vida
abundante, significativa, eterna para todo o que crê no
seu sacrifício na cruz, no seu
sangue derramado. Cabe ao
homem responder à mani-
festação do amor de Deus
por meio de Cristo, da sua
obra suficiente na cruz e na
ressurreição. Em nenhum
outro há salvação. Somente
em Cristo. O evangelho de
Cristo é o poder de Deus
para a salvação de todo o
que crê (Rm 1.16). O conteúdo do evangelho, portanto,
se constitui em duas ações
de Deus e duas respostas
do homem. Este evangelho
precioso considera o amor de
Deus, o pecado do homem, a
obra de Cristo e a resposta do
homem em receber ou não
a salvação. Somente pela fé
em Cristo o homem pode ser
redimido perfeitamente. Aqui
está o conteúdo do genuíno
evangelho.
Ebenézer Soares Ferreira
Diretor-Geral do
Seminário Teológico Batista
de Niterói
P
Q
arece que foi ontem. O ano era
1983, final do mês
de janeiro. Eu era
secretário-geral da JUBERJ
(Juventude Batista do Estado do Rio de Janeiro).
Estava com meus 23 anos.
Ela estava voltando do Projeto Missionário (PROMIS)
que a JUBERJ realizava todos os anos, no mês de
janeiro. Ela havia ficado
uns 15 dias em Rio das
Flores semeando as boas
novas do evangelho. Naquele mês estava de férias
e o PROMIS foi liderado
pelo pastor Josué Ebenezer, nosso amigo até hoje.
No dia da reapresentação das equipes, lá estava ela. Dentre muitas jovens, meus olhos se voltaram somente para ela.
Na semana seguinte, eu
tinha dois motivos para
representar a JUBERJ na
assembléia da Associação
Belfordroxense, na baixada fluminense, mas a
principal seria tentar vê-la novamente. Lá estava ela com seu pai, Daniel, hoje já falecido.
Como tinha seus dados
em nosso escritório, não
hesitei em mandar-lhe um
cartão. Contei com o apoio
de sua amigaJerusa Soares,
irmã de Josué Ebenezer.
Dois meses depois de cer-
ta corte, começamos a
namorar. Isto foi no dia
6 de abril, no restaurante Bella Nona, na Tijuca.
Naquele tempo não ha via celular, nem e-mails,
MSN, essas coisas. Para
falar com ela, no IBER,
não era nada fácil.
No dia 1° de janeiro de
1985 ficamos noivos. Cinco meses depois, em 25
de maio, nos casamos no
templo da Primeira Igreja
Batista de Niterói. A lua-de-mel foi em João Pessoa, no
Hotel Tambaú, presente de
nosso amigo Sergio Lomba, recentemente falecido.
Em 1987, no dia 25 de
março, Deus nos deu a
primeira filha, a nossa querida Susanne, hoje casada com o pastor Elthom
Sá. Dois anos depois,
em 1989, em 24 de novembro, nasceu nossa segunda princesa, Alana.
E maio deste ano completamos 26 anos de casamento.
No dia 18 de agosto, minha
esposa Bete completou 50
anos. Ela continua linda.
Comemorou seu aniversário de uma forma especial,
onde todos os convidados
foram desafiados a voltarem ao tempo de criança.
Aí tem um pouco de sua
formação profissional, já
que é psicóloga. Eu me vesti de Chaves, o protagonis-
ta do besteirol mexicano.
Bete, como eu a chamo,
embora sempre ‘brigue’ comigo para lhe dar um apelido mais romântico, é uma
mulher temente a Deus,
parceira fiel, companheira
em vários momentos que
passamos juntos. Momentos tristes e alegres. Esposa
cúmplice de um sonho,
que é o Ministério OIKOS.
Mulher de fé. Lembro-me
que numa tarde, andando
juntos na Praia de Jenipabu (RN), antes mesmo de
começar este trabalho, proferiu palavras de esperança,
fé e até mesmo proféticas.
Excelente escritora, poetisa,
pensadora e preletora. Muitos gostam mais dos seus artigos do que dos meus. Seus
artigos são mais doces, enquanto os meus são, vamos
assim dizer, mais ‘pesados’.
Oro a Deus para que dê à
minha esposa muitos anos
com saúde para continuar
sendo bênção na minha
vida, na vida de nossas filhas, genros, família e para
o Reino de Deus.
Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Pastor, colaborador de OJB
ges queriam o ‘evangelho da
circuncisão’, mas Paulo lhes
prega e ensina o evangelho da
redenção. Aqueles queriam
um evangelho meramente
exterior, de aparência, mas
Paulo vivia, pregava e ensinava o evangelho da troca
do coração, pois a verdadeira
circuncisão é a do coração.
O genuíno evangelho traz
no seu bojo quatro pontos
fundamentais. O primeiro é
o amor de Deus que está em
Cristo Jesus, o Senhor (Jo 3.16;
Rm 5.8; Is 49.15). O segundo,
a condição pecaminosa, perdida do homem sem Cristo
(Rm 3.23; 6.23; Sl 51.5). O
terceiro, Jesus Cristo como
único caminho, única verdade
e vida (Jo 14.6; 1 Tm 2.5). O
quarto, o compromisso do
homem de receber a Cristo
como único Salvador e Senhor (Jo 1.12). Esta recepção
vem pelo arrependimento,
pela fé e pela obediência.
O amor de Deus é revelado
trazendo a sua santidade, a
sua justiça. O Deus do evangelho é um Deus que ama,
que é perfeitamente santo,
justo, severo e misericordioso. O Senhor sempre nos
amou primeiro. A iniciativa
em nos atrair a Cristo foi dele.
O amor, a santidade e a justiça de Deus sempre apontam
para Cristo Jesus. O seu amor
é muito maior que o amor de
mãe. Esta é a revelação do
profeta Isaías. Mas este amor
manifestado em santidade e
N
este tempo de
evangelho diluído,
de ‘outro’ evangelho e de uma sociedade religiosa permissiva,
precisamos apresentar o genuíno evangelho, o evangelho de Jesus, o evangelho
bíblico, o evangelho da graça.
Paulo estava admirado com a
atitude dos gálatas em aceitar
um evangelho do mérito, legalista, comprometido com a
tradição judaica, meramente
humana (Gl 1 ). O apóstolo ensina aos gálatas que o
genuíno evangelho não precisa de complemento, pois
Cristo é suficiente. Os here-
—•—
“Não, não podemos viver
o cristianismo dos outros,
pois não há um justo sequer.
Temos de viver o cristianismo do próprio Cristo. Este
sim, é verdadeiro e fiel.”
Elizabete Bifano
o jornal batista – domingo, 04/09/11
reflexão
PARÁBOLAS VIVAS
5
João Falcão Sobrinho
M
adalena era
uma costureira
em começo de
carreira, recém
convertida a Jesus. Não poderia ser considerada uma
modista, mas procurava fazer o melhor que podia.
Nunca tinha costurado um
vestido de noiva ou de madrinha, mas não perdia oportunidade para ler revistas
especializadas e fazer novos
experimentos na arte que
escolheu como profissão.
Ela começou a costurar apenas para ajudar a aumentar
a renda familiar, mas com
o tempo foi descobrindo
outros incentivos para o seu
trabalho. Certa vez, apareceu uma senhora que ela
não conhecia trazendo um
tecido caro e um modelo
difícil de executar. A modista a quem ela sempre
recorria, explicou a senhora,
tinha viajado e ela precisava
daquele vestido com certa
urgência. Madalena deixou
a freguesa na sala e foi até
o seu quarto. Ajoelhou-se
e orou, indagando de Deus
se deveria ou não aceitar o
trabalho. Obviamente, ela
não queria falhar no corte, estragar o pano ou decepcionar a cliente. Sentiu
no coração uma paz muito
profunda, que tomou como
uma resposta positiva do
Senhor. Aceitou o desafio.
Tomou as medidas da freguesa, abriu o pano sobre a
bancada, examinou bem o
tecido e já marcou data para
a primeira prova. Assim que
a freguesa se retirou, voltou
ao seu quarto, ajoelhou-se
novamente e em vez de se
lamentar por ter aceitado a
encomenda, orou: “Senhor,
nunca fiz uma roupa como
essa, não sei nem por onde
começar, mas te peço que
me ajudes, que ilumines a
minha mente para que eu
possa fazer esse trabalho
para a tua glória, por Jesus,
amém”.
Voltando à sua bancada,
estendeu algumas folhas de
papel sobre o pano e com
a fita métrica foi marcando
as medidas com giz, usando as réguas especiais para
aquele feitio, conforme as
indicações do modelo. Fixou o papel com alfinetes,
pegou a tesoura e começou
a cortar. Na data da primeira
prova, o modelo ainda no
alinhavo, acertou os pontos
necessários e nos dias seguintes terminou o vestido.
Na segunda prova, a freguesa não pode esconder seu
espanto. O trabalho estava
perfeito. Ela não se conteve
e perguntou: “Como você
conseguiu isso, mesmo não
sendo modista?”. Madalena
respondeu com simplicidade: “Eu pedi a ajuda de Deus
e ele ouviu minha oração”.
Para surpresa da costureira,
a freguesa começou a chorar
e em lágrimas pediu: “Faça
uma prece a Deus por mim;
eu estou sofrendo uma dor
muito grande, a dor de uma
suspeita em relação ao meu
marido”. Madalena respondeu: “Confie em Deus, abra
seu coração para o seu marido e Deus vai ajudá-la”.
Na semana seguinte, ao vir
apanhar a encomenda, a freguesa estava com outro semblante. Seu problema com o
esposo estava resolvido, o
que antes lhe parecia cada
vez mais difícil. Abriu-se,
assim, a oportunidade para
Madalena levar sua freguesa
a ter uma experiência com
Cristo. Deus ouviu sua oração em relação ao vestido e
à glória para Deus. Com o
êxito desse trabalho, outras
clientes apareceram e logo
Madalena estava com várias
encomendas agendadas. Ela
percebeu que cada freguesa
tinha seus problemas e começou a desenvolver com
elas um ninistério de oração
e testemunho do evangelho,
sempre procurando aperfeiçoar o seu trabalho. Ela
orava para que as moças e
senhoras para as quais costurava sentissem alegria ao
usarem as roupas que ela fazia. Sua máquina de costura
se tornou um altar, antes de
ser apenas um instrumento
de trabalho. Seu atelié se
transformou em um templo
e muitas pessoas ali foram
abençoadas. Madalena entendeu o que muitos cristãos
antigos nunca perceberam:
Todos os crentes são ministros de Deus e devem servir
ao Senhor com seu trabalho profissional. Deus não
chama somente pastores e
missionários. Deus quer que
todos os salvos, sejam quais
forem seus ofícios profissionais, sejam ministros do
evangelho, servos da paz e
da esperança. O que aconteceria se todos os profissinais
cristãos brasileiros fizessem
da sua profissão um ministério do evangelho? Seria,
sem dúvida, uma revolução
na evangelização do Brasil.
6
o jornal batista – domingo, 04/09/11
reflexão
Grande Congresso Batista Leto
em Nova Odessa
Os presidentes Pr. Benjamim e Zina Keidann e o Preletor Pr. Sprogis
Pela Associação Batista Leta
do Brasil,
Pr. Benjamim William
Keidann – Presidente.
F
oi, sem dúvida alguma, um grande congresso. Grande pelo
número de participantes, grande pela intensa
programação e grande pela
qualidade das mensagens e
músicas apresentadas. A Primeira Igreja Batista de Nova
Odessa, SP, preparou com
muita dedicação e carinho
as dependências da “Fazenda
Velha” para receber o encontro dos Batistas Letos de 7 a
10 de Julho de 2011. Assim,
os representantes de igrejas
e grupos letos de diversos
Estados do Brasil, Bolívia,
Estados Unidos, Canadá e
Letônia aproveitaram bem
aqueles belos dias de abençoadas reuniões e agradáveis
momentos de confraternização.
O 62º. Congresso da Associação Batista Leta do Brasil
recebeu o impacto das objetivas e bíblicas mensagens do
pastor Peteris Sprogis, Bispo
da União das Igrejas Batistas
da Letônia, sob o tema geral
“Testemunhas de Jesus no poder do Espírito Santo”(At 1.8).
Pastor Sprogis, atualmente
exercendo mais um mandato
de quatro anos como Bispo
dos Batistas na Letônia, tem
sido usado nas mãos de Deus
para um esforço de implantar
novas igrejas e formar novos
líderes nos países bálticos.
Ele foi o nosso preletor tanto
na programação do congresso, como no culto em leto, na
reunião do Departamento Feminino e no culto missionário do Departamento Jovem.
A programação musical
durante todo o congresso,
como já é tradicional entre
os letos, ofereceu momentos
de muita inspiração e enlevo
espiritual. O Coro Reunido
“Gunnars Tiss” cantou no
culto em eto, na abertura do
congresso e no domingo pela
manhã. A Orquestra Reunida tocou e acompanhou os
hinos congregacionais na
noite de sábado. A Orquestra Sinfônica Municipal de
Nova Odessa nos brindou
com uma audição no pátio
do templo domingo à tarde.
E o Coro Jovem cantou no
culto missionário de encerramento. Belas apresentações
de solistas e conjuntos instrumentais tambem abrilhantaram os programas.
Os cultos realizados no
templo, sempre lotado, foram
transmitidos pelo telão para
as muitas pessoas que ficaram no quiosque construído
no pátio, para as equipes de
trabalho na cozinha e demais
dependências. Algumas das
reuniões foram transmitidas
ao vivo pela Internet.
As informações dos campos
missionários auxiliados pela
ABLB foram apresentadas
em vídeos mostrando as atividades dos trabalhos pelo
Brasil, em Bom Retiro(SC),
Ribeirinhos(PA e AM) Rincon
del Tigre na Bolívia, e ainda
as famílias missionárias no
Paraguai, Chile, África e na
Letônia. Ofertas especiais
foram levantadas durante o
congresso e votamos aumentar os auxílios financeiros
para todos os campos neste
próximo período.
Durante as assembléias administrativas foram reeleitos
os presidentes da Associação, Pr. Benjamim William
Keidann, do Departamento
Feminino, irmã Zina Maria
Keidann, e do Departamento
Jovem, Pr. Verner Gilberto
Mucenek. Foram marcados
também o local e a data para
o próximo congresso: Igreja
Batista Brasileira, em Ijuí, Rio
Grande do Sul, de 5 a 8 de
Julho de 2012. Desde já as
caravanas se preparam para
Congressistas enviando saudações para Letônia
Coro Jovem saudando a Letônia.
rever ou conhecer aquela
região onde os imigrantes da
Letônia se estabeleceram no
Rio Grande do Sul e organizaram em 1895 a ainda em
atividade Igreja Batista Leta
da Linha 11.
No Salmo 783-4 encontramos palavras que motivam
o encontro dos Letos e seus
descendentes no Brasil:
“São coisas que ouvimos
e aprendemos, coisas que
os nossos antepassados nos
contaram. Não as esconderemos dos nossos filhos,
mas falaremos aos nossos
descendentes a respeito do
poder de Deus, o Senhor,
dos seus feitos poderosos e
das coisas maravilhosas que
ele fez.”
Durante todos esses anos
os batistas letos têm buscado
manter vivos sua rica história
de fé e dedicação, seu amor
pelos hinos e qualidade musical, despertar novos obreiros
e aumentar a visão da obra
missionária. Oramos sempre
e trabalhamos para que esses objetivos permaneçam.
Convocamos os batistas brasileiros para que conheçam
nossas atividades acessando
www.batistasletos.com e nos
acompanhando em oração
pois “a obra continua!”.
o jornal batista – domingo, 04/09/11
notícias do brasil batista
Mark Greenwood
Coordenador do
Departamento de Ação
Social - CBB
O
avanço da ciência
médica na área
de transplantes
e transfusão, nas
últimas décadas, tem proporcionado aos seres humanos
oportunidades de auxiliar na
recuperação de saúde dos
seus semelhantes de uma
maneira desconhecida em
qualquer outra época da história. No Brasil, o Governo
Federal encoraja cada cidadão a ser um doador tanto de
sangue, quanto de órgãos e
medula óssea, com exceção
de pessoas sujeitas a restrições por condição médica.
Sangue, medula óssea e certos orgãos são doados por
doadores vivos. Para doar,
basta encaminhar-se à unidade de saúde especializada
da sua cidade ou estado. [Os
sites indicados no quadro:
“Fatos importantes”, trazem
listas de todas as unidades no
Brasil.] A doação de órgãos
vitais depende da pessoa ter
comunicado aos seus familiares o desejo de ser doador no
evento da sua morte.
Apoio da Convenção
Batista Brasileira
De um modo geral, os
evangélicos apoiam este
movimento, pelo menos teoricamente. A Convenção
Batista Brasileira reafirmou
o seu apoio em janeiro deste
ano através da Câmara de
Ação Social, em Niterói, que
propôs uma campanha em
2011 incentivando a doação
de órgãos e sangue entre os
membros das igrejas da Convenção.
Não obstante, é importante reconhecermos que este
avanço médico tem servido
como um desafio aos pensadores éticos cristãos, pois,
diante das dúvidas levantadas
por setores da igreja cristã,
nada falam as Escrituras em
termos diretos sobre estas
práticas, alheias à época bíblica. Para contemplar esta
questão é necessário considerar princípios bíblicos que
podem ser aplicados indiretamente ao assunto, para
podermos afirmar (ou não) a
legitimidade da prática entre
os servos de Deus.
Fundamento bíblico
As principais objeções levantadas do ponto de visto
espiritual são a necessidade
de preservar a integridade
do corpo (para a ressurreição), e o conceito de que a
transfusão de sangue fere o
princípio da santidade do
sangue evidenciado nas escrituras (At 15.20). A primeira
é facilmente rebatida pela
observação de que o nosso
corpo ressurreto não será
igual a este (1 Co 15.35 ss), e
que, uma vez posta no chão,
vermes comem a nossa carne
humana. Os ossos voltam ao
pó, do qual foram criados.
(Gn 3.19; Sl 104.29; Ec 3.20)
Tão forte é este argumento
que até as Testemunhas de
Jeová, oponentes ferozes da
transfusão sanguínea, praticam a doação de órgãos, uma
vez que tenha sido drenado
do órgão doado todo o sangue do doador.
A posição contrária à transfusão de sangue é baseada
em uma interpretação da
declaração do Concilio de
Jerusalém, em Atos 15, interpretação esta que estende
a abstenção de comer o sangue animal à uma proibição
da transferência de sangue
entre seres humanos. Porém,
este entendimento depende
de um argumento “do silêncio”, sendo que a diretriz
nada diz em relação a sangue humano, como também
não dizem as passagens paralelas no Antigo Testamento
(Gn 9.4, Lv 17.11-14). De
fato, não existe fundamento
bíblico a favor ou contra a
transfusão de sangue, por
uma razão simples: não exis-
7
Fatos importantes:
Doação de órgãos
(http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1004):
Para ser um doador, não é necessário fazer nenhum documento por escrito. Basta que
a sua família esteja ciente da sua vontade. Quando for constatada a morte encefálica do
paciente, uma ou mais partes do corpo poderão ajudar a salvar as vidas de outras pessoas.
Lembre-se que alguns órgãos podem ser doados em vida. São eles: parte do fígado, um
dos rins e parte da medula óssea.
Condições básicas para doar sangue:
(http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=27519&janela=1)
-Aspecto saudável e declaração de bem-estar geral;
-Idade entre 18 anos completos e 67 anos, 11 meses e 29 dias. Podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade de 16 e 17 anos, com o consentimento formal
do responsável legal. E, em caso de necessidades tecnicamente justificáveis, o candidato
cuja idade seja inferior a 16 anos ou superior a 68 anos somente poderá ser aceito após
análise pelo médico do serviço de hemoterapia.
-Peso mínimo de 50 kg. Candidatos com peso abaixo de 50 Kg podem ser aceitos
após avaliação médica e desde que respeitados critérios específicos estabelecimentos
na Portaria 1.353/11, que estabelece o novo Regulamento -Técnico de Procedimentos
Hemoterápicos.
-Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional;
Perguntas e Respostas sobre Transplante de Medula Óssea no site:
http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=125
DISQUE SAÚDE 0800 61 1997
tia este dilema ético na era
bíblica.
Isso nos remete a conceitos
bíblicos mais amplos para
resolvermos a questão. Três
princípios citados em artigos
relacionados ao assunto são:
a importância de cuidar da
saúde das pessoas, utilizando todos os seus meios para
ajudar (Mt 10.8); o fato de a
doação ser uma ato sacrificial
em favor do bem do outro;
e a doação como um ato de
amor ao próximo. Estes princípios têm formado o fundamento do apoio de igrejas de
quase todas as confissões à
doação de órgãos e sangue,
inclusive dos batistas. Por
outro lado, estes mesmos
princípios contrariam a venda de sangue ou órgãos, uma
prática infelizmente crescente, que normalmente é para
benefício próprio do doador,
não constituindo um ato de
doar de si a favor do outro.
Tomando posição
Sem dúvida, a doação de
sangue, medula e órgãos já
melhorou a qualidade de vida
de muitos. Em anos passados,
este jornal tem veiculado belos exemplos de pessoas beneficiadas por doações. Para
saber se você quer servir ao
próximo desta maneira, basta
examinar a sua consciência
diante do Senhor.
Para ler mais:
Meilaender, Bioética –
um guia para Cristãos, Vida
Nova
Fernandes J. G. 10 palavras-chaves em bioética,
Paulus
Artigos consultados:
– Howard, B. A., What
the Bible Says About Organ Transplants, http://
www.christianliferesources.com/?library/view.
php&articleid=417
– Fry, M., Jehovah’s Witnesses and Blood Transfusions. http://www.cmf.
org.uk/publications/content.
asp?context=article&id=461
– NHS, Christianity and
organ donation: A guide to
organ donation and Christian beliefs http://www.
organdonation.nhs.uk/ukt/
how_to_become_a_donor/religious_perspectives/leaflets/
christianity_and_organ_donation.jsp
– Pauls M. e Hutchinson
R. C., Bioethics for clinicians: 28. Protestant bioethics http://www.cmaj.ca/
content/166/3/339.full
– Watch Tower Bible and
Tract Society of Pennsylvania,
Quality Alternatives to Transfusion http://www.watchtower.org/e/hb/article_03.htm
8
o jornal batista – domingo, 04/09/11
missões nacionais
Por amor às crianças
D
ando continuidade às obras do novo Lar
Batista F. F. Soren em Luzimangues, TO,
neste exercício foi inaugurada a praça temática, construída por intermédio de voluntários, como o irmão Peter Dresen que idealizou
o projeto, executado por sua empresa Marcenaria
Exact do Rio de Janeiro, irmão José Renato, coordenador da continuidade das obras do Lar, e irmão
Helcias Brígido, por exemplo. Sem contar as ofertas
de milhares de parceiros que continuam investindo
na conclusão das obras.
Com a praça temática, crianças e adolescentes têm
espaço para a prática de exercícios físicos como, por
exemplo, futebol e vôlei. Uma escolinha de futebol,
para os meninos entre 8 e 14 anos, está em funcionamento por meio do projeto da Polícia Comunitária, e
irmãos da Segunda Igreja Batista de Palmas, dedicam
um sábado por mês, para a realização de atividades
esportivas com os residentes.
Várias oficinas estão acontecendo na área do artesanato e também da culinária, com a oficina de
bombons caseiros, que também será aberta à comunidade. A produção já trouxe benfeitorias ao Lar,
uma vez que o valor arrecadado em um bazar aberto
à comunidade foi aplicado na compra de humidificadores para o quarto das crianças e também para
aquisição de material para as oficinas de artesanato.
A proximidade com a capital do estado tem permitido maior participação da sociedade nas atividades
A união de muitos concretizou mais este sonho
do Lar, como, por exemplo, palestras efetuadas por
estudantes da Universidade Federal do Tocantins.
Além da praça temática, foi cavado o poço artesiano, realizado o arruamento e calçamento das ruas
internas. Uma estrutura construída por muitas vidas
que desejam impactar a nação, construindo um futuro melhor para nossas crianças.
Alargando as fronteiras do atendimento às crianças,
nossos missionários têm trabalhando com programas
de evangelização como o Crianças para Jesus, além
do Programa de Educação Pré Escolar e abençoado
os pequeninos com os valores cristãos, plantando a
semente do evangelho em seus corações.
Por outro lado, temos estimulado as igrejas, por
meio de congressos e treinamentos, a comprometerem-se com a evangelização de nossas crianças,
futuro de nossa nação, dando às mesmas a oportunidade de construir suas vidas alicerçadas na Palavra.
Desafio: Para o próximo exercício, o grande desafio no atendimento a crianças e adolescentes é a
realização de uma grande obra no Lar Batista David
Gomes, em Barreiras, BA, para a qual certamente
precisaremos do apoio dos Construtores do Futuro.
Veja mais: As crianças são uma das ênfases do
material de nossa campanha, e você encontrará
testemunhos daquelas que têm sido alcançadas por
estas ferramentas, vídeo sobre este trabalho, sua relevância e resultados. Seu investimento não tem sido
em vão. Confira!
Crianças participam da inauguração do novo espaço
Livres pelo sangue de Jesus
C
ertamente quem esteve na noite missionária da 91ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, em Niterói/RJ, se arrepiou ao
ouvir esta verdade declarada por cerca de
100 vozes. E não foi devido à afinação do grupo ou
do domínio da música, mas pela demonstração do
grande milagre de Deus na vida de cada um deles.
A Missão Batista Cristolândia tem resgatado centenas de vidas das ruas, da condição sub-humana em
que se encontravam e ajudado a não apenas vestir
vestes novas e brancas, mas a construir uma nova
história de vida. A sua mão os têm alcançado nas
sarjetas e os apoiado para que se reerguessem, se
preparassem e agora eles mesmos estão se abaixando para socorrer aqueles que ainda se encontram na
situação em que outrora estavam.
Um grave acidente sofrido por nossa missionária
coordenadora do projeto em São Paulo e por uma de
nossas Radicais Brasil colocou pela primeira vez uma
pequena luz do projeto nas telas da TV aberta. Portas
foram sendo abertas e até mesmo um programa da
Rede Vida entrevistou nosso missionário a respeito
do projeto. Recentemente, outro canal usou um dos
frutos do trabalho quase que como âncora de um
programa sobre os travestis, mostrando alguém que
resolveu fazer o caminho inverso. Alcançado pelo
evangelho transformador de Cristo, deixou a vida de
travesti, as drogas e se submete a cirurgias para retirada de silicone que começara a colocar em seu corpo
a partir dos 15 anos de idade. Hoje sonha casar e ter
filhos, pois compreendeu que Deus o “projetou para
ser um homem e não uma mulher”, garantindo ser
nova criatura, com vida plena em Jesus, para alegria
de sua mãe que orou por mais de 30 anos para que
seu filho fosse resgatado e restaurado.
Desafio: Novas Cristolândias e novas comunidades terapêuticas têm sido criadas para atender a demanda crescente que assola as grandes cidades, mas
também o interior de nossa Pátria. Contamos com
você para vencermos esta batalha contra as drogas.
Veja mais: O trabalho de resgate de dependentes químicos também é uma das ênfases de nossa
campanha e além do vídeo que aborda a questão
há também a biografia do coordenador nacional do
programa de recuperação de dependentes químicos
de Missões Nacionais e que também já lutou para
libertar-se das drogas e que ao longo dos anos têm
impactado vidas neste mesmo caminho.
Siga Missões Nacionais nas redes sociais
Por: Marize Gomes
Redação de Missões Nacionais
N
este mês quando encerramos nosso
calendário fiscal e quando iniciamos
nossa campanha anual, é inevitável
fazermos um breve inventário missionário, se assim podemos chamar.
Tempo de computar as bênçãos e agradecer uma
vez mais por cada uma delas. Tempo de corrigir
o prumo para seguir avançando rumo ao alvo de
conquistar a Pátria para Cristo, evangelizando
e discipulando cada pessoa em solo brasileiro.
Tempo de afiarmos nossas flechas para atingirmos,
certeiramente, nossos alvos do próximo exercício.
Tudo o que foi conquistado, foi obra das
mãos do Senhor da Obra, que tem usado sua
vida como instrumento que viabilizou tantas
o jornal batista – domingo, 04/09/11
missões nacionais
conquistas. Ele continua desejando contar com
você, usar sua vida para impactar nossa nação,
transformando-a pelo poder de Sua mensagem.
“Há ainda muita terra a possuir”, conforme
dizia L. M. Bratcher no início desta história
missionária em terras brasileiras e já dizia o
Senhor a Josué, depois deste ter vencido 31
reis. Esta mensagem ainda é real para cada um
de nós. Muito foi feito até aqui, mas há ainda
muito mais a ser feito a seguir.
Lancemos os olhos um pouco atrás, não para
vanglória, mas tão somente para tomarmos fôlego
para conquistarmos ainda mais vidas para o Senhor
Jesus, para impactar, transformar e reescrever a história de milhões de pessoas. Juntos, somos melhores. É tempo de avançar, por amor aos brasileiros
e de todos que aqui habitam. Na dependência do
Senhor dos exércitos somos mais que vencedores.
9
Projeto Amazônia
desafio de grandes proporções
P
ara uma região imponente
como a Amazônia Legal,
que ocupa cerca de 59%
do território nacional,
onde vivem, aproximadamente,
24 milhões de pessoas, segundo
dados do Censo 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Missões Nacionais
trabalha em um arrojado projeto
visando evangelizar e discipular
comunidades ribeirinhas, tribos
indígenas, assim como a população urbana e das agrovilas, além
de auxiliar no desenvolvimento
social da região.
Para tanto planeja a abertura de
cinco projetos de plantação de
igrejas e já está adquirindo uma
área para a construção do Centro
de Formação Missionária da Amazônia, onde formará liderança autóctone para a expansão da obra
na região. Outra ferramenta que
já vem sendo utilizada é o projeto
Radical Amazônia, onde missionários voluntários são treinados
e depois seguem para as comunidades ribeirinhas, adotando um
estilo de vida simples, transmitindo a mensagem do evangelho de
Cristo às comunidades. A meta é
enviar, anualmente, 20 radicais a
cada semestre para a região.
Entre os indígenas, os Tikunas
representam o grupo étnico mais
numeroso da região, onde temos
nosso missionário Pr. Eli Tikuna,
representando a terceira onda missionária entre indígenas, mas há
tribos isoladas, como seus vizinhos
do Vale do Javari, por exemplo.
Nesta área, Missões Nacionais
também tem como meta a construção do Centro de Formação
de Liderança Indígena para que
possam propagar a mensagem de
salvação ao seu próprio povo.
Desafio: Com certeza são desafios gigantescos, mas não temos
dúvidas de que são planos do
coração de Deus que deseja que
sua palavra seja anunciada a todas
as pessoas. Convocamos você
para seguir junto conosco rumo
à conquista também de nossa
Amazônia para Cristo. “Há ainda
muita terra a possuir”...
Veja mais: Também em nosso
DVD da campanha você poderá
ouvir um pouco mais sobre o
desafio indígena em nossa Pátria
e na revista do promotor há uma
reflexão sobre a evangelização
indígena.
Minha vida, impacto para a
nação! Que esta frase seja verdadeira em sua jornada e que juntos
possamos transformar nossa nação. Uma campanha abençoada
para você e sua igreja!
Ribeirinhos - um dos alvos de nossa ação missionária
Sobrevivência na selva - etapa do treinamento dos radicais
cartaz_Igreja Multiplicadora_2011_geral
quarta-feira, 17 de agosto de 2011 17:23:16
10
o jornal batista – domingo, 04/09/11
Kleber Gomes
Pastor da IB Ebenézer em
Campo Grande/MS
P
or uma questão estritamente particular
no ministério, não
pude participar por
completo do projeto Jesus
Transforma 2011. Vendo os
relatórios de tudo que aconteceu, por onde os missionários voluntários passaram,
percebo o quanto trabalhei
pouco nesse ano. Comparo
minha participação na Trans
2011 a uma gota no oceano,
diante de tudo aquilo que
realmente foi feito por gente
que, de fato, trabalhou e se
esforçou para que o projeto
fosse um sucesso.
Estou constrangido, diante
de tudo aquilo que os voluntários fizeram em todas as
localidades alcançadas pelas
Trans em 2011. No entanto,
mais do que constrangimento, tenho um agradecimento
todo especial a fazer a todos aqueles que, direta ou
indiretamente, esforçaram-se para que as Trans, neste
ano, alcançassem todos os
excelentes resultados que a
denominação passa a receber em forma de relatórios.
Vejo que cada batista brasileiro, assim como eu, tem
sua gratidão a externar:
Às igrejas, congregações
e frentes missionárias que
receberam os voluntários. Mais do que fotos ou
outras lembranças, o que os
voluntários levam para casa
é o carinho e a singeleza de
coração com que foram recebidos nas diversas localidades por onde passaram no
mês de julho. Já houve casos
na história das Trans em que
muitas igrejas, congregações e frentes missionárias
deram tudo o que tinham
para receber com qualidade
os missionários voluntários
que chegavam para ajudar
na evangelização. Agora há
pouco, antes de escrever
essas linhas, conversava com
um querido amigo da cidade
de Florianópolis. Ele estava
radiante com a equipe de
voluntários que esteve na
congregação da qual faz parte como membro. Pelo que
conheço daqueles irmãos
catarinenses, a equipe que
ali atuou jamais se esquecerá
da excelente recepção que
tiveram. Este sentimento
com certeza é uma realidade
em muitos cantos do nosso
Brasil batista. As marcas de
uma eterna lembrança não
somente foram embora com
os que partiram de volta para
seus locais de origem. Essas
marcas ficaram para sempre
também na lembrança dos
irmãos que receberam as
equipes em suas igrejas,
congregações e frentes missionárias.
Àqueles que auxiliaram
na doação de alimentos, no
transporte dos voluntários,
nas equipes de cozinha, de
recepção, de limpeza, na
hospedagem e nas demais
áreas de atuação. Nessa
parte, inúmeras equipes, e
para os mais diversos fins,
foram montadas para que os
voluntários que chegavam
fossem recebidos com muito
conforto e segurança. Essas
equipes que receberam os
voluntários foram compostas
por gente simples, leigos,
crentes novos, crentes mais
maduros, crianças, jovens e
adultos. Fosse nas bases ou
nos locais de atuação das
equipes, o que não faltou
foram irmãos sempre dispostos a ajudar e bem receber a
todos os que chegaram para
trabalhar.
Aos pastores e missionários que receberam as
equipes em suas igrejas,
congregações e frentes missionárias. Não há dúvida
de que cada líder local foi
muito agraciado com a presença e atuação dos missionários voluntários. Porém,
vejo que quem foi mesmo
agraciado foram os voluntários que viram e sentiram
de perto o amor dos nossos
pastores e missionários, que
notícias do brasil batista
não mediram esforços para
bem recepcionar e cuidar
de todos os que estiveram
sob os seus cuidados nesses
dias de Trans.
Aos que de forma muito
especial estiveram em oração pelo projeto.A maior
parte do sucesso e dos resultados das Trans teve ligação
direta com a oração que o
povo batista brasileiro fez no
mês em que os voluntários
estiveram nos campos. O
que a denominação acompanhar nos relatórios que
serão apresentados é fruto
do clamor que foi levantado
aos altos céus nesses dias
de Trans.
Às igrejas e congregações
que, mesmo sem terem recebido equipes de missionários voluntários, estiveram
à disposição do projeto, no
apoio espiritual, financeiro
e logístico. Muitas igrejas
e congregações não receberam nenhuma equipe de
voluntários para o trabalho
específico de evangelização
local, porém deram total
apoio às Trans. Sendo bases
ou mesmo contribuindo em
outras áreas, essas igrejas e
congregações se tornaram
imprescindíveis para a realização do projeto e a recepção dos voluntários. Entendo
que as mesmas há muito vivem na prática a verdade de
que “mais bem-aventurada
coisa é dar do que receber”.
Às convenções estaduais e
associações locais com seus
executivos, funcionários e
equipes de voluntários especialmente formadas para
esse fim. Como denominação, temos que parabenizar
os nossos líderes denominacionais, pois agiram com
muito esmero para que,
em todos os estados onde
aconteceram as Trans, uma
fantástica estrutura fosse
criada para que o projeto
ocorresse. Essa turma literalmente não dormiu em
serviço. Lembro-me, como
exemplo, de quando participei da Trans Porto Alegre
em 2004. Quando chegamos na capital gaúcha, eu
e mais três irmãos aqui de
Campo Grande, às três da
manhã, sem conhecer nada
da cidade, ligamos para o
pastor Paulo Cabral, um
dos coordenadores locais da
Trans naquele ano. Prontamente, o pastor Cabral foi
nos buscar onde estávamos
e nos levou para o local
onde as equipes estavam
sendo recebidas. Exemplos
como esse, com certeza,
não faltaram em todos os
estados nos quais as Trans
foram realizadas.
Aos representantes de
Missões Nacionais. Nossa
querida Junta de Missões Nacionais fez com que vários
representantes se desdobrassem para viajar, no intuito
de acompanharem e darem
palavras de apoio às várias
localidades onde o projeto
era realizado. Minha gratidão aos altos céus pela vida
do pastor Jeremias Nunes,
que no culto de comissionamento na base de Campo
Grande animou as equipes
para o trabalho que seria
iniciado. Que palavra dos
altos céus recebemos, pela
instrumentalidade do pastor
Jeremias!
Aos líderes das equipes
de voluntários que foram
formadas. Por todo o Brasil,
Deus separou e capacitou
homens e mulheres para que
estivessem liderando várias
equipes que eram sendo
formadas para o trabalho nas
mais diversas frentes. Nosso
louvor ao Senhor por esses
irmãos, pois todos sabemos
que não é nada fácil, de uma
hora para a outra, passar a
liderar pessoas de culturas,
cosmovisões e origens diferentes. Não posso deixar
de externar minha gratidão
ao meu líder, irmão Gérson
Cunha, o qual esteve sobre
a minha vida na equipe que
atuou no Jardim Noroeste,
aqui em Campo Grande.
E aos missionários voluntários, é claro. Àqueles que
estiveram na linha de frente,
nossa gratidão especial ao
Senhor, pela dedicação e
compromisso na obediência ao ide de Jesus. Sem
esse exército no “front”,
não teríamos chegado aos
resultados de muitas vidas
transformadas e resgatadas.
É uma alegria constatar que
dificilmente uma pessoa
que já tenha participado de
uma Trans deixe de participar de uma outra edição
futura do projeto. Uma irmã
me contou que a sua bisneta
nunca mais vai perder uma
Trans. Os dezessete dias
que essa adolescente dedicou ao campo missionário,
em julho, jamais serão esquecidos. Ambas, ovelhas
nossas aqui na IB Ebenézer.
Àqueles que vão continuar nos campos nos quais
trabalharam. Sem menosprezar os méritos dos demais voluntários, quero
aqui “tirar o meu chapéu”
para aqueles que somente
voltaram para os seus lugares a fim de buscar a sua
mudança ou a sua “mala
de verdade”. São aqueles
que entenderam que agora,
daqui em diante, os seus
campos de atuação e ministério serão os locais nos
quais ficaram durante o projeto. Terminadas as Trans,
iniciam-se novos ministérios
e novos capítulos na história
de muitas vidas que, em
julho, estiveram a serviço
de Missões no projeto Jesus
Transforma.
Considerações finais
A edição 2011 do projeto
Jesus Transforma teve o seu
fim. Ficaram na lembrança
os bons momentos vividos,
as lições aprendidas e uma
série de fotos para serem
guardadas e recordadas para
sempre. E, mais do que tudo,
fica para sempre a gratidão
ao Senhor por todos aqueles
que se colocaram à disposição para a realização das
Trans.
o jornal batista – domingo, 04/09/11
missões mundiais
Ailton de Faria – Redação
de Missões Mundiais
Festa em Moçambique:
mais 44 batismos
E
m visita ao campo missionário em
Moçambique, o Pr.
Mayrinkellison Peres Wanderley (Coordenador de Missões Mundiais
para a África) teve a satisfação de participar, no dia
3 de julho, do batismo de
44 pessoas às margens do
Rio Pungue, em Mutond d a , l ug a r e j o d a r egiã o
de Inhamatana, onde há
uma congregação organizada pela Igreja Batista
do Dondo. A cerimônia
foi dirigida por Jerônimo
Cessito, pastor desta igreja
e esposo da missionária de
Missões Mundiais Noêmia
Gabriel Cessito. Para a
realização dos batismos,
ele contou também com a
cooperação do Pr. Daniel
Soler (missionário dos batistas brasileiros na cidade
da Beira).
Em clima festivo, com
canções, orações e pregação da Palavra de Deus, os
batizandos confessavam,
em sua língua local, a soberania do Senhor Jesus
em suas vidas. Ao final,
todos se dirigiram ao templo da congregação, onde
num culto de celebração
louvaram a Deus e participaram da sua primeira Ceia
do Senhor.
Irmãos preparados para o batismo
Emoções como esta podem ser vividas por voluntários, com o privilégio de
ver o cumprimento da
Grande Comissão. Segundo o Pr. Mayrinkellison,
visitar o campo missionário é sempre um grande
Pr. Mayrinkellison realizando batismo
prazer e um momento de
profunda alegria. E foi
isso que ele experimentou
nessa viagem a Moçam-
11
bique, ao visitar todos
os obreiros de Missões
Mundiais que trabalham
naquele país.
“De tantas experiências
boas que vivi em Moçambique, naqueles dias, a
cerimônia dos batismos
foi a que mais me marcou.
E digo a todos que participam da obra missionária
mundial – como intercessor ou sustentador financeiro – que cada pessoa
que desceu às águas do
Rio Punge foi abençoada
por você! Tudo isso só é
possível através de sua
fidelidade, contribuição e
oração. Mesmo em meio
às perseguições e aos ataques do maligno, sua parceria na obra missionária
faz o nome de Jesus ser
glorificado em terras moçambicanas”, afirma o Pr.
Mayrinkellison Peres.
(1174.jpg) Pr. Daniel Soler realizando batismo
12
o jornal batista – domingo, 04/09/11
notícias do brasil batista
A Igreja Batista de Camapuã como parte da
História dos Batistas Sul-Mato-Grossenses
Pr. José Fernandes de Assis
A
Igreja Batista de
Camapuã, como é
chamada, refletindo
a tradição batista de
denominar a igreja pelo nome
da cidade ou bairro, prática já
um pouco abandonada, nos
nossos dias, é parte integrante
da Assibanorte. Não é uma
igreja que, do ponto de vista
humano, possa impressionar.
Se fôssemos olhar pelos critérios humanos de sucesso,
nem poderíamos estar aqui
escrevendo para o nosso órgão
noticioso, pois somos uma
igreja pequena ainda, apesar
da idade, pelas razões que mais
tarde descreveremos. Contudo,
como agência do reino de
Deus, ela tem cumprido o seu
papel na cidade, além do que,
diga-se de passagem, é uma
igreja que desfruta do respeito
da sociedade camapuanense. Temos poucas condições
de resumir a história da igreja,
tendo em vista que é uma das
igrejas mais antigas do estado
de Mato Grosso do Sul, com
uma história longa, a qual completará, em 14 de Setembro de
2011, 86 anos. Houve nesse
período muitos altos e baixos.
Segundo os mais antigos, o
seu primeiro templo, ainda
na zona rural da região, sofreu
incêndio, com a documentação
existente, na época, sendo toda
destruída pelo fogo. Portanto,
os nossos registros de atas são
do inicio do ano de 1960, não
havendo como se saber a história do período anterior.
Depois dos comentários
acima, vamos fazer algumas
considerações que julgamos
serem importantes. Fundação:
14 de setembro de 1925, pelo
missionário americano Walter
B. Sherwood. Diante do que é
possível saber, pela documentação existente, a igreja, de
1960 para cá, teve 21 pastores
e obreiros como líderes da mesma, inclusive interinos. Dentre
estes, o ministério mais longo
foi do pastor Benedito Francisco Manhães e sua esposa, irmã
Luciana Mancebo Manhães.
O pastor Manhães, como era
conhecido, pastoreou por dois
períodos distintos de dez anos
cada um, portanto, 20 anos de
pastoreio. Depois do pastor
Manhães, o pastor atual, José
Fernandes de Assis e sua esposa, professora Marileyde Perdomo de Assis, já se destacam
como os segundos em anos à
frente da igreja. O pastor José
Fernandes de Assis tomou posse em março de 2007, continuando até o presente momento
como o seu pastor, período
que já ultrapassa quatro anos.
Graças à visão dos pioneiros, a
igreja adquiriu imóveis importantes, sendo que a maior parte
já foi vendida, restando ainda
uma boa área central, onde
está localizado o templo e suas
dependências. Na educação,
não podemos deixar de mencionar que a Igreja Batista de
Camapuã foi a pioneira na cidade com o hoje denominado
ensino fundamental. Na época,
era o ensino de primeiro grau
denominado ginásio, com suas
quatro séries. Muitos empresários, funcionários, professores
e profissionais liberais, além de
outros, fizeram aquele curso,
inclusive o seu atual pastor.
A iIgreja Batista de Camapuã
participou e participa ativamente da vida de nossa Associação
e Convenção. Daqui saíram
pessoas que hoje são pastores
em nosso estado e pelo Brasil,
dentre esses, nomes conhecidos como o do pastor Oswaldo
Bonfim, que até hoje tem parentes em nossa cidade e igreja.
É importante deixar claro aqui
os motivos que, segundo entendemos, depois de quatro anos à
frente da igreja, foram as causas
das grandes dificuldades para o
ministério pastoral nesta igreja,
o que, a seguir, mencionamos:
1. Econômica e social: devido à
falta de empregos e escola para
os filhos que chegavam à fase
adulta, as pessoas que tinham
condições se mudavam daqui,
por não existir, na cidade, curso
de segundo grau e universitário. Como a base econômica
do município é a pecuária,
não proporcionava, como até
hoje não proporciona, empregos suficientes para a sua
população. Isso fazia com que
muitos membros da igreja tivessem que se mudar também.
2. Financeira: devido às razões
mencionadas no item anterior,
a igreja não tinha, e até hoje
não tem, condições para sustentar os seus obreiros, tendo
sido obrigada, muitas vezes,
a pedir socorro à convenção
estadual, o que era comum nos
ministérios anteriores a 2007.
Isso fazia com que houvesse
um rodízio de pastores, com
muita frequência. Alguns permaneceram apenas por alguns
meses à frente da igreja. A
partir de 2007, com a vinda
do atual pastor, esse problema
foi solucionado, uma vez que
o mesmo é aposentado, não
dependendo exclusivamente
da igreja para o seu sustento.
Segundo testemunho dos irmãos, isto foi resposta de suas
orações e nós cremos que foi.
Para finalizar, vamos falar
sobre os últimos anos, ou seja,
a partir da vinda do pastor José
Fernandes de Assis. Foram
muitas as bênçãos desse período, principalmente quanto ao
aspecto espiritual da igreja, mas
também ao material. A sociedade camapuanense é muito conservadora, considerando-se, a
propósito, a sua religiosidade.
A gente costuma dizer, em tom
de brincadeira, que membros
das famílias tradicionais de
nossa terra têm que sair daqui
para se converterem, devido às
I.B. Camapuã - 30 anos de ministério pastoral
pressões familiares. Dizemos
isso para ressaltar a dificuldade
para o evangelismo nesta terra.
Tanto é que existem poucas
igrejas evangélicas aqui. Como
dissemos, no início, a igreja
batista é respeitada mas não
cresceu com a cidade e, por
isso, tem pouca influência
sobre a mesma. Quando chegamos aqui em 2007, a igreja
já estava sem pastor há mais de
um ano. Contudo, a existência
de irmãos maduros na fé, com
sólida formação doutrinária,
fazia com que os trabalhos
continuassem sendo relizados com relativa normalidade.
Com todas as dificuldades de
penetração na sociedade local, o Senhor nos concedeu a
bênção de batizarmos cerca de
dezessete pessoas. Em todos os
anos, por ocasião do aniversário da igreja, temos realizado
batismos. No último aniversário da igreja, batizamos seis
novos membros, entre adultos
e adolescentes, e já temos outros batismos programados para
setembro. Isso pode parecer
muito pouco para as grandes
igrejas, mas para a nossa, com
aproximadamente quarenta
membros, é um grande feito.
Somente com a graça de Deus
pudemos ver isso acontecer.
No aspecto material, reformamos e ampliamos o templo e
dependências, com instalação
de ar condicionado, persianas,
colocação de porta de vidro
blindex fumê na entrada principal, nova aparelhagem de som
e multimídia com microcomputador. A cidade não possui
transporte coletivo regular e por
isso estamos planejando adquirir uma Kombi para transportar
os irmãos que não possuem
veículos e residem nos bairros,
bem como os visitantes.
Assim está a Igreja Batista de
Camapuã, se aparelhando para
o futuro. Esperamos em Deus
dias melhores. Temos mantido
uma reunião de oração matutina, em todas as primeiras
semanas do mês, das 6h às 7h.
Esse trabalho vai completar
quatro anos, em outubro. As senhoras também têm reunião de
oração, todas as quintas-feiras,
à tarde. Mantemos três programas radiofônicos semanais,
um numa FM comunitária,
que tem boa audiência, com
mais de três anos, e outros dois
numa emissora AM que atinge
todo o interior do município.
Por causa desses programas a
nossa igreja e o pastor têm se
tornado muito conhecidos na
região, sem falar que a nossa
Escola Dominical tem crescido
bastante, com uma frequência
que se aproxima do número
de membros da igreja. Para
aqueles que navegam na internet, eis o nosso site: www.
ibcamapua.com.br.
Com tudo isso, é de se espe-
Primeira Igreja Batista em Santa Rita
Há 50 Anos Anunciando que
Jesus Cristo é a Única Esperança – 2011 Ano do Jubileu
HISTÓRICO
O
trabalho batista
no bairro de Santa Rita teve início na década de
1950 na localidade conhecida como “desvio do Amaral”, uma pequena estação
ferroviária que servia para
escoar a produção de laranja
do município de Nova Iguaçu, que era na época uma
grande produtora de laranja,
na qual trabalhavam muitos
irmãos que vieram do norte
fluminense (Itaperuna, Itaocara, Campos, Italva,entre
ção Batista na residência do
irmão Pedro Coelho.
Com a decadência da produção de laranjas e o povoamento
do Bairro de Santa Rita (Engº
Rocha Freire), a congregação
mudou-se para a Rua Domingos
da Silva, vindo logo após a ser
organizada como Primeira Igreja Batista em Santa Rita, no dia 7
de setembro de 1961, com 29
membros fundadores, e tendo
como seu primeiro pastor (interino) Hélio de Souza e Silva.
Membros da igreja
Nesses 50 anos de existênoutras cidades). Esses irmãos sob a liderança do saudoso cia, a PIB em Santa Rita orgafiliaram-se à Primeira Igre- pastor Hélio Souza e Silva nizou três outras igrejas: Vila
ja Batista em Figueira, que organizou a então Congrega- Boa Vista, Corumbá e a Se-
gunda de Santa Rita Teve oito
pastores, dentre os quais Hélio
de Souza e Silva, Hilquias
Felipe da Silva, Aberaldo da
Costa Fróes e Abiner Coelho,
estando atualmente sob a liderança do pastor Edmar Ornelas
de Azevedo, que tomou posse
à frente do ministério pastoral
da igreja no dia 10 de julho de
2011. A igreja tem participado
dos esforços evangelísticos
das juntas missionárias e tem
se mantido fiel aos princípios
batistas, preservando sua identidade através da cooperação
participativa com os órgãos
denominacionais.
o jornal batista – domingo, 04/09/11
ponto de vista
13
OBITUÁRIO
Um Tributo a Deus pela vida de
Dorine Cobb Hawkins
Dra Maria Bernadete da Silva
Diretora Executiva do CIEM
(antigo IBER)
N
o livro que registra a história
do IBER , onde
Dra Dorine trabalhou por 30 anos, está
escrito que “falar sobre o
IBER é falar sobre Dorine
Hawkins”.De 1947 a 1967,
Dra Dorine administrou o
IBER com zelo e dedicação. Durante esse tempo,
ela expandiu a escola em
todos os seus segmentos:
número de estudantes, recursos financeiros, instalações físicas, fundos
educacionais, acervo bibliográfico, envolvimento
das igrejas, serviço social
e outros.
Seu legado para as missões brasileiras irá muito
além de seu tempo. As centenas de líderes nacionais
e estaduais, missionários
e educadores cristãos espalhados no Brasil e no
mundo estão dando continuidade ao trabalho da
Miss Dorine, como era carinhosamente chamada por
todos. Suas lições iam desde o cuidado pessoal até o
doar-se completamente ao
Senhor, tal como a divisa
que escolheu para a Escola
,em Gálatas 2.20: “Vivo,
não mais eu, mas Cristo
vive em mim.”.
Há muito o que dizer sobre a grande influência da
Dra Dorine na vida de seus
estudantes. Em 1967, quando ela estava deixando o
Brasil, um artigo em O Jornal
Batista afirmava que “o que
ela teve a oportunidade de
fazer está indelevelmente
marcado nas centenas de
IBERistas que receberam
a influência de suas aulas,
de seus conselhos, de suas
orações e de seu exemplo”.
Porém, seu trabalho foi
além do âmbito da Escola. Em 1974, o Estado da
Guanabara, reconhecendo
o valor do seu envolvimento
na sociedade onde Deus a
plantou, a honrou com o título de Cidadã do Estado da
Guanabara.
No dia 9 de agosto de
2011, a Miss Dorine foi honrada com a completa cidadania dos Céus.
Um louvor ao Senhor pela
sua vida!
Dorine Cobb Hawkins
O Rei chamou um de seus
Embaixadores para junto de Si.
Embaixador do Rei Giovanni de Macedo Lima
(1/3/99 a 23/8/11)
A
notícia que ecoa,
a dor que nos
machuca, a saudade que consome, são sentimentos que
não conseguimos detalhar.
É o adeus a um menino
que muito nos ensinou a
respeito de garra, amor,
superação e tantos outros
aprendizados. Quem pode
desfrutar ao lado dele,
mesmo que por poucos
momentos, pode levar
para toda uma vida alguém
espécial, o qual o nosso rei
nos “emprestou” e agora
no seu tempo perfeito o
levou para a glória eterna
junto dos seus. É isso que
nos consola, essa certeza
de que quando enfim vier
a noite lá também estaremos.
Em seus últimos momentos (que temos certeza não
eram de delírio), ele decla-
rava “inclinei o meu coração
a guardar os teus decretos
para sempre até ao fim”(Sl
119.112), o versículo da
nossa embaixada.
Nossa embaixada neste
momento gostaria de agradecer ao Daerg, e a todos
os irmãos, embaixadas e
igrejas que sustentaram o
Giovanni em oração. Graças a estas, cremos que
pudemos gozar um pouco
mais de sua companhia,
sem grandes sofrimentos.
Obrigado a todos por terem
feito essa luta de um ter se
tornado a luta de muitos.
A saudade fica, mas o consolo é saber que na glória
o irmão Giovanni está melhor, ao lado de Cristo, o
nosso Rei, e nós lá também
estaremos um dia.
Nossa gratidão a Deus e
muito grande, pois ele permitiu conhecermos o Gio-
vanni e com ele aprendermos muito.O nosso amor
para com o Pai só aumenta
com essa situação. Uma das
nossas grandes alegrias foi a
permissão do Senhor em que
o Giovanni participasse do
último acampamento gonçalense conosco.
Muito obrigado, Senhor,
por todos os momentos com
nosso grande embaixador,
irmão e amigo Giovanni.
Eles foram todos muito significativos.
Igreja Batista VII de Março.
Embaixada Pr. Francisco
Terceiro da Cunha
Uma vez embaixador?
Sempre Embaixador do Rei.
Uh há. assim ele gritava ao
termino de nossas reuniões.
até logo, Giovanni.
Conselheiros: CaetanoVinícius
Giovanni de Macedo Lima
14
o jornal batista – domingo, 04/09/11
EDNILSON CORREIA DE
ABREU
Pastor da PIB em João
Neiva (ES)
E
xiste um ensino que
tem se tornado cada
vez mais popular
no meio cristão em
igrejas de todos os matizes
doutrinários. É o ensino da
chamada “necessidade de
quebra dos laços de alma”.É
incrível como falsos ensinos
vão se misturando com o
verdadeiro ensino na igreja
a cada dia e cada vez mais.
É fato que existem pessoas
dentro de nossas igrejas,
às vezes membros antigos,
que sofrem porque ainda
não se libertaram de feridas
emocionais relacionadas
a experiências passadas,
muitas dessas vividas em relacionamentos sentimentais
e sexuais fora da vontade
de Deus.
É fato que lembranças mal
resolvidas de experiências
ruins ou de ligações negativas de relacionamentos
doentios e errados podem
produzir consequências no
hoje de cada um. Afinal,
podemos ferir outros e sermos feridos emocionalmente
também.
Entendendo que o ser humano é um ser integral não
divisível, ou seja, tudo o
que ocorre na dimensão
subjetiva do ser influencia a
dimensão física do mesmo
e vice-versa, nossos relacionamentos tem implicações
emocionais e espirituais.
Tudo isso é verdade, mesmo na vida de um salvo por
Cristo. Agora, a partir disso
começar a ensinar na igreja
que as pessoas que tiveram
relacionamentos sexuais ou
sentimentais com alguém
fora da vontade de Deus precisam passar por um rito ou
ato de oração especifica para
quebra de laços de alma no
mundo espiritual, para dessa forma poder se acharem
libertas dessa situação, é
coisa bem diferente.
Alguns defensores dessa
prática dizem também que
demônios são transferidos
por via da relação sexual,
gerando até pactos de sangue. Em resumo, afirmam
que a relação sexual indevida
produz um pacto ou aliança
e dessa forma um laço de
alma é feito. Afirmam também os crentes nessa prática
que, ao nos relacionarmos
fisicamente ou sentimentalmente com alguém, ficamos
de certo modo presos espiritualmente a esta pessoa pelos
laços de alma que acabaram
sendo feitos por meio dessa
relação, daí a necessidade de
quebra destes laços de alma.
Existem até mesmo orações
especificas especialmente
para isso. Pergunto: onde está
tudo isso ensinado implícita
ou explicitamente na Bíblia?
Creio que muitos dos que
se envolvem com este tipo
de ensino são pessoas que
estão tentando achar saída para alguns problemas
pessoais ou que querem
de fato ajudar pessoas com
problemas, mas não creio, à
luz da Bíblia, que este seja
o caminho certo. Isso tudo
parece mais com espiritismo
kardecista, estando longe
do evangelho de Jesus. Mas,
por incrível que pareça, há
muitos cristãos buscando e
ensinando isso.
Os dois textos bíblicos
mais usados para tentar fundamentar este ensino são
Mateus 18.18 e 1 Coríntios
6.15-16. Já de início lembramos que este primeiro
texto não está ensinando
nada sobre possíveis laços
de alma no mundo espiritual
entre pessoas que se relacionaram pecaminosamente.
Ele tem a ver com a disciplina sendo aplicada pela igreja
aos seus membros.
O que este texto diz-nos
na verdade é que as medidas
justas, bíblicas, obedecidas e
postas em prática, pelos crentes (como igreja), de acordo
com os mandamentos de
Jesus, são ratificadas no céu.
O tema da passagem trata
do perdão (liberar/desligar)
ou de excomunhão (amarrar/
ligar) de um pecador impenitente da igreja. Seu significado mais literal é que
ponto de vista
o que for ligado na terra já
foi ligado no céu e o que
foi desligado na terra já
havia sido desligado no céu.
Estamos apenas seguindo a
direção soberana do Senhor.
Ligando este texto com
o de Mateus 16.19, somos
ensinados que através dos
apóstolos recebemos a orientação bíblica da verdade que
serve de fechamento (se ignorarmos a fé bíblica e apostólica) ou abertura (se crermos
na doutrina dos apóstolos
que nos aponta o verdadeiro
evangelho de Cristo). Ou,
falando de outro modo, a Bíblia que temos é a mensagem
dos apóstolos e através dela o
reino de Deus é fechado ou
aberto conforme a posição
do pecador diante da oferta
do evangelho bíblico. Não
há nada nestes textos bíblicos sobre fechar ou abrir
referindo-se a laços de alma.
A passagem de 1 Coríntios 6.15-16 deve ser vista
à luz de todo o contexto do
capitulo e da carta inteira
,que ensina, entre outras coisas, sobre o uso honroso ou
desonroso de nosso corpo
como templo do Espírito Santo. Ao expor este tema, Paulo
vai citar a prática de relações
sexuais indevidas (pornéia),
aqui no caso com uma prostituta. Pelo termo grego do
versículo 16 traduzido como
unir-se (que está no particípio
presente), entende-se que
esta união ocorre enquanto
o pecado esta sendo vivido.
Ao falar sobre o formar uma
só carne, não está sendo dito
que existe um laço de alma
formado. Paulo está, sim,
chamando a atenção dos
crentes de Corinto sobre o
pecado de unirem um corpo que foi santificado para
Deus ao pecado (e se estas
prostitutas fossem prostitutas
cultuais do templo de Afrodite em Corinto a situação
seria ainda pior), pois seria
a participação de um cristão
em um culto demoníaco.
Pessoas com problemas
precisam de ajuda e aconselhamento bíblico mesmo.
Devemos identificar a situação da pessoa discernindo
biblicamente o que, a luz da
Palavra, ela precisa ter corrigido em sua vida Tudo isso
feito em oração na completa
dependência da graça e do
poder do Senhor(não esquecendo-se de que algumas
situações exigem tratamento
médico).
A Bíblia não nos ensina
ritos, orações especiais ou
atos de libertação para quebra de possíveis laços. Ela
nos ensina que temos de
aplicar a Palavra de Deus
às realidades existenciais
integrais de cada crente,
ensinado-os/treinando-os
para vencer o erro, que fundamenta suas reações erradas na vida.
A Bíblia nos foi dada para
nos equipar para sermos
tudo o que Deus quer que
sejamos, conforme 2 Timóteo 3.16-17. Também todo
o Salmo 119 nos fala disso.
O significado do perdão de
Deus e da obra de Jesus feita
à nosso favor é algo extraordinário e que acaba sendo
menosprezado por aqueles
que defendem a necessidade
de se acrescentar orações
exclusivas e atos especiais
de libertação e quebra de
laços(examine textos como
Jr 31.34; Is 43.25; Rm 8.2834; Cl 1.13, 1 Co 6.9-11;
2Co 5.17, 21, Hb 8.12).
Além de tudo o que já dissemos baseados na Bíblia,
existem também algumas
implicações práticas deste
ensino que mostram sua distorção.
Se existissem laços de alma
no mundo espiritual, eles
deveriam persistir até mesmo
depois da morte se não forem
quebrados. E a salvação destas pessoas como fica? Como
ficam os milhões de crentes
que nunca fizeram isso e
mesmo vindo de vidas promiscuas foram e são crentes
frutíferos e abençoados na
vida cristã?
Outra observação bem
pragmática e jocosa: o que
seria de um(a) prostituta(a)
ou garota(o) de programas
que se converte. Como ele
ou ela vão poder listar todos
com quem se relacionaram
fisicamente no seu passado
para poderem então quebrar
estes laços?
O que foi que Jesus disse à
mulher flagrada em adultério (Jo 8.11)? Vá e quebre este
laço de alma? Ou “vá e abandone esta vida de pecado”?
O apóstolo Paulo nunca
orientou nenhuma igreja,
(especialmente aos crentes
de Corinto, cidade conhecida
pela sua profunda promiscuidade) cuja maioria vinha
de vidas terríveis, a quebrar
laços de alma quando ensinou os cristãos a lidar com o
pecado em sua vidas.
Temos de lidar com o pecado da forma bíblica, ou seja,
através do arrependimento,
confissão, abandono e vida
vivida na presença de Deus
continuamente. E diante das
forças de Satanás a ação-chave é resistir e resistir sempre ( 1 Jo 2.9; Pv 28.13; Rm
6.17-22; 1 Ts 4.3-8;Tg 4.7; 1
Pd 5.9)
Quebrar laços em momentos especiais de oração pode
até produzir um efeito mental, emocional ou o psicológico impactante. Porém,
nenhum laço de alma será
quebrado no mundo espiritual, pois nada estará amarrado lá para aqueles que já
nasceram de novo pelo poder
de Deus e que mesmo tendo
pecado depois de salvos já
se arrependeram e deixaram
o pecado para trás.
Na verdade, os que ensinam a necessidade da quebra
de laços de alma, acabam,
isso sim, criando mais um
laço, através do qual a pessoa não consegue se perceber como liberta e perdoada
pela poderosa, suficiente e
inigualável obra de Jesus na
cruz do Calvário. Segundo
eles, a pessoa somente será
liberta se ela for “ministrada”
por alguém que lhe ensinará
a oração da quebra de laços
de alma. Do contrário, até
que isso ocorra, tal pessoa se
sentirá amarrada psicológica
e espiritualmente ao seu erro
Isso sim é um laço. Um laço
amarrado em um falso ensino
bíblico, que só a aplicação da
verdade bíblica pode desatar.
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