????? ISSN 1679-0189 o jornal batista – domingo, 04/09/11 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ Diante de mais uma campanha, Missões Nacionais agradece aos batistas brasileiros por tudo o que têm realizado na obra missionária nacional e comunica desafios para o próximo exercício, como é o caso do Projeto Amazônia. Um projeto desafiador, se levarmos em conta a imponência da região, a diversidade 1 Ano CXI Edição 36 Domingo, 04.09.2011 R$ 3,20 de povos étnicos e demais questões socioculturais que envolvem a Amazônia Legal. Se queremos impactar nossa nação com nossas vidas, não podemos fechar os olhos para a região que ocupa cerca de 59% de nosso território. Faça de sua vida, impacto também para os ribeirinhos, indígenas e população das agrovilas. (Páginas 8 e 9) 2 o jornal batista – domingo, 04/09/11 reflexão EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Paschoal Piragine Júnior DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Othon Oswaldo Avila Amaral (Reg. Profissional - MTB 32003 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Macéias Nunes David Malta Nascimento Othon Ávila Amaral Sandra Regina Bellonce do Carmo EMAILs Anúncios: [email protected] Colaborações: [email protected] Assinaturas: [email protected] REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Rua Senador Furtado, 56 CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio (21) 2223.8510 E m geral, quando alguém utiliza a expressão “isso é o Brasil” o sentido é claramente pejorativo. Uma boa dose de desalento e resignação entram na receita de uma avaliação francamente pessimista a respeito não só dos costumes atuais do país, mas do que se pode esperar daqui para a frente. Em grande medida, o diagnóstico é correto. Assim como há pessoas que não dão certo na vida, há também nações que acabam fracassando, quando tinham tudo para ricas e prósperas. . Apesar de ter sido colonizado por degredados e prostitutas e de ter sido sangrado historicamente pelos piores tipos de selvagens predadores de suas riquezas naturais, o país ainda tem tudo para dar certo. Começa pelo fato de que o brasileiro é um povo ordeiro e trabalhador. Se somos hoje a oitava ou sétima economias do mundo, isso se deve menos aos gestores e aos planos econômicos do que ao esforço sacrificial de uma população que acredita no trabalho honesto como meio de alcançar um pa- drão de vida estável e digno. Embora nas altas cúpulas dirigentes a corrupção seja o bonde sem freio da gíria do futebol, na generalidade do povo a tônica é a honesta adesão às leis e à moralidade públicas. É evidente que existem políticos e empresários honrados e patriotas, mas estes se vêem tentados a jogar o sujo jogo da política dos profissionais da corrupção, assim como o policial honesto se vê pressionado pelos colegas corruptos a aceitar suborno afim de não se tornar um corpo estranho do submundo do corporativismo do mal. Contudo, mais do que em tudo o que foi dito, a esperança para a nação se concentra nos sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal. Em nossa época, este falso Deus dos antigos cananitas atende pelo nome de ganância material, leniência moral e covardia no enfrentamento das propostas de uma geração que se dispõe a combater tudo o que se chama Deus. Não há muito o que esperar de pastores, igrejas e adeptos que trocaram a pregação e o testemunho do evangelho pelos cofres abarrotados e pelos templos repletos de pessoas interessados não em serem bênção, mas em receber a própria – em geral pagando caro por isso. Igualmente, se um outro militante do vale -tudo moral que se instalou o país se converte, é difícil crer que conversões em massa ocorram nesse campo. No chamado universo gay, por exemplo, o fator econômico leva o comércio e a mídia a exaltaram esse tipo de conduta simplesmente porque a rentabilidade é garantida. Cabe ao povo de Deus se preparar para combater o mal não só com as armas da oração e da pregação, mas da cidadania que não abre mão de seus direitos, apesar das chantagens e ameaças. No caso, a constituição brasileira garante a liberdade e expressão tanto aos defensores do homossexualismo quanto aos que consideram essa prática uma abominação contra Deus e uma mal para a sociedade. O Brasil tem jeito, mas apenas se o povo de Deus se dispuser a assumir o ônus de uma vivência cristã que não abdica dos princípios, valo- res e bases da fé que uma vez foi legada aos santos, ainda que sob perseguição e violência. Ser sal da terra e luz do mundo é a sublime vocação dos santos, mas nem sempre essa ação ocorre em condições favoráveis. Há quem prefira comida insossa simplesmente pela certeza de que nada do que é de Deus deva fazer parte de seu tempero, assim como há quem atire pedras nas lâmpadas porque prefere viver na escuridão. Felizmente, e por isso também o Brasil tem tudo para dar certo – há muitos que esperam a manifestação dos filhos de Deus a fim de que suas vidas tenham sabor e rumo. Nesses 189 anos da independência do pais, é tempo de o povo de Deus perceber que “ser cabeça e não cauda”, longe de dever ser um projeto individualista de quem carrega consigo tendências inconscientes ao mandonismo, é a missão de um remanescente espiritual que está disposto a assumir na íntegra a vida cristã para cumprir o mandamento profético de ser luz das nações – em especial da nação a que todos amamos tanto. o jornal batista – domingo, 04/09/11 reflexão 3 bilhete de sorocaba Julio Oliveira Sanches A ssumir, manter e respeitar compromisso, a cada dia que passa, está se tornando algo raro. A sociedade individualista gerou pessoas sem compromisso. Não assumem, não gostam e não cumprem os compromissos propostos. Ninguém é responsável por coisa alguma, embora todos cobrem responsabilidade de todos. O resultado se revela desastroso em todas as áreas da vida, gerando infelicidade generalizada. A família é a vítima fatal da falta decompromisso. O pai não aparece na hora em que o bebê é jogado no latão de lixo. A mãe, por sua vez, por não ter certeza de quem é o verdadeiro pai, não se compromete a apontá-lo. Sobra para o Estado, que sem compromisso e mal aparelhado, tenta encontrar alguém que adote o abandonado. O casamento não serve mais como garantia de que o “até que a morte nos separe” funcione. Vale a união estável, isto é: estável até que os meus interesses não sejam confrontados. Os contratos, embora firmados em cartórios, com o devido e caríssimo reconhecimento de firmas, não garante o objeto do pacto em si. Razão porque se apõe ao final do mesmo a frase:“As partes elegem o foro da cidade tal para dirimir dúvidas ou pendências”. As partes contratadas sabem por antecedência que uma delas pode não cumprir o que se pactuou. Na política, os partidos e os políticos não cumprem o contratado. Muda-se de sigla mediante os interesses pessoais. Há pouco, um dos partidos que dava base à governabilidade rompeu com o pactuado só porque os interesses pessoais de alguns não foram comtemplados e alguns cargos foram perdidos. Pouco importa os interesses e o bem-estar do povo que elegeu tais políticos. O que foi prometido em discursos de campanha nada vale. Não há compromisso com a verdade. Na medicina, o jovem médico se compromete a cumprir o juramento de Hipócrates. Mas depois o doente morre na porta do hospital por não ter convênio. Afinal Hipócrates, viveu antes de Cristo. Na teologia e doutrina não é diferente. O pastor assume a igreja como batista. Assina ata de posse e, em alguns casos, um compromisso de fidelidade doutrinária e cooperativa com a denominação. Uma vez empossado, apossa–se da igreja e do rebanho e começa a fazer modificações. Corta a assinatura de O Jornal Batista. Diminui o percentual ou quase sempre deixa de contribuir com o Plano Cooperativo da denominação. Elimina as ofertas missionárias. Tudo isso feito sob a necessidade ou alegação de economizar o dinheiro da igreja. É claro que no bojo vem a proposta de melhoria dos salários do pastor e seus auxiliares que “apascentam” o rebanho. Quando questionado, argumenta que a maquina da denominação é emperrada que os gastos são exorbitantes e que assim não compensa cooperar. Embora tenha recebido da denominação o preparo, joga tudo no limbo da não participação. Algumas ovelhas mais esclare- cidas deixam de dizimar. Outras buscam outros apriscos e não faltam as que passam a viver sem compromisso. Um pecado sempre gera outros pecados. Recente pesquisa publicada pelo jornal Folha de São Paulo( 15/8/11), revelou que “cresce o número de evangélicos sem ligações com igrejas”. Pessoas que vão à missa no domingo de manhã e durante a semana frequentam outras igrejas diferentes. Tudo sem compromisso doutrinário. A justificativa é o sentir-se bem em cada lugar, sem se comprometer com a doutrina exposta. Doutrina não importa. Importante é estar bem. A pesquisa não entrou no mundo das mega-igrejas com seus milhares de membros, mas que na verdade só a décima parte é fiel. Os pastores se ufanam de ter no rol mais de cinco mil nomes. Não conhecem nem quinhentos, e destes um pequeno grupo sustenta o “ministério”. Alguns mantém o nome batista, mas de batista nada possuem. Não há compromisso. Vale o show MAIS QUE UMA BÍBLIA DE ESTUDO, É UM MANUAL DE VIDA, RICA EM INFORMAÇÕES DOUTRINÁRIAS. ou a celebração. Celebra-se o culto ao individuo e ao ego do líder. Alguns freqüentadores comparecem porque gostam “do pastor que fala uma língua meio doida”, testemunha uma das entrevistadas. Salvação, perdão dos pecados, arrependimento, santificação, vida de testemunho não contam do cardápio espiritual de tais pessoas Inexiste compromisso com as verdades ensinadas por Jesus. O Diabo é sagaz. Antes perseguia os salvos. Não deu resultado. Agora o inimigo ajunta tudo no mesmo caldeirão de heresias e futilidades e faz o seu ensopado religioso. Quão diferente é a proposta de Jesus para os verdadeiros cristãos. “Se alguém quer vir a mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9.23). Evangélicos ou cristãos descompromissados são aberrações. Cristianismo sem cruz, sem compromisso, sem fidelidade absoluta, significa caminho certo para a perdição eterna. Jesus exige compromisso. www.pastorjuliosanches.org www.geograficaeditora.com.br A Bíblia de Estudo do Discípulo possui uma forte ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e o desenvolvimento de cada uma delas ao longo da história. Única - esta é, sem dúvida, uma das palavras mais apropriada para definir a Bíblia de estudo do discípulo. Sua ênfase sobre o estudo das doutrinas bíblicas e a estruturação de cada uma delas ao longo da história torna esta obra um extraordinário recurso no processo de discipulado, seja qual for o estágio de desenvolvimento do cristão. 4 vida em família o jornal batista – domingo, 04/09/11 reflexão A pedagogia do sofrimento Gilson e Elizabete Bifano uem ainda não passou pelo sofrimento? Por causa do pecado, todos estão sujeitos a ele. O poeta Francisco Otaviano apresenta a seguinte poesia sobre o sofrimento: “Quem passou pela vida em branca nuvem, E em plácido repouso adormeceu, Quem não sentiu o frio da desgraça, Quem passou pela vida e não sofreu, Foi espectro de homem – não foi homem, Só passou pela vida – não viveu.” O sofrimento é causado pelo mal metafísico, físico e moral. Perguntas são levantadas: “De onde vem o sofrimento?”, “Por que o sofrimento?”, “Para quê?”. Alguns chegam a achar que este mundo é um hospital ou um hospício. O sofrimento, porém, é uma bênção quando o homem o entende como permitido por Deus para ensiná-lo maravilhosas lições.Devemos aprender que o sofrimento valoriza a vida do homem. Citamos aqui três casos: o de Beethoven, que, sob o estigma da surdez, compôs a sinfonia da alegria; o de Helena Keller que, cega, surda e muda, venceu tudo, sabendo tirar das trevas maravilhosos jorros de luz; e o de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que, afetado pela doença, seus instrumentos de trabalho eram amarrados aos seus pulsos, dando-lhe condi- ções de produzir obras que o imortalizaram em Ouro Preto, Mariana, São João Del Rey e Congonhas do Campo, em Monas Gerais. O sofrimento é, em última análise, uma oportunidade que Deus nos dá para que ele aja em nossa vida. É um instrumento que faz soar a música suave da paciência.;E uma escola, onde aprendemos o ABC da humildade. É a matemática dos valores espirituais, a geografia do amor de Deus, a história do aperfeiçoamento santo, a estatística das múltiplas bênçãos, o crisol que prova e purifica nossa fé e nosso amor. É o caminho pelo qual devemos percorrer os quilômetros de nossa existência para sentir o poder de Deus. É o tempo de Deus melhor entendido por nós, porque melhor o conhecemos. É a página mais bem escrita de nossa vida pelo excelente autor que nos quer fazer parecer com seu Filho, que experimentou os maiores sofrimentos do mundo — o sofrimento da cruz do Calvário. O escritor Goubourn escreveu esta bela poesia: “Esta folha? Esta pedra? É teu coração. Ele deve ser esmagado pela dor e pela aflição. Deve ser purificado pela arte do sofrimento Antes de produzir uma fragrância doce, Antes de brilhar como a pedra preciosa, Para, então, ser colocado diante de teus Pés, querido Senhor!”. Como está você, caro leitor, diante do sofrimento? Vencendo-o e tirando dele partido para bênçãos, ou deixando que ele o desanime e o derrote? justiça encontra um homem pecador, desobediente, cujo coração é perverso, mau em extremo. Este é o testemunho de Jeremias (17.9-10). Ele ensina que o coração do homem é enganoso, desesperadamente corrupto. O homem não merece outra coisa senão a condenação eterna, o inferno. Mas Deus envia Jesus como a única solução, a única esperança para o homem perdido. Jesus é o único caminho para a reconciliação com o Pai (2 Co 5.18-20). Ele é também a verdade que liberta e a vida abundante, significativa, eterna para todo o que crê no seu sacrifício na cruz, no seu sangue derramado. Cabe ao homem responder à mani- festação do amor de Deus por meio de Cristo, da sua obra suficiente na cruz e na ressurreição. Em nenhum outro há salvação. Somente em Cristo. O evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16). O conteúdo do evangelho, portanto, se constitui em duas ações de Deus e duas respostas do homem. Este evangelho precioso considera o amor de Deus, o pecado do homem, a obra de Cristo e a resposta do homem em receber ou não a salvação. Somente pela fé em Cristo o homem pode ser redimido perfeitamente. Aqui está o conteúdo do genuíno evangelho. Ebenézer Soares Ferreira Diretor-Geral do Seminário Teológico Batista de Niterói P Q arece que foi ontem. O ano era 1983, final do mês de janeiro. Eu era secretário-geral da JUBERJ (Juventude Batista do Estado do Rio de Janeiro). Estava com meus 23 anos. Ela estava voltando do Projeto Missionário (PROMIS) que a JUBERJ realizava todos os anos, no mês de janeiro. Ela havia ficado uns 15 dias em Rio das Flores semeando as boas novas do evangelho. Naquele mês estava de férias e o PROMIS foi liderado pelo pastor Josué Ebenezer, nosso amigo até hoje. No dia da reapresentação das equipes, lá estava ela. Dentre muitas jovens, meus olhos se voltaram somente para ela. Na semana seguinte, eu tinha dois motivos para representar a JUBERJ na assembléia da Associação Belfordroxense, na baixada fluminense, mas a principal seria tentar vê-la novamente. Lá estava ela com seu pai, Daniel, hoje já falecido. Como tinha seus dados em nosso escritório, não hesitei em mandar-lhe um cartão. Contei com o apoio de sua amigaJerusa Soares, irmã de Josué Ebenezer. Dois meses depois de cer- ta corte, começamos a namorar. Isto foi no dia 6 de abril, no restaurante Bella Nona, na Tijuca. Naquele tempo não ha via celular, nem e-mails, MSN, essas coisas. Para falar com ela, no IBER, não era nada fácil. No dia 1° de janeiro de 1985 ficamos noivos. Cinco meses depois, em 25 de maio, nos casamos no templo da Primeira Igreja Batista de Niterói. A lua-de-mel foi em João Pessoa, no Hotel Tambaú, presente de nosso amigo Sergio Lomba, recentemente falecido. Em 1987, no dia 25 de março, Deus nos deu a primeira filha, a nossa querida Susanne, hoje casada com o pastor Elthom Sá. Dois anos depois, em 1989, em 24 de novembro, nasceu nossa segunda princesa, Alana. E maio deste ano completamos 26 anos de casamento. No dia 18 de agosto, minha esposa Bete completou 50 anos. Ela continua linda. Comemorou seu aniversário de uma forma especial, onde todos os convidados foram desafiados a voltarem ao tempo de criança. Aí tem um pouco de sua formação profissional, já que é psicóloga. Eu me vesti de Chaves, o protagonis- ta do besteirol mexicano. Bete, como eu a chamo, embora sempre ‘brigue’ comigo para lhe dar um apelido mais romântico, é uma mulher temente a Deus, parceira fiel, companheira em vários momentos que passamos juntos. Momentos tristes e alegres. Esposa cúmplice de um sonho, que é o Ministério OIKOS. Mulher de fé. Lembro-me que numa tarde, andando juntos na Praia de Jenipabu (RN), antes mesmo de começar este trabalho, proferiu palavras de esperança, fé e até mesmo proféticas. Excelente escritora, poetisa, pensadora e preletora. Muitos gostam mais dos seus artigos do que dos meus. Seus artigos são mais doces, enquanto os meus são, vamos assim dizer, mais ‘pesados’. Oro a Deus para que dê à minha esposa muitos anos com saúde para continuar sendo bênção na minha vida, na vida de nossas filhas, genros, família e para o Reino de Deus. Oswaldo Luiz Gomes Jacob Pastor, colaborador de OJB ges queriam o ‘evangelho da circuncisão’, mas Paulo lhes prega e ensina o evangelho da redenção. Aqueles queriam um evangelho meramente exterior, de aparência, mas Paulo vivia, pregava e ensinava o evangelho da troca do coração, pois a verdadeira circuncisão é a do coração. O genuíno evangelho traz no seu bojo quatro pontos fundamentais. O primeiro é o amor de Deus que está em Cristo Jesus, o Senhor (Jo 3.16; Rm 5.8; Is 49.15). O segundo, a condição pecaminosa, perdida do homem sem Cristo (Rm 3.23; 6.23; Sl 51.5). O terceiro, Jesus Cristo como único caminho, única verdade e vida (Jo 14.6; 1 Tm 2.5). O quarto, o compromisso do homem de receber a Cristo como único Salvador e Senhor (Jo 1.12). Esta recepção vem pelo arrependimento, pela fé e pela obediência. O amor de Deus é revelado trazendo a sua santidade, a sua justiça. O Deus do evangelho é um Deus que ama, que é perfeitamente santo, justo, severo e misericordioso. O Senhor sempre nos amou primeiro. A iniciativa em nos atrair a Cristo foi dele. O amor, a santidade e a justiça de Deus sempre apontam para Cristo Jesus. O seu amor é muito maior que o amor de mãe. Esta é a revelação do profeta Isaías. Mas este amor manifestado em santidade e N este tempo de evangelho diluído, de ‘outro’ evangelho e de uma sociedade religiosa permissiva, precisamos apresentar o genuíno evangelho, o evangelho de Jesus, o evangelho bíblico, o evangelho da graça. Paulo estava admirado com a atitude dos gálatas em aceitar um evangelho do mérito, legalista, comprometido com a tradição judaica, meramente humana (Gl 1 ). O apóstolo ensina aos gálatas que o genuíno evangelho não precisa de complemento, pois Cristo é suficiente. Os here- —•— “Não, não podemos viver o cristianismo dos outros, pois não há um justo sequer. Temos de viver o cristianismo do próprio Cristo. Este sim, é verdadeiro e fiel.” Elizabete Bifano o jornal batista – domingo, 04/09/11 reflexão PARÁBOLAS VIVAS 5 João Falcão Sobrinho M adalena era uma costureira em começo de carreira, recém convertida a Jesus. Não poderia ser considerada uma modista, mas procurava fazer o melhor que podia. Nunca tinha costurado um vestido de noiva ou de madrinha, mas não perdia oportunidade para ler revistas especializadas e fazer novos experimentos na arte que escolheu como profissão. Ela começou a costurar apenas para ajudar a aumentar a renda familiar, mas com o tempo foi descobrindo outros incentivos para o seu trabalho. Certa vez, apareceu uma senhora que ela não conhecia trazendo um tecido caro e um modelo difícil de executar. A modista a quem ela sempre recorria, explicou a senhora, tinha viajado e ela precisava daquele vestido com certa urgência. Madalena deixou a freguesa na sala e foi até o seu quarto. Ajoelhou-se e orou, indagando de Deus se deveria ou não aceitar o trabalho. Obviamente, ela não queria falhar no corte, estragar o pano ou decepcionar a cliente. Sentiu no coração uma paz muito profunda, que tomou como uma resposta positiva do Senhor. Aceitou o desafio. Tomou as medidas da freguesa, abriu o pano sobre a bancada, examinou bem o tecido e já marcou data para a primeira prova. Assim que a freguesa se retirou, voltou ao seu quarto, ajoelhou-se novamente e em vez de se lamentar por ter aceitado a encomenda, orou: “Senhor, nunca fiz uma roupa como essa, não sei nem por onde começar, mas te peço que me ajudes, que ilumines a minha mente para que eu possa fazer esse trabalho para a tua glória, por Jesus, amém”. Voltando à sua bancada, estendeu algumas folhas de papel sobre o pano e com a fita métrica foi marcando as medidas com giz, usando as réguas especiais para aquele feitio, conforme as indicações do modelo. Fixou o papel com alfinetes, pegou a tesoura e começou a cortar. Na data da primeira prova, o modelo ainda no alinhavo, acertou os pontos necessários e nos dias seguintes terminou o vestido. Na segunda prova, a freguesa não pode esconder seu espanto. O trabalho estava perfeito. Ela não se conteve e perguntou: “Como você conseguiu isso, mesmo não sendo modista?”. Madalena respondeu com simplicidade: “Eu pedi a ajuda de Deus e ele ouviu minha oração”. Para surpresa da costureira, a freguesa começou a chorar e em lágrimas pediu: “Faça uma prece a Deus por mim; eu estou sofrendo uma dor muito grande, a dor de uma suspeita em relação ao meu marido”. Madalena respondeu: “Confie em Deus, abra seu coração para o seu marido e Deus vai ajudá-la”. Na semana seguinte, ao vir apanhar a encomenda, a freguesa estava com outro semblante. Seu problema com o esposo estava resolvido, o que antes lhe parecia cada vez mais difícil. Abriu-se, assim, a oportunidade para Madalena levar sua freguesa a ter uma experiência com Cristo. Deus ouviu sua oração em relação ao vestido e à glória para Deus. Com o êxito desse trabalho, outras clientes apareceram e logo Madalena estava com várias encomendas agendadas. Ela percebeu que cada freguesa tinha seus problemas e começou a desenvolver com elas um ninistério de oração e testemunho do evangelho, sempre procurando aperfeiçoar o seu trabalho. Ela orava para que as moças e senhoras para as quais costurava sentissem alegria ao usarem as roupas que ela fazia. Sua máquina de costura se tornou um altar, antes de ser apenas um instrumento de trabalho. Seu atelié se transformou em um templo e muitas pessoas ali foram abençoadas. Madalena entendeu o que muitos cristãos antigos nunca perceberam: Todos os crentes são ministros de Deus e devem servir ao Senhor com seu trabalho profissional. Deus não chama somente pastores e missionários. Deus quer que todos os salvos, sejam quais forem seus ofícios profissionais, sejam ministros do evangelho, servos da paz e da esperança. O que aconteceria se todos os profissinais cristãos brasileiros fizessem da sua profissão um ministério do evangelho? Seria, sem dúvida, uma revolução na evangelização do Brasil. 6 o jornal batista – domingo, 04/09/11 reflexão Grande Congresso Batista Leto em Nova Odessa Os presidentes Pr. Benjamim e Zina Keidann e o Preletor Pr. Sprogis Pela Associação Batista Leta do Brasil, Pr. Benjamim William Keidann – Presidente. F oi, sem dúvida alguma, um grande congresso. Grande pelo número de participantes, grande pela intensa programação e grande pela qualidade das mensagens e músicas apresentadas. A Primeira Igreja Batista de Nova Odessa, SP, preparou com muita dedicação e carinho as dependências da “Fazenda Velha” para receber o encontro dos Batistas Letos de 7 a 10 de Julho de 2011. Assim, os representantes de igrejas e grupos letos de diversos Estados do Brasil, Bolívia, Estados Unidos, Canadá e Letônia aproveitaram bem aqueles belos dias de abençoadas reuniões e agradáveis momentos de confraternização. O 62º. Congresso da Associação Batista Leta do Brasil recebeu o impacto das objetivas e bíblicas mensagens do pastor Peteris Sprogis, Bispo da União das Igrejas Batistas da Letônia, sob o tema geral “Testemunhas de Jesus no poder do Espírito Santo”(At 1.8). Pastor Sprogis, atualmente exercendo mais um mandato de quatro anos como Bispo dos Batistas na Letônia, tem sido usado nas mãos de Deus para um esforço de implantar novas igrejas e formar novos líderes nos países bálticos. Ele foi o nosso preletor tanto na programação do congresso, como no culto em leto, na reunião do Departamento Feminino e no culto missionário do Departamento Jovem. A programação musical durante todo o congresso, como já é tradicional entre os letos, ofereceu momentos de muita inspiração e enlevo espiritual. O Coro Reunido “Gunnars Tiss” cantou no culto em eto, na abertura do congresso e no domingo pela manhã. A Orquestra Reunida tocou e acompanhou os hinos congregacionais na noite de sábado. A Orquestra Sinfônica Municipal de Nova Odessa nos brindou com uma audição no pátio do templo domingo à tarde. E o Coro Jovem cantou no culto missionário de encerramento. Belas apresentações de solistas e conjuntos instrumentais tambem abrilhantaram os programas. Os cultos realizados no templo, sempre lotado, foram transmitidos pelo telão para as muitas pessoas que ficaram no quiosque construído no pátio, para as equipes de trabalho na cozinha e demais dependências. Algumas das reuniões foram transmitidas ao vivo pela Internet. As informações dos campos missionários auxiliados pela ABLB foram apresentadas em vídeos mostrando as atividades dos trabalhos pelo Brasil, em Bom Retiro(SC), Ribeirinhos(PA e AM) Rincon del Tigre na Bolívia, e ainda as famílias missionárias no Paraguai, Chile, África e na Letônia. Ofertas especiais foram levantadas durante o congresso e votamos aumentar os auxílios financeiros para todos os campos neste próximo período. Durante as assembléias administrativas foram reeleitos os presidentes da Associação, Pr. Benjamim William Keidann, do Departamento Feminino, irmã Zina Maria Keidann, e do Departamento Jovem, Pr. Verner Gilberto Mucenek. Foram marcados também o local e a data para o próximo congresso: Igreja Batista Brasileira, em Ijuí, Rio Grande do Sul, de 5 a 8 de Julho de 2012. Desde já as caravanas se preparam para Congressistas enviando saudações para Letônia Coro Jovem saudando a Letônia. rever ou conhecer aquela região onde os imigrantes da Letônia se estabeleceram no Rio Grande do Sul e organizaram em 1895 a ainda em atividade Igreja Batista Leta da Linha 11. No Salmo 783-4 encontramos palavras que motivam o encontro dos Letos e seus descendentes no Brasil: “São coisas que ouvimos e aprendemos, coisas que os nossos antepassados nos contaram. Não as esconderemos dos nossos filhos, mas falaremos aos nossos descendentes a respeito do poder de Deus, o Senhor, dos seus feitos poderosos e das coisas maravilhosas que ele fez.” Durante todos esses anos os batistas letos têm buscado manter vivos sua rica história de fé e dedicação, seu amor pelos hinos e qualidade musical, despertar novos obreiros e aumentar a visão da obra missionária. Oramos sempre e trabalhamos para que esses objetivos permaneçam. Convocamos os batistas brasileiros para que conheçam nossas atividades acessando www.batistasletos.com e nos acompanhando em oração pois “a obra continua!”. o jornal batista – domingo, 04/09/11 notícias do brasil batista Mark Greenwood Coordenador do Departamento de Ação Social - CBB O avanço da ciência médica na área de transplantes e transfusão, nas últimas décadas, tem proporcionado aos seres humanos oportunidades de auxiliar na recuperação de saúde dos seus semelhantes de uma maneira desconhecida em qualquer outra época da história. No Brasil, o Governo Federal encoraja cada cidadão a ser um doador tanto de sangue, quanto de órgãos e medula óssea, com exceção de pessoas sujeitas a restrições por condição médica. Sangue, medula óssea e certos orgãos são doados por doadores vivos. Para doar, basta encaminhar-se à unidade de saúde especializada da sua cidade ou estado. [Os sites indicados no quadro: “Fatos importantes”, trazem listas de todas as unidades no Brasil.] A doação de órgãos vitais depende da pessoa ter comunicado aos seus familiares o desejo de ser doador no evento da sua morte. Apoio da Convenção Batista Brasileira De um modo geral, os evangélicos apoiam este movimento, pelo menos teoricamente. A Convenção Batista Brasileira reafirmou o seu apoio em janeiro deste ano através da Câmara de Ação Social, em Niterói, que propôs uma campanha em 2011 incentivando a doação de órgãos e sangue entre os membros das igrejas da Convenção. Não obstante, é importante reconhecermos que este avanço médico tem servido como um desafio aos pensadores éticos cristãos, pois, diante das dúvidas levantadas por setores da igreja cristã, nada falam as Escrituras em termos diretos sobre estas práticas, alheias à época bíblica. Para contemplar esta questão é necessário considerar princípios bíblicos que podem ser aplicados indiretamente ao assunto, para podermos afirmar (ou não) a legitimidade da prática entre os servos de Deus. Fundamento bíblico As principais objeções levantadas do ponto de visto espiritual são a necessidade de preservar a integridade do corpo (para a ressurreição), e o conceito de que a transfusão de sangue fere o princípio da santidade do sangue evidenciado nas escrituras (At 15.20). A primeira é facilmente rebatida pela observação de que o nosso corpo ressurreto não será igual a este (1 Co 15.35 ss), e que, uma vez posta no chão, vermes comem a nossa carne humana. Os ossos voltam ao pó, do qual foram criados. (Gn 3.19; Sl 104.29; Ec 3.20) Tão forte é este argumento que até as Testemunhas de Jeová, oponentes ferozes da transfusão sanguínea, praticam a doação de órgãos, uma vez que tenha sido drenado do órgão doado todo o sangue do doador. A posição contrária à transfusão de sangue é baseada em uma interpretação da declaração do Concilio de Jerusalém, em Atos 15, interpretação esta que estende a abstenção de comer o sangue animal à uma proibição da transferência de sangue entre seres humanos. Porém, este entendimento depende de um argumento “do silêncio”, sendo que a diretriz nada diz em relação a sangue humano, como também não dizem as passagens paralelas no Antigo Testamento (Gn 9.4, Lv 17.11-14). De fato, não existe fundamento bíblico a favor ou contra a transfusão de sangue, por uma razão simples: não exis- 7 Fatos importantes: Doação de órgãos (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1004): Para ser um doador, não é necessário fazer nenhum documento por escrito. Basta que a sua família esteja ciente da sua vontade. Quando for constatada a morte encefálica do paciente, uma ou mais partes do corpo poderão ajudar a salvar as vidas de outras pessoas. Lembre-se que alguns órgãos podem ser doados em vida. São eles: parte do fígado, um dos rins e parte da medula óssea. Condições básicas para doar sangue: (http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=27519&janela=1) -Aspecto saudável e declaração de bem-estar geral; -Idade entre 18 anos completos e 67 anos, 11 meses e 29 dias. Podem ser aceitos candidatos à doação de sangue com idade de 16 e 17 anos, com o consentimento formal do responsável legal. E, em caso de necessidades tecnicamente justificáveis, o candidato cuja idade seja inferior a 16 anos ou superior a 68 anos somente poderá ser aceito após análise pelo médico do serviço de hemoterapia. -Peso mínimo de 50 kg. Candidatos com peso abaixo de 50 Kg podem ser aceitos após avaliação médica e desde que respeitados critérios específicos estabelecimentos na Portaria 1.353/11, que estabelece o novo Regulamento -Técnico de Procedimentos Hemoterápicos. -Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional; Perguntas e Respostas sobre Transplante de Medula Óssea no site: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=125 DISQUE SAÚDE 0800 61 1997 tia este dilema ético na era bíblica. Isso nos remete a conceitos bíblicos mais amplos para resolvermos a questão. Três princípios citados em artigos relacionados ao assunto são: a importância de cuidar da saúde das pessoas, utilizando todos os seus meios para ajudar (Mt 10.8); o fato de a doação ser uma ato sacrificial em favor do bem do outro; e a doação como um ato de amor ao próximo. Estes princípios têm formado o fundamento do apoio de igrejas de quase todas as confissões à doação de órgãos e sangue, inclusive dos batistas. Por outro lado, estes mesmos princípios contrariam a venda de sangue ou órgãos, uma prática infelizmente crescente, que normalmente é para benefício próprio do doador, não constituindo um ato de doar de si a favor do outro. Tomando posição Sem dúvida, a doação de sangue, medula e órgãos já melhorou a qualidade de vida de muitos. Em anos passados, este jornal tem veiculado belos exemplos de pessoas beneficiadas por doações. Para saber se você quer servir ao próximo desta maneira, basta examinar a sua consciência diante do Senhor. Para ler mais: Meilaender, Bioética – um guia para Cristãos, Vida Nova Fernandes J. G. 10 palavras-chaves em bioética, Paulus Artigos consultados: – Howard, B. A., What the Bible Says About Organ Transplants, http:// www.christianliferesources.com/?library/view. php&articleid=417 – Fry, M., Jehovah’s Witnesses and Blood Transfusions. http://www.cmf. org.uk/publications/content. asp?context=article&id=461 – NHS, Christianity and organ donation: A guide to organ donation and Christian beliefs http://www. organdonation.nhs.uk/ukt/ how_to_become_a_donor/religious_perspectives/leaflets/ christianity_and_organ_donation.jsp – Pauls M. e Hutchinson R. C., Bioethics for clinicians: 28. Protestant bioethics http://www.cmaj.ca/ content/166/3/339.full – Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania, Quality Alternatives to Transfusion http://www.watchtower.org/e/hb/article_03.htm 8 o jornal batista – domingo, 04/09/11 missões nacionais Por amor às crianças D ando continuidade às obras do novo Lar Batista F. F. Soren em Luzimangues, TO, neste exercício foi inaugurada a praça temática, construída por intermédio de voluntários, como o irmão Peter Dresen que idealizou o projeto, executado por sua empresa Marcenaria Exact do Rio de Janeiro, irmão José Renato, coordenador da continuidade das obras do Lar, e irmão Helcias Brígido, por exemplo. Sem contar as ofertas de milhares de parceiros que continuam investindo na conclusão das obras. Com a praça temática, crianças e adolescentes têm espaço para a prática de exercícios físicos como, por exemplo, futebol e vôlei. Uma escolinha de futebol, para os meninos entre 8 e 14 anos, está em funcionamento por meio do projeto da Polícia Comunitária, e irmãos da Segunda Igreja Batista de Palmas, dedicam um sábado por mês, para a realização de atividades esportivas com os residentes. Várias oficinas estão acontecendo na área do artesanato e também da culinária, com a oficina de bombons caseiros, que também será aberta à comunidade. A produção já trouxe benfeitorias ao Lar, uma vez que o valor arrecadado em um bazar aberto à comunidade foi aplicado na compra de humidificadores para o quarto das crianças e também para aquisição de material para as oficinas de artesanato. A proximidade com a capital do estado tem permitido maior participação da sociedade nas atividades A união de muitos concretizou mais este sonho do Lar, como, por exemplo, palestras efetuadas por estudantes da Universidade Federal do Tocantins. Além da praça temática, foi cavado o poço artesiano, realizado o arruamento e calçamento das ruas internas. Uma estrutura construída por muitas vidas que desejam impactar a nação, construindo um futuro melhor para nossas crianças. Alargando as fronteiras do atendimento às crianças, nossos missionários têm trabalhando com programas de evangelização como o Crianças para Jesus, além do Programa de Educação Pré Escolar e abençoado os pequeninos com os valores cristãos, plantando a semente do evangelho em seus corações. Por outro lado, temos estimulado as igrejas, por meio de congressos e treinamentos, a comprometerem-se com a evangelização de nossas crianças, futuro de nossa nação, dando às mesmas a oportunidade de construir suas vidas alicerçadas na Palavra. Desafio: Para o próximo exercício, o grande desafio no atendimento a crianças e adolescentes é a realização de uma grande obra no Lar Batista David Gomes, em Barreiras, BA, para a qual certamente precisaremos do apoio dos Construtores do Futuro. Veja mais: As crianças são uma das ênfases do material de nossa campanha, e você encontrará testemunhos daquelas que têm sido alcançadas por estas ferramentas, vídeo sobre este trabalho, sua relevância e resultados. Seu investimento não tem sido em vão. Confira! Crianças participam da inauguração do novo espaço Livres pelo sangue de Jesus C ertamente quem esteve na noite missionária da 91ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, em Niterói/RJ, se arrepiou ao ouvir esta verdade declarada por cerca de 100 vozes. E não foi devido à afinação do grupo ou do domínio da música, mas pela demonstração do grande milagre de Deus na vida de cada um deles. A Missão Batista Cristolândia tem resgatado centenas de vidas das ruas, da condição sub-humana em que se encontravam e ajudado a não apenas vestir vestes novas e brancas, mas a construir uma nova história de vida. A sua mão os têm alcançado nas sarjetas e os apoiado para que se reerguessem, se preparassem e agora eles mesmos estão se abaixando para socorrer aqueles que ainda se encontram na situação em que outrora estavam. Um grave acidente sofrido por nossa missionária coordenadora do projeto em São Paulo e por uma de nossas Radicais Brasil colocou pela primeira vez uma pequena luz do projeto nas telas da TV aberta. Portas foram sendo abertas e até mesmo um programa da Rede Vida entrevistou nosso missionário a respeito do projeto. Recentemente, outro canal usou um dos frutos do trabalho quase que como âncora de um programa sobre os travestis, mostrando alguém que resolveu fazer o caminho inverso. Alcançado pelo evangelho transformador de Cristo, deixou a vida de travesti, as drogas e se submete a cirurgias para retirada de silicone que começara a colocar em seu corpo a partir dos 15 anos de idade. Hoje sonha casar e ter filhos, pois compreendeu que Deus o “projetou para ser um homem e não uma mulher”, garantindo ser nova criatura, com vida plena em Jesus, para alegria de sua mãe que orou por mais de 30 anos para que seu filho fosse resgatado e restaurado. Desafio: Novas Cristolândias e novas comunidades terapêuticas têm sido criadas para atender a demanda crescente que assola as grandes cidades, mas também o interior de nossa Pátria. Contamos com você para vencermos esta batalha contra as drogas. Veja mais: O trabalho de resgate de dependentes químicos também é uma das ênfases de nossa campanha e além do vídeo que aborda a questão há também a biografia do coordenador nacional do programa de recuperação de dependentes químicos de Missões Nacionais e que também já lutou para libertar-se das drogas e que ao longo dos anos têm impactado vidas neste mesmo caminho. Siga Missões Nacionais nas redes sociais Por: Marize Gomes Redação de Missões Nacionais N este mês quando encerramos nosso calendário fiscal e quando iniciamos nossa campanha anual, é inevitável fazermos um breve inventário missionário, se assim podemos chamar. Tempo de computar as bênçãos e agradecer uma vez mais por cada uma delas. Tempo de corrigir o prumo para seguir avançando rumo ao alvo de conquistar a Pátria para Cristo, evangelizando e discipulando cada pessoa em solo brasileiro. Tempo de afiarmos nossas flechas para atingirmos, certeiramente, nossos alvos do próximo exercício. Tudo o que foi conquistado, foi obra das mãos do Senhor da Obra, que tem usado sua vida como instrumento que viabilizou tantas o jornal batista – domingo, 04/09/11 missões nacionais conquistas. Ele continua desejando contar com você, usar sua vida para impactar nossa nação, transformando-a pelo poder de Sua mensagem. “Há ainda muita terra a possuir”, conforme dizia L. M. Bratcher no início desta história missionária em terras brasileiras e já dizia o Senhor a Josué, depois deste ter vencido 31 reis. Esta mensagem ainda é real para cada um de nós. Muito foi feito até aqui, mas há ainda muito mais a ser feito a seguir. Lancemos os olhos um pouco atrás, não para vanglória, mas tão somente para tomarmos fôlego para conquistarmos ainda mais vidas para o Senhor Jesus, para impactar, transformar e reescrever a história de milhões de pessoas. Juntos, somos melhores. É tempo de avançar, por amor aos brasileiros e de todos que aqui habitam. Na dependência do Senhor dos exércitos somos mais que vencedores. 9 Projeto Amazônia desafio de grandes proporções P ara uma região imponente como a Amazônia Legal, que ocupa cerca de 59% do território nacional, onde vivem, aproximadamente, 24 milhões de pessoas, segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Missões Nacionais trabalha em um arrojado projeto visando evangelizar e discipular comunidades ribeirinhas, tribos indígenas, assim como a população urbana e das agrovilas, além de auxiliar no desenvolvimento social da região. Para tanto planeja a abertura de cinco projetos de plantação de igrejas e já está adquirindo uma área para a construção do Centro de Formação Missionária da Amazônia, onde formará liderança autóctone para a expansão da obra na região. Outra ferramenta que já vem sendo utilizada é o projeto Radical Amazônia, onde missionários voluntários são treinados e depois seguem para as comunidades ribeirinhas, adotando um estilo de vida simples, transmitindo a mensagem do evangelho de Cristo às comunidades. A meta é enviar, anualmente, 20 radicais a cada semestre para a região. Entre os indígenas, os Tikunas representam o grupo étnico mais numeroso da região, onde temos nosso missionário Pr. Eli Tikuna, representando a terceira onda missionária entre indígenas, mas há tribos isoladas, como seus vizinhos do Vale do Javari, por exemplo. Nesta área, Missões Nacionais também tem como meta a construção do Centro de Formação de Liderança Indígena para que possam propagar a mensagem de salvação ao seu próprio povo. Desafio: Com certeza são desafios gigantescos, mas não temos dúvidas de que são planos do coração de Deus que deseja que sua palavra seja anunciada a todas as pessoas. Convocamos você para seguir junto conosco rumo à conquista também de nossa Amazônia para Cristo. “Há ainda muita terra a possuir”... Veja mais: Também em nosso DVD da campanha você poderá ouvir um pouco mais sobre o desafio indígena em nossa Pátria e na revista do promotor há uma reflexão sobre a evangelização indígena. Minha vida, impacto para a nação! Que esta frase seja verdadeira em sua jornada e que juntos possamos transformar nossa nação. Uma campanha abençoada para você e sua igreja! Ribeirinhos - um dos alvos de nossa ação missionária Sobrevivência na selva - etapa do treinamento dos radicais cartaz_Igreja Multiplicadora_2011_geral quarta-feira, 17 de agosto de 2011 17:23:16 10 o jornal batista – domingo, 04/09/11 Kleber Gomes Pastor da IB Ebenézer em Campo Grande/MS P or uma questão estritamente particular no ministério, não pude participar por completo do projeto Jesus Transforma 2011. Vendo os relatórios de tudo que aconteceu, por onde os missionários voluntários passaram, percebo o quanto trabalhei pouco nesse ano. Comparo minha participação na Trans 2011 a uma gota no oceano, diante de tudo aquilo que realmente foi feito por gente que, de fato, trabalhou e se esforçou para que o projeto fosse um sucesso. Estou constrangido, diante de tudo aquilo que os voluntários fizeram em todas as localidades alcançadas pelas Trans em 2011. No entanto, mais do que constrangimento, tenho um agradecimento todo especial a fazer a todos aqueles que, direta ou indiretamente, esforçaram-se para que as Trans, neste ano, alcançassem todos os excelentes resultados que a denominação passa a receber em forma de relatórios. Vejo que cada batista brasileiro, assim como eu, tem sua gratidão a externar: Às igrejas, congregações e frentes missionárias que receberam os voluntários. Mais do que fotos ou outras lembranças, o que os voluntários levam para casa é o carinho e a singeleza de coração com que foram recebidos nas diversas localidades por onde passaram no mês de julho. Já houve casos na história das Trans em que muitas igrejas, congregações e frentes missionárias deram tudo o que tinham para receber com qualidade os missionários voluntários que chegavam para ajudar na evangelização. Agora há pouco, antes de escrever essas linhas, conversava com um querido amigo da cidade de Florianópolis. Ele estava radiante com a equipe de voluntários que esteve na congregação da qual faz parte como membro. Pelo que conheço daqueles irmãos catarinenses, a equipe que ali atuou jamais se esquecerá da excelente recepção que tiveram. Este sentimento com certeza é uma realidade em muitos cantos do nosso Brasil batista. As marcas de uma eterna lembrança não somente foram embora com os que partiram de volta para seus locais de origem. Essas marcas ficaram para sempre também na lembrança dos irmãos que receberam as equipes em suas igrejas, congregações e frentes missionárias. Àqueles que auxiliaram na doação de alimentos, no transporte dos voluntários, nas equipes de cozinha, de recepção, de limpeza, na hospedagem e nas demais áreas de atuação. Nessa parte, inúmeras equipes, e para os mais diversos fins, foram montadas para que os voluntários que chegavam fossem recebidos com muito conforto e segurança. Essas equipes que receberam os voluntários foram compostas por gente simples, leigos, crentes novos, crentes mais maduros, crianças, jovens e adultos. Fosse nas bases ou nos locais de atuação das equipes, o que não faltou foram irmãos sempre dispostos a ajudar e bem receber a todos os que chegaram para trabalhar. Aos pastores e missionários que receberam as equipes em suas igrejas, congregações e frentes missionárias. Não há dúvida de que cada líder local foi muito agraciado com a presença e atuação dos missionários voluntários. Porém, vejo que quem foi mesmo agraciado foram os voluntários que viram e sentiram de perto o amor dos nossos pastores e missionários, que notícias do brasil batista não mediram esforços para bem recepcionar e cuidar de todos os que estiveram sob os seus cuidados nesses dias de Trans. Aos que de forma muito especial estiveram em oração pelo projeto.A maior parte do sucesso e dos resultados das Trans teve ligação direta com a oração que o povo batista brasileiro fez no mês em que os voluntários estiveram nos campos. O que a denominação acompanhar nos relatórios que serão apresentados é fruto do clamor que foi levantado aos altos céus nesses dias de Trans. Às igrejas e congregações que, mesmo sem terem recebido equipes de missionários voluntários, estiveram à disposição do projeto, no apoio espiritual, financeiro e logístico. Muitas igrejas e congregações não receberam nenhuma equipe de voluntários para o trabalho específico de evangelização local, porém deram total apoio às Trans. Sendo bases ou mesmo contribuindo em outras áreas, essas igrejas e congregações se tornaram imprescindíveis para a realização do projeto e a recepção dos voluntários. Entendo que as mesmas há muito vivem na prática a verdade de que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”. Às convenções estaduais e associações locais com seus executivos, funcionários e equipes de voluntários especialmente formadas para esse fim. Como denominação, temos que parabenizar os nossos líderes denominacionais, pois agiram com muito esmero para que, em todos os estados onde aconteceram as Trans, uma fantástica estrutura fosse criada para que o projeto ocorresse. Essa turma literalmente não dormiu em serviço. Lembro-me, como exemplo, de quando participei da Trans Porto Alegre em 2004. Quando chegamos na capital gaúcha, eu e mais três irmãos aqui de Campo Grande, às três da manhã, sem conhecer nada da cidade, ligamos para o pastor Paulo Cabral, um dos coordenadores locais da Trans naquele ano. Prontamente, o pastor Cabral foi nos buscar onde estávamos e nos levou para o local onde as equipes estavam sendo recebidas. Exemplos como esse, com certeza, não faltaram em todos os estados nos quais as Trans foram realizadas. Aos representantes de Missões Nacionais. Nossa querida Junta de Missões Nacionais fez com que vários representantes se desdobrassem para viajar, no intuito de acompanharem e darem palavras de apoio às várias localidades onde o projeto era realizado. Minha gratidão aos altos céus pela vida do pastor Jeremias Nunes, que no culto de comissionamento na base de Campo Grande animou as equipes para o trabalho que seria iniciado. Que palavra dos altos céus recebemos, pela instrumentalidade do pastor Jeremias! Aos líderes das equipes de voluntários que foram formadas. Por todo o Brasil, Deus separou e capacitou homens e mulheres para que estivessem liderando várias equipes que eram sendo formadas para o trabalho nas mais diversas frentes. Nosso louvor ao Senhor por esses irmãos, pois todos sabemos que não é nada fácil, de uma hora para a outra, passar a liderar pessoas de culturas, cosmovisões e origens diferentes. Não posso deixar de externar minha gratidão ao meu líder, irmão Gérson Cunha, o qual esteve sobre a minha vida na equipe que atuou no Jardim Noroeste, aqui em Campo Grande. E aos missionários voluntários, é claro. Àqueles que estiveram na linha de frente, nossa gratidão especial ao Senhor, pela dedicação e compromisso na obediência ao ide de Jesus. Sem esse exército no “front”, não teríamos chegado aos resultados de muitas vidas transformadas e resgatadas. É uma alegria constatar que dificilmente uma pessoa que já tenha participado de uma Trans deixe de participar de uma outra edição futura do projeto. Uma irmã me contou que a sua bisneta nunca mais vai perder uma Trans. Os dezessete dias que essa adolescente dedicou ao campo missionário, em julho, jamais serão esquecidos. Ambas, ovelhas nossas aqui na IB Ebenézer. Àqueles que vão continuar nos campos nos quais trabalharam. Sem menosprezar os méritos dos demais voluntários, quero aqui “tirar o meu chapéu” para aqueles que somente voltaram para os seus lugares a fim de buscar a sua mudança ou a sua “mala de verdade”. São aqueles que entenderam que agora, daqui em diante, os seus campos de atuação e ministério serão os locais nos quais ficaram durante o projeto. Terminadas as Trans, iniciam-se novos ministérios e novos capítulos na história de muitas vidas que, em julho, estiveram a serviço de Missões no projeto Jesus Transforma. Considerações finais A edição 2011 do projeto Jesus Transforma teve o seu fim. Ficaram na lembrança os bons momentos vividos, as lições aprendidas e uma série de fotos para serem guardadas e recordadas para sempre. E, mais do que tudo, fica para sempre a gratidão ao Senhor por todos aqueles que se colocaram à disposição para a realização das Trans. o jornal batista – domingo, 04/09/11 missões mundiais Ailton de Faria – Redação de Missões Mundiais Festa em Moçambique: mais 44 batismos E m visita ao campo missionário em Moçambique, o Pr. Mayrinkellison Peres Wanderley (Coordenador de Missões Mundiais para a África) teve a satisfação de participar, no dia 3 de julho, do batismo de 44 pessoas às margens do Rio Pungue, em Mutond d a , l ug a r e j o d a r egiã o de Inhamatana, onde há uma congregação organizada pela Igreja Batista do Dondo. A cerimônia foi dirigida por Jerônimo Cessito, pastor desta igreja e esposo da missionária de Missões Mundiais Noêmia Gabriel Cessito. Para a realização dos batismos, ele contou também com a cooperação do Pr. Daniel Soler (missionário dos batistas brasileiros na cidade da Beira). Em clima festivo, com canções, orações e pregação da Palavra de Deus, os batizandos confessavam, em sua língua local, a soberania do Senhor Jesus em suas vidas. Ao final, todos se dirigiram ao templo da congregação, onde num culto de celebração louvaram a Deus e participaram da sua primeira Ceia do Senhor. Irmãos preparados para o batismo Emoções como esta podem ser vividas por voluntários, com o privilégio de ver o cumprimento da Grande Comissão. Segundo o Pr. Mayrinkellison, visitar o campo missionário é sempre um grande Pr. Mayrinkellison realizando batismo prazer e um momento de profunda alegria. E foi isso que ele experimentou nessa viagem a Moçam- 11 bique, ao visitar todos os obreiros de Missões Mundiais que trabalham naquele país. “De tantas experiências boas que vivi em Moçambique, naqueles dias, a cerimônia dos batismos foi a que mais me marcou. E digo a todos que participam da obra missionária mundial – como intercessor ou sustentador financeiro – que cada pessoa que desceu às águas do Rio Punge foi abençoada por você! Tudo isso só é possível através de sua fidelidade, contribuição e oração. Mesmo em meio às perseguições e aos ataques do maligno, sua parceria na obra missionária faz o nome de Jesus ser glorificado em terras moçambicanas”, afirma o Pr. Mayrinkellison Peres. (1174.jpg) Pr. Daniel Soler realizando batismo 12 o jornal batista – domingo, 04/09/11 notícias do brasil batista A Igreja Batista de Camapuã como parte da História dos Batistas Sul-Mato-Grossenses Pr. José Fernandes de Assis A Igreja Batista de Camapuã, como é chamada, refletindo a tradição batista de denominar a igreja pelo nome da cidade ou bairro, prática já um pouco abandonada, nos nossos dias, é parte integrante da Assibanorte. Não é uma igreja que, do ponto de vista humano, possa impressionar. Se fôssemos olhar pelos critérios humanos de sucesso, nem poderíamos estar aqui escrevendo para o nosso órgão noticioso, pois somos uma igreja pequena ainda, apesar da idade, pelas razões que mais tarde descreveremos. Contudo, como agência do reino de Deus, ela tem cumprido o seu papel na cidade, além do que, diga-se de passagem, é uma igreja que desfruta do respeito da sociedade camapuanense. Temos poucas condições de resumir a história da igreja, tendo em vista que é uma das igrejas mais antigas do estado de Mato Grosso do Sul, com uma história longa, a qual completará, em 14 de Setembro de 2011, 86 anos. Houve nesse período muitos altos e baixos. Segundo os mais antigos, o seu primeiro templo, ainda na zona rural da região, sofreu incêndio, com a documentação existente, na época, sendo toda destruída pelo fogo. Portanto, os nossos registros de atas são do inicio do ano de 1960, não havendo como se saber a história do período anterior. Depois dos comentários acima, vamos fazer algumas considerações que julgamos serem importantes. Fundação: 14 de setembro de 1925, pelo missionário americano Walter B. Sherwood. Diante do que é possível saber, pela documentação existente, a igreja, de 1960 para cá, teve 21 pastores e obreiros como líderes da mesma, inclusive interinos. Dentre estes, o ministério mais longo foi do pastor Benedito Francisco Manhães e sua esposa, irmã Luciana Mancebo Manhães. O pastor Manhães, como era conhecido, pastoreou por dois períodos distintos de dez anos cada um, portanto, 20 anos de pastoreio. Depois do pastor Manhães, o pastor atual, José Fernandes de Assis e sua esposa, professora Marileyde Perdomo de Assis, já se destacam como os segundos em anos à frente da igreja. O pastor José Fernandes de Assis tomou posse em março de 2007, continuando até o presente momento como o seu pastor, período que já ultrapassa quatro anos. Graças à visão dos pioneiros, a igreja adquiriu imóveis importantes, sendo que a maior parte já foi vendida, restando ainda uma boa área central, onde está localizado o templo e suas dependências. Na educação, não podemos deixar de mencionar que a Igreja Batista de Camapuã foi a pioneira na cidade com o hoje denominado ensino fundamental. Na época, era o ensino de primeiro grau denominado ginásio, com suas quatro séries. Muitos empresários, funcionários, professores e profissionais liberais, além de outros, fizeram aquele curso, inclusive o seu atual pastor. A iIgreja Batista de Camapuã participou e participa ativamente da vida de nossa Associação e Convenção. Daqui saíram pessoas que hoje são pastores em nosso estado e pelo Brasil, dentre esses, nomes conhecidos como o do pastor Oswaldo Bonfim, que até hoje tem parentes em nossa cidade e igreja. É importante deixar claro aqui os motivos que, segundo entendemos, depois de quatro anos à frente da igreja, foram as causas das grandes dificuldades para o ministério pastoral nesta igreja, o que, a seguir, mencionamos: 1. Econômica e social: devido à falta de empregos e escola para os filhos que chegavam à fase adulta, as pessoas que tinham condições se mudavam daqui, por não existir, na cidade, curso de segundo grau e universitário. Como a base econômica do município é a pecuária, não proporcionava, como até hoje não proporciona, empregos suficientes para a sua população. Isso fazia com que muitos membros da igreja tivessem que se mudar também. 2. Financeira: devido às razões mencionadas no item anterior, a igreja não tinha, e até hoje não tem, condições para sustentar os seus obreiros, tendo sido obrigada, muitas vezes, a pedir socorro à convenção estadual, o que era comum nos ministérios anteriores a 2007. Isso fazia com que houvesse um rodízio de pastores, com muita frequência. Alguns permaneceram apenas por alguns meses à frente da igreja. A partir de 2007, com a vinda do atual pastor, esse problema foi solucionado, uma vez que o mesmo é aposentado, não dependendo exclusivamente da igreja para o seu sustento. Segundo testemunho dos irmãos, isto foi resposta de suas orações e nós cremos que foi. Para finalizar, vamos falar sobre os últimos anos, ou seja, a partir da vinda do pastor José Fernandes de Assis. Foram muitas as bênçãos desse período, principalmente quanto ao aspecto espiritual da igreja, mas também ao material. A sociedade camapuanense é muito conservadora, considerando-se, a propósito, a sua religiosidade. A gente costuma dizer, em tom de brincadeira, que membros das famílias tradicionais de nossa terra têm que sair daqui para se converterem, devido às I.B. Camapuã - 30 anos de ministério pastoral pressões familiares. Dizemos isso para ressaltar a dificuldade para o evangelismo nesta terra. Tanto é que existem poucas igrejas evangélicas aqui. Como dissemos, no início, a igreja batista é respeitada mas não cresceu com a cidade e, por isso, tem pouca influência sobre a mesma. Quando chegamos aqui em 2007, a igreja já estava sem pastor há mais de um ano. Contudo, a existência de irmãos maduros na fé, com sólida formação doutrinária, fazia com que os trabalhos continuassem sendo relizados com relativa normalidade. Com todas as dificuldades de penetração na sociedade local, o Senhor nos concedeu a bênção de batizarmos cerca de dezessete pessoas. Em todos os anos, por ocasião do aniversário da igreja, temos realizado batismos. No último aniversário da igreja, batizamos seis novos membros, entre adultos e adolescentes, e já temos outros batismos programados para setembro. Isso pode parecer muito pouco para as grandes igrejas, mas para a nossa, com aproximadamente quarenta membros, é um grande feito. Somente com a graça de Deus pudemos ver isso acontecer. No aspecto material, reformamos e ampliamos o templo e dependências, com instalação de ar condicionado, persianas, colocação de porta de vidro blindex fumê na entrada principal, nova aparelhagem de som e multimídia com microcomputador. A cidade não possui transporte coletivo regular e por isso estamos planejando adquirir uma Kombi para transportar os irmãos que não possuem veículos e residem nos bairros, bem como os visitantes. Assim está a Igreja Batista de Camapuã, se aparelhando para o futuro. Esperamos em Deus dias melhores. Temos mantido uma reunião de oração matutina, em todas as primeiras semanas do mês, das 6h às 7h. Esse trabalho vai completar quatro anos, em outubro. As senhoras também têm reunião de oração, todas as quintas-feiras, à tarde. Mantemos três programas radiofônicos semanais, um numa FM comunitária, que tem boa audiência, com mais de três anos, e outros dois numa emissora AM que atinge todo o interior do município. Por causa desses programas a nossa igreja e o pastor têm se tornado muito conhecidos na região, sem falar que a nossa Escola Dominical tem crescido bastante, com uma frequência que se aproxima do número de membros da igreja. Para aqueles que navegam na internet, eis o nosso site: www. ibcamapua.com.br. Com tudo isso, é de se espe- Primeira Igreja Batista em Santa Rita Há 50 Anos Anunciando que Jesus Cristo é a Única Esperança – 2011 Ano do Jubileu HISTÓRICO O trabalho batista no bairro de Santa Rita teve início na década de 1950 na localidade conhecida como “desvio do Amaral”, uma pequena estação ferroviária que servia para escoar a produção de laranja do município de Nova Iguaçu, que era na época uma grande produtora de laranja, na qual trabalhavam muitos irmãos que vieram do norte fluminense (Itaperuna, Itaocara, Campos, Italva,entre ção Batista na residência do irmão Pedro Coelho. Com a decadência da produção de laranjas e o povoamento do Bairro de Santa Rita (Engº Rocha Freire), a congregação mudou-se para a Rua Domingos da Silva, vindo logo após a ser organizada como Primeira Igreja Batista em Santa Rita, no dia 7 de setembro de 1961, com 29 membros fundadores, e tendo como seu primeiro pastor (interino) Hélio de Souza e Silva. Membros da igreja Nesses 50 anos de existênoutras cidades). Esses irmãos sob a liderança do saudoso cia, a PIB em Santa Rita orgafiliaram-se à Primeira Igre- pastor Hélio Souza e Silva nizou três outras igrejas: Vila ja Batista em Figueira, que organizou a então Congrega- Boa Vista, Corumbá e a Se- gunda de Santa Rita Teve oito pastores, dentre os quais Hélio de Souza e Silva, Hilquias Felipe da Silva, Aberaldo da Costa Fróes e Abiner Coelho, estando atualmente sob a liderança do pastor Edmar Ornelas de Azevedo, que tomou posse à frente do ministério pastoral da igreja no dia 10 de julho de 2011. A igreja tem participado dos esforços evangelísticos das juntas missionárias e tem se mantido fiel aos princípios batistas, preservando sua identidade através da cooperação participativa com os órgãos denominacionais. o jornal batista – domingo, 04/09/11 ponto de vista 13 OBITUÁRIO Um Tributo a Deus pela vida de Dorine Cobb Hawkins Dra Maria Bernadete da Silva Diretora Executiva do CIEM (antigo IBER) N o livro que registra a história do IBER , onde Dra Dorine trabalhou por 30 anos, está escrito que “falar sobre o IBER é falar sobre Dorine Hawkins”.De 1947 a 1967, Dra Dorine administrou o IBER com zelo e dedicação. Durante esse tempo, ela expandiu a escola em todos os seus segmentos: número de estudantes, recursos financeiros, instalações físicas, fundos educacionais, acervo bibliográfico, envolvimento das igrejas, serviço social e outros. Seu legado para as missões brasileiras irá muito além de seu tempo. As centenas de líderes nacionais e estaduais, missionários e educadores cristãos espalhados no Brasil e no mundo estão dando continuidade ao trabalho da Miss Dorine, como era carinhosamente chamada por todos. Suas lições iam desde o cuidado pessoal até o doar-se completamente ao Senhor, tal como a divisa que escolheu para a Escola ,em Gálatas 2.20: “Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim.”. Há muito o que dizer sobre a grande influência da Dra Dorine na vida de seus estudantes. Em 1967, quando ela estava deixando o Brasil, um artigo em O Jornal Batista afirmava que “o que ela teve a oportunidade de fazer está indelevelmente marcado nas centenas de IBERistas que receberam a influência de suas aulas, de seus conselhos, de suas orações e de seu exemplo”. Porém, seu trabalho foi além do âmbito da Escola. Em 1974, o Estado da Guanabara, reconhecendo o valor do seu envolvimento na sociedade onde Deus a plantou, a honrou com o título de Cidadã do Estado da Guanabara. No dia 9 de agosto de 2011, a Miss Dorine foi honrada com a completa cidadania dos Céus. Um louvor ao Senhor pela sua vida! Dorine Cobb Hawkins O Rei chamou um de seus Embaixadores para junto de Si. Embaixador do Rei Giovanni de Macedo Lima (1/3/99 a 23/8/11) A notícia que ecoa, a dor que nos machuca, a saudade que consome, são sentimentos que não conseguimos detalhar. É o adeus a um menino que muito nos ensinou a respeito de garra, amor, superação e tantos outros aprendizados. Quem pode desfrutar ao lado dele, mesmo que por poucos momentos, pode levar para toda uma vida alguém espécial, o qual o nosso rei nos “emprestou” e agora no seu tempo perfeito o levou para a glória eterna junto dos seus. É isso que nos consola, essa certeza de que quando enfim vier a noite lá também estaremos. Em seus últimos momentos (que temos certeza não eram de delírio), ele decla- rava “inclinei o meu coração a guardar os teus decretos para sempre até ao fim”(Sl 119.112), o versículo da nossa embaixada. Nossa embaixada neste momento gostaria de agradecer ao Daerg, e a todos os irmãos, embaixadas e igrejas que sustentaram o Giovanni em oração. Graças a estas, cremos que pudemos gozar um pouco mais de sua companhia, sem grandes sofrimentos. Obrigado a todos por terem feito essa luta de um ter se tornado a luta de muitos. A saudade fica, mas o consolo é saber que na glória o irmão Giovanni está melhor, ao lado de Cristo, o nosso Rei, e nós lá também estaremos um dia. Nossa gratidão a Deus e muito grande, pois ele permitiu conhecermos o Gio- vanni e com ele aprendermos muito.O nosso amor para com o Pai só aumenta com essa situação. Uma das nossas grandes alegrias foi a permissão do Senhor em que o Giovanni participasse do último acampamento gonçalense conosco. Muito obrigado, Senhor, por todos os momentos com nosso grande embaixador, irmão e amigo Giovanni. Eles foram todos muito significativos. Igreja Batista VII de Março. Embaixada Pr. Francisco Terceiro da Cunha Uma vez embaixador? Sempre Embaixador do Rei. Uh há. assim ele gritava ao termino de nossas reuniões. até logo, Giovanni. Conselheiros: CaetanoVinícius Giovanni de Macedo Lima 14 o jornal batista – domingo, 04/09/11 EDNILSON CORREIA DE ABREU Pastor da PIB em João Neiva (ES) E xiste um ensino que tem se tornado cada vez mais popular no meio cristão em igrejas de todos os matizes doutrinários. É o ensino da chamada “necessidade de quebra dos laços de alma”.É incrível como falsos ensinos vão se misturando com o verdadeiro ensino na igreja a cada dia e cada vez mais. É fato que existem pessoas dentro de nossas igrejas, às vezes membros antigos, que sofrem porque ainda não se libertaram de feridas emocionais relacionadas a experiências passadas, muitas dessas vividas em relacionamentos sentimentais e sexuais fora da vontade de Deus. É fato que lembranças mal resolvidas de experiências ruins ou de ligações negativas de relacionamentos doentios e errados podem produzir consequências no hoje de cada um. Afinal, podemos ferir outros e sermos feridos emocionalmente também. Entendendo que o ser humano é um ser integral não divisível, ou seja, tudo o que ocorre na dimensão subjetiva do ser influencia a dimensão física do mesmo e vice-versa, nossos relacionamentos tem implicações emocionais e espirituais. Tudo isso é verdade, mesmo na vida de um salvo por Cristo. Agora, a partir disso começar a ensinar na igreja que as pessoas que tiveram relacionamentos sexuais ou sentimentais com alguém fora da vontade de Deus precisam passar por um rito ou ato de oração especifica para quebra de laços de alma no mundo espiritual, para dessa forma poder se acharem libertas dessa situação, é coisa bem diferente. Alguns defensores dessa prática dizem também que demônios são transferidos por via da relação sexual, gerando até pactos de sangue. Em resumo, afirmam que a relação sexual indevida produz um pacto ou aliança e dessa forma um laço de alma é feito. Afirmam também os crentes nessa prática que, ao nos relacionarmos fisicamente ou sentimentalmente com alguém, ficamos de certo modo presos espiritualmente a esta pessoa pelos laços de alma que acabaram sendo feitos por meio dessa relação, daí a necessidade de quebra destes laços de alma. Existem até mesmo orações especificas especialmente para isso. Pergunto: onde está tudo isso ensinado implícita ou explicitamente na Bíblia? Creio que muitos dos que se envolvem com este tipo de ensino são pessoas que estão tentando achar saída para alguns problemas pessoais ou que querem de fato ajudar pessoas com problemas, mas não creio, à luz da Bíblia, que este seja o caminho certo. Isso tudo parece mais com espiritismo kardecista, estando longe do evangelho de Jesus. Mas, por incrível que pareça, há muitos cristãos buscando e ensinando isso. Os dois textos bíblicos mais usados para tentar fundamentar este ensino são Mateus 18.18 e 1 Coríntios 6.15-16. Já de início lembramos que este primeiro texto não está ensinando nada sobre possíveis laços de alma no mundo espiritual entre pessoas que se relacionaram pecaminosamente. Ele tem a ver com a disciplina sendo aplicada pela igreja aos seus membros. O que este texto diz-nos na verdade é que as medidas justas, bíblicas, obedecidas e postas em prática, pelos crentes (como igreja), de acordo com os mandamentos de Jesus, são ratificadas no céu. O tema da passagem trata do perdão (liberar/desligar) ou de excomunhão (amarrar/ ligar) de um pecador impenitente da igreja. Seu significado mais literal é que ponto de vista o que for ligado na terra já foi ligado no céu e o que foi desligado na terra já havia sido desligado no céu. Estamos apenas seguindo a direção soberana do Senhor. Ligando este texto com o de Mateus 16.19, somos ensinados que através dos apóstolos recebemos a orientação bíblica da verdade que serve de fechamento (se ignorarmos a fé bíblica e apostólica) ou abertura (se crermos na doutrina dos apóstolos que nos aponta o verdadeiro evangelho de Cristo). Ou, falando de outro modo, a Bíblia que temos é a mensagem dos apóstolos e através dela o reino de Deus é fechado ou aberto conforme a posição do pecador diante da oferta do evangelho bíblico. Não há nada nestes textos bíblicos sobre fechar ou abrir referindo-se a laços de alma. A passagem de 1 Coríntios 6.15-16 deve ser vista à luz de todo o contexto do capitulo e da carta inteira ,que ensina, entre outras coisas, sobre o uso honroso ou desonroso de nosso corpo como templo do Espírito Santo. Ao expor este tema, Paulo vai citar a prática de relações sexuais indevidas (pornéia), aqui no caso com uma prostituta. Pelo termo grego do versículo 16 traduzido como unir-se (que está no particípio presente), entende-se que esta união ocorre enquanto o pecado esta sendo vivido. Ao falar sobre o formar uma só carne, não está sendo dito que existe um laço de alma formado. Paulo está, sim, chamando a atenção dos crentes de Corinto sobre o pecado de unirem um corpo que foi santificado para Deus ao pecado (e se estas prostitutas fossem prostitutas cultuais do templo de Afrodite em Corinto a situação seria ainda pior), pois seria a participação de um cristão em um culto demoníaco. Pessoas com problemas precisam de ajuda e aconselhamento bíblico mesmo. Devemos identificar a situação da pessoa discernindo biblicamente o que, a luz da Palavra, ela precisa ter corrigido em sua vida Tudo isso feito em oração na completa dependência da graça e do poder do Senhor(não esquecendo-se de que algumas situações exigem tratamento médico). A Bíblia não nos ensina ritos, orações especiais ou atos de libertação para quebra de possíveis laços. Ela nos ensina que temos de aplicar a Palavra de Deus às realidades existenciais integrais de cada crente, ensinado-os/treinando-os para vencer o erro, que fundamenta suas reações erradas na vida. A Bíblia nos foi dada para nos equipar para sermos tudo o que Deus quer que sejamos, conforme 2 Timóteo 3.16-17. Também todo o Salmo 119 nos fala disso. O significado do perdão de Deus e da obra de Jesus feita à nosso favor é algo extraordinário e que acaba sendo menosprezado por aqueles que defendem a necessidade de se acrescentar orações exclusivas e atos especiais de libertação e quebra de laços(examine textos como Jr 31.34; Is 43.25; Rm 8.2834; Cl 1.13, 1 Co 6.9-11; 2Co 5.17, 21, Hb 8.12). Além de tudo o que já dissemos baseados na Bíblia, existem também algumas implicações práticas deste ensino que mostram sua distorção. Se existissem laços de alma no mundo espiritual, eles deveriam persistir até mesmo depois da morte se não forem quebrados. E a salvação destas pessoas como fica? Como ficam os milhões de crentes que nunca fizeram isso e mesmo vindo de vidas promiscuas foram e são crentes frutíferos e abençoados na vida cristã? Outra observação bem pragmática e jocosa: o que seria de um(a) prostituta(a) ou garota(o) de programas que se converte. Como ele ou ela vão poder listar todos com quem se relacionaram fisicamente no seu passado para poderem então quebrar estes laços? O que foi que Jesus disse à mulher flagrada em adultério (Jo 8.11)? Vá e quebre este laço de alma? Ou “vá e abandone esta vida de pecado”? O apóstolo Paulo nunca orientou nenhuma igreja, (especialmente aos crentes de Corinto, cidade conhecida pela sua profunda promiscuidade) cuja maioria vinha de vidas terríveis, a quebrar laços de alma quando ensinou os cristãos a lidar com o pecado em sua vidas. Temos de lidar com o pecado da forma bíblica, ou seja, através do arrependimento, confissão, abandono e vida vivida na presença de Deus continuamente. E diante das forças de Satanás a ação-chave é resistir e resistir sempre ( 1 Jo 2.9; Pv 28.13; Rm 6.17-22; 1 Ts 4.3-8;Tg 4.7; 1 Pd 5.9) Quebrar laços em momentos especiais de oração pode até produzir um efeito mental, emocional ou o psicológico impactante. Porém, nenhum laço de alma será quebrado no mundo espiritual, pois nada estará amarrado lá para aqueles que já nasceram de novo pelo poder de Deus e que mesmo tendo pecado depois de salvos já se arrependeram e deixaram o pecado para trás. Na verdade, os que ensinam a necessidade da quebra de laços de alma, acabam, isso sim, criando mais um laço, através do qual a pessoa não consegue se perceber como liberta e perdoada pela poderosa, suficiente e inigualável obra de Jesus na cruz do Calvário. Segundo eles, a pessoa somente será liberta se ela for “ministrada” por alguém que lhe ensinará a oração da quebra de laços de alma. Do contrário, até que isso ocorra, tal pessoa se sentirá amarrada psicológica e espiritualmente ao seu erro Isso sim é um laço. Um laço amarrado em um falso ensino bíblico, que só a aplicação da verdade bíblica pode desatar.