9 São Paulo, 18 a 24 de outubro de 2013 Iniciativa busca conscientizar sobre o câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce da doença FOTO: EDUARDO KNAPP FOLHAPRESS Outubro Rosa, uma campanha a favor da vida Flávia Flores fez do câmcer uma forma de ajudar outras pessoas Maiara Ribeiro Neste mês de outubro diversos prédios e monumentos espalhados por cidades ao redor do mundo ganham uma iluminação rosa, por conta do Outubro Rosa - uma campanha que visa a conscientização das pessoas sobre o câncer de mama. O nome remete à cor do laço rosa, que simboliza em todo o mundo a luta contra a doença. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), a mobilização nos meios de comunicação e em espaços públicos onde a mulher está inserida é uma maneira de alertá-la sobre a doença e mostrar que é possível reduzir o número de mortes através de ações de promoção da saúde. O câncer de mama O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na mama, causado pela multiplicação anormal de células no local. O sintoma mais comum é o nódulo no seio, que pode ser ou não acompanhado de dor. Alterações na pele da mama, secreção nos mamilos e caroços na axila também podem ser sinais de alerta. Ao perceber qualquer anormalidade, a mulher deve procurar um médico imediatamente. De acordo com o INCA, mulheres entre 40 e 49 anos devem fazer anualmente o exame clínico de mamas nas Unidades Básicas de Saúde. Caso haja alguma alteração suspeita, uma mamografia será realizada para confirmar o diagnóstico. Já entre os 50 e 69 anos, a recomendação é que mamografias de rastreamento sejam feitas a cada dois anos. Mulheres com risco maior (com mãe ou irmã com câncer de mama antes dos 50) devem iniciar o acompanhamento a partir dos 35 anos. A hereditariedade está envolvida de 5% a 10% no total dos casos. O risco é maior quando parentes de primeiro grau já foram vítimas do câncer de mama, sejam homens ou mulheres. Sim, o câncer também atinge o sexo masculino, porém é muito raro acontecer. Nos homens, o caroço aparece mas não vem acompanhado de dor, portanto, é preciso estar atento às anormalidades. Prevenção, diagnóstico e tratamento Ter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas regularmente e não ingerir frequentemente bebidas alcoólicas diminuem as chances de desenvolver a doença. Ter tido a primeira menstruação precoce, a menopausa tardia (depois dos 50 anos), a primeira gravidez depois dos 30 ou não ter tido filhos são fatores de risco. A amamentação reduz os riscos. A doença, quando diagnosticada em estágios iniciais, apresenta um prognóstico mais favorável e maior percentual de cura. Por isso, é necessário que a mulher esteja sempre bem informada e atenta às possíveis anormalidades de seu corpo. Entre os tratamentos, há a tumorectomia (que remove apenas o tumor), a quadrantectomia (que retira o tumor e uma parte da mama) e a mastectomia, que remove completamente a mama. Durante o tratamento, o paciente pode passar pela radioterapia - método que utiliza raios para destruir as células cancerosas e impedir que elas se multipliquem - e a quimioterapia, que utiliza compostos químicos para destruir as células malignas. Superação Além de perder os cabelos em decorrência da quimioterapia, nos casos mais graves a paciente precisa retirar totalmente a mama - o que faz com que a mulher tenha tenham baixa estima, mas há como superar todo esse procedimento. Flávia Flores, 36 anos, foi diagnosticada com câncer de mama no ano passado. No início, claro, bateu um desespero, mas ela jamais pensou em desistir: “Sempre pensei positivo e nos momentos difíceis eu nunca deixei de acreditar na minha cura”. Flávia, então, fez de sua doença uma maneira de ajudar outras mulheres com câncer, e criou na internet a página “Quimioterapia e Beleza”, que hoje conta com mais de 37 mil seguidores. Lá, ela compartilha vídeos, fotos e dicas de beleza, mostrando para as mulheres que elas podem – e devem – se manter vaidosas e bonitas mesmo fazendo quimioterapia. “A troca de carinho me ajuda muito, encaro o tratamento com mais leveza e muito mais feliz”, conta. Além da fanpage, ela escreveu também um livro com o mesmo nome, onde conta sua história e inspira outras pessoas. Para Flávia, mulheres com câncer devem chamar a atenção das pessoas pela beleza e força, e não pela doença. “Sempre digo que a autoestima elevada é o segredo de um tratamento bem sucedido”, finaliza.