Epidemiologia e Profilaxia
J.A.L.Marinho - 2012
Alimentação e
Saúde
Instrumento
Processo de adoecer
e
Como vigiar
Ações
relativas
aos
diversos
níveis
de
prevenção, relacionadas
a situações específicas
Saneamento Básico
Alimentação
Imunizações
Doenças
Cardiovasculares
Infecção Hospitalar
Doenças
Sexualmente
Transmissíveis
Tuberculose
Meningite
Raiva
Tétano
Malária
Poliomielite
Sarampo
Coqueluche
Cólera
1ª Parte:
INTRODUÇÃO
Educação para a Saúde, um
caminho para promoção.
Ser educador persistente pode
mudar hábitos
O Descompromisso tem resultados
dramáticos
• Hábitos de vida modificáveis são responsáveis por 50% de
mortes prematuras: EUA, (JAMA, 1993).
• Doenças crônicas relacionadas a hábitos de vida
respondem por 70% do total de gastos com saúde: EUA
(Fries, Koop, Beadle, 1998).
• Entre 1980 e 2004 o número de diabéticos no EUA mais
que dobrou (U.S. Center for Disease Control).
• Metade dos adultos americanos têm colesterol acima do
nível desejado (CDC)
Edward J. Fotsch, M.D. in-American College of Cardiology Annual Scientific Session 2007
O Descompromisso tem resultados
dramáticos; Mudar o estilo de vida
previne.
• Dieta saudável e exercício podem reduzir a taxa de câncer
em 30- 40% a nível mundial, (International Obesity Task
Force, 2001).
• A obesidade afeta 70 milhões de americanos e é a
segunda causa importante de mortes evitáveis, com
custo de $100 bilhões por ano. (American Obesity
Association).
• O sobrepeso, em si, aumenta o risco de insuficiência
cardíaca;
• Para cada ponto a mais no IMC, o risco aumenta 5% para
o homem e 7% para a mulher. (New England Journal of
Medicine, 2002)
Edward J. Fotsch, M.D. in-American College of Cardiology Annual Scientific Session 2007
A orientação nem sempre é cumprida
Comportamento dos usuários: regra dos 50% (Lei das
metades):
50% das medicações prescritas não são tomadas
50% dos sreenings (triagem) preventivos não são feitos
50% da população é obesa
50% das vacinações recomendadas em adultos não são aplicadas
50% das mamografias de seguimento em mulheres diagnosticadas e
tratadas por câncer de mama não são feitas. (American Cancer Society
2006 statistic)
Edward J. Fotsch, M.D. in-American College of Cardiology Annual Scientific Session 2007
2ª Parte: Base para
alimentação saudável
Educar para alimentação saudável
respeita características individuais
Princípios do Equilíbrio alimentar
A)Necessidades
Quantidades de alimentos, vitaminas, sais minerais e oligoelementos para
manter a homeostase e metabolismo adequados.
B) Recomendações
Necessidades mínimas de nutrientes baseadas na média da população
sadia, garantindo-se percentagem de segurança.
Variáveis Individuais
Fatores Modificadores
das Necessidade Calóricas
 Aspectos genéticos
 Atividade física
 Volume corporal
 Idade
 Condições climáticas
 Condições clínicas
 Aspectos morfológicos
 Condições fisiológica
 Atividade endócrina
 Eficácia metabólica
Orientar a alimentação deve atender
necessidades geradas por Condições
clínicas
Orientar a alimentação atende a
necessidades geradas por Condições
clínicas
Orientar a alimentação deve atender
necessidades das Condições Clínicas
3ª Parte:
Fundamentação
Fundamentos da orientação alimentar
• Distribuição de substratos calóricos
• Classificação dos alimentos
• Pirâmide alimentar
• Organização da alimentação
• Avaliação nutricional
• Avaliação Nutricional no Idoso
Distribuição dos Substratos Calóricos
Substrato
Calorias/g
Percentagem
Proteínas
4
10 a 15%
Carboidratos
4
50 a 60%
Gorduras
9
25 a 35%
Álcool
7
------------
• Vitaminas
• Sais Minerais
• Oligoelementos
Classificação dos Alimentos
Substratos
Alimentos
Construtores
Proteínas, Ca, Fe,
Complexo B
 Leite e derivados
 Carnes
 Leguminosas
Energéticos
Carboidratos
Gorduras
 Cereais
 Raízes e tubérculos
 Gorduras (preferir as vegetais)
Reguladores
Vitaminas
Minerais
Oligoelementos
 Frutas
 Hortaliças
– verduras e leguminosas
A Pirâmide Alimentar
respeita a cultura
Organização da alimentação
Leis de Pedro Escudero: Normas para cálculo dietético
1a. Lei: Quantidade
(Valor Calórico Total)
Quantidade de alimentos para
exigências calóricas do organismo
2a. Lei: Qualidade
O regime deve
composição
3a. Lei: Harmonia
Relação proporcional dos
compõem a alimentação
4a. Lei: Adequação
Adequação ao organismo: considera as
variações individuais e fatores modificadores
de necessidades, cultura e poder aquisitivo
ser
cobrir
as
em
sua
substratos
que
completo
Referência para orientar necessidades calóricas
diárias
Gênero
Idade Sedentário
(anos)
Crianças
2-3
1.000
Feminino
4-8
1.200
9-13
1.600
14-18
1.800
19-30
2.000
31-50
1.800
51+
1.600
Masculino
4-8
1.400
9-13
1.800
14-18
2.200
19-30
2.400
31-50
2.200
51+
2.000
Nível de Atividade
Moderadamente
ativo
1.000-1.400
1.400-1.600
1.600-2.000
2.000
2.000-2.200
2.000
1.800
1.400-1.600
1.800-2.200
2.400-2.800
2.600-2.800
2.400-2.600
2.200-2.400
Ativo
1.000-1.400
1.400-1.800
1.800-2.200
2.400
2.400
2.200
2.000-2.200
1.600-2.000
2.000-2.600
2.800-3.200
3.000
2.800-3.000
2.400-2.800
Avaliação Nutricional
Indicadores do Estado Nutricional
Culturais e
Antropológicos
Hábitos alimentares
Métodos de alimentação infantil
Dietas de gestantes e nutrizes
Práticas culinárias prevalentes
Produção de alimentos
e acesso
Desigualdades sociais
Estatísticas
demográficas
Mortalidade infantil
Mortalidade de 1 a 4 anos
Mortalidade infantil por sarampo
Mortalidade por D. Diarréicas, de 1 a 4 anos
Indicadores Baseados
no Peso
Prematuridade
% de crianças desnutridas
Peso atual
x 100
Peso ideal
Avaliação Nutricional no Idoso
Peso Corporal
Perda de 5% em um mês
Ganho de 10% em 6 meses
IMC < 21*; IMC >28*
Capacidade alimentar
Suporte social
Hábitos alimentares
Estado clínico
Falta de alimentos na alimentação diária
Usualmente alimenta-se sozinho
Não se alimenta 1 a 2 dias por mês; Inapetência
Tem dieta especial/restrita
Come vegetais 2 ou menos vezes por dia
Consome leite ou derivados 1 ou menos vezes/dia
Consome frutas ou suco 1 ou menos vezes/dia
Come pães, cereais, massas, arroz, ou outros grãos 5 ou menos vezes/dia
Tem dificuldade para mastigar ou deglutir
Bebe mais que 1 drink de álcool/dia, se mulher; mais que 2 drinks/dia, se homem
Dor na boca, nos dentes ou para mastigar
Renda
Segurança
Ambiente onde vive
Renda inferior a 1 dólar/dia; Vive sozinho
Incapacidade de sair sozinho de casa
Preocupação com a segurança da casa
Casa com temperatura inadequada
Não tem fogão ou geladeira
Não pode ou prefere não gastar com alimentos
Estado funcional:
quase sempre precisa de
auxílio para:
Banho; Vestir; Cuidar-se;Toillete; Alimentar;
Andar ou mover-se; Sair de casa; Preparação de alimentos
Comprar alimentos ou produtos para outras necessidade
4ª Parte:
Alimentação vs
Agravos à saúde
Origem de doenças pela alimentação
• Por contaminação
• Biológica
• Química
• Física
• Por excesso
• Por deficiência
Os alimentos estão na interface do
Risco
Água, Saneamento
Pesticidas
e Higiene
Alimentação
Chumbo e
Outros metais
Poluição do ar
Ruído
Reservatórios de água
Radiação UV
Radiação
ionizante
Ambiente e Agricultura
Trânsito
Trabalho
Ambiente
natural de risco:
Terras alagadas
Arboviroses
E
Protozooses
Contaminação
Biológica
INFECÇÕES TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS:
 VIRUS: hepatite, poliomielite, etc.
 RICKETTSIAS: febre q
 BACTÉRIAS: salmoneloses, shigeloses, tuberculose,
brucelose, cólera, carbúnculo,
tularemia, difteria, estafilococcia,
estreptococcia, etc,
 PROTOZOÁRIOS: amebíase, giardíase, balantidíase
toxoplasmose, etc.
 NEMATELMINTOS: ascaridíase, oxiuríase,
tricocefalíase, triquiníase.
 PLATELMINTOS: teníase, equinococus (hidatidose),
botriocefalose
Mortalidade por infecções
transmitidas por alimentos
Quadro I: Três toxi-infecções e suas variáveis clínico-epidemiológicas
SALMONELOSE
BOTULISMO
ESTAFILOCOCO
ENTEROTÓXICO
SALMONELAS E TOXINAS
Cl. BOTULINUM
(TOXINA)
S. ENTEROTÓXICO
(EXOTOXINA)
ORIGEM
CARNES, VISCERAS,
OVOS, LEITE E
DERIVADOS
CONSERVAS MAL
PREPARADAS
ANIMAIS DOENTES,
MANIPULADORES COM
INFECÇÕES PIOGÊNICAS;
OS ALIMENTOS SÃO LEITE
E DERIVADOS
INCUBAÇÃO
6 a 12 HORAS, ATÉ
CERCA DE 24 HORAS
10 a 18 HORAS, ATÉ
2 a 3 DIAS
2 a 4 HORAS, ATÉ 6
HORAS
SINTOMAS
MAL-ESTAR, DIARRÉIA,
VÔMITO, DORES/CÓLICA,
FEBRE OCASIONAL
NEUROLÓGICOS:
PTOSE, DISFAGIA,
ALTERAÇÕES
OCULOMOTORAS E
DE ACOMODAÇÃO.
MAL-ESTAR, VÔMITOS,
DIARRÉIA.
PREVENÇÃO
VIGILÂNCIA E EDUCAÇÃO
SANITÁRIAS
HIGIENE NA
PREPARAÇÃO;
AQUECER
CONSERVAS ANTES
DO USO.
PASTEURIZAÇÃO;
HIGIENE NA UTILIZAÇÃO.
RESISTE AO CALOR
TERMOLÁBIL
RESISTE AO CALOR
AGENTES
TOXINA
Quadro II: Alimentos e modos de contaminação.
TIPO DE ALIMENTO
ÁGUA
ORIGEM DA DOENÇA
DOENÇA
FALTA DE PROTEÇÃO AOS
MANANCIAIS;
DEFEITO DE CANALIZAÇÃO;
=DOENÇAS DO ANIMAL
FEBRE AFTOSA
TUBERCULOSE
TOXOPLASMOSE
TENÍASE
Etc.
ALIMENTOS ANIMAIS
= DOENÇA DO MANIPULADOR
= CONTAMINAÇÃO ACIDENTAL:
MOSCAS
VASILHAME
SOLO
= FLORA INTESTINAL DO
ANIMAL
ALIMENTOS VEGETAIS
= ÁGUA, ADUBOS, DEJETOS;
= FUNGOS(esporão do centeio)
=DOENÇA DO MANIPULADOR
SALMONELOSES
ERGOTISMO
CONTAMINAÇÃO
QUÍMICA
Arq Bras Endocrinol Metab vol.54 no.1 São Paulo fev. 2010
•Cerca de onze milhões de substâncias químicas são
conhecidas em todo o mundo;
•Três mil são produzidas em larga escala;
•Nos Estados Unidos, 1.200 a 1.500 novos registros
são feitos a cada ano;
•São de uso doméstico, industrial e agrícola;
•São inseticidas, detergentes, repelentes
desinfetantes, retardantes de chama;
•Estão presentes nos efluentes residenciais, industriais
e de estações de tratamento de água e esgoto;
•Somente 40 a 50 substâncias químicas são
contempladas pelos padrões de potabilidade da
água.
Contaminam a cadeia alimentar;
Se ligam a receptores endócrinos e
promovem
alterações
na
síntese,
secreção, metabolismo e/ou ações
hormonais (interferente endócrino);
INTERFERENTE ENDÓCRINO(IE):
substâncias ou misturas presentes no
ambiente capazes de interferir no
sistema endócrino, causando efeitos
adversos em um organismo intacto ou
sua prole
DOENÇAS POR EXCESSO
Obesidade é fator de risco
para doenças cardiovasculares
Obesidade é fator de risco para
doenças cardiovasculares
Obesidade x Morbidade
Obesidade x Óbito/idade
Willet et al. N Engl J Med, 1999; 341(6): 327-34
Bulimia nervosa e Anorexia nervosa
reduzem a Qualidade de Vida
•Presença de comorbidades psiquiátricas
•Sintomatologia depressiva e ansiosa
•Gravidade do quadro alimentar
•Menor predisposição à mudança
Cad. Saúde Pública vol.26 no.3 Rio de Janeiro mar. 2010
Bulimia nervosa e Anorexia nervosa
Aspectos da qualidade de vida
mais prejudicados
•Pouca satisfação com a área social (família, amigos
e trabalho)
•Deterioração mais evidente nos domínios
psicossociais:
 perda dos amigos,
 isolamento e
 dificuldade de estabelecer relações afetivas
Tendência suicida
Cad. Saúde Pública vol.26 no.3 Rio de Janeiro mar. 2010
Doenças por Carência
“A
nutrição
desesperadamente
é
um
aspecto
negligenciado
da
saúde materna, do recém-nascido e da
criança. As razões são entendidas mas
não justificáveis“
Desnutrição materno-infantil:
Morbi-mortalidade
The Lancet, Volume 371, Issue 9608, Pages 243 - 260, 19 January 2008
Vias da incapacidade e
morte por desnutrição
The Lancet, Volume 371, Issue 9610, Pages 417 - 440, 2 February 2008
Prevalência de baixa
estatura em < 5 anos, 2004
Distribuição da deficiência
de vit. A em < 5 anos, 2004
Distribuição da Deficiência
de Zinco em < de 5 anos, 2004
The Lancet, Volume 371, Issue 9608,
Pages 243 - 260, 19 January 2008
Tabela: Vitaminas Hidrossolúveis e aspectos clínicos das Carências
Vitaminas
Efeitos da Carência
Vit. C
(ácido ascórbico)
- Hiperemia de gengivas
- Hemorragias
- Anemia
(Escorbuto)
Digestivas: náuseas, vômitos, diminuição da motilidade intestinal;
Neurológicas: manifestações cerebrais
neuropatia periférica;
Coração: ICC
(Beribéri)
- Vascularização da córnea
- Queilose
- Dermatite seborréica
- Dermatite; glossite
- Anorexia; vômito; diarréia
- Confusão mental; afasia;
depressão
(Pelagra)
- Convulsões em crianças
- Dermatite seborréica
- Náusea; vômito; fraqueza;
tontura
- Glossite
- “Síndrome do pé queimado”
- Anemia macrocítica
- Granulocitopenia
- Diarréia
- Anemia megaloblástica da
gestação
- Anemia macrocítica
( Anemia perniciosa)
Tiamina
Riboflavina
Niacina
Vit. B6
Ácido Pantotênico
Ácido Fólico
Vit. B12
Tabela: Vitaminas lipossolúveis e aspectos clínicos de sua Carência
Vitamina
Carência
Vit. A
- Cegueira noturna
- Queratinização das glândulas sebáceas e
sudoríparas, do trato respiratório, do
trato urinário e da conjuntiva.
- Raquitismo em crianças
- Osteomalácia em adultos
- Hipoprotrombinemia
- Hemorragias
- Doença hemorrágica do recém-nascido
Vit. D
Vit. K
Deus e Satanás em luta
A CRIAÇÃO
E Deus disse:
"Que cresça a erva,
que a erva dê semente,
que da
semente cresçam
árvores e dêem frutos".
Deus povoou a Terra com brócolis, couve-flor,
espinafre, milho e vegetais de todas as espécies,
para que o Homem e a Mulher pudessem viver longas
e saudáveis vidas.
E Satanás criou o McDonald's e a promoção de dois Big Macs a
cinco reais.
E Satanás disse ao Homem: Queres as batatas fritas com quê?"
E o homem disse: "Na promoção, com Coca-cola, catchup e
mostarda".
E o Homem engordou cinco quilos.
E Deus criou o iogurte
saudável, para que a
Mulher pudesse manter
a forma esbelta de que
o Homem tanto gostava.
E Satanás criou o chocolate.
E a Mulher engordou cinco quilos.
E Deus disse:
"Experimentem
as minhas
saladas".
E Satanás criou os
pratos de bacalhau com
creme e marisco.
E a Mulher engordou
10kg.
E Deus disse:
"Enviei-vos bons e saudáveis vegetais
e o azeite para que os possam
cozinhar".
E Satanás inventou a gordura
hidrogenada, a galinha frita e o
peixe frito.
E o Homem ganhou dez quilos e os
níveis de colesterol bateram no teto.
E Deus criou os sapatos de corrida, e o
Homem perdeu aqueles quilos extra.
E Satanás criou a televisão
a cabo com controle remoto
para que o homem não
tivesse de se levantar para
mudar de canal.
E o Homem ganhou mais
vinte quilos.
E Deus disse: "Estás passando dos limites".
E Satanás criou o ataque cardíaco.
E Deus criou a
intervenção cirúrgica
cardíaca.
E Satanás colocou o
dedo no sistema de
saúde brasileiro...
Mas Deus deu ao homem os convênios... e a
aposentadoria para que ele pudesse descansar,
dando-lhe nova chance...
Então Satanás criou a política
que está aí...
Deus desistiu....
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Apresentação Aula 7 (2