64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013 FLORÍSTICA DE SAMAMBAIAS E LICÓFITAS EM DOIS FRAGMENTOS DE MATA ATLÂNTICA NO NORTE DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL. 1* 2 3 Rafael Coelho Andrade , Luis Fernando Tavares de Menezes , Lana da Silva Sylvestre 1 : Bolsista PibicUFES, graduando em Ciências Biológicas na Universidade Federal do Espírito Santo – UFES\Centro 2 Universitário do Norte do Espírito Santo – CEUNES, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas; : Universidade Federal do Espírito Santo – UFES\Centro Universitário do Norte do Espírito Santo – CEUNES, Departamento de 3 Ciências Agrárias e Biológicas; : Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); *autor para correspondência: [email protected] Introdução A região norte do Espírito Santo está inserida na região do Brasil indicada como um dos centros brasileiros de diversidade e endemismo de pteridófitas (Lycophyta e Monilophyta) na região Neotropical [1]. Porém, são poucos os estudos que contemplam as pteridófitas capixabas do Estado capixaba. No norte do Estado, são expressivas as áreas vegetais cobertas pelas Florestas de Tabuleiro (classificadas pelo IBGE como Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas), contidas no domínio Mata Atlântica, que estão localizadas entre a região serrana e as planícies quaternárias, sendo indicadas como os maciços florestais de maior significação do Estado, e cuja região é reconhecida como um dos 14 centros brasileiros de diversidade e endemismo vegetal [2]. Contudo, visto que são escassos os trabalhos de conhecimento da pteridoflora no Estado e a importância da região no contexto brasileiro, este trabalho possui o objetivo de registrar e analisar a diversidade de pteridófitas em dois fragmentos de Florestas de Tabuleiro no norte do Espírito Santo. Metodologia Este estudo foi realizado na Reserva Biológica do Córrego do Veado (2.392ha) e na Floresta Nacional do Rio Preto (2.830,64ha), localizadas nos municípios de Pinheiros e Conceição da Barra, respectivamente, no norte do Espírito Santo, Brasil. O material botânico foi coletado através de caminhadas sistematizadas, visando esforços de coleta nos ambientes indicados como preferências de riqueza do grupo, em 6 visitas à cada área de UC, em diferentes épocas ao longo de um ano. O material botânico coletado foi inserido, após técnicas usuais de herborização, no herbário VIES/CEUNES. O tratamento taxonômico baseou-se em Smith et al. 2006 para as famílias. Os aspectos ecológicos, tais como as formas de vida, os habitats, os tipos de ambientes e hábito e os ambientes preferenciais foram registrados durante as coletas em campo. Resultados e Discussão Na REBIO do Córrego do Veado, foram registradas 11 famílias com 15 gêneros, sendo a família Pteridaceae com maior representatividade de espécies (10 spp.), na qual o gênero Adiantum se destaca com maior número de espécies (5 spp.). Entre as 22 espécies encontradas, 18 são ervas terrestres, uma é erva aquática, 2 são ervas epífitas e uma é escandente. A maior riqueza de espécies foi encontrada no habitat terrestre (com 86% das espécies) e a forma de vida da maioria das espécies foi a hemicriptófita (apresentado por 86% das espécies). Os ambientes preferências encontrados foram o interior da mata e as margens de regatos. Para a FLONA do Rio Preto, foram registradas 12 famílias com 19 gêneros, sendo a família Pteridaceae a que possui maior riqueza (7 spp.), na qual o gênero Adiantum se destaca também com maior número de espécies (com 3 spp). Entre as 26 espécies encontradas, 14 são ervas terrestre, uma é erva aquática, 7 são ervas epífitas, 2 são hemiepífitas, uma é arborescente e uma é escandente. A maior riqueza de espécies foi encontrada no habitat terrestre (com 62% das espécies) e a forma de vida da maioria das espécies foi a hemicriptófita (apresentado por 62% das espécies). Os ambientes preferências encontrados também foram o interior da mata e as margens de regatos. Os resultados ecológicos encontrados são semelhantes aos encontrados em outros estudos para outras áreas de FODTB. Quanto à riqueza de espécies, os resultados aqui encontrados são consideravelmente inferiores aos de outros estudos em regiões semelhantes, o que pode ser influenciado pelo histórico recente de queimadas nestas florestas e pela monocultura intensa de culturas agrícolas no entorno das áreas. Conclusões A Mata Atlântica do norte do Espírito Santo apresentam uma considerada riqueza de espécies de pteridófitas que ainda carecem de registro e estudos ecológicos. Agradecimentos Ao CNPq, pela concessão de bolsa de produtividade ao segundo autor. À FAPES por apoiar este estudo. Referências Bibliográficas [1] Tryon, R. M. 1972. Endemic areas and geographic speciation in tropical american ferns. Biotropica 4 (3): 121-131. [2] Peixoto, A. L. & Silva, I. M. 1997. Tabuleiro forests of Northern Espirito Santo, South-eastern Brazil. Pp. 369-372. In: S. D. Davis et al. Centres of Plant Diversity: a guide and strategy for their conservation. v.3: The Americas. IUCN Publications Unit, Cambrige.