TEMA 3 UMA EXPERIÊNCIA DOLOROSA: O NAZISMO ALEMÃO A ascensão dos nazistas ao poder na Alemanha colocou em ação a política de expansão territorial do país e o preparou para a Segunda Guerra Mundial. O saldo da guerra para a Alemanha A república alemã foi proclamada em novembro de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, e foi resultado de uma revolução conduzida por socialistas e liberais. O novo governo negociou a paz com os vencedores e assinou o Tratado de Versalhes, que declarava a Alemanha responsável por todos os danos causados aos países vencedores. O tratado proibia os Alemães de investir em forças armadas e na indústria bélica e os obrigava a indenizar os países vencedores pelos prejuízos de guerra. No início dos anos 20, a Alemanha endividada tinha uma economia frágil e dependente dos capitais estrangeiros. O quadro era de desemprego, concentração de renda, empobrecimento da classe média e das classes trabalhadoras. A jovem república alemã, conhecida como República de Weimar, enfrentou a oposição da alta burguesia e das classes médias, que acusavam o governo de favorecer o movimento operário e socialista e também de ser responsável pela derrota alemã. A crise do pós-guerra criou um terreno propício para o fortalecimento do nazismo, que subiu ao poder em 1933, com Adolf Hitler, e encerrou a República de Weimar. Uma “solução” extrema: o Partido Nazista. Proclamava a superioridade da raça ariana, da qual se originaram os alemães. De acordo com Hitler, estavam destinados a dominar toda a Europa. Os nazistas queriam destruir os inimigos da raça ariana. Externamente eram as potências responsáveis por impor o tratado de Versalhes e internamente, os judeus, acusados de conspirar contra os interesses do povo alemão. A ideologia nazista articulou-se em torno do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, o Partido Nazista, fundado em 1919. Procuraram explorar os sentimento nacionalista do povo alemão, abalado com os resultados da guerra. Responsabilizavam os judeus, os comunistas e o governo republicano e liberal de Weimar pela situação atual da Alemanha. A estrutura militarizada do partido embasava a proposta de ordem num país desorganizado política, social e economicamente. A crise de 1929 e a ascensão do nazismo A Alemanha encontrava-se muito dependente dos capitais norte-americanos. Com a crise e sua retirada, muitas indústrias faliram e o desemprego cresceu. Diante da crise, os grupos socialistas ganharam força. O movimento nazista também crescia, com seu discurso nacionalista, de rejeição ao Tratado de Versalhes e sua proposta de unidade nacional. Tropas ligadas ao Partido Nazista conhecidas como SA, atacavam organizações comunistas e socialistas. Para ampliar o apoio popular, os nazistas apresentaram propostas que beneficiavam os trabalhadores do campo e das cidades: reforma agrária sem indenização, nacionalização dos trustres e participação dos trabalhadores nos lucros das empresas, anulação das dívidas dos agricultores, preços melhores para as colheitas e salários dignos para os operários. O putsch de Munique e o Mein Kampf Em novembro de 1923, na cidade de Munique, um grupo de nazistas, liderado por Adolf Hitler, tentou dar um golpe de Estado e Hitler se proclamou chefe de governo. O golpe foi reprimido e os rebeldes presos. Na prisão, Hitler escreveu Mein Kampf (minha luta), que se tornou o livro da doutrina nazista. O livro continha as ideias racistas do nazismo, a defesa da expansão territorial alemã e a necessidade de criar um estado totalitário para realizar as mudanças que fariam da Alemanha uma grande potência. Foi um manifesto de Hitler em defesa da batalha racial, cultural e política dos arianos contra os judeus, os marxistas e os liberais. Os nazistas tomam o poder O exército e os grandes industriais passaram a apoiar o nazismo a partir de 1930. Em 1932, o Partido Nazista conseguiu vencer as eleições para o Reichstag, o Parlamento alemão. Em janeiro de 1933, Adolf Hitler foi convidado a assumir a chefia do governo alemão. Os nazistas chegavam ao poder. A expansão alemã O nazismo colocou em marcha um ideal guerreiro e expansionista que se baseavam na tese do pangermanismo e do espaço vital. Pangermanismo: Segundo essa tese, o Estado alemão deveria reunir todos os alemães que viviam em outros países em uma mesma nação e, em seguida estender seu domíno para se assegurar como potência. O espaço vital: Significava que os povos inferiores deveriam ser dominados e parte de sua população eliminada, para que os alemães pudessem se multiplicar e viver adequadamente. Essas ideias (belicismo, racismo e nacionalismo) foram bem recebidas, sendo que pouco tempo antes não tinham perspectivas de futuro e agora eram chamados a dominar o mundo. A luftwaffe na Guerra Civil Espanhola A Guerra Civil Espanhola começou devido a um golpe liderado pelo general Francisco Franco em 1936, contra o recém-instaurado governo espanhol da Frente Popular, formado por socialistas, comunistas e republicanos. Franco, de tendência fascista, contou com o apoio de parte dos grandes proprietários de terra, de setores do exército, da classe média e da Igreja Católica. A guerra civil dividiu o país em áreas comandadas pelos republicanos e outras dominadas pelos que apoiavam o general. Durante o confronto, Franco recebeu auxílio da Alemanha, da Itália e de Portugal, que enviaram armamentos e soldados. As forças republicanas foram apoiadas pela União Soviética e pelas Brigadas Internacionais, compostas por estudantes, operários e intelectuais de diversas partes do mundo que foram para a Espanha. França e Inglaterra permaneceram neutras. Em abril de 1937, a força aérea alemã, com o objetivo de testar sua eficiência, bombardeou o vilarejo basco da Guernica, na Espanha. O pintor Pablo Picasso representou, no quadro Guernica, esse cruel bombardeio que antecipou os horrores da segunda guerra mundial. O general Franco venceu a guerra na Espanha e estabeleceu uma ditadura de partido único, que durou cerca de quarenta anos. Fim do tema 3.