22 Anos de Escola 50 ANOS de Quartel em Caldas da Rainha Nº 1 Junho de 1984 Nº 2 Dezembro de 1984 Nº 3 Junho de 1985 Nº 6 Dezembro de 1986 Nº 7 Junho de 1987 Nº 11 Dezembro de 1989 Nº 12 Junho de 1990 Nº 13 Dezembro de 1990 Nº 17 Novembro de 1996 Nº 18 Junho de 2000 Nº 16 Outubro de 1995 Nº 8 Dezembro de 1987 Nº 4 Dezembro de 1985 Nº 5 Junho de 1986 Nº 9 Junho de 1988 Nº 10 Junho de 1989 Nº 14 Junho de 1991 Nº 19 Junho de 2001 Nº 15 Fevereiro de 1995 Nº 20 Junho de 2002 A “Alabarda” iniciou a sua publicação em Junho de 1984. A sua missão era definida pelo Coronel Cipriano Pinto, então comandante, “pretende ser principalmente o veículo de informação do que é a ESE, nas suas múltiplas tarefas e actividades escolares e territoriais...”. Desde a sua primeira publicação, e até Junho de 1991, teve uma publicação semestral regular tendo o nº 14, de Junho de 1991, sido um número comemorativo do 10º aniversário da Escola. Nestes últimos dez anos esteve quase suspensa, foram publicados quatro números. Em 2000 recomeçou a sua publicação com o propósito de ser editada anualmente em Junho. Alabarda SUMÁRIO Nº 21 Junho 2003 DIRECTOR Coronel Inf José Augusto do Quinteiro Vilela CHEFE DE REDACÇÃO Maj Inf Assis Inácio dos Santos Rodrigues REDACÇÃO Major SAR Joaquim da Nazaré Domingos Editorial 5 Reformulação do Curso de Formação de Sargentos 6 CFS e CPSC, breve resumo estatístico 10 TEMPESTADE 2003 três dias e duas noites 12 Breves considerandos sobre impostos 16 Novo sistema de feixes hertzianos para O Exército Português 20 O Sistema TETRA 22 50 ANOS - Quartel de Caldas da Rainha De Regimento a Escola 24 Ainda e sempre a Cultura Organizacional 28 Armas de destruição maciça 30 A orientação na ESE 33 O Special Air Service 34 Vamos falar de ambiente 37 Para a história 40 PROJECTO GRÁFICO E PAGINAÇÃO Tenente Inf Para RC David Rodrigues dos Santos MONTAGEM DA CAPA Tenente Inf Para RC David Rodrigues dos Santos IMPRESSÃO E ACABAMENTO Grafivedras - Artes Gráficas, Lda. Estrada Nacional 247, Escaravilheira 2560 - 191 S.Pedro da Cadeira Torres Vedras PROPRIEDADE E DISTRIBUIÇÃO Escola de Sargentos do Exército Apartado 818 2504 - 917 Caldas da Rainha TIRAGEM 500 Exemplares DEPÓSITO LEGAL 87065/95 PERIODICIDADE ANUAL ALABARDA ”Alabarda”, do Alemão Helmbarte (helm - punho e barte - hacha, ou seja: hacha de mão), que deu para o francês Hallebarde, é uma arma antiga de haste, em que combina a lança e o machado, portanto arma de ponta e corte, que sofreu através dos tempos várias transformações. Ao regularizar-se a organização militar (séc. XV), o sargento começou a ser o auxiliar do capitão comandante de companhia: encarregado sobretudo da administração, devia conhecer o número do armamento dos soldados, tratar do seu alojamento e alimentação, fiscalizar o cumprimento das ordens que recebiam assim como o seu procedimento, de modo a evitar conflitos entre eles e violências contra as populações. Rondava as guardas e indicava o lugar que deviam ocupar as esquadras tanto nas marchas como no combate. Os sargentos não tinham lugar fixo no batalhão e a sua insígnia era uma alabarda, que lhes servia para os alinhamentos... Os artigos publicados com a indicação do autor são da inteira responsabilidade dos mesmos, não reflectindo, necessariamente o pensamento da Chefia do Exército Português. Os nossos Comandantes Cor Inf Emilio Tomé Falcão 01Jun81 a 18Jul83 Cor Inf Herique Victor G. P. Brandão 30Ago91 a 27Nov92 Cor Inf António Cipriano Pinto 06Set83 a 15Jul85 Cor Inf Luciano Ferreira Duarte 02Dec92 a 05Set95 Cor Inf António M. de Almeida Correia 16Jul85 a 08Jul87 Cor Inf António L. Ferreira do Amaral 06Set95 a 01Set98 Cor Inf José Casimiro Coelho Pereira Pinto 09Jul87 a 29Jun89 Cor Inf Rui Alexandre Cardoso Teixeira 02Set98 a 31Jul00 Cor Inf Herculano Soares Martins 30Jun89 a 29Ago91 Cor Inf Manuel António Meireles de Carvalho 01Ago00 a 31Jul02 Editorial Tendo tomado posse como Comandante da Escola de Sargentos do Exército em 1 de Agosto de 2002, dirijo-me pela primeira vez aos leitores da “Alabarda”, que publica agora o seu 21º número, ao mesmo tempo que se comemoram dois eventos de especial significado, para todos os que estão ligados a esta Escola e ao Quartel que lhe serve de sede, desde a sua criação em 1 de Junho de 1981: o 22º aniversário da ESE e o cinquentenário da inauguração do Quartel de Caldas da Rainha, do RI5, em 5 de Junho de 1953. É meu dever exprimir a emoção e a honra em comandar a ESE, com justiça considerada a Casa Mãe dos Sargentos, permitindo-me reforçar a ligação às actividades de instrução e ensino, acompanhando o pulsar deste Estabelecimento Militar, responsável pela formação e preparação técnico-militar dos Sargentos do QP do Exército. Pretendo saudar efusivamente todos os que me antecederam nestas funções, com alguns dos quais servi e muito me ensinaram, que ao longo destas duas décadas souberam cumprir a divisa da Escola, “Vontade e Saber”, prestigiando-a e içando-a um patamar de referência no seio do Exército. Possa eu estar à altura do cargo e aproximar-me do exemplo desses ilustres Comandantes. Saúdo com estima os Oficiais, Professores, Sargentos, Alunos, Praças e Funcionários Civis que servem na ESE. É com o seu empenhamento e espírito de missão que se têm atingido os objectivos traçados. É com a sua dedicação, espírito de sacrifício e determinação que se há-de percorrer a próxima etapa, algo diferente e inovadora, nobre como as anteriores, pois continuará a formar militares no respeito pelos valores que sempre nortearam o Exército. O concurso de admissão para o próximo ano lectivo está aberto a candidatos civis, o que acontece pela primeira vez na história dos Cursos de Formação de Sargentos. Candidatos aos quais se exige o 12º ano de escolaridade e que após a frequência do Curso, novamente com a duração de dois anos, ingressam no Quadro Permanente. Será certamente uma realidade nova, que suscita interesse e expectativas, gerada num universo mais amplo de interessados na carreira militar. Terá o aliciante dos desafios que encerra e das adaptações que exige. Em paralelo com esta situação mobilizadora, cresce o sentimento realista das dificuldades a enfrentar, resultantes essencialmente da redução contínua dos recursos disponíveis que influenciam e afectam, cada vez mais, a acção de comando e aguçam o engenho para as ultrapassar. É imperioso dedicar uma reflexão especial aos 50 anos do Quartel de Casais de Pedrógão, que já abrigou o RI5, depois CIQC, RICR e a ESE nos últimos 22 anos. Festivamente inaugurado na tarde de 5 de Junho, contou com forte presença da população da cidade, que se quis associar e testemunhar a grandeza da solenidade do acontecimento, que teve ampla repercussão na imprensa da época. Serviu de casa e escola a muitos milhares de militares que em todasas partes do mundo souberam honrar os nossos antepassados, a nossa História e Portugal. É nosso dever preservar e melhorar as suas instalações e valorizar o seu património. Saúdo os alunos que frequentam a ESE e que são a razão de ser e a essência da sua missão. Os do 15º CPSC, que renovam conhecimentos e visam dar mais um passo na carreira que decidiram abraçar; os do 30º CFS que com brio, esforço e confiança, aprendem a ser os Sargentos de amanhã. Que esta “Alabarda” consiga ligar o passado ao presente, constitua uma porta aberta e franca para o futuro e possa consolidar o espírito de corpo e camaradagem entre todos. O Comandante Reformulação do Curso de Formação de Sargentos 6 Em 1976, o Decreto Lei Nº 920, de 31 de Dezembro estruturou a carreira militar dos Sargentos do Quadro Permanente do Exército, estabelecendo que os cursos de Formação e de Promoção de Sargentos fossem ministrados na Escola de Sargentos do Exército, adiantando que, por falta de legislação e instalações próprias, seriam transitoriamente ministrados no Centro de Instrução de Operações Especiais, em Lamego e na Academia Militar, aquartelamento da Amadora, respectivamente. Pelo despacho Nº 103/REO de 10 de Abril de 1981 do General CEME, confirmado pelo Decreto Lei Nº 275/81 de 1 de Outubro, foi criada a Escola de Sargentos do Exército em 1 de Junho do mesmo ano e instalada no Regimento de Infantaria de Caldas da Rainha, extinto em 31 de Maio, sendo nomeada fiel depositária dos feitos e tradições do Regimento de Infantaria Nº 5, cuja origem remonta ao 1º Terço de Elvas criado em 1641 e também, herdeira da tradição deste Regimento, ligado ao ensino de Sargentos Milicianos, em especial durante o período 1961 a 1974, em que ministrou formação a um efectivo superior a 70 000 homens. A estrutura curricular do curso de então, definia um modelo de dois anos lectivos para o Curso de Formação de Sargentos em que o 1º ano do curso era ministrado na Escola de Sargentos do Exército e o 2º ano, nas Escolas Práticas ou Unidades Equivalentes das várias Armas e Serviços sendo a sua aprovação da responsabilidade da estrutura superior do Exército que a determinava e fazia cumprir. Com a evolução da sociedade constata-se a necessidade do reconhecimento e enquadramento, a nível nacional, da formação dos quadros do Exército e mais especificamente da categoria de Sargentos, quer como categoria profissional quer ao nível das habilitações literárias. A partir de 1990 surgem os primeiros estudos para o novo modelo de formação dos Sargentos, com a discussão do projecto do plano de ensino militar (Plano Charlie I), que preconizava formação superior de grau bacharelato como habilitação a atingir para esta categoria. Após vários estudos e tendo em conta a reforma educativa em curso, a implementar no sistema nacional de ensino, dado que apontava o encaminhamento dos alunos para três vias de ensino a partir do 9º ano de escolaridade: cursos de carácter geral de continuação dos estudos, cursos tecnológicos e cursos de formação profissional, certificando apenas os educandos com o 9º e 12º ano de escolaridade ou equivalente, não sendo possível certificar os anos intermédios entre estes dois marcos da escolaridade. É posta de parte a formação superior e adoptada a via dos cursos de formação profissional de nível III como habilitação literária de ingresso no quadro permanente na categoria de Sargentos. Tomada a decisão, é aprovado, a partir de 1993, o edifício legislativo para o Curso de Formação de Sargentos segundo este novo modelo. O Decreto Lei Nº 127/93 de 22 de Abril que designa a Escola de Sargentos do Exército como estabelecimento militar de ensino profissional assegurando os objectivos do ensino profissional, definidos na Lei de Bases do Sistema Educativo e a legislação que regula as Escolas Profissionais. Foram ainda publicados o Decreto Regulamentar Nº 4/96 de 8 de Junho que aprovou o Estatuto da Escola e a Portaria 124/96 de 19 de Abril, conjunta dos Ministérios da Defesa, da Educação e para a Qualificação e Emprego que aprovou a estrutura curricular do Curso. Volvidos seis anos e dentro da dinâmica natural da evolução da sociedade e das reformas do sistema de ensino, a Escola de Sargentos do Exército começa a sentir a necessidade de reformular e actualizar o modelo actual e, como tal, iniciamse estudos conducentes a alcançar esse objectivo. Ao longo do período em que tem decorrido este modelo de curso e tendo por base o universo dos candidatos, foi possível recolher um conjunto de dados, reflectir sobre eles e a estudá-los de forma criteriosa e com profundidade, levando a constatar que: - Embora o número de candidatos com o 9º ano de escolaridade fosse superior aos que possuem o 12º ano de escolaridade, os que acabavam por ser admitidos com o 12º eram em número muito superior a todos os outros. - Como a primeira prova de selecção era de aptidão cultural nas disciplinas de Português e Matemática ao nível do 9º ano de escolaridade e apenas uma pequena percentagem de candidatos conseguia alcançar os mínimos exigidos, sendo em número diminuto os detentores do 9º ano, concluiu-se que os candidatos com menos habilitações literárias estavam pior preparados e perante uma situação de desigualdade. - Desta forma repetia-se o ensino de algumas disciplinas para a grande maioria dos alunos e os ensinamentos novos situavam-se apenas, na componente da formação profissional militar. - As habilitações literárias mínimas exigidas, estavam desajustadas em relação ao escalão etário dos candidatos, pois o 9º ano para a grande maioria é concluído por volta dos 14/15 anos de idade. Os bons alunos continuam a estudar e concluem o 12º ano pelos 18 anos, os outros, salvo raras excepções, deixam de estudar e ficam-se pelo 9º ano perdendo a prática e os hábitos de estudo, revelando grandes dificuldades em competir neste quadro, acabando por serem admitidos, na sua grande maioria, os candidatos com 12º ano ou habilitação legalmente equivalente. - A importância da necessidade de aproveitar as sinergias da sociedade e da instituição Escola na vertente académica achada necessária na formação do Sargento e complementá-la nas vertentes comportamental, dos valores militares e técnicomilitar, para aquisição de competências necessárias ao desempenho do profissional militar. - Os Exércitos actuais passam por uma maior contracção a todos os níveis que vai desde o seu dispositivo, aos seus quadros de pessoal e às suas verbas orçamentais. Nesta estratégia, a formação dos seus quadros tem que aproveitar cada vez mais as estruturas da sociedade, criadas para ministrar o ensino aprendizagem naquilo que é comum a todo o cidadão e apostar nas estruturas estritamente necessárias à formação militar. Tendo em conta esta realidade, o General CEME por seu despacho de 3 de Outubro de 2001, aprovou a reformulação do actual CFS e as novas condições de acesso, determinando que, a partir do ano lectivo 2003/2004, o curso tem a duração de 2 anos, sendo o 1º ministrado na ESE e o 2º nas Escolas Práticas ou Unidades Equivalentes. Para a admissão, passa a ser exigido o ensino secundário completo (12º ano) e, pela primeira vez o concurso é aberto a candidatos civis, ampliando-se o universo dos concorrentes. O Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 236/99, de 25 de Junho, veio definir que o ensino ministrado em estabelecimentos militares tem como finalidade a habilitação profissional do militar, a aprendizagem de conhecimentos adequados à evolução da ciência e da tecnologia e, bem assim, ao seu desenvolvimento cultural. E, em consequência, que para o ingresso na categoria de Sargentos é exigido o ensino secundário, complementado por formação militar adequada ou formação militar que habilite a certificação de qualificação de nível III. Ao que acresce o facto de os cursos de formação ministrados nas Forças Armadas que confiram conhecimentos e aptidões habilitantes para o exercício profissional garantirem o direito à respectiva certificação profissional. O Decreto-Lei n.º 205/96 de 25 de Outubro veio configurar, pela conjugação dos Decreto-Lei n.º 401/91 e 405/91, ambos de 16 de Outubro, a aprendizagem como um sistema de formação profissional inicial em alternância, no quadro da formação profissional inserida no mercado de emprego e o respectivo regime de certificação profissional. Sendo a aprendizagem um sistema de formação dirigida a jovens, desde que tenham ultrapassado a idade de escolaridade obrigatória e que não tenham atingido preferencialmente, o limite etário dos 25 anos, o qual integra uma formação polivalente, preparando para saídas profissionais específicas e conferindo uma qualificação profissional e possibilidade de progressão e certificação escolar. A aprendizagem configura um processo formativo integrado com componentes de formação sóciocultural, científicotecnológica e prática, em proporção e combinação variáveis, consoante as áreas de actividade contempladas e os níveis de qualificação profissional que conferem. A alternância é caracterizada pela 7 interacção entre as componentes de formação teórica e prática incluindo esta obrigatoriamente, formação em situação de trabalho, distribuída, de forma progressiva, ao longo de todo o processo formativo. São criadas, deste modo, um conjunto de normas imperativas, caracterizadoras do modelo, deixando espaço, na sua concretização, para a autoregulação do sistema pelos seus agentes. Com base neste pressuposto e tendo por referência a Classificação Nacional das Áreas de Formação Profissional, aprovada pela Portaria n.º 316/2001 de 2 de Abril, importava definir os aspectos relativos à organização e orientação do curso de formação profissional que habilitasse ao ingresso na categoria de Sargentos do Quadro Permanente do Exército. É elaborado um projecto de portaria que tem como objecto estabelecer a estrutura curricular do Curso de Formação de Sargentos, no quadro da formação profissional inicial em alternância inserida no mercado de emprego, dirigido a diplomados do ensino secundário sem qualificação profissional e que habilita ao ingresso nos seguintes quadros especiais do Exército: - Infantaria - Artilharia - Cavalaria - Engenharia - Transmissões - Administração Militar - Material - Transporte - Pessoal e Secretariado - Músicos e Clarins Nas competências a adquirir, tendo por referência a Classificação Nacional das Áreas de Formação Profissional, o Curso insere-se na área de formação da segurança militar, caracterizada pelos serviços prestados à comunidade associados com a guerra e a defesa e, neste sentido, os ensinamentos a ministrar encontram-se no domínio dos princípios e da arte militar e incluem programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em defesa militar e formação militar. A existência de Armas e Serviços no Exército obrigam a programas de formação não exclusivamente na área de formação da segurança militar, consubstanciando-se, pela utilização da regra da maioria e a afectação, nos seguintes: 8 - Transmissões - Área de Formação: Electrónica e Automação. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em electrónica de radiodifusão e sistemas de comunicações. - Administração Militar - Área de Formação: Contabilidade e Fiscalidade. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em contabilidade e gestão financeira. - Material-electrónica - Área de Formação: Electrónica e Automação. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em manutenção e reparação de aparelhos electrónicos. - Material-mecânica - Área de Formação: Metalurgia e Metalomecânica. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em mecânica, serralharia e soldadura; - Transporte - Área de Formação: Serviços de Transporte. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em transportes e formação de condutores. - Pessoal e Secretariado - Área de Formação: Secretariado e Trabalho Administrativo. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em administração e secretariado. - Músicos e Clarins - Área de Formação: Artes do Espectáculo. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em música. - Medicina - Área de Formação: Enfermagem. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em enfermagem geral. - Diagnóstico e Terapêutica - Área de Formação: Serviços de Saúde. Esta área inclui os programas cujo conteúdo principal incide sobre a formação em fisioterapia, radiografia e tecnologia de laboratório médico. A estrutura curricular concilia as especificidades militares com o conteúdo programático de cada área de formação e habilita aos diferentes quadros especiais do Exército, de acordo com o modelo seguinte: As estruturas curriculares das áreas de for maçã o da Enfermagem e Serviços de Saúde não estão inseridas neste modelo, pois são aprovada por legislação própria e tem a duração do respectivo plano de estudos. Estão incluídas em itinerários de formação profissional pós-secundária, conferem grau de licenciatura no âmbito do ensino superior Componentes de Disciplinas Carga Horária Anual Total e são ministradas na Escola de Serviço de Saúde Militar. Feita a análise de funções para a Categoria de Sargentos e definidas as principais no Estatuto dos Militares das Forças Armadas, cabe aqui referir que, segundo Faure, na educação não se trata de adquirir, de maneira exacta, conhecimentos definitivos, mas de se preparar para elaborar, ao longo de toda a vida, um saber em constante evolução e de aprender a ser. O Homem é um ser inacabado, que só pode realizar-se graças a uma aprendizagem constante. A educação tem lugar em todas as idades da vida e na multiplicidade das situações e das circunstâncias da exigência. Retoma a verdadeira natureza, que é ser global e permanente e ultrapassa o limite das instituições, dos programas e dos métodos que lhe impuseram ao longo dos séculos. As sociedades modernas encontram-se organizadas, estruturadas e as suas instituições, pela sua cultura e tradições, garantem que haja utilização do produto do seu trabalho e nesta perspectiva, não faz sentido que a instituição militar não utilize a instituição Escola em seu proveito e apenas canalize todas as suas energias para o que é a sua missão dentro da sociedade no âmbito da defesa e segurança militar. À Instituição militar interessa sobretudo formar militares e bons técnicos para garantir a sua perenidade. Contudo, temse como princípio que isso não é conseguido, se não se formar o Homem e nesta perspectiva o objectivo e o modelo de formação a definir, tem que ser tão abrangente quanto possível. Para alcançar esta finalidade, o programa curricular do curso não pode restringir-se apenas, a disciplinas puramente militares, mas ir mais além e procurar enquadrar-se no sistema educativo e formativo nacionais no sentido de ser reconhecido pela sociedade. O Estatuto dos Militares das Forças Armadas fixa os princípios fundamentais que presidem ao ensino, instrução e treino. Sendo assim, o ensino ministrado no primeiro ano do curso, tem como finalidade a habilitação profissional do militar, a aprendizagem de conhecimentos adequados à evolução da ciência e da tecnologia, ao seu desenvolvimento cultural à sua preparação militar geral bem como incutir espírito de missão e dos valores próprios da instituição militar, garantindo a continuidade do processo educativo no contexto do sistema educativo e formativo nacional. A instrução de forma mais acentuada, é ministrada no último ano do curso, nas Escolas Práticas de cada Arma ou Serviço e visa proporcionar ao militar conhecimentos orientados para a prática, de modo a ministrar-lhe a preparação técnica específica de cada quadro especial. Após a sua integração no Quadro do Exército será submetido a treino operacional e técnico consubstanciado num conjunto de actividades militares, integrado ou não em forças e que se destina a manter, complementar e aperfeiçoar os seus conhecimentos práticos em condições tão próximas, quanto possível de situações reais. TCor Inf Augusto Manuel dos Santos Alves, desempenha funções de Director de Ensino da ESE, tendo já prestado serviço nas seguintes Unidades: EPI, AM, QG/GML e ESE. Detém no seu curriculum diversos cursos de que se destaca o Curso de Educação Física Militar. 9 CFS e CPSC BREVE RESUMO ESTATÍSTICO que se iniciam os cursos com a duração de três anos com 10 A Escola de Sargentos do Exército (ESE), é um Estabelecimento de Ensino criado com a missão de formar e promover os Sargentos do Quadro Permanente do Exército. As suas portas abriram em 1981 para acolher os 132 alunos do 10º Curso de Formação de Sargentos (CFS), dando assim continuação a um trabalho que já se iniciara em Lamego alguns anos antes. Em 1991, ao abrigo dos protocolos estabelecidos com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), iniciaram o 20º CFS 6 militares oriundos desses países, tendo 53 militares desde então, frequentado o CFS na nossa Escola. Em 1992, escreveu-se mais uma página na história da ESE, com a admissão de 5 militares do sexo feminino que frequentaram com êxito o 21º CFS. Em 1993, foi reformulado o CFS por forma a conferir qualificação profissional de nível 3 e respectiva equivalência ao 12º ano de escolaridade, tendo o curso passado de dois para três anos, sendo os dois primeiros na ESE e o terceiro nas Escolas Práticas ou Unidades Equivalentes (EP/UE). Actualmente, o CFS está a ser reformulado, regressando aos dois anos de duração, sendo o primeiro na ESE e o segundo nas EP/UE, com a particularidade de serem admitidos candidatos já com 12º ano de escolaridade ou habilitação legalmente equivalente. Abre-se também pela primeira vez o curso aos candidatos civis. Observando o gráfico, verifica-se que existem 3 níveis de valores, sendo o 10º CFS, um curso experimental. O primeiro entre o 11º CFS (1982) e o 18º CFS (1989), em que se verifica uma elevada admissão, sintoma da carência de Sargentos do Quadro Permanente, existente então; O segundo período entre o 19º CFS(1990) e o 23º CFS (1994), o número de admissões vai diminuindo gradualmente, adequando-se a uma nova situação fruto da profunda restruturação que entretanto se iniciara no Exército. No terceiro período, a partir do 24º CFS (1995) as admissões são menores e de certa forma constantes, resultante de um novo equilíbrio que se teve que optar na gestão de pessoal no Exército. É neste curso habilitação profissional de nível 3 e com equivalência ao 12º ano de escolaridade. A fim de garantir condições de promoção a Sargento Ajudante / Sargento Chefe, foi criado o Curso de Promoção a Sargento Ajudante / Sargento Chefe (CPSA/SC), frequentado a primeira parte na Amadora (AM) e a segunda nas Escolas Práticas. A partir do 8º CPSA/SC, passou a ser frequentado na ESE, sendo designado a partir de então de CPSA. Em 1991 o EMFAR vai estabelecer como condição para promoção a Sargento Ajudante o Estágio de Promoção a Sargento Ajudante (EPSA) a ser ministrado nas Escolas Práticas. Aprovou ainda para a promoção a Sargento Chefe o Curso de Promoção a Sargento Chefe (CPSC) a ter lugar na ESE. Assim de 11MAR96 a 12JUL96, teve lugar nesta Escola o 1º CPSC com o total de 82 Sargentos Ajudantes e logo no 2º CPSC foi frequentado por 4 Sargentos Ajudantes da Guarda Nacional Republicana (GNR) e desde então esta Instituição tem aproveitado e cooperado com esta Escola para dar as condições de promoção a Sargento Chefe, aos seus Sargentos Ajudantes, conforme definido no seu Estatuto. Com a restruturação do Exército e a integração do Corpo de Tropas Pára-quedistas, a ESE passou também a acolher estes elementos, tendo sido frequentado, já no 3º CPSC por 26 Sargentos Ajudantes PQ. Ao longo dos 15 cursos ministrados na ESE, frequentaram o CPSC 1461 Sargentos Ajudantes, sendo 1032 do Exército, 111 Pára-quedistas e 318 da GNR. 1SAR AM Valter Nunes da Fonseca, desempenha funções de Adjunto da Secção de Administração Escolar da Direcção de Ensino, tendo já prestado serviço nas seguintes Unidades: BAS/BMI, CCS/BMI e ESE. Detém no seu curriculum o Curso de Alimentação e diversos cursos no âmbito da informática na óptica do utilizador. 11 TEMPESTADE 2003 três dias e duas noites Para os menos atentos ou pouco elucidados e contrariamente ao que o título desta crónica e o planeamento de ensino fazem transparecer, o exercício “Tempestade 2003” é muito mais abrangente do que os três dias e as duas noites passados na Tapada de Mafra. Na verdade, o exercício começou muito antes do dia do “frenesim”, podemos mesmo afirmar que passámos todo um semestre a preparar o exercício que coroou mais uma etapa do longo e por vezes espinhoso percurso que o aluno da ESE se propõe percorrer com brio com vista à sua profissionalização, pois o aluno anseia, acima de tudo, ser sargento do quadro permanente e servir a sua Pátria amada. Ao longo do semestre foram desenvolvidas actividades de âmbito militar que permitiram ao “aluno do 30” encarar este exercício com muito optimismo, pois sabia que estava preparado para cumprir a missão com êxito. As longas marchas que o “30” tinha feito às quintasfeiras, ministradas pelos instrutores de Educação Física, as quais muitas vezes o aluno amaldiçoou pelo cansaço, pelo material mal acondicionado ou pelas flictenas (bolhas) que o levaram ao sofrimento, ensinaram o aluno a ter espírito de sacrifício e resistência em condições adversas e fortaleceram a unidade dos 72 alunos que agora funcionam como um só, o 30º CFS. As Terças-feiras em que o aluno ia para o Casal de Baixo, para o Matadouro, treinando a progressão em secção, a travessia de áreas perigosas, fossem estradas, cursos de água, campos de minas ou outros, uniformizaram procedimentos e deram-lhe conhecimentos para que o “aluno do 30” estivesse preparado para o exercício. As topográficas, que deixavam o aluno “desencontrado”, 12 melhoraram de tal modo o sentido de orientação que o aluno, quando olha para a carta já vê muito mais do que uma pintura abstracta de linhas e pontos em que cada qual vê o que quer. Sim, a experiência fez com que o “aluno do 30” soubesse onde estava e para onde queria ir. As movimentações que ocorreram no seio da Escola de Sargentos do Exército e que antecederam o exercício demonstram o empenho e a diligência de esforços de todos os envolvidos, para o êxito do exercício. O “aluno do 30”, ciente da dificuldade inerente a qualquer exercício, recebeu instruções e rações de combate para os três dias que se seguiriam. Acondicionou, junto do restante material já pronto, as rações de combate e a motivação própria do “aluno do 30”, testando, depois, o material. Com a mochila sobre os “costados”, começaram algumas lamentações. “Isto pesa p'a burro!”. Outros, tentando animar, gritam: “Eu scatcho isso tudo!”. Ou, então: “Venha o chifrudo...”. Após uma noite muito agitada, lá chegou o dia em que o “aluno do 30” ia mostrar o que vale e, para isso, nada melhor do que levantar-se antes das galinhas. 06 horas “Alvorada”. O aluno levanta-se, executa os procedimentos quotidianos e, como o material necessário para o exercício já pernoitou junto a ele, é só equipar e o “aluno do 30” está pronto. Toma a primeira refeição na Unidade e embarca no “conforto” das DAF a caminho de Mafra. Em Mafra, desembarca das viaturas e pensa: “Finalmente começo o exercício”. Por trielhas previamente definidas, vão para o local de bivaque onde montam e camuflam as tendas 3P e como o “aluno do 30” é amigo de S. Pedro, os dias que até então tinham sido cinzentos, chuvosos e frios apresentam-se mais claros, mais quentes e sem chuva. Após bivacar, o “aluno do 30” toma a segunda refeição, equipa e forma para dar início à “patográfica” diurna e como são 24 pontos, temos de “dar com a primeira refeição do dia pelo meio. Rapidamente, o CAl forma e inicia-se cerimónia de hastear a Bandeira Nacional, após a qual, levantamos o material para iniciarmos as actividades do dia. Na carreira de tiro praticámos o tiro e o municiamento da HK-21, seguiu-se o lançamento de granadas ofensivas, terminando-se estas actividades com uma instrução de rebentamentos na qual foi possível ver os escorvamentos pirotécnicos e eléctricos e também os efeitos das diferentes cargas sobre diversos materiais. Após a instrução de rebentamentos, voltámos ao local de bivaque, tomámos a segunda refeição e saímos em progressão por secções, íamos tomar de assalto um objectivo na Aldeia de Camões. Iniciou-se com progressão em cunha tendo a aproximação ao objectivo sido feita em coluna de 1. “Deslizámos” silenciosamente por um pequeno curso de corda” às botas para não nos atrasarmos. De três em três, lá vão desaparecendo, uns com mais certezas e outros com menos certezas, vamos todos motivados para cumprir a missão. Ponto a ponto, as trielhas vão vendo o cartão de prova mais preenchido, as pernas mais cansadas, a cabeça mais pesada e os pés com as primeira “bolhas”, contudo, a motivação e o querer faz com que o “aluno do 30”, pelas 19:00, tenha a prova cumprida com êxito, como é seu apanágio. Cumprida a primeira missão, o “aluno do 30” toma a terceira refeição do dia e volta a formar para dar início à “patográfica” nocturna. As mesmas trielhas com a ordem de saída inversa. E lá desaparece o “aluno do 30”, com mais algum cansaço na bagagem mas também com mais certezas e mais motivado. Com as dificuldades próprias das “patográficas” nocturnas, lá se vão metendo os pés nas poças, a cara no meio das silvas e o ponto?... “Onde está o ponto?”. “Confirma aí as coordenadas.”. “Dá um... quê?” “Um poço? Uma lagoa? Um silo? Um delta?”. “Não vejo nada...”. Todavia, depois de muito insistir, lá volta o “30” com mais uma missão cumprida. Chegado ao bivaque, e depois de entregue e confirmado o cartão de prova, o “aluno do 30” inicia as rondas ao perímetro. Voz de ordem: “Ninguém sai ou entra sem a senha e contra-senha. Não se esqueçam dos procedimentos de segurança.”. A noite está fria e o “combatente” tenta retemperar forças para o dia seguinte que começa bem cedo com a Alvorada, a higiene pessoal, limpeza de equipamento e água, entrámos no esgoto e enquanto aguardávamos que todos estivessem em posição, verificamos o material. A voz de “Ao assalto!” foi substituída por um tiro do inimigo. Nesse momento, todo o “30” saiu das suas posições e pusemos em prática o assalto. Uns subiram pela fateixa e montaram segurança no topo do edifício, os restantes, ordenadamente comandados pelo Comandante de Secção, movimentaram-se entre o fumo asfixiante e o barulho ensurdecedor de disparos e gritos entrando por uma janela do piso térreo onde iniciaram a limpeza de todos os compartimentos do edifício. A missão só ficou completa com a voz de “Edifício limpo!” e após a consolidação do terreno. Após o assalto e aproveitando as excelentes condições da Aldeia de Camões, desenvolvemos actividades militares no âmbito das áreas edificadas, escalada em pau chinês, subida na fateixa, escalada por corda e, para coroarmos o encerra- 13 14 mento do semestre e das secções, fizemos um pequeno percurso do qual saímos “dourados”. Vo l tá m os a o l o ca l de bivaqu e, tro cámos de fardamento, procedemos à ce ri mó ni a de ar ri ar a Bandeira Nacional, tomámos a terceira refeição e depois deslocámo-nos em secção para a Aldeia de Ca mõ es on de no s fo i ministrada uma instrução de vigilância e contra-vigilância do campo de batalha, na qual tivemos oportunidade de constatar a eficácia dos aparelhos de visão nocturna. Voltámos para o bivaque e retomámos o estado de alerta com as rondas ao perímetro. No terceiro dia, a Alvorada foi mais cedo pois o “aluno do 30” tinha que desmontar a área de bivaque e proceder à sua limpeza deixando o local tão ou mais limpo do que o encontrara. Após completar essa actividade, deslocou-se ao local previamente estabelecido para dar início a mais algumas actividades militares. O “slide” é sempre objecto de peripécias, os travamentos, as aterragens marcam sempre a sua presença. A pista de 200 metros com dois cunhetes cheios de areia é um “bico-de-obra” mas a competitividade estabelecida entre os grupos e, apesar do cansaço acumulado, fez com que os grupos, muito dinâmicos, trabalhassem com o objectivo de se suplantarem mutuamente. De volta ao local de bivaque, restava apenas dizer adeus muito energicamente ao local que nos tinha acolhido durante os três dias. E, como o exercício estava a terminar e o contrato com S. Pedro também, começou a chover incessantemente. O “30” embarcou nas “DAF” e iniciou o regresso. O “chonanço” embalado pelo suave balançar das viaturas foi presença assídua durante toda a viagem. Chegando às Caldas o “30” desembarcou com a satisfação da missão cumprida, pois marca a sua presença com orgulho, lealdade e diferença, cumpre a missão em qualquer situação, por Portugal dá a vida, honra o CAl e grita com coragem e valentia que é o 30 da 2ª Companhia, pronto para a próxima missão... 1 Sar Aluno 682 Emanuel José Miranda da Costa, frequenta neste momento o 30º CFS no segundo ano. LOURIPAPEL SOCIEDADE DE PAPELARIAS, LDA. Artigos de Papelaria, Escritório e Desenho Papeis de Escrita e Fotocópias Consumiveis de Informática Carimbos - Tipografia Offset - Encadernação Artigos de Higiene e Limpeza LOJA: PRAÇA MARQUÊS DE POMBAL, 10 2530 - 127 LOURINHÃ * TELF: 264 411 430 ESCRITÓRIO E ARMAZÉM: RUA DOS SARGAÇALINHOS - 2530 - 052 ATALAIA DE CIMALOURINHÃ * TELEF: 261 419 161 FAX: 161 419 162 Guiné. Ano de mil novecentos e setenta. Pisávamos terrenos conhecidos, embora talvez fosse a primeira vez que por ali passávamos. Tínhamos mesmo a sensação de que talvez ninguém houvesse pisado antes aquelas terras sedentas e sempre iguais. Era isso! Era a monotonia da paisagem sempre igual, que nos dava a sensação de que trilhávamos caminhos conhecidos. Seguíamos sempre em frente. Para a frente ou para a direita? Ou para a esquerda? Suponho que seguíamos sempre em frente, até chegar ao Rio Corubal e depois? Depois logo se veria! Caminhávamos porque a ordem era caminhar. Instantes, minutos, horas, dias... vergados sob o peso do sol escaldante da Guiné tropical. Nada nos fazia quebrantar o ânimo, porque sabíamos para onde íamos e tínhamos a missão que nos fora encomendada e da qual, teríamos que sair vitoriosos. A ordem era essa; e nós tínhamos que a cumprir. A caminhada foi interrompida e uma ordem sussurrante passou: “-Instalar e segurança à retaguarda!” O sol começava a esconder-se por detrás de nós e chegou-nos a informação apetecida de que iríamos passar ali a noite. Na maior discrição e silêncio, cada um preparou um metro quadrado de solo quente e seco para passar algumas horas de necessário descanso que se antevia proveitoso. Repentinamente, alguma coisa se modificou na atmosfera que nos subjugava. O sol desaparecia, dando lugar a uma montanha de nuvens alterosas de tons negro-cinzento, transformando aquele dia de sol e calor tropical, numa noite negra e fantasmagórica que parecia irreal. Os trovões ressoavam fortemente e os raios cruzavam os céus em todos os sentidos. Cada um encolhido e tolhido no seu magro refúgio, observava impressionado o espectáculo que a natureza lhe oferecia, enquanto que grossas torrentes de água se estendiam ininterruptamente. Quem estava deitado, sentou-se; depois levantou-se não podendo mesmo assim evitar que a torrente de água impetuosa lhe tocasse muito para cima dos tornozelos. Passámos longos momentos observando, meio espantados, meio maravilhados a passagem daquela tempestade tropical que a pouco e pouco se foi desvanecendo. Era talvez meia-noite, quando pudemos observar que tão rapidamente como surgira, a tempestade se desfazia, dando lugar a uma noite calma e morna... Ninguém disse palavra! Todos se deitaram em silêncio. O dia de amanhã começava às cinco e talvez outra tempestade bem diferente se nos deparasse. Adormecemos a pensar que no outro dia, iríamos caminhar sempre em frente. Escrito em 1970 pelo Furriel Paraquedista Luís Espírito Santo (na foto), pai do 2SAR AL Paulo Espírito Santo. Não poderia o presente artigo arrogar-se megalómanas pretensões de “encartar” nesta matéria quem quer que o lesse, porquanto, factores como a sua exiguidade, a dimensão e complexidade da matéria supramencionada e até algum “status-quo” de descrédito relativamente aos fundamentos e princípios subjacentes ao próprio sistema tributário, a isso obstariam. De todo o modo, procurando incrementar um reduto mínimo de conhecimento sobre tão importante matéria, e tão acessível quanto se possa, sem perder de vista o necessário rigor técnico-científico, eis o quadro em que se pretendeu elaborar o presente artigo. Introdução e conceitos gerais 16 Todos sabemos que o Estado e outros entes públicos ( a u t a rq u i a s , i n s t i t u to s públicos), necessitam de fazer despesas como forma de prov er à sat isf açã o de necessidades colectivas ( de educação, segurança, saúde pública, defesa, etc ), desta forma se vendo obrigado a lançar mão de meios e instrumentos adequados à realização daquele fim. Ora, aquelas despesas, as despesas públicas só poderão ser compensadas com receitas, receitas públicas as quais se poderão subdividir em receitas voluntárias ou patrimoniais, estabelecidas por via contratual ou negocial, por acordo com os particulares (como seja o caso em que o Estado aliena património ou, por exemplo, vende madeiras de exploração florestal sua), e receitas coactivas ou de direito público (fixadas por via legislativa, autoritariamente, como sejam as propinas nas escolas públicas, a taxa de justiça, o imposto de sisa, enfim, os impostos em geral, bem ainda como algumas sanções contraordenacionais ou criminais (coimas ou multas)). E é a propósito de uma daquelas formas referidas de fazer face às despesas públicas que surge o Direito Fiscal, o qual, consistindo num conjunto de normas que disciplinam as relações que se estabelecem entre o Estado ou outro ente 1 público, por um lado, e os cidadãos por outro , por via do imposto, ou, por outras palavras, um conjunto de disposições que visam regular os impostos nas suas diversas fases: a incidência, o lançamento, a liquidação e a cobrança. Mas antes de mais convirá estabelecer um conceito de imposto, que poderá ser: Prestação coactiva (isto é, poder o Estado exigi-lo coactivamente ou “à força”, independentemente da vontade do devedor), Pecuniária (i. é., “pecuniam”, ou seja, dinheiro, nisto se distinguindo por exemplo, de prestações de outra natureza, que, sendo também injuntivas, se traduzem numa prestação de uma coisa (de que se dá o exemplo das requisições administrativas (caso da CP, caso do autódrom o do Estoril, etc), ou da prestação de facto (caso da obrigatoriedade do serviço militar)), unilateral (i. é., à prestação feita pelo cidadão contribuinte não corresponde, pelo menos de modo directo e imediato, qualquer contraprestação ou benefício por parte do Estado (e nisto se distinguem os impostos das taxas, as quais se destinam a retribuir a prestação de um certo serviço público (taxa de saneamento, taxa de justiça, etc), estabelecida pela lei a favor do Estado ou de outro ente público2, sem carácter de sanção (ao contrário das coimas e das multas), com vista à cobertura das despesas públicas, prosseguindo ainda objectivos de natureza económica e 3 social . Conceito assaz importante é também saber da existência de 4 fases ou momentos do imposto, já acima referidas: a incidência, ou seja a definição geral e abstracta feita pela lei, das situações ou actos sujeitos a imposto (podendo aquela ser uma incidência real, material ou objectiva, isto é, definir o que está sujeito a imposto ou uma incidência pessoal ou subjectiva, i. é., quem está sujeito a imposto), o lançamento, que consiste no conjunto de operações administrativas conducentes à identificação do sujeito passivo ou devedor do 4 imposto e à determinação da matéria colectável , a liquidação, i. é., a aplicação da taxa respectiva à matéria colectável, e a cobrança do imposto, que poderá ser voluntária ou coerciva, operação que visa a entrada do imposto nos cofres do Estado. Classificação dos impostos Em termos de classificação dos impostos, múltiplas poderiam ser as vertentes desta, todavia apenas nos reportaremos a algumas possíveis, que se referem seguidamente: Impostos directos; aqueles em que se manifesta a ocorrência de actividade administrativa, ou aqueles que atingem directa e imediatamente o rendimento ou o património do contribuinte (IRS, SISA). e Impostos indirectos; aqueles em que, pelo contrário, se não verifica aquela actividade, e que apenas atingiriam de modo mediato a riqueza dos contribuintes, expressa no consumo ou transferência de bens entre si ( IVA, IS ). Quanto à natureza da fonte de riqueza tributada, poderemos distinguir entre impostos sobre o rendimento (IRS, IRC), impostos sobre o património possuído (Contribuição Autárquica (CA)), e impostos sobre o património transmitido (caso da Sisa a qual incide sobre a transmissão de bens imóveis a título oneroso, e caso do Imposto sobre sucessões e doações, incidente na transmissão a título gratuito de bens móveis e imóveis), bem ainda como impostos sobre o consumo (IVA, ISPP (imposto sobre os produtos petrolíferos), sobre o tabaco, sobre bebidas 5 alcoólicas) , e ainda impostos especiais, de que se dá o exemplo do imposto de selo, do imposto municipal sobre veículos e de impostos rodoviários diversos). Finalmente importa ainda distinguir impostos reais ( aqueles que atendem exclusivamente à matéria colectável, alheando-se da situação económica e familiar do contribuinte (em certa situação concreta, o montante de imposto a pagar é o mesmo, para, por exemplo, 2 contribuintes de situação económica ou social muito diferenciadas: temos neste caso, a Sisa e o imposto sobre sucessões e doações) e impostos pessoais, aqueles em que a situação concreta do contribuinte é decisiva para a determinação do imposto, por levar em conta o rendimento a tributar, as despesas do agregado familiar, a composição e algumas despesas e encargos deste, como o sejam a saúde, a educação, a aquisição de habitação própria permanente, etc ( no nosso sistema fiscal, o IRS é o único imposto com características tipicamente pessoais, pois tratase de um imposto de taxa progressiva sobre o rendimento global, descontando naquele um conjunto de encargos do contribuinte e do seu agregado familiar (embora algumas daquelas deduções concorram conjuntamente, até um limite máximo na sua totalidade) )6. Duas palavras sobre ... - O Rendimento de Pessoas Singulares, vulgo IRS Instituído pelo DL N.º 442-A/88, de 30 Nov, e já sujeito a diversas alterações, destinou-se (conjuntamente com o IRC), a operar a reforma do sistema fiscal e tributário português, em sede de impostos sobre o rendimento, revogando as antigas contribuições prediais rústica e urbana (impostos sobre o rendimento de prédios), o imposto sobre a indústria agrícola, a contribuição industrial, o imposto de capitais, imposto de mais-valias, o imposto profissional e o imposto complementar. A grande alteração consistiu na tributação unitária sobre a globalidade dos rendimentos do contribuinte, como uma forma mais adequada e justa da tributação, em lugar do anterior sistema cedular, consistindo este em impostos separados e não articulados entre si, o qual não permitiria a distribuição da carga fiscal segundo um esquema racional de progressividade, em consonância com a capacidade contributiva do contribuinte. Assim em termos muito gerais, o IRS considera actualmente 6 categorias de rendimentos: de trabalho dependente (cat A), empresariais e profissionais (cat B), rendimentos de capitais (cat E), rendimentos prediais (cat F), incrementos patrimoniais (cat G) e pensões (cat H), e o rendimento que irá ser sujeito a imposto (matéria colectável), é o que resultar do englobamento dos rendimentos das várias categorias, após feitas as diversas deduções ( Ex: contribuições obrigatórias para regimes de protecção social e quotizações sindicais no caso de rendimentos da categoria A, parte dos encargos com viaturas afectas á obtenção de rendimentos no caso de rendimentos da cat B, despesas de manutenção e conservação de imóveis arrendados no caso de rendimentos da cat F, a quantia de €7961,717 no caso de pensões, etc) e abatimentos (caso de importâncias pagas com pensões de alimentos pagas pelo sujeito passivo, desde que judicialmente homologadas). Posto isto, está determinada a matéria colectável, a qual irá ser objecto de aplicação da respectiva 8 taxa , a fim de ser obtida a correspondente colecta de imposto a pagar (este processo, como vimos, denomina-se 9 liquidação) . As taxas a aplicar em sede de IRS são, para o corrente ano económico, as seguintes: TAXAS Rendimento colectável ( € ) Até 4 812,12 De mais de 4 182,12 até 6 325,45 De mais de 6 325,45 até 15 682,26 De mais de 15 682,26 até 36 070,79 De mais de 36 070,79 até 52 276,51 Taxas (em percentagem) Normal Média 12 12,0000 14 12,6777 24 19,4333 34 27,6667 38 30,8700 Superior a 52 276,51 40 - Após a aplicação das taxas e calculada a colecta, são possíveis diversas deduções àquela, i.é., o contribuinte poderá ainda reduzir o valor do imposto a pagar através de diversas deduções, de que se dão exemplos: - 60% do salário mínimo mensal mais elevado por sujeito passivo ( ... ); - 30% das despesas de saúde do sujeito passivo e/ou agregado familiar; - 30% das despesas de educação do sujeito passivo ou seus dependentes, embora limitado a 1,6 vezes o salário mínimo nacional mais elevado; - 25% com lares 3ª idade (mas com certos limites); - 30% com juros e amortizações de dívidas (...) - e ainda sempre dentro de certos limites encargos com energias renováveis, prémios de seguros de vida e acidentes pessoais; - O constante no Estatuto dos Benefícios Fiscais ( Ex: PPH, PPR, rendimentos obtidos em missões no estrangeiro (Cooperação, apoio à paz, etc)). 17 diploma. 4 Aquela que será sujeita a imposto seja, no caso do IRS, o montante de rendimento (excluídas que sejam as deduções e abatimentos), sobre a qual irá incidir a(s) respectiva(s) taxa(s), a fim de ser calculada a colecta (ou montante ) do imposto. 5 Como aspecto de curiosidade se refira que o incremento da carga fiscal sobre os contribuintes em geral, “dói menos” se for feito de modo indirecto do que directo, isto é, as pessoas reclamam menos se o Governo aumentar o IVA do que , p. e., a taxa do IRS (ainda que este último fosse menos erosivo da sua riqueza pessoal), facto que é bem conhecido da classe política, e que, na gíria fiscal, é conhecido pelo princípio da “anestesia fiscal”. 6 Diversas outras classificações poderiam ainda aqui ser apontadas, mas razões óbvias a isso impedem. No entanto indicase ainda uma classificação possível quanto ao destinatário ou credor do imposto: é que se em termos gerais é o próprio Estado (impostos estaduais), outros existem cujo credor é entidade pública diferente, seja o caso das contribuições obrigatórias para a segurança social (impostos parafiscais), seja o caso das autarquias locais (impostos locais), de que se dão o exemplo das receitas do Município: Contribuição Autárquica (CA), imposto municipal sobre veículos, imposto municipal de sisa, e o produto de derramas lançadas sobre IRC. Para finalizar refiram-se ainda dois ou três aspectos de pormenor, o primeiro para dizer que, no caso de trabalho dependente, as entidades empregadoras estão obrigadas a reter o imposto no momento do pagamento das retribuições nos parâmetros e montantes determinados na lei e entregar nos cofres do Estado em prazos estabelecidos; o segundo para dizer que não há lugar a pagamento ou recebimento de imposto se o respectivo montante for diminuto ( 24,94 e 9,98 Euros, respectivamente) e o terceiro aspecto para referir que, em certos casos e condições, são devidos ao contribuinte juros indemnizatórios por lapsos ou atrasos na restituição de imposto imputáveis à administração tributária ( e também o inverso, i. é., se houver atraso por parte do contribuinte (caso de pagamentos por conta), ou recebimento indevido por facto atribuível ao contribuinte). 7 Valor aditado pela Lei n.º 32 B / 2002, de 30DEC 8 Idem 9 Note-se que depois da aplicação das taxas não poderá resultar a disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior ao valor anual do salário mínimo nacional mais elevado acrescido de 20%. 10 Existem diversas situações cuja descrição não poderá ter aqui lugar, dada a sua quantidade e particularidades. 11 Chama-se a atenção para a existência de limites legais quer na acumulação de benefícios, quer quanto ao montante máximo admitido para dedução à colecta ( montante de cada um ou do somatório de todos)! 1 Os termos desta relação jurídico-fiscal são, por um lado, o Estado ou outro ente público, enquanto sujeito activo, isto é, aquele que tem o direito ou credor do imposto, e por outro o contribuinte (pessoa singular ou colectiva), enquanto sujeito passivo, isto é, que tem a obrigação (ou devedor do imposto) (vg. O impresso do IRS). 2 “Os impostos são criados por lei, que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais, e as garantias dos contribuintes” , n.º 2 do Art.º 103 da CRP (Constituição da República Portuguesa), e ainda, de acordo com o n.º 3 daquele normativo, “Ninguém pode ser obrigado a pagar impostos (...), cuja liquidação e cobrança se não façam nos termos da lei”. 18 3 “ O sistema fiscal visa a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras entidades públicas e uma repartição justa dos rendimentos e da riqueza.” , n.º 1 do artigo 103 do mesmo TCOR Art José Júlio Barros Henriques, desempenha funções de Comandante do Corpo de Alunos, tendo já prestado serviço nas seguintes Unidades: EPA, RA4 e ESE. Detém no seu curriculum diversos cursos de que se destacam,a Licenciatura em Direito pela Universidade Autonóma de Lisboa e diversos cursos no âmbito do planeamento e organização da instrução e da educação física militar. FOI HÁ 23 ANOS... Pelo SAJ Fernando Manuel Lopes Matias Estou deitado a olhar para o relógio do «my colleague», como o professor de Inglês diz -, e que marca, no mostrador verde, 22H50. Como tudo está tão longe e tão perto. Foi há 23 anos que estive nesta situação... E, porque quer se queira, quer não tudo evolui, e porque a vida é mesmo assim a Unidade, passou a Escola de Sargentos do Exército. Pode parecer um bocado estranho mas como não há duas sem três, a minha presença aqui, apenas confirma o ditado popular, estou cá pela terceira vez, e que o filho pródigo à casa retorna. Foi-me dada a possibilidade de escolha para Coimbra, onde acabei o contrato. Gozei vida civil. E, concorrendo à GNR, nela ingressei. Não, não se pense que sou algum «velho» ou repetente, porque velhos são os trapos, e eu apenas tenho menos quatro anos de idade que este Quartel, que vai fazer 50 anos. Eis-me senão, com a idade de 46 anos, de novo aqui, na Escola de Sargentos do Exército (ESE). Estive aqui, pela primeira vez, a tirar o curso de Sargentos Milicianos, após o qual, como Furriel Miliciano, fui colocado em Viseu. Poucos terão este percurso, e no caso particular, vir frequentar um Curso de Promoção a Sargento Chefe, como Sargento Ajudante da Guarda Nacional Republicana, a este Quartel de Caldas da Rainha, ao comemorar precisamente, os seus 50 anos. Ao pretender, ficar mais tempo, meti o contrato, passei a Sargento Miliciano, e fui colocado, como contratado, nesta casa. Fui monitor de vários cursos de Oficiais Milicianos, Sargentos Milicianos, e de recrutas. Digo isto, porque me deixaram muito boas recordações. Dos recrutas e Sargentos Milicianos, encontrei alguns na vida civil, dos Oficiais, Milicianos, também. Recordo-me particularmente de um curso de milicianos em que havia um médico a quem se tiveram de tirar medidas, para se fazer a camisa, e que andou de alpercatas (sapatilhas) até ao juramento de Bandeira. Certamente, que se estiver a ler estas linhas se recordará. Ele, os colegas que por cá passaram na altura, os oficiais, sargentos e praças da Companhia, bem como todos os militares da casa. Pequenas grandes coisas -, que nos fazem lembrar acontecimentos passados, que perduram na nossa memória nostálgica, fazendo-a avivar. Semanas de campo, queda na máscara, rastejar, caminhadas à Lagoa de Óbidos, percursos nocturnos, corridas de orientação, fogo real, mascarar, os toques para levantar, formar, instrução, almoço e toque de ordem. É claro que já lá vão 23 anos.. e que nesta altura já tenho filhos, uma com 18 anos e um rapaz com 13. E como a curiosidade é muita, foi-me perguntado quais eram as disciplinas que tinha. Mencionei, que entre outras, mais técnicas, tinha Inglês, ao qual o meu filho, virando-se para mim disse: «ó pai corta essa» para que é que precisas de Inglês na Tropa? e, ao dizer-lhes, ainda que tinha uma disciplina de Protecção Ambiental, ainda mais admirados ficaram. Aqui, lá eu tive que fazer de professor. E porque é 1h43, e já lá vão23 anos... E porque conto trazer a família ao aniversário dos 50 anos. PARABÉNS ESE Novo sistema de feixes hertzianos para o Exército Português Um Sistema de Feixes Hertzianos, permite a ligação entre duas forças operacionais instaladas no terreno e distanciadas de cerca de 50 km. Esta distância poderá aumentar caso haja necessidade, bastando para tal usar um ou mais repetidores. Quando se fala em ligação entre duas forças, entende-se a possibilidade de elas comunicarem uma com a outra através de telefones, videoconferência, e-mail, etc No âmbito da Lei de Programação Militar (LPM), e tendo o objectivo de se poder implementar uma parte do Subsistema de Área Estendida do SITACO (Sistema Táctico de Comunicações), o Exército adquiriu um Sistema de Feixes Hertzianos composto por diverso material de comunicações, abrangendo duas grandes áreas: Equipamento Rádio: Rádios Relay MH344 (Banda IV), e respectivos Terminais de Controlo AS107; Antenas para Banda IV, Mastros e Tilters; Equipamento de Cifra: Módulos de Cifra, CM109; Unidades de armazenamento de Chaves de Cifra, FG101; Sistema KS109 para geração de Chaves de Cifra. O equipamento ora adquirido equipará no futuro as Grandes Unidades do Exército Português. Passemos então à descrição das potencialidades e características de cada um destes equipamentos: A parametrização do rádio, embora não seja muito fácil, é algo intuitiva. O equipamento revela-se versátil, uma vez que permite efectuar a parametrização remota de outros rádios. Quando existir qualquer problema de funcionamento, o rádio avisa o Rádio MH344 utilizador através de um ou vários alarmes. Através da conjugação dos vários alarmes possíveis, o utilizador tem a capacidade de diagnosticar avarias, podendo inclusive identificar as placas responsáveis pelos problemas que possam existir. Eis as características técnicas mais relevantes do rádio Mh344: - Banda de Operação: 4,4GHz a 5,0GHz (Banda IV); - Nº de Canais: 4801; - Espaçamento entre canais: 125 kHz; - Espaçamento mínimo entre Emissão/Recepção: 60MHz; - Configuração para transmissão de dados: 2Mbps com possível expansão para 8Mbps Equipamento Rádio O rádio MH344 é possível configurar de diversos modos ( a t r a vé s d e computador usando a porta série com o Hyperterminal do Windows ou através da consola AS107 do equipamento). É robusto e apresenta elevada fiabilidade. É de construção modular, sendo relativamente fácil de abrir, desmontar e substituir qualquer módulo ou placa que esteja com problemas. 20 A sua montagem também se apresenta fácil e rápida. Este equipamento com características tácticas, tem uma parametrização idêntica aquela que é feita nos equipamentos destinados às comunicações permanentes do Exército. Equipamento de Cifra (CM109, Sistema de Geração de Chaves KS109 e FillGun Fg101) Talvez devido às restrições impostas pelo uso da Cifra, o manuseamento do equipamento CM109 não é tão “user friendly” como o rádio Mh344. Visto de uma maneira muito simples, o sistema de chaves funciona da seguinte forma: O Software KS109 é instalado num Computador, que está interligado a um equipamento CM109, através de um cabo (porta série), conforme o esquema apresentado. Este sistema assim constituído é responsável pela gestão de todos os equipamentos de cifra de todas as estações terminais que vierem a integrar no Sistema de Comunicações por Feixes Hertzianos. O computador, gera as chaves e envia-as para o CM109, onde ficarão armazenadas. De seguida são usados FillGun (FG101) para transportar as chaves para os diversos CM109 usados na comunicação através de Fhz. No computador com o sistema KS109, há a necessidade de se estabelecer e criar os diversos links por forma ao sistema apagar as chaves da memória de um Cm109: Computador com o Software KS109 instalado e ligado a um equipamento CM109 através da porta série - Carregar no interruptor de “erase” do equipamento; - Mudar a bateria de Back-up; - Abrir a tampa superior do equipamento; - Abrir a tampa de acesso à placa de algoritmo. - Eis as características técnicas mais relevantes do equipamento saber que um determinado terminal está ligado a outro. Esta operação tem o objectivo definir a forma como as diversas chaves são geridas para os diversos links (uma vez que elas são distintas para cada link). Cm109: - Ritmo de operação: 2Mbps; - Modo de comunicação: Full-duplex; O equipamento de cifra que está junto ao PC (que tem instalado o KS109) é de importância vital, uma vez que se se apagar as chaves deste equipamento, todo o sistema tem de ser configurado de novo. Existem 4 maneiras de se poder - Velocidade de dados: de 150 Bauds a 19200Bauds; O Sistema como um todo A conjugação da cifra com o rádio em termos genéricos funciona da seguinte forma: Imaginemos duas estações A e B que pretendem comunicar, mas que estão distanciadas cerca de 50km. Vejamos um esquema de uma emissão da Estação A para a Estação B: No lado do emissor, um Multiplexer (Mux) ou um Comutador Digital, envia uma trama de dados para o equipamento Cm109. Este por sua vez, faz a cifra destes dados com uma multiplicação XOR (Ou Exclusivo) com uma Pseudo Sequência de Ruído (PNS). O resultado desta multiplicação é enviado para o rádio Mh344. Finalmente, o rádio, através da sua antena, emite a nova trama de dados cifrada. Do lado do receptor o processo decorre de forma análoga por forma à trama original chegar ao Mux ou ao comutador digital da Estação B. 21 O SISTEMA TETRA O presente artigo, tem como objectivo dar a conhecer algumas generalidades sobre o Sistema de Comunicações Tetra, que deverá estar implementado em Portugal no próximo ano aquando do Campeonato de Futebol Euro 2004. A sigla TETRA vem de TErrestrial Trunked RAdio, e é uma norma elaborada pelo European Telecommunications Standards Institute (ETSI). Este Sistema é algo semelhante aos Sistemas GSM ou UMTS, tendo como pilar de funcionamento uma Estação Base que serve de suporte a vários terminais móveis. As várias Estações Base, podem ser interligadas permitindo ampliar a zona de acção dos terminais móveis. Em termos de especificações doutrinárias, o sistema Tetra permite os seguintes serviços: -- Chamadas individuais (Tal como o GSM ou UMTS é permitido fazer chamadas usando a rede pública); - Chamadas de Grupo (Um terminal móvel pode chamar um grupo predefinido. Cada elemento do grupo pode ouvir tudo e também pode falar. O grupo pode ser alterado dinamicamente); Modo Directo (Um terminal móvel pode ligar para um ou mais terminais móveis sem envolver a Estação Base) (tipo “Walkie-Talkie”); - Chamada de Broadcast (Comunicação uni-direccional ponto para multiponto numa área especifica); - Chamada de Emergência (Destinada a um grupo predefinido, em que é dada a mais alta prioridade podendo interromper outras comunicações entretanto em curso); - Chamada de inclusão (Possibilidade de durante uma chamada, um utilizador poder fazer uma ou mais chamadas e inclui-las na primeira); - Canal Aberto (Possibilidade de durante um determinado período um determinado grupo de utilizadores poderem conversar entre eles). O conceito do Sistema Tetra, pode ser subdividido da seguinte forma: Equipamentos Terminais; Infra-estrutura de rede: 22 - Nó de Comutação e Controlo (Switching and Control Node SCN); - Estações Base (Base Station BS); - Sistema de Gestão de Rede (Network Management System NMS). Equipamentos Terminais: O terminal portátil é um rádio UHF normalizado para o Sistema TETRA. Para uso táctico deve ser conveniente que o rádio seja concebido para uso profissional, com características “Ruggedised“ e permitindo diferentes modos de operação. Deve poder trocar informação com o Centro de Operação e/ou com qualquer outro equipamento registado no Sistema da seguinte forma: Transmissão e Recepção de: - Comunicação de voz em fullduplex e half duplex; - Mensagens relatórios de situação; - Short Data Messages (SDM); - Transmissão de dados até 28,8 kbps. Deve também permitir comunicações seguras possibilitando cifrar o tráfego (norma Tetra - TEA1 a 4). Infra-estrutura de rede A infra-estrutura de rede é constituída por um Nó de Comutação e Controlo (Switching and Control Node SCN), várias Estações Base (Base Station BS), e um Sistema de Gestão de Rede (Network Management System NMS), conforme mostrado no seguinte esquema: Nó de Comutação e Controlo (Switching and Control Node SCN) O SCN é o sistema principal e fornece capacidades de comutação, funcionalidades de gestão TETRA (Controlo de chamadas, Gestão de mobilidade, Gestão de Base de Dados, etc.), e capacidades de interface (Estações Base, Redes externas, Despacho de tráfego, NMS, e outros SCNs). De um ponto de vista “lógico” as Estações Base estão ligadas em estrela ao Nó, mas como as ligações físicas são realizadas com links a 2Mbps, o tráfego e a sinalização de múltiplas Estações Base pode ser multiplexado no mesmo link. Logo podem ser realizadas várias topologias físicas de ligação. Como exemplo, o SCN da firma Marconi é composto pelos seguintes Módulos: pela norma TETRA (TDMA). Sistema de Gestão de Rede (Network Management System NMS) O Sistema de Gestão de Rede (NMS) é baseado nas seguintes áreas principais: - Falha; - Configuração; - Desempenho; - Aplicação; - Assinante; -Segurança. Estas áreas são aplicadas a todos os recursos do Sistema (de natureza física ou lógica). Na área dos recursos físicos é possível mencionar os rádios emissor/receptor, comutadores, interfaces eléctricos e outros. No respeitante aos recursos lógicos é possível incluir as Base de Dados de assinantes, Registo Locais dos assinantes, Software de processamento de chamadas, etc. O Network Management System tem uma visibilidade completa de todo o Sistema e é um ponto de controlo desse mesmo Sistema. É implementado usando um computador perfeitamente normal. Power distribution unit: Mains supply power tray (ON/OFF). Switching and Processing unit: TSU-200 (TETRA Switching Unit series 200). Interfacing unit: TIU-10(TETRA Interface Unit series 10). Internal LAN (Optional, depending on network configuration). Disk storage (Optional, depending on high availability requirements). Estação Base (Base Station BS) A Estação Base (BS) é responsável por ligar todos os terminais (portáteis de mão, estações veiculares, estações fixas, etc.) localizados na sua área de cobertura (célula), ao SCN ao qual a BS pertence. No modo de operação normal, cada BS é directamente controlada pelo SCN. O link com todos os periféricos é obtido através de cobertura rádio, de acordo com o protocolo de ligação aérea definido Cap Tm (Eng) João Carlos do Nascimento Nunes, desempenha funções de Comandante da Companhia de Sargentos Alunos, de Chefe da Área de Ensino Informática e de Chefe da Secção de Informática, tendo já prestado serviço nas seguintes Unidades: RTm, CTm/BMI, DST e ESE. Detém no seu curriculum diversos cursos de que se destacam,a Licenciatura em Electrotécnia e Computadores pelo Instituto Superior Técnico em Lisboa, diversos cursos no âmbito da informática e o Curso de Operação e Configuração do equipamento de feixes hertzianos Mh344. FERRAGENS, FERRAMENTAS E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Sede: R. Cap. Mouzinho de Albuquerque, 107 - A Tel. 244 828 323 / Fax. 244 836 183 Filial 1: Avenida Heróis de Angola, 72 - com exposição Tel: 244 827 067 / 244 825 807 Filial 2: Rua da Maligueira - Gândara dos Olivais - com exposição Tel: 244 881 610 Apartado 3006 - 2401 - 903 LEIRIA 23 24 Corria o ano de 1953 e a tropa do Regimento de Infantaria de Badajoz, o qual, ao tempo General em Chefe de Portugal, Nº 5 (RI5) de acordo com as ordens do seu Comandante, marchou sobre Madrid e ocupou a capital espanhola em 28 Coronel de Infantaria Eugénio Gonçalves de Magalhães de Junho de 1706. Figueiredo, aprontava-se nessa tarde do dia 5 de Junho, para tomar parte na cerimónia de inauguração das suas novas instalações no Quartel de Casais de Pedrógão, nas Caldas da Rainha, que contaria com a presença do Presidente da Republica. A inauguração do novo quartel marcava os preparativos da saída do RI5 dos Pavilhões do Parque, onde estava instalado fazia já 35 anos, desde que em 1918, assentara guarnição na então pacata vila das Caldas da Rainha, constituindo-se de imediato no foco de atenções e no orgulho da população que via o estatuto da terra 5 de Junho de 1953 - Cerimónia de Inauguração do novo Quartel das Caldas da Rainha ganhar importância com a sua chegada. O Terço de Elvas foi extinto por decreto do Rei D. João V Aquele sentimento de orgulho podia colher fundamento em 15 de Novembro de 1707, assumindo a designação de mais profundo nas raízes do Regimento. E os mais eruditos ou Regimento de Infantaria de Elvas que viria a ser desdobrado conhecedores dessas coisas da História sabiam-no bem. A em dois Regimentos no ano de 1762, com a designação de 1º Unidade que podiam agora dizer como sua, não era uma e 2º Regimento. Estes Regimentos participaram naquela que unidade qualquer. Era um dos Regimentos mais antigos de ficou conhecida pela “Guerra dos Sete Anos”, nas Portugal com um historial invejável de feitos realizados que campanhas de 1762-63 sob o comando do conde de Lippe fizeram justiça ao seu lema: “Onde estiver sou penhor de que se iniciaram com a declaração de guerra à Espanha e à dignidade e valor”. França em 18 de Maio de 1762. É precisamente em A transferência teve lugar, cerca de dois meses volvidos, a substituição da designação do 1º Regimento de Infantaria, 14 de Agosto de 1953. A ocasião foi assinalada por desfile dos que surge em 1806, o Regimento de Infantaria Nº 5, o qual militares a preceito por entre alas da população, se mantém aquartelado na cidade de Elvas durante cerca de acompanhados no percurso por alguns dos cidadãos que três décadas. fizeram questão de “escoltar” a força à sua nova morada. O aparecimento de uma unidade militar nas Caldas A designação de Regimento de Infantaria Nº 5 remonta ao alterou o seu quotidiano e introduziu novos hábitos nas suas ano de 1806, assentando as raízes da sua árvore genealógica gentes. À noite os que residiam próximo dos Pavilhões do no mais antigo corpo militar criado em Portugal: o Terço de Parque assomavam-se às janelas de suas casas, para Elvas. Este corpo militar foi levantado em 1641 na região da assistirem ao evoluir da formatura e ouvir os acordes praça-forte de Elvas com vista à defesa do território, estridentes dos clarins que quebravam o silêncio nocturno recentemente libertado do jugo espanhol. Participou nas impondo a toada à marcha do recolher. Durante a semana campanhas da restauração em diversas batalhas em que se formavam-se grupos heterogéneos, junto à mata do parque, notabilizou e compartilhou vitórias ao lado de outras forças, que assistiam com interesse e enlevo aos percalços e tendo parte do seu efectivo participado na audaciosa invasão progressos dos recrutas na instrução. Nos dias de juramento levada a efeito pelo Marquês das Minas, através da fronteira e fidelidade à Pátria, a vila enchia-se de cor e animava-se com a chegada de familiares Infantaria. Logo nos primeiros anos, após a sua criação, e fo rast eiro s qu e combateu as forças invasoras de Napoleão no inicio do vi nh am as si st ir à século XIX, com especial destaque na acção desenvolvida em cerimónia solene e 1811, no cerco a Badajoz e relevante desempenho nos desfile da gar bosa combates travados na região de Albuera sob o comando de tropa das Caldas. Nos Beresford, contribuindo com a sua bravura e valentia para a tristes e cinzentos dias decisão da vitória a favor da aliança anglo-lusa. de inverno a Banda do Em 1898 vamos encontrar um destacamento do Regimento R e g i m e n t o em Moçambique, que viria a tomar parte em 1899 nos emprestava-lhes outro combates de Metanculo e Namantanda, contribuindo para a colorido e sentimento, pacificação de uma vasta região. en sa ia nd o al eg re s Cerca de vinte anos depois de terem pisado a selva africana e mel odi as per to do percorrido vastas regiões sob o Sol tórrido dos trópicos, mais Clube do Parque. E no precisamente em Abril de 1918, soldados de um Batalhão Verã o animava ao destacado do RI5 e integrado na 6ª Brigada de Infantaria entardecer o luscoafundam as suas botas na lama dos campos de La Lys (ou fusco, com os acordes Armentiéres), aguardando nas trincheiras a investida alemã melodiosos dos seus que viria a causar inúmeras baixas às forças portuguesas concertos públicos no pertencentes à 1ª Divisão do Corpo Expedicionário 14Ago1953 Última continência do RI5 ao Coreto do Parque, Português (CEP). A Divisão de Infantaria portuguesa, após estandarte nacional nos Pavilhões do subindo o compasso empenhar a sua reserva, não tendo sido rendida nem tendo Parque. musical em crescendo, recebido ordem para retirar, esgotou-se no cumprimento do à medida que a fresca dever, sofrendo 7 300 baixas na defesa heróica que conduziu bris a arrefecia o anoitecer. Tais evento s musicais na linha B. Apesar da derrota inevitável a que foi sujeita, apresentavam um reportório variado que ia desde marchas contribuiu com a sua honrosa e corajosa resistência para militares a célebres valsas, passando pelos êxitos da música inviabilizar os propósitos alemães de atingir o mar, popular da época. O seu reportório alongado e bem ritmado, transformando o seu sacrifício numa vitória para os aliados servia de pretexto aos mais jovens para desculparem o seu conforme veio a ser reconhecido. Em consequência o regresso tardio ao lar, aproveitando o tempo marginal ao Batalhão do RI5 sofreu também pesadas perdas que ainda austero horário imposto pela autoridade paternal, para hoje são lembradas no dia 1 de Junho, dia de aniversário da desenvolverem as suas campanhas de amor. Nessas ESE, em cerimónia especial de homenagem aos mortos. campanhas adoptavam modalidades de acção em que a Com o agravar da situação internacional e já em pleno esperança de sucesso se decurso da Segunda Guerra Mundial, o RI5 destaca em 1941 Marcha do Regimento ficava muitas vezes pelo um Batalhão Expedicionário para Cabo Verde e uma desfolhar de uma flor de Companhia Expedicionária para os Açores. m a l m e q u e r e m Ó Cinco de Infantaria compasso afinado de Cumpri bem o seu dever bem me quer, mal me Com garbo e valentia quer, orquestrado pelo Sem medo de esmorecer romantismo de uma era que marcou gerações e a Contra qualquer inimigo sociedade caldense Seja cá dentro ou lá fora daqueles tempos. Arrostando com o perigo O “Cinco de Lutaremos hora a hora Infantaria”, como era conhecido na gíria, não deixou por mãos alheias Rapazes vamos pr` á frente os ilustres feitos dos Com decisão, com afinco seus antecessores: o Viva a Pátria Independente 14 Ago53 Saindo do Parque das Caldas da Rainha para o novo Quartel. . Terço de Infantaria e o Viva Infantaria Cinco 1º Regimento de 25 14 de Agosto de 1953 Chegada do RI5 ao seu novo quartel em Casais de Pedrógão. 26 terra é elevada à categoria de cidade (1927), vejam novamente surgir nos Pavilhões do Parque o Regimento de Infantaria Nº 5 que reassume a sua anterior guarnição substituindo o Batalhão de Ciclistas Nº2 que tinha sido criado em seu lugar. Em 1 de Abril de 1975 a designação de RI5 é alterada, passando a funcionar como unidade de instrução, com o nome de Centro de Instrução do Quadro de Complemento, até 1 de Janeiro de 1976, data a partir da qual passa a ser designado por Regimento de Infantaria de Caldas da Rainha, mantendo esta designação até 31 de Maio de 1981, altura em que é extinto para dar lugar à Escola de Sargentos do Exército. Ao longo de décadas as relações entre militares e população foram-se estreitando. O carinho e a naturalidade com que os caldenses acolheram e acompanharam o RI5 e a participação de muitos militares na vida activa da cidade para isso muito contribuíram. Testemunhos de consideração e estima recíproca são os nomes de antigos militares atribuídos a muitas das ruas e a radicação de muitos dos seus oficiais, sargentos e praças na cidade que acabaram por eleger como sua, sendo os laços criados estimulados e desenvolvidos pelos sucessivos comandantes. A participação do RI5 em alguns dos episódios mais marcantes da história do nosso País não terminou nos caminhos percorridos nas picadas da guerra colonial. Em 16 de Março de 1974 intenta uma acção militar com a finalidade de atingir os objectivos que viriam a ser alcançados com a revolução do 25 de Abril de 1974, sendo o marco anunciador do descontentamento que lavrava na sociedade civil e militar, face a uma política dissociada da realidade nacional e da nova ordem mundial. Em reconhecimento do seu eminente contributo para a implantação dos valores democráticos na sociedade portuguesa, o Regimento de Infantaria Nº 5 foi agraciado por alvará de 24 de Abril de 1994, da Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas com o título de Membro Honorário da Ordem da Liberdade, sendo esta condecoração atribuída à Escola de Sargentos do Exército na qualidade de herdeira e fiel depositária dos seus feitos e tradições, em cerimónia presidida por Sua Exa. o Presidente da Republica, Doutor Mário Soares. Em 1959, face às pretensões da União Indiana sobre os territórios de Goa, Damão e Diu o governo português decide reforçar o dispositivo militar naqueles territórios, pelo que o RI5 envia nesse ano a 2ª Companhia do Batalhão de Caçadores da Extremadura e em 1961 mobiliza mais uma Companhia. Neste último ano envia ainda duas Companhias para Angola e um Pelotão de Morteiros para a Guiné. O percurso histórico do “Cinco de Infantaria”, com início na fronteira alentejana (lembremos em 1806) frente ao invasor francês foi feito com garbo e valentia, contra qualquer inimigo, cá dentro ou lá fora conforme se pode ler nas estrofes da marcha do Regimento. O seu comandante não podia estar mais orgulhoso. Era este o Regimento, que naquele ano de 1953, tomava parte na cerimónia de inauguração do seu novo Quartel. A existência de uma unidade militar com a designação de “Regimento de Infantaria Nº 5 “ perdurou por cerca de cento e setenta anos, sofrendo entrementes, alterações na sua orgânica e no tipo de missão que lhe esteve cometida. O secular Regimento chegou mesmo a ser dissolvido em 1834, após a convenção de Évora-Monte que pôs fim à guerra civil, entre liberais e absolutistas. Após a sua dissolução, só em 1842 é que surge novamente uma unidade com esta denominação, por atribuição ao Batalhão Nº 21 de Angra do Heroísmo. O RI5, assim “renascido” nos Açores, é transferido em 1851 para a cidade do Porto e depois para Lisboa em 1869, para o quartel da Graça, assentando finalmente guarnição nas Caldas da Rainha, em 26 de Maio de 1918. Em 1926 os caldenses assistem à sua transferência para o Castelo de São Jorge em Lisboa. Mas a sua afeição ao “Cinco” e os esforços por si desenvolvidos, levam a que no Visita do Marechal Montgomery (protagonista da Guerra no Norte de África durante a ano seguinte, precisamente no ano em que a sua Segunda Guerra Mundial) ao Quartel das Caldas da Rainha Para além das suas tradições vincadamente guerreiras e combatentes, o RI5 esteve também fortemente ligado à vertente da instrução no período de 1961 a 1974, ministrando Cursos de Sargentos Milicianos e tendo sido responsável pela formação de quadros num efectivo superior a 70 000 homens. Esta vocação para a formação de Sargentos Milicianos levaram de certa forma, a que por despacho de 10 de Abril de 1981, do General Chefe do Estado Maior do Exército (CEME), fosse criada nas Caldas da Rainha, a 1 de Junho de 1981 a Escola de Sargentos do Exército. Só após o despacho que determinou a criação da ESE e a sua instalação no aquartelamento de Casais de Pedrógão em substituição do Regimento de Infantaria de Caldas da Rainha por extinção deste, é que se iniciou nesta cidade a formação As madrinhas entregam prémios aos instruendos que se distinguiram. de Sargentos do Quadro Permanente com o 10º Curso de Formação de Sargentos (CFS). O carácter formativo da Escola não encontra relação directa com o tipo de missões atribuídas às unidades tipo regimento e por isso em termos dialécticos, não fará sentido fazer uma análise comparativa nem terá cabimento estabelecer níveis de importância com as unidades que a precederam. Contudo será adequado sublinhar o lustre que lhe é conferido por ser a herdeira do espólio de tradições e feitos do valoroso RI5 e interessará salientar a elevada importância que a sua missão representa para o Exército porquanto é a unidade responsável pela formação dos quadros que constituem um dos seus pilares: os Sargentos. No âmbito das suas responsabilidades de formação, a ESE ministrou, no período compreendido entre 1981 e 2003, vinte e um Cursos de Formação de Sargentos, formando um total de 3 623 Sargentos do Quadro Permanente de entre 26 214 candidatos. E na vertente da progressão na carreira e promoção, ministrou 13 Cursos e 3 Estágios de Promoção a Sargento Ajudante e 15 Cursos de Promoção a Sargento Chefe. Não se tratando de uma unidade operacional não se enquadram nas suas atribuições a formação e o envio de contingentes para fora do território nacional. Porém dos seus quadros, entre Oficiais, Sargentos e Praças têm saído elementos que têm tomado parte em diversos tipos de missões no estrangeiro, em vários dos actuais teatros de operações, nomeadamente nos Balcãs, Timor e Angola. Esta participação tem sido efectuada por militares com guarnição militar nas Caldas da Rainha, integrados em Forças Nacionais Destacadas ou na qualidade de Observadores Militares da Organização das Nações Unidas, ou ainda como monitores da Comunidade Europeia, continuando com dignidade e valor, a cumprir num certo sentido os desígnios do seu ilustre antepassado RI5 que o levaram desde a Península Ibérica até à Índia, com passagem pelos Açores e pelo imenso continente africano. Dos seus quadros saem ainda anualmente, Oficiais e Sargentos, com destino ao Lubango (Província de Huíla) onde vão desempenhar funções de assessoria à Escola de Sargentos do Exército Angolano no âmbito da Cooperação Técnico Militar com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Na vertente da cooperação com os organismos e entidades da urbe em que se insere e no seguimento do bom relacionamento que sempre tem existido, a ESE tem prestado sempre que solicitada, apoios à comunidade civil da região, através da realização nas suas instalações de encontros de representantes provenientes de diversos núcleos sociais, culturais, desportivos e laborais. As suas infra estruturas têm sido também cedidas na passagem de acontecimentos festivos, como as festas da cidade, em que tem dado guarida a grupos de escuteiros, ranchos folclóricos, bandas de música e a grupos de animadores. E na quadra festiva do Natal, tem servido de anfitriã aos mais jovens, emprestando o seu auditório a infantários e jardins de infância que o têm utilizado na realização de espectáculos e como local privilegiado na primeira apresentação do Pai Natal à pequenada. Ao longo dos 50 anos de existência do Quartel das Caldas da Rainha muitas têm sido as altas entidades que o visitaram e que nutrem também por esta cidade um especial carinho. Como é costume após a sua visita à unidade, a alta entidade é convidada a testemunhar a sua passagem, mediante dedicatória no Livro de Honra. Numa dessas dedicatórias em que o autor parafraseou Miguel Torga, um dos expoentes da nossa literatura, pode ler-se: “Chegar à Índia é uma questão de vontade. Os favores ou desfavores poderão ser arriscados, mas apenas como argumento para a posteridade.” Nas paredes do Quartel das Caldas da Rainha é já a posteridade que contempla a cidade, guardando em si o argumento do perpassar de meio século de história que está indelevelmente ligado à história da terra que o viu nascer e crescer. Maj Inf António Sérgio da Costa Santos, desempenha as funções de Chefe das Áreas de Ensino de Topografia e de Organização do Terreno e Protecção, tendo já prestado serviço nas seguintes Unidades: RI de Elvas, RI de Beja, QG/BMI/CMSM, CITOAP/CMSM e ESE. Detém no seu curriculum diversos cursos de que se destacam, o Curso de Defesa NBQ, Curso de Operações de Apoio à Paz, o “Multinational Forçes Orientation Course” (Alemanhã) e o Curso de Observador Militar . 27 Ainda e sempre a Cultura Organizacional Na s O r ga n i z a ç õ e s , e n te n d i d a s c o m o u m a microssociedade, assume sempre grande importância o seu passado, as imagens e intenções veiculadas, os padrões interindividuais de relacionamento, os mitos, os símbolos, as insígnias, cerimónias e rituais. Estes são fenómenos cuja compreensão, nomeadamente 28 naquilo que envolva ou afecte as pessoas, representa uma preciosa ajuda na obtenção de uma maior eficiência e eficácia organizacional, assim como no questionar dos múltiplos aspectos organizacionais, ou mesmo, na reflexão sobre o tipo e modelo que se constrói e se deseja para uma Organização. O interesse por estas questões da cultura foi sentido principalmente a partir dos finais dos anos 70, tendo o mesmo, vindo a merecer um amplo desenvolvimento na década de 80. Esteve na sua origem a tomada de consciência da parte dos teóricos e práticos, da importância dos factores culturais nas práticas de gestão, assim como a crença no facto de a cultura constituir um factor de diferenciação das organizações bem sucedidas das menos bem sucedidas - existência de factores não económicos, como sejam, valores, tradição, história, personalidade dos líderes, símbolos, estatuto, etc., os quais motivam e mobilizam o desenvolvimento e o próprio sucesso organizacional. Ora, sabendo-se que a cultura organizacional facilita ou dificulta na resolução de problemas e que a cultura militar tem sido ao longo dos tempos influenciada por diversos factores, caso do armamento, tipo de recrutamento, distribuição e tipo de efectivos, normas e regulamentos mais ou menos rotinizadas, etc., não podemos deixar de ter bem presente que uma “cultura forte” será aquela que se alicerçou num know how construído ao longo dos anos e onde, por certo, os sistemas de ensino/formação tiveram um importante papel. E aqui não será de mais salientar que a Escola de Sargentos do Exército, para além de formar Sargentos para o QP há mais de duas décadas, criou ao longo dos tempos uma estreita e efectiva relação com a cidade e com a população das Caldas da Rainha (a ESE é criada em 01JUN81 e é herdeira de vastas tradições que atestam a presença militar na região - em 26 de Maio de 1918 é fundado o RI nº 5, que se fixa nesta cidade e em 5 de Junho de 1953 é inaugurado o actual Aquartelamento). Assim, pode afirmar-se, que é face a este longo percurso, marcado pela continuidade e coerência, que hoje este Estabelecimento de Ensino se assume com uma acrescida responsabilidade no domínio da formação dos Sargentos, acção fundamental para a modernização do Exército, de que tanto se fala e deseja. É que a este exige-se, cada vez mais, um nível de instrução geral e profissional elevado o qual deve ser acompanhado de uma elevada flexibilidade e especialização, o que implica forte interdependência e solidariedade - aquilo a que Durkheim chamou a integração orgânica das diferentes partes. Ora, esta questão, que se prende com o “não desperdiçar” tudo quanto chegou até nós de mais positivo no plano das experiências e ensinamentos, torna ainda mais a cultura organizacional fundamental, já que o caminho que hoje se percorre rumo à modernização militar “obriga” a que se valorize a história tornando-a estruturante na renovação e no balizar da própria mudança organizacional. E isto é tanto mais importante quanto actualmente, mais que em qualquer outro tempo, na gestão das organizações se lida, como nunca, com “sínteses provisórias”, algo que também atribui centralidade à cultura na gestão dos processos internos. É neste contexto, quando às FA é pedido um esforço de modernização, que nos parece que caberá à ESE actual reflectir continuadamente o modelo e o sistema O futuro das organizações militares deve ser construído na base da flexibilidade e da solidariedade de ensino que ministra, para o que muito quanto o soubermos inventar. Para isso torna-se necessário deverá ajudar todo o seu passado de vivências, experiências e não esquecer que a Instituição Militar, como qualquer outra, saberes acumulados, o que deverá fazer numa estreita relação se desenvolve e progride se conseguirmos manter nos seus com outras UEO do Exército, nomeadamente com aqueles(as) membros o orgulho de nela servir. que se situem ou tenham responsabilidades no domínio do ensino e/ou formação. São responsabilidades acrescidas dado que esta é uma área de primordial significado, para a “produção” de ensinamentos assim como para a estruturação Maj SGE Serafim Ribeiro, nos de valores e princípios, tudo fundamental enquanto alicerces últimos anos tem desempenhado da cultura militar. Trata-se de uma situação para a qual já se funções na área do pessoal e do vislumbram algumas respostas concretas no presente, caso da recrutamento, realçando-se a reestruturação do CFS. selecção e docência. Detém no seu currículum diversos Concluiria esta breve análise sobre a Cultura e sua cursos militares e civis de que se importância na vida das Organizações, temática que tive a destacam: Licenciatura em Psicologia e o Mestrado oportunidade de desenvolver de uma forma mais ampla na em Políticas de Gestão de Recursos Humanos, Curso lição inaugural, proferida na abertura solene do corrente ano de Selecção de Pessoal, de Formação Pedagógica de lectivo, afirmando que não se poderá deixar de ter presente Formadores e diversos cursos de informática na cada vez mais o quanto é importante saber dar continuidade a óptica do utilizador. um passado que se revelou rico de experiências para, a partir dele, se construir um futuro que por certo será tanto melhor arques, lda. RUA CARREIRA DO GADO, 20 - LAGOA PARCEIRA - 2500 - 286 - CALDAS DA RAINHA TELF: 262 841 005 262 844 385 TELM: 919 830 616 FAX: 262 844 385 E-Mail:a.x.marques.@mail. telepac.pt 29 Armas de destruição maciça "Todas as nações devem levar a sério a crescente ameaça do terror em escala catastrófica - o terror armado com armas biológicas, químicas e nucleares. Alguns países que patrocinam o terror estão buscando ou já possuem armas de destruição em massa; existem grupos terroristas interessados nestas armas e elas as usarão sem qualquer problema de consciência. Não pode haver margem de erro para impedir que as armas de destruição em massa se espalhem, porque não temos a chance de aprender com os erros. Devemos agir cuidadosamente, mas a falta de acção não é uma opção." Trecho do discurso do presidente George W. Bush, durante a cerimónia dos seis meses dos ataques de 11 de Setembro Uma forma nova de terrorismo 30 Um ataque causado por armas biológicas, por exemplo, será diferente dos ataques convencionais ou até mesmo de ataques causados por outras armas de destruição maciça. Um tal ataque poderá desencadear uma epidemia capaz de matar grande número de pessoas. Poucos médicos contactaram directamente com casos de Varíola, Carbúnculo ou Peste, o que retardará, certamente, o diagnóstico da epidemia. As capacidades dos laboratórios para diagnosticar e medir a sensibilidade antibiótica dos potenciais organismos são igualmente limitadas, o que implicará demoras na implementação de medidas de controlo da doença. Um ataque nem sempre será imediatamente evidente, poderão decorrer dias ou semanas, após ter sido cometido, para que se tome conhecimento dos seus efeitos, dependendo do período de incubação da doença. O surgimento dos sintomas entre as pessoas infectadas é determinado pelo tipo de agente químico ou biológico usado. Os efeitos de agentes de nervos manifestar-se-ão passados apenas alguns segundos ou minutos; os efeitos de agentes como o gás de Mostarda já requerem algumas horas para aparecer e quanto à Varíola, por exemplo, os primeiros sintomas poderão manifestar-se apenas 15 dias após a infecção. Até ao seu reconhecimento, a epidemia poderá alastrar entre a população, aumentando amplamente o número de vítimas. Para agentes contagiosos, como a Varíola e a Peste, isto implica uma expansão inimaginável da doença. Imaginemos que um lançamento com o vírus de Varíola é feito sobre uma cidade como Leiria ou qualquer outra, com uma população aproximada de cinquenta mil pessoas. O número de infectados poderia facilmente chegar aos trinta mil. Para tratar as infecções seriam necessárias duas toneladas de antibióticos. Não existem armazenadas em Portugal tais quantidades. Nem mesmo um país como os Estados Unidos as possuem. Agora imagine-se o mesmo ataque, mas desta vez numa grande cidade. O mais mortal vírus de Varíola é conhecido como Varíola maior. É extremamente letal e altamente contagioso; calcula-se que um único caso de Varíola pode dar origem a vinte novos casos e cada um deles pode começar outros vinte. Em 1970, quando um infectado com Varíola deu entrada nos serviços de urgência de um hospital alemão, teve como consequência a necessidade de vacinar mais de cem mil pessoas, para parar a erupção que se seguiu. A Varíola inicia rapidamente aquilo que se designa como "uma reacção em cadeia sempre em marcha". Além disso, pouco planeamento tem sido empreendido, separada ou colectivamente, pelas autoridades sanitárias no sentido de dar uma resposta rápida e eficaz, sendo no entanto estas quem desempenhará o papel crucial em ataques deste tipo. Os departamentos policiais dos vários países não têm ainda nenhum treino especial nesta área, mas é essencial que se familiarizem com o que pode acontecer durante um ataque bioquímico ou nuclear. Quando o metropolitano de Tóquio foi invadido pelo gás Sarin, a primeira onda de ajuda de emergência foi prestada pelos bombeiros que se tornaram, também eles, vítimas da nuvem de gás por não terem nenhuma ideia do perigo que enfrentavam. Não tinham conhecimento suficiente daquilo com que estavam a lidar, nem sabiam se as vítimas tinham estado expostas a um agente contaminante. Ao dispersá-las por diferentes hospitais poderiam estar, inadvertidamente, a contaminar os pacientes, já de si enfraquecidos, que se encontravam internados nessas unidades. Até muito recentemente as armas químicas e biológicas não faziam parte dos fantasmas do cidadão comum, mais preocupado com o perigo de um conflito atómico. Porém, hoje estas armas de destruição maciça existem em muitos países do mundo. E, mais alarmante ainda, as armas biológicas e químicas são, para grupos de terroristas e indivíduos isolados, uma alternativa viável às armas convencionais. O terrorismo é, pois, a parte descontrolada da equação. Todos vivemos suspensos em saber até quando se manterá o tabu moral que tem conseguido intimidar aqueles que possuem armas biológicas a lançá-las sobre as populações indefesas. A Agência Federal de Investigação define terrorismo como o uso ilícito da força ou violência contra pessoas ou propriedade, para intimidar ou coagir um governo, população civil ou qualquer outro segmento, de maneira a atingir objectivos políticos ou sociais. Formalmente, terrorismo é o uso sistemático de violência contra civis que não estão em operação de guerra. Existem muitas formas de terrorismo. Os terroristas religiosos praticam atentados em nome de Deus; os nacionalistas agem movidos por um ideal patriótico; os ideólogos fazem explodir bombas motivados por uma determinada visão de mundo. Muitas vezes estas causas são inseparáveis, condimentadas ainda com o desespero e o ódio. A rela ti va fa ci li da de de aquisição de produtos letais, junto com a vontade dos terroristas em os usar, criou uma ameaça real e séria para a segurança das nações. A probabilidade de um ataque é hoje maior que nunca, com po te nc ia is co ns eq uê nc ia s devastadoras que incluem morte em grande escala, destruição das infra-estruturas sociais e, muito possivelmente, da própria sociedade em si mesma. Recentes iniciativas governamentais nos EUA passaram a considerar ser iamente esta ameaça, estabelecendo programas locais de emergência e formação específica de pessoal. O intento é aumentar a prontidão de resposta doméstica, numa tentativa de mitigar as consequências de um incidente grave e desmotivar o eventual uso destas armas. Contudo, estes programas são potencialmente muito caros por requererem enorme quantidade de material e equipamento especializado, para além de um grande número de pessoal treinado a níveis bastante sofisticados. Os agentes biológicos podem ser quase tão letais quanto as explosões nucleares, provocando grande número de vítimas e produzindo um pânico eventualmente ainda maior. No futuro a ameaça será ainda mais grave; os avanços no campo da engenharia genética podem permitir o acesso, por parte de grupos terroristas, a agentes muito mais mortíferos. Outro ponto crítico é o da actual fraca capacidade dos sistemas de vigilância contra eventuais ataques. Os sistemas de descoberta de agentes infecciosos não são, infelizmente, adequados para descobrir todos os agentes possíveis. Embora não esteja ainda disponível nenhuma tecnologia que permita à comunidade civil identificar rapidamente e com precisão um agente biológico ou químico, acredita-se que, pelo menos nos EUA, esteja em desenvolvimento toda uma nova tecnologia de advertência epidemiológica, para apoio local, regional e nacional. Estes sistemas poderão permitir um reconhecimento rápido de potenciais agentes, em resultado de ataques inesperados. Quando em 1993 o World Trade Center foi atacado com uma bomba, quebrou-se a ilusão de que os Estados Unidos eram invulneráveis a um ataque dentro das suas fronteiras. Neste momento, após o ataque com aviões comerciais contra as mesmas torres, a população teme os perigos crescentes que podem destruir, não só um edifício, mas a população inteira de uma cidade. Paradoxalmente, o terrorismo químico ou biológico, que tanto pavor nos infunde, é o resultado de uma fraqueza. Os adversários potenciais do Ocidente, sabendo que não poderão ganhar um desafio convencional, recorrem a métodos não convencionais como o uso de gás venenoso, substâncias químicas, armas biológicas, germes e outras toxinas mortais. Tudo armas de destruição em massa, mas sobretudo, armas de terror. Apesar dos tratados internacionais, como a Convenção de Armas Biológicas de 1972, são conhecidos, pelo menos, 25 países que desenvolvem substâncias químicas e armas biológicas, não sendo, contudo, os únicos que tentam desenvolver tais armas. Desses, dezassete países foram consideradas pelo governo norteamericano como patrocinadores estatais de terrorismo, tendo desenvolvido agentes biológicos letais como armas de guerra. Uma vasta lista de bactérias, vírus e toxinas é incluída por esses países nos seus programas de armas biológicas. Terroristas, cultos religiosos, grupos de terrorista apocalípticos e até mesmo indivíduos isolados e loucos procuram desenvolver estas armas, mais baratas e acessíveis. A nossa primeira reacção, natural e compreensível, quando tomamos conhecimento de que estas armas estão tão difundidas, é de medo. Mas o nosso medo é o objectivo final de todos os terroristas... o pânico incontrolável que nos pode levar a tomar decisões precipitadas. Como resultado dos recentes ataques com Carbúnculo, em que assistimos pela primeira vez ao acesso sistemático a armas não convencionais, considera-se hoje a nível das principais forças de segurança mundiais que embora um ataque com armas biológicas tenha uma baixa probabilidade de concretização será, a acontecer, um perigo de enormes consequências. Se olharmos para o que se tem passado a nível do terrorismo mundial, teremos de concordar que a maioria dos ataques ainda é convencional. A quase totalidade dos terroristas continua a usar o TNT ou nitrato de amónio para o fabrico de engenhos explosivos, sem recurso a outras substâncias menos acessíveis ou mais difíceis de manipular. 31 Como se não bastassem já tantas armas de terror que a sociedade, os cientistas e os estados desenvolveram e puseram, por vias ínvias, à disposição de todos os terroristas do mundo, somos confrontados com mais uma arma de destruição maciça que não consta ainda das listas oficiais. Trata-se de uma nova arma letal, assustadora e incontrolável: um homem só, armado apenas com as suas convicções ou o seu fanatismo. Vemo-los quase que diariamente, com os seus cintos de dinamite, fazerem-se explodir junto com a população nas ruas de Tel Aviv. Vimo-los finalmente, no cockpit de um voo comercial a orientar o nariz do avião, qual míssil humano, bem ao centro de dois dos maiores edifícios civis do mundo. Seja a causa de Alá ou a dos homens, esta é mais uma arma terrível à disposição da loucura humana. Todos reconhecemos, hoje, a probabilidade de agentes biológicos ou químicos virem a ser usados contra a população. As armas de destruição maciça encontraram a sociedade ocidental desprevenida, o que pode muito bem resultar numa situação de pesadelo constante, tendo em conta o conceito fundamental, subjacente ao terrorismo, de que nunca saberemos com antecedência quando e onde tal ataque acontecerá. Conquanto seja verdade que, até à data, os actos efectivos de terrorismo biológico ou químico foram muito pouco letais, temos que ter em mente que nenhuma comunidade está imune a um ataque de proporções catastróficas. Não devemos pois reflectir um pouco mais a fundo no assunto, a nível individual e doméstico?Agora que o paradigma das ameaças terroristas mudou, temos que pensar de forma diferente, passando a encarar o problema da saúde pública como prioritário; as armas biológicas e químicas não destroem edifícios; infectam e contaminam pessoas. E quais são essas pessoas em risco? Você, eu, as nossas famílias, 32 amigos, vizinhos, colegas de trabalho, etc. A ameaça do terrorismo é real, imediata e evoluí continuamente. O número dos países que patrocinavam o terrorismo parece ter diminuído durante os últimos cinco anos, mas grupos internacionais com uma liderança descentralizada vão emergindo, sendo difícil a sua identificação. Assistimos a menos operações controladas centralmente e a mais actos iniciados e executados a níveis mais baixos. Os terroristas também se tornaram adeptos de tecnologia sofisticada, com o intuito de fazer frente às medidas de contra terrorismo. Enquanto se aumenta a segurança ao redor dos governos e instalações do exército, os terroristas procuram objectivos mais "acessíveis", em qu e te nh am po ssib il id ad es de causar vítimas em massa. Dispositivos cada vez mais avançados e estratégias como a dos ataques simultâneos, levam a que o número das pessoas mortas em ataqu es terrorist as internacionais tenha s u b i d o dramaticamente nos anos noventa. Além de mais, a informação c i e n t í f i c a potencialmente útil para terroristas está largamente disponível e é facílima de encontrar em publicações especializadas. A resposta para esta nova ameaça não pode ser a mesma que daríamos a actos mais tradicionais de terrorismo, como a colocação de bombas de dinamite em locais de acesso público. Os actos de terrorismo biológico e químico não serão acompanhados por nenhum estrondo. A preparação tem de começar com a compreensão do terrorismo e das armas à sua disposição. Até à data mesmo os ataques mais devastadores foram realizados com armas convencionais (ou iniciados com um simples X-acto, como se supõe ter sido o caso no recente ataque com aviões contra as Torres Gémeas de Nova Iorque). Essa compreensão diz-nos que o terrorismo "convencional" é, até este momento, mais usado, mais prejudicial e incomparavelmente mais mortal que o terrorismo com substâncias químicas ou biológicas. E assim poderá continuar a ser (segundo reputados analistas e peritos), durante muito mais tempo, graças às grandes dificuldades técnicas inerentes à manipulação dessas substâncias. O Cap Inf Almeida, desempenha funções de Professor da cadeira de AMT, tendo já prestado serviço nas seguintes unidades RI1, EPI, RI19 e ESE. Detém no seu currículum diversos curso de que se destacam o Curso de Metodos de Instrução, o Curso de Tiro, o Curso de Educação Física Militar, o Curso de Protecção Ambiental e o Curso de Segurança de Material Cripto. Pelo Cap. Marques A orientação é um desporto em que o atleta “visita” um número de pontos de controlo no terreno (materializados por balizas) no menor tempo possível, com a ajuda de um mapa e de uma bússola. A orientação desenvolve nos atletas as capacidades físicas, psicológicas e intelectuais, dando-lhes mais auto-confiança, autonomia e melhora os níveis de observação, reflexão e poder de decisão. A orientação como modalidade desportiva nasceu em 1850 nos meios m i l i t a r e s Escandinavos (Suécia e Noruega). É introduzida em Portugal em 1973 no meio militar, realizando-se o 1º Campeonato das Forças Armadas em Mafra, utilizando-se cartas militares, escala 1/25000. O primeiro mapa específico para orientação é elaborado em 1981 na zona das AçoteiasAlbufeira com escala 1/10000. O início da prática da orientação no meio civil dáse em 1984, sendo mais tarde, criada a Federação Portuguesa de Orientação (F.P.O.) em 19 Dezembro de 1990. A ESE tem participado regularmente nos Campeonatos de Orientação do GML, tendo obtido alguns resultados de INDIVIDUAL ESCALÃO LUGAR Sen Masc Vet Masc Sen Fem TEMPO Cad Almeida AM 1h32m05s 2º Sold Marinho RI1 1h36m15s 3º Ten Moura AM 1h37m09s 3º RE1 1º 1Sar Reis IGeoE 1h11m13s 1º IGeoE 2º 1Sar Sendim IGeoE 1h36m14s 3º SAj Carvalho IGeoE 1h39m05s RTm 1h02m59s AM 1h33m17s EMEL 1h42m08s 1º 2Sar Bonifácio 2º Cad Gomes 3º Sold Leandro ESTAFETAS COLECTIVA UNIDADE 1º NOME relevo. Desde 2000 tem sido atribuído à Escola, a missão de organizar o respectivo campeonato que é constituído por 2 provas individuais de distância clássica e por 1 prova de estafetas (equipas de 3 elementos), havendo 3 escalões de competição: Sen Masc, Vet Masc e Sen Fem. Este ano o campeonato de orientação realizou-se no período de 26 a 28 de Março e contou com a participação de 118 atletas, distribuídos pelos escalões Sen Masc - 50, Vet Masc - 37 e Sen Fem - 31, em representação de 14 U/E/O. A prova de estafetas teve 32 equipas num total de 96 atletas. As provas individuais decorreram no mapa Pedreanes escala 1/15000 e a prova de estafetas no mapa Pedreanes Sul escala 1/10000 sendo os resultados do campeonato os seguintes: ESCALÃO Sen Masc Vet Masc Sen Fem LUGAR UNIDADE TEMPO 1º AM 1h33m51s 2º RI1 1h34m29s 9h09m27s 3º EPI 1h58m23s 6h24m15s 1º IGeoE 1h41m34s LUGAR UNIDADE TEMPO 1º AM 6h39m13s 2º RI1 7h00m01s 2º EPI 8h28m18s 3º RE1 9h39m07s 1º AM 5h03m06s 2º EPI 6h24m20s 3º EPC 6h47m23s ESCALÃO Sen Masc Vet Masc Sen Fem 2º EPI 1h52m21s 3º IGeoE 2h03m13s 1º EPI 1h29m07s 2º AM 1h34m03s 3º AM 1h39m53s 33 O SPECIAL AIR SERVICE Em 1941, dentro do teatro de operações da segunda guerra mundial, a Inglaterra tinha atingido um momento crítico uma vez que a máquina de guerra alemã destruira tudo o que se lhe enfrentara. No início desta guerra a grande maioria de forças armadas mundiais não tinham a seu cargo nenhum tipo de forças especiais. No entanto, esta situação foi alterada devido ao inúmero emprego operacional imposto por este conflito e também porque a táctica , até então, “convencional” deixara de funcionar face a um inimigo (IN) tão poderoso e numeroso. No que diz respeito à Inglaterra, em primeiro lugar, surgiram os Army Commandos e logo a seguir as Airborne Forçes, cujas criações eram baseadas em organizações de pequena escala mas de melhor qualidade humana e de melhor mobilidade dentro e fora do teatro de operações (TO). Desta forma, foi Winston Churchill que entusiasmado pelo grande potencial destes homens, pelos danos que causavam às tropas alemãs e também porque o povo inglês o pressionava no sentido de terem necessidade de ripostar à ofensiva alemã. Assim sendo foi nomeado o Capitão David Sterling para criar uma das mais bem sucedidas unidades de combate de sempre. David Sterling foi instruído a recrutar quatro oficiais e sessenta praças para uma nova Unidade, então conhecida como o Detachment of the Special Air Service Brigade (SAS). No entanto, na altura não existia na Inglaterra qualquer tipo de Serviço Aéreo e este nome apenas tinha sido dado para ludibriar os serviços secretos alemães. A maior parte dos voluntários, para esta nova Unidade, eram oriundos dos Commando Army nº 8, mais conhecido como La Force, que tinha sido recentemente extinta. A primeira missão dos SAS foi em Novembro de 1941 e 34 Infiltração de elementos do SAS por meio de botes. .Capitão David Sterling consistiu numa infiltração, por meios aéreos (pára-quedas), em dois dos mais importantes aeroportos IN do Norte de África, e executar simultaneamente o maior número de danos possíveis nas aeronaves militares que lá se encontravam, através do uso de explosivos. Esta missão foi o baptismo de fogo desta Unidade e, apesar dos esforços, foi lastimável uma vez que dos sessenta e cinco homens que saltaram próximo de ambos os aeroportos, vinte e dois tiveram que abortar a missão e não foi destruída qualquer aeronave. Já em Dezembro, do mesmo ano, foi novamente executada a missão tendo sido parcialmente alterada, na infiltração e na exfiltração das imediações IN, ou seja, em vez de efectuarem saltos em pára-quedas organizaram-se em grupos de deserto de longo alcance (GLRA). Desta forma, a operação foi um sucesso e Sterling foi autorizado a recrutar mais homens bem como o introduzir na sua Unidade 50 pára-quedistas franceses e instrução de combate anfíbio, ministrando-se o curso de iniciação ao mergulho operacional. No final desta grande guerra e das campanhas de África, os SAS tinham destruído cerca de 400 aeronaves inimigas no solo, um feito relativamente significante para um tão pequeno grupo de homens, que não ficaria esquecido na história. Desde então o SAS entrou em diversos conflitos dos quais são conhecidos: o conflito de Malayan , de Jebel Akhar (na península da Arábia), em Borneo (conjuntamente com os Gurkhas), em Aden (no Egipto), na acção da embaixada Iraniana de Londres, nas Falklands, no Golfo, no Kosovo, na Macedonia, etc... Selecção «A fase de selecção é, um pesadelo físico, uma tortura mental, desorientação, choques contínuos, ou seja, uma forma de livrar-se dos aspirantes mais fracos...» Um candidato (já militar) ao SAS deve estar fisicamente em boas condições, pois o processo de selecção é, apesar de tudo, uma forma de transportar para um nível superior de proficiência física e mental de forma a poder aguentar o curso que se lhe segue. O equipamento que é distribuído e que deve ser parte inseparável do candidato na mochila é apenas o essencial para sobreviver e consiste num saco cama, no equipamento de primeiros socorros e no completo do uniforme. A comida distribuída, durante este período, é apenas a ração de combate, pão e um par de chocolates que só podem ser utilizados em caso de emergência. Este é o material considerado necessário para aguentar as marchas (que são gradualmente aumentadas), as topográficas (que desempenham um papel importantíssimo na instrução) e todo o resto de treino, basicamente físico, ao qual são submetidos. Um factor curioso, desta fase, é que toda a instrução baseia-se em aspectos nocturnos e é ministrada, na sua maioria, de noite aproveitando o dia para descansar. Esta fase de selecção termina com um último teste físico, uma marcha de 65 km e com cerca de 35 kg de peso mais o armamento, a qual deverá ser efectuada em, aproximadamente, 22 horas. Em suma, o processo de selecção começa com o aparecimento de cerca de 200 candidatos voluntários e termina com cerca de 30 a 40 homens que irão começar o curso. Campo de Prisioneiros de guerra ministrada, durante o curso, uma imensa panóplia de conhecimentos aos quais o candidato se deve adaptar rapidamente. Todos os detalhes de instrução, bem como os programas de treino são secretos quer ao olhar do pretendente como ao da comunidade civil, logo, pouco se sabe desta fase e a maior parte desta informação provem dum vídeo do próprio SAS: Selection & Training. O candidato deve manter-se, nesta etapa, numa constante manutenção física e a primeira fase da instrução do curso consta de quatro semanas dedicadas na sua maioria ao manejo e à aprendizagem de armamento. Desta forma e, no final destas quatro semanas, deverá manejar e conhecer qualquer tipo de arma existente na Unidade, bem como, conhecer em pormenor as armas com as quais operam as outras forças internacionais. Cbm INSDÚSTRIA PRODUTOS HIGIENEN E LIMPEZA, LDA Quando um pretendente a SAS completa o processo de selecção com aproveitamento e passa à fase seguinte, ou seja, o curso per se, ainda tem que transpor um outro obstáculo para além do curso, isto é a estatística, uma vez que apenas cinquenta por cento do efectivo o consegue completar. É FUNDADA EM 1977 aresto e arestini Detergentes Desinfectante Desencrostantes Sabões Líquidos Champôs Saboneteiras Doseadores para máquinas de louça e roupa Rua da Seara 115/123 - Apartadao 57 4439-909 Rio Tinto Codex Telf. 224897786 / 224895624 - Fax. 224803256 Telemóvel. 966446203 EeMail. [email protected] Instrução de prisioneiros de guerra 35 A fase seguinte é o treino de condução, segundo o SAS, qualquer elemento operacional deve estar apto a usar uma viatura como meio de fuga numa situação inesperada. Assim, são efectuados treinos de forma a qualificar o aspirante a reagir ao fogo IN dentro de viaturas quando devem retirar uma entidade VIP de uma situação de conflito. A navegação, particularmente em situações de visibilidade reduzida, e a coesão de equipa são fundamentais para se poder construir formas de resgate de reféns (ou outros) de situações de emboscadas. Logo, a instrução assenta no pilar do trabalho de equipa e na edificação do espiríto de corpo. A instrução do SAS, baseia-se também, numa série de elementos importantes que recaem em técnicas avançadas de camuflagem, sobrevivência e em técnicas de observação, não no sentido de observação directa do IN mas sim, na detecção do mesmo através de mudanças de sombras, As imagens divulgadas pelo SAS trazem sempre as caras ocultadas. movimentação da vegetação ou em reflexos de lentes de binóculos, entre outros. De qualquer obrigatoriamente muito diversificado e depende, tão forma todas estas técnicas são postas ao dispor do aspirante somente, do caracter especifico da operação a efectuar. No através da instrução do SAS, para o testar , durante o treino da entanto, as armas orgânicas e mais utilizadas por estas forças selva que dura cerca de um mês. são: De seguida, o último exercício, é o de fuga e evasão que dura uma semana (7 dias). Onde tentam dar a consciência da Espingardas: veracidade da realidade e do que é confrontar tropas IN. Este Diemaco C7FT (M16 A2); exercício decorre dentro do simulacro de um campo de Diemaco C8; prisioneiros de onde são largados para uma situação de fuga e H&K G36 (A nova arma da Força de Reacção Rápida evasão apenas com um par de botas (sem cordões), uma da NATO); bússola. Dá-se-lhes um avanço razoável e são aconselhados a H&K G41 (Que foi utilizada no Afeganistão); não utilizar estradas, picadas ou entrar em edifícios. Após Pistolas: isto, são perseguidos por uma força IN de recuperação de Browning High Power (arma de Batalha); prisioneiros com helicópteros, tropa apeada e cães de guerra. SIG P229 (Close Combat); Segue-se uma fuga de sete dias onde devem sobreviver apenas H&K P11(Combate Anfíbio); daquilo que a natureza oferece e tentar alcançar o local de WalterP99 (Arma secundária); exfiltração onde se encontram as tropas amigas, mas se forem Sniper: apanhados são interrogados durante os restantes dias do Accuracy International L96A1; exercício. Facas: É suposto, segundo os mesmos, os aspirantes a SAS serem Khukuri (Faca de Combate que advêm dos capturados pela força IN dois ou três dias após a fuga. Os Gurkhas); procedimentos efectuados é a colocação de um saco na cabeça e o colocar de uma corda que lhe ata, simultaneamente, o pescoço e as mãos. São transportados para um local onde serão interrogados e contra-interrogados durante o tempo estipulado. O teste proposto aos aspirantes é, na sua generalidade, as suas reacções, o gritar, o tentar fugir, o mentir, etc... É neste momento, no último dia do O Ten INF aPra RC David Rodrigues exercício, que o próprio “Director Staff” com alguma comida dos Santos, desempenha funções de Oficial Instrutor da Secção de e café cumprimenta o aspirante e diz-lhe se finalmente atingiu Instrução Militar em acumulação com o seu tão desejado propósito, isto é, se terminou o curso com as de Oficial de Tiro da ESE. Já esteve aproveitamento tornando-se mais um elemento da melhor colocado na ETAT, no RA4 e na EPI. tropa de elite inglesa. 36 O armamento utilizado neste tipo de forças é, Detém no seu currículo diversos cursos de que se destacam: o Curso de Pára-quedismo militar (1997), o Curso de Métodos de Instrução (1998), o Curso de Básicas Aeroterrestres (1998) e o Curso de Tiro para Oficiais (2002). Vamos falar de ambiente Um bom método para falarmos sobre alguma coisa é sabermos o que essa coisa significa. Assim sendo, podemos definir Ambiente como o conjunto dos sistemas físicos, ecológicos, económicos e socioculturais com efeito directo ou indirecto sobre a qualidade de vida do Homem. PROBLEMAS GLOBAIS “ A Terra não vai desintegrar-se em nenhum cataclismo global. O que acontecerá, se não formos capazes de inverter o processo, é o aumento da frequência e da gravidade das catástrofes ecológicas no futuro próximo. Cheias, secas, marés negras, pragas ou degradação dos solos, contaminação generalizada de recursos hídricos, tempestades costeiras, tornar-se-ão mais vulgares e calamitosas e agravarão mutuamente os respectivos efeitos.“ Porquê falarmos de problemas globais? Porquê não falarmos de problemas à nossa escala - casa, bairro, trabalho? Em boa verdade é uma questão de opção. Ter consciência do que está verdadeiramente em jogo a nível global, poderá constituir-se numa motivação extraordinária, para que tu e eu possamos fazer, não o impossível mas o que for necessário, para minimizar os efeitos da degradação ambiental. Quando falamos de problemas globais, estamos a caracterizar cinco problemas que cada vez mais vêm preocupando a humanidade, com reflexos evidentes nos vários fóruns internacionais, originando protocolos e legislação diversa. Analisemos cada um deles: 1. A DESERTIFICAÇÃO A camada arável (produtiva) do solo leva milhares ou milhões de anos para se formar e um ou dois anos para se destruir. É este processo de destruição que se designa por desertificação. As causas principais de destruição da camada arável são: deixar a terra desnudada em ocasiões de maior pluviosidade ou vento e a sobreexploração de terrenos marginais e delgados. Qualquer destas situações facilita a ocorrência da erosão, fenómeno que, sendo natural, é frequentemente muito agravado pela acção do homem. Num estudo recente concluiu-se que a erosão hídrica e eólica, de longe os maiores causadores da desertificação dos solos, se deviam ao pastoreio excessivo (34,5%), desflorestação (29,5%), agricultura (28,1%) e sobre-exploração (7%). As áreas mais afectadas são as terras secas e é neste caso que verdadeiramente a degradação dos solos causada pela actividade humana se chama desertificação, termo utilizado para descrever não a expansão dos desertos mas a sua criação. Como consequência directa desta situação surge a diminuição de produtividade, a qual por sua vez origina a fuga dos agricultores para as áreas urbanas - fenómeno mais característico de países do terceiro mundo mas que em Portugal também se pode constatar. A adopção de medidas específicas contra o processo de desertificação implica uma investigação caso a caso para que sejam socialmente aceitáveis e adequadas às condições ecológicas locais. Problemas como o da redução da erosão do solo e o da manutenção de um coberto vegetal adequado podem implicar mudanças complexas, na medida em que eventualmente contrariam práticas estabelecidas e hábitos arreigados. Por estas razões, e porque nem sempre o problema é tecnicamente fácil de resolver, as acções nesta área implicam o empenhamento das autoridades, das populações e da comunidade técnico-científica. 2. CHUVAS ÁCIDAS A libertação de NO2 e SO2 pela queima de combustíveis fósseis na indústria e transportes é a principal responsável pela ocorrência de chuvas ácidas nalgumas regiões do planeta, principalmente na Escandinávia, na Europa Central e fronteira oriental entre o Canadá e os Estados Unidos. O termo “chuvas ácidas” não se refere a um fenómeno qualquer , ao qual, por motivos mais ou menos estranhos, se tenha resolvido dar este nome curioso: tratase de facto de chuva que contém efectivamente substâncias ácidas. E é frequente que, nas zonas mais atingidas, as chuvas sejam dez vezes mais ácidas que o normal. Desta forma, milhares de lagos vêm sendo afectados, principalmente nas regiões referidas, e nalgumas delas todos os peixes morreram. A vegetação é também sensível a esta pressão sofrendo sérios danos, como é o caso de algumas grandes manchas florestais na Europa Central. Mas não só os seres vivos são afectados: também os materiais que utilizamos nas construções sofrem danos. Neste âmbito são de referir os efeitos corrosivos nalguns monumentos das regiões mais afectadas. De que forma o NO2 e o SO2 originam chuvas ácidas? Num caso e noutro o mecanismo é semelhante e consiste na combinação destes poluentes com o oxigénio e a água da atmosfera. Desta forma o No2 origina ácido nitroso (H2NO2) e ácido nítrico (H2NO3), e o SO2 origina ácido sulfúrico (H2SO4), São fundamentalmente estes ácidos que conferem à chuva as características já mencionadas. Uma particularidade que não pode deixar de ser referida é que, tal como acontece com parte significativa de toda a poluição atmosférica, estes poluentes podem ser transportados pelos ventos a centenas de quilómetros de distância, causando danos em regiões tão extensas como distantes da fonte que os produziu. Com vista à redução das emissões destes poluentes têm sido feitos alguns acordos internacionais e alguns países têm-se obrigado igualmente, de forma unilateral, à redução das emissões. 37 3. O BURACO DO OZONO 38 A Estratosfera desenvolve-se a altitudes que variam aproximadamente dos 10 aos 50Km. É nesta camada da atmosfera que se situa a camada de ozono (O3), gás que, sendo venenoso para o homem quando ocorre nos níveis inferiores da atmosfera, o protege das radiações provenientes do sol. Estas radiações são prejudiciais à vida, seja do homem seja de outras espécies. Segundo a intensidade da radiação e a resistência do organismo, os efeitos podem variar da indução de cancro, efeitos mutagénicos (alteração do código genético) e efeitos teratogénicos (aparecimento de deformações), até à morte. Os efeitos nas plantas e organismos aquáticos podem resultar na redução da produção de alimentos e das reservas de peixe. O ozono forma-se na estratosfera superior como resultado da fotólise do oxigénio (O2) que origina oxigénio atómico (O), o qual se recombina com o primeiro, resultando o ozono. A sua quantidade é mantida num equilíbrio dinâmico por processos naturais, através dos quais é continuamente formado e destruído. Em 1974, investigadores da Universidade da Califórnia descobriram que o clorofluorcarboneto (CFC) destruía a camada de ozono. E m 1 9 8 5 fo i efectivamente comprovado, a partir de satélite, um déficit de ozono sobre a Antárctida. O dano sobre o ozono parece ser provocado pela libertação de formas altamente reactivas de cloro e bromo dos CFCs e dos halóides. Refere-se, a propósito. que se calcula que o cloro na atmosfera é actualmente duas vezes e meia superior ao que era em 1970. Foi nos anos 30 que teve inicio a utilização dos CFCs nos EUA, onde passaram a ser usados como fluídos refrigerantes. Nos anos 40 alguns CFCs começaram a ser usados como gases propelentes de aerossóis, em especial para insecticidas. De facto, as suas características tornavam-os indicados para serem utilizados nas mais diversas formas: - Propelente de aerossóis (CFC) - Refrigerantes(CFC) - Materiais de embalagem (CFC) - Produtos industriais de limpeza (CFC) - Extintores de incêndio (Halon) Os CFC são lançados na atmosfera quando da sua manufactura, quando utilizados nos processos de fabrico de outros produtos e no seu uso propriamente dito. Embora parte deles não chegue a alcançar a estratosfera, devido à precipitação e a outros processos físico/químicos que ocorrem na troposfera, os que o fazem permanecem aí por um tempo indeterminado (de 2 a 380 anos, dependendo do tipo de CFC), vindo a afectar o ozono de diversas ormas. Em 1987 Portugal assinou o PROTOCOLO DE MONTREAL PARA A PROTECÇÃO DO OZONO no qual são preconizadas medidas que visam a diminuição do consumo de determinados hidrocarbonetos clorofluorados e halons. Este protocolo entrou em vigor em 1989 e foi alterado em 1990 depois de algumas pesquisas demonstrarem que o empobrecimento da camada de ozono era ainda mais grave do que se pensava anteriormente. Presentemente os CFCs não deveriam estar no mercado desde o ano 2000, o mesmo acontecendo a outras substâncias provocadoras do empobrecimento da camada de ozono. 4. A DESFLORESTAÇÃO As florestas produzem combustíveis, materiais de construção, alimentos, medicamentos, fibras e proporcionam emprego a milhões de pessoas. Pelo simples facto de existir, a floresta desempenha um papel muito importante no combate à poluição, reciclando dióxido de carbono e libertando oxigénio. As florestas desempenham também um papel fundamental na protecção dos solos, impedindo que as chuvas se abatam directamente sobre eles e reduzindo a velocidade de escoamento das águas. De forma indirecta, contribuem ainda para dificultar a ocorrência de avalanches e inundações: refere-se a propósito o caso do Bangladesh, que costumava sofrer uma grande inundação de cinquenta em cinquenta anos, mas que desde que os Himalaias deixaram de estar cobertos de árvores a frequência média é de uma de quatro em quatro anos. No seio da floresta encontram-se também formas de vida animal a ela adaptadas que contribuem, juntamente com outros vegetais, para o equilíbrio do conjunto. Em resumo, pode dizer-se que floresta é um dos ecossistemas mais ricos, pela multiplicidade de serviços ambientais e económicos que proporciona. Sendo tantas as vantagens que a floresta disponibiliza quais serão então as razões porque anualmente desaparecem mais de 15 milhões de hectares de floresta? O abate das árvores a ritmo muito superior aos ritmos naturais de crescimento, a agricultura de queimada, o desbravar da terra para a agricultura, os incêndios florestais e a poluição do ar, todos contribuem com a sua quota parte. A floresta tropical é no entanto um caso particular, por várias razões. Entre elas avulta o facto de conterem uma percentagem muito apreciável do número total de espécies vivas da Terra. As florestas tropicais existem principalmente na África Equatorial, Amazónia e Sudeste Asiático. Em qualquer destas regiões estão sujeitas a enormes pressões, com duas origens. Por um lado, o forte crescimento demográfico que ocorre na maioria dos países em causa e a fertilidade dos terrenos agrícolas sobre-explorados que não pára de baixar: daí que exista um forte movimento de população sem terra que se vira para a destruição da floresta como meio de subsistência; por outro, as florestas escondem riquezas que atraem gigantescos interesses económicos: madeireiros, empresas mineiras, criadores de gado. . Acontece no entanto que a terra, nestas regiões, é muito pouco fértil, porque ao contrário do que se verifica nas regiões temperadas, a maior parte dos elementos nutritivos encontrase na matéria orgânica que as próprias plantas vão produzindo, e não no solo. Desta forma, a destruição de determinada área de floresta para prática de agricultura não permite que esta actividade se desenvolva por mais que dois ou três anos: após esse período o solo está pobre e erudido e não só não tem mais utilidade agrícola como não é possível reinstalar de novo a floresta dado que a matéria orgânica que a sustentava foi entretanto consumida. Em termos de longo prazo ou, se quisermos, em termos de desenvolvimento (sustentável) e em termos ecológicos, este método de exploração/destruição da floresta é por muitos considerado catastrófico e ruinoso. 5. O EFEITO DE ESTUFA O equilíbrio que permite manter a temperatura terrestre é mantido por uma interacção de forças: a radiação do sol penetra na atmosfera, aquece a terra, e a terra irradia parte desse calor de volta para o espaço. Se todo o calor se perdesse, a temperatura da terra seria centenas de graus centígrados mais baixa, o que impediria a existência de vida tal como a conhecemos. O que faz com que uma parte significativa do calor seja retido é a existência, natural, de alguns gases constituintes da atmosfera ( denominados gases de estufa) que actuam da mesma forma que o vidro ou plástico transparente de uma estufa. Destes gases salientam-se o dióxido de carbono (CO2), o vapor de água e o metano. O problema com o efeito de estufa é que este fenómeno está a ser desregulado pelo crescimento de CO2 e outros gases de estufa. As concentrações de CO2 eram no início da década 25% superiores ao que eram na era pré-industrial e aumentam em média 0,5%/ano. A queima de combustíveis fósseis (carvão, gás natural e derivados do petróleo) usados na indústria, transportes, produção de electricidade, serviços e usos domésticos é a grande responsável por esta situação, a par da destruição das florestas, grandes fontes de absorção de CO2. Não havendo mudanças significativas nas políticas de controlo de emissões, entre os anos 2025 e 2050 verificar-seá uma duplicação efectiva dos níveis de CO2 em relação à era pré-industrial, o que terá provavelmente como consequências fundamentais as seguintes: - Aumento da temperatura média mundial de 1,5 a 4,5º C - Subida do nível do mar de 30 a 50 cm até ao ano 2050 e de 1m até 2100 Em termos absolutos os valores apresentados podem parecer pouco significativos. Trata-se no entanto, em termos relativos, de variações brutais e sem precedentes na história do planeta (nos últimos 10 mil anos o clima terá sofrido uma subida de temperatura inferior a 2º C). Na sequência das alterações acima referidas os técnicos e cientistas criam um cenário que, em muitos sectores, pode ser considerado catastrófico. Vejamos como é ele ca ra ct er iz ad o de ac or do co m o IP CC (P ai ne l Intergovernamental sobre a Mudança Climática), e na sequência das conclusões (publicadas em 1990) a que chegaram vários grupos de trabalho no âmbito da ONU. Praticamente todos os sectores de actividade serão atingidos. A agricultura e a silvicultura sofrerão uma redistribuição das espécies na direcção das zonas polares e de maior altitude. Aumentará a frequência e as dimensões dos incêndios florestais e haverá impactos negativos na produtividade devido ao aumento das pragas associadas a aumentos de temperatura e humidade. A gestão dos recursos hídricos registará grandes mudanças, dada a variação de distribuição e intensidade de precipitação, com implicações significativas na agricultura, na distribuição de água potável e na produção de energia. A subida do nível do mar porá em risco a habitabilidade de muitas ilhas e zonas costeiras e contaminará os lençóis freáticos próximos do litoral, onde também se verificam grandes densidades populacionais. Estes e outros impactos previsíveis determinarão grande instabilidade no funcionamento das sociedades, que serão forçadas a definir estratégias de resposta a problemas que são extrínsecos à evolução natural do clima, mudando a sua atitude face à localização das populações, à utilização dos recursos, aos processos de produção e distribuição e aos modelos de consumo. No âmbito do IPCC têm vindo a decorrer negociações para o estabelecimento de uma Convenção Sobre Alterações Climáticas, cujo principal objectivo seria a limitação das emissões de CO2 e outros gases de efeito de estufa. A solução do problema implicará uma reestruturação profunda e dispendiosa nos sistemas energéticos e industriais quer nos países industrializados quer dos países em vias de desenvolvimento. “O que agora importa, não é o que fizemos até hoje mas aquilo que estamos dispostos a fazer desde já" O SCh Tm Teixeira da Silva ingressou no CFS em 1981, foi promovido a 2º Sarg de Tm/Man em Fev82; 1ºSarg em Fev85; SAj em Jan92 e a SCh em Set99. Colocado na ESE desde 15Jan01, desempenha funções de docência e é Adj do Cmdt do CAL 39 Para a história Um ano passou desde a última edição da ALABARDA. Ao longo desses 12 meses a Escola realizou diversas cerimónias e actividades de carácter militar, social e desportivo. Como é tradição recebeu ainda inúmeras visitas e prestou apoio a diversas instituições. A todos aqueles que mais directamente apoiaram estas actividades a Escola presta uma justa e devida homenagem pois sem o seu esforço nenhuma destas actividades teria sido possível. De uma forma singela mas não menos nobre, pretende-se com este artigo recordar o zelo e a dedicação demonstrado pelos militares e civis que servem na Escola e ainda mostrar o apreço a todos aqueles que nos visitaram. Cerimónias militares Dia da Escola de Sargentos do Exército Em 7 de Junho do ano transacto a Escola comemorou o seu 21º aniversário. As cerimónias foram presididas por Sua Excelência o General VCEME Tenente General António Bento Formosinho Correia Leal e do seu programa destacam-se a Cerimónia Militar, demonstrações no âmbito da Instrução de Corpo de Alunos e Educação Física e ainda a inauguração da exposição “A evolução do uniforme do Sargento e a mulher nas Forças Armadas”. Exércicios De 20 a 24 de Julho de 2002 decorreram os Exercícios Finais do Curso de Formação de Sargentos De 27 de Fevereiro a 01 de Março de 2003 decorreram os Exercícios de Campo do 30º CFS 40 Tomada de Posse do Comandante da ESE Em 01 de Agosto de 2002, tomou posse o novo Comandante da ESE Cor Inf José Augusto do Quinteiro Vilela em substituição do Cor Inf Manuel António Meireles Carvalho O Cor Vilela foi recebido à Porta de Armas pelo Director de Ensino e recebeu o Estandarte da ESE, das mãos do 2º Comandante. Após a cerimónia na Parada seguiu-se a tradicional apresentação de cumprimentos pelos militares e civis da Escola e a revista às instalações. Início do 14º CPSC Em 9 de Setembro, presidida pelo Cmdt da ESE, teve lugar no auditório da Escola a cerimónia de apresentação do 14º CPSC, frequentado por 95 Sargentos Ajudantes, 46 dos quais pertencentes à GNR. Encerramento do 28 º CFS, ingresso no QP e Abertura Solene do ano lectivo 2002/2003 Em 1 de Outubro de 2002, realizou-se a cerimónia de Encerramento do 28º CFS, ingresso no QP e Abertura Solene do ano lectivo 2002/2003. A Cerimónia foi presidida pelo Exmº General Comandante da Instrução do Exército TGEN Leonel Jorge Silva Carvalho e do programa da cerimónia constou a entrega de prémios aos alunos melhor classificados do 28º CFS e a lição inaugural proferida pelo Maj Serafim Ribeiro, subordinada ao tema “A cultura organizacional como paradigma do desenvolvimento e da mudança sustentadas”. No final da Cerimónia o General Silva C a r v a l h o proferiu algumas palavras alusivas ao ingresso no Quadro Permanente dos alunos do 28º CFS 41 Encerramento do 14º CPSC Para assinalar o final de mais um Curso de Promoção a Sargento Chefe, em 19 de Dezembro de 2002, a Escola realizou a cerimónia de Encerramento do 14º CPSC, presidida pelo Cmdt da ESE. Apresentação do 2 º Comandante da ESE No passado dia 13Fev03 apresentou-se na Escola o TCor Tm José António Lobão Bernardo que assumiu o cargo de 2º Comandante da ESE, em substituição do TCor Cav Carlos José Vicente Sernadas. Após a sua apresentação ao Cmdt da Escola, o 2º Cmdt recebeu os cumprimentos dos militares e civis que servem na Escola, a que se seguiu uma visita às instalações. Início do 15º CPSC Em 10 de Março de 2003, presidida pelo Cmdt da ESE, teve lugar no auditório da Escola a cerimónia de apresentação do 15º CPSC, frequentado por 108 Sargentos Ajudantes, 47 dos quais pertencentes à GNR. 42 VISITAS DE DELEGAÇÕES ESTRANGEIRAS Visita da delegação da Escola de Sousoficiers da Tunísia 27-31Jan03 Visita da delegação da Academia General Básica de Suboficiales de Espanha 17-21Fev03 Visita de delegação do Ayuntamiento de Albuera. Em 12 de Abril a Escola recebeu a visita de uma delegação do Ayntamiento de Albuera, no âmbito da cooperação entre a cidade de Caldas da Rainha e esta vila da Estremadura Espanhola. Vila onde ocorreu a Batalha de Albuera que opôs as Forças Napoleónicas às Forças Anglo-Lusas e de Espanha e na qual o RI 5 combateu com grande bravura. Actividades Desportivas e Sociais Ao longo deste ano realizaram-se várias actividades de âmbito social e desportivo, que em muito contribuíram para o desenvolvimento do espírito de corpo entre todos aqueles que aqui servem. Dessas actividades destacam-se: Em 11Nov02 o Almoço de S. Martinho Como todos os almoços de confraternização, também este contou com a presença de inúmeros militares e civis, que se juntaram em mais uma jornada de são convívio. A este almoço associaram-se os militares na situação de Reserva e Reforma residentes na região o que serviu para engrandecer o encontro e recordar bons momentos aqui vividos por todos quantos prestam ou prestaram serviço, na ESE e Unidades antecessoras. Em 17Dec02 a Missa e Ceia de Natal da ESE A Quadra Natalícia convida à reunião das famílias. A família da ESE não foi excepção e teve nesta ceia, um bom momento de convívio e de partilha dos tradicionais votos de boas festas. Aqui, independentemente dos postos ou categorias prevaleceu o espirito familiar e a nobreza dos sentimentos tradicionalmente associados a esta quadra. Em 19Dec02 o Concurso de Presépios Com a colaboração de um Júri nomeado, realizou-se o Concurso de Presépios da Escola. Desta edição foi um justo vencedor o presépio apresentado pela Secção de Informática. 43 Em 20Dec02 a Festa de Natal da ESE Este foi um dia dedicado fundamentalmente às crianças, filhas dos militares e civis que servem ou serviram na ESE. O auditório encheu-se de brilho e o sorriso da pequenada iluminou os quatro cantos da Escola. Em 20Dec02 o Corta mato de Natal O corta mato de Natal é já uma tradição e como tal também este Natal teve o seu. E mais uma vez aquela que era uma fria manhã de inverno se animou e rejubilou com a alegria e o calor dos participantes. Esta edição foi vencida colectivamente pela equipa da 2ª CAl (1º escalão), equipa da CSA (2º escalão) e individualmente pelo Ten Cor Art José Henriques. De 26a 28Mar03 o Campeonato de Orientação do GML O Campeonato de Orientação do Governo Militar de Lisboa, organizado pela Escola de Sargentos do Exército, contou com a participação de várias Unidades, Estabelecimentos e Órgãos do GML que ao longo de 3 dias rivalizaram entre si os seus dotes de atletas e capacidade de orientação. A cerimónia de encerramento foi presidida pelo Chefe do Estado Maior do QG/GML. De 03 a 09Abr03 a Semana da Infantaria A Escola de Sargentos do Exército associou-se às comemorações da Semana da Infantaria, levando a cabo uma exposição, e outras actividades de âmbito cultural e desportivo, salientando-se duas visitas ao Campo Militar de S. Jorge (Museu Militar) e um jantar de convívio. Apoios prestados À LIGA DOS COMBATENTES Como já vem sendo tradição, a ESE presta o seu apoio às cerimónias levadas a cabo pelo núcleo de Caldas da Rainha da Liga dos Combatentes. Assim, ao longo deste ano a Escola em 28Jul02 apoiou a Liga dos Combatentes por ocasião das cerimónias do 78º aniversário do Núcleo de Caldas da Rainha e em 20Out02 a realização das cerimónias do 79º aniversário da Liga dos Combatentes, que incluíram Cerimónia de Homenagem aos Mortos pela Pátria e Missa celebrada na Capela da ESE pelo seu Capelão. 44 ASSOCIAÇÕES ECLESIÁSTICAS E ESCUTEIROS As Associações Eclesiásticas e Agrupamentos de Escuteiros recorrem à Escola para obterem alojamento aquando das suas peregrinações, actividade que desenvolvemos com gosto e que se enquadra no âmbito da solidariedade social. Este ano apoiou-se os peregrinos da Paróquia de Nª Srª do Amparo em três ocasiões, 04-05Out02, 2526Abr03 e 01-02Mai03 VISITAS DE ESCOLAS Ao longo de todo o ano foram inúmeras as escolas e jardins de infância que nos visitaram. Foram dias em que a ESE se encheu de cor e com o sorriso das dezenas de crianças e adolescentes que nos visitaram, para a prática de alguma actividade desportiva, ou simplesmente para ver a “tropa” de perto. 18Jun02 Escola Secundária de Figueiró dos Vinhos 21Jun02 Escola B 2, 3 D. Luís de Ataíde de Peniche 24Jun02 Infantário “O Brinquinho” de Caldas da Rainha 25Jun02 Infancoop Caldas da Rainha 05Jul02 Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro de Caldas da Rainha 22Nov02 Escola Secundária do Bombarral 22Nov02 Centro Profissional de Industria Metalúrgica e Metalomecânica de Caldas da Rainha 27Nov02 Escola Básica D. João II de Caldas da Rainha 17Fev03 Escola Básica do 1º Ciclo de Trabalhias em Caldas da Rainha 18Fev03 Escola Básica do 1º Ciclo de Trabalhias em Caldas da Rainha 19Fev03 Escola Básica do 1º Ciclo de Trabalhias em Caldas da Rainha 20Fev03 Escola Básica do 1º Ciclo de Trabalhias em Caldas da Rainha 07Mar03 Escola Secundária de Peniche 14Mar03 Jardim de Infância do Carvalhal Benfeito 17Mar03 Externato da Benedita 20Mar03 Escola Secundária Raul Proença de Caldas da Rainha 09Mai03 Escola Secundária de Peniche Loja: Rua Dr. Manuel Bombarda nº 12 Caldas da Rainha Tel. 262 843 260 Fax. 262 836 181 E-mail. [email protected] Agente: Dep. Material Eléctrico: Rua do Sacramento nº 8., Caldas da Rainha Tel. 262 842 271 Fax. 262 842 274 E-mail: [email protected] 45 OUTROS APOIOS PRESTADOS A Escola de Sargentos do Exército, pertencente a uma grande instituição que é o Exército, perfeitamente integrada na sociedade e ciente das dificuldades de diversas instituições para levar a cabo algumas actividades, não pôde ficar insensível às solicitações feitas e assim, apesar dos condicionamentos e limitações, prestou alguns apoios, de que se destacam: 06Jul02 09-14Jul02 14-15Jul02 15-20Jul02 30Jul-08Ago02 18-23Jul02 21-28Jul02 31Jul-11Ago02 05-11Ago02 06-20Jan03 01-02Fev03 20Fev03 06-07Mar03 Cedência do pavilhão gimnodesportivo à Federação Portuguesa de Karaté Apoio em alojamento à Câmara Municipal de Óbidos Apoio em alojamento ao rancho folclórico “Os Oleiros” de Caldas da Rainha Apoio em alojamento ao Conservatório de Caldas da Rainha Apoio em alojamento aos alunos integrados na Semana Internacional do Piano em Óbidos Apoio em alojamento à Banda da Piedade dos Açores Apoio em alojamento à Sociedade Musical e Recreativa Óbidense Ago02 Apoio em alojamento à Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno Apoio em alojamento a ranchos folclóricos de Espanha e Suécia Cedência do pavilhão gimnodesportivo à Câmara Municipal de Caldas da Rainha Apoio em alojamento ao Clube de Shotokan de Caldas da Rainha Cedência do auditório para a realização das Jornadas médicas da Johnson & Johnson Apoio aos peregrinos da Escola Secundária da Lourinhã REFRITEC Refrigeração Industrial de Pedro José da Silva Gameiro Rua Barão de Viamonte n º 17 Andrinos - Leiria 2410 002 46 Telefone: 917 611 960 Fax: 244 822 653 [email protected] 1 - O Aluno da ESE é orgulhoso e feliz da sua vocação militar, considerando como suprema honra a carreira das armas. 2 - O Aluno da ESE respeita e prestigia a Escola a que pertence, procurando colocar-se ao nível das suas finalidades educativas, por uma constante fidelidade no cumprimento do dever. 3 - O Aluno da ESE aceita, defende e impõe a si próprio o estrito cumprimento da disciplina militar. 4 - O Aluno da ESE veste com o maior garbo a sua farda e apresenta-se sempre de modo a impor-se à consideração daqueles que o rodeiam, pela dignidade do seu porte. 5 - O Aluno da ESE é sempre delicado na manifestação dos seus sentimentos, cívico no trato social, sem nunca deixar de ser firme nas suas convicções, austero e sóbrio na sua conduta. 6 - O Aluno da ESE é irrepreensivelmente honesto em todos os actos da sua vida, não faltando à verdade jamais nem procurando obter por meios condenáveis aquilo a que não tem direito ou que não pode conseguir à custa do seu próprio esforço. 7 - O Aluno da ESE vê no seu chefe um educador, um camarada e amigo; por isso deposita nele inabalável confiança distingueo com provas de lealdade e respeito e obedece-lhe com entusiástica prontidão mesmo com sacrifícios dos seus próprios interesses. 8 - O Aluno da ESE manifesta para com todos os seus companheiros uma camaradagem sólida e viril, estando sempre pronto a ajudar os que precisam dele, mas recusando intransigentemente em colaborar em quaisquer acções contrárias à honra ou à disciplina militar. 9 - O Aluno da ESE ama devotadamente a Pátria Portuguesa e forja os seus ideais no culto dos grandes valores e tradições que a enchem de glórias. 10 - O Aluno da ESE procura regular, sempre , a sua conduta pelas normas da virtude, sabendo que nunca poderá ser bom soldado se não for também perfeito como homem. ESCUDO escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir, "VONTADE E SABER". chevronado de dez peças de verde e de oiro. ELMO militar, de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra. CORREIA de vermelho perfilada de oiro. PAQUIFE E VIROL de verde e de oiro. TIMBRE: Duas alabardas de oiro passadas em aspa, atadas de verde, sustentando uma lucerna com dois bicos flamejantes, do primeiro. DIVISA: Num listel de branco, ondulado sotoposto ao SIMBOLOGIA E ALUSÃO DAS PEÇAS O CHEVRONADO, evocando as insígnias do Sargento, é simbolo do aluno da Escola onde é formada esta categoria, elo fundamental da estrutura do Exército. Em timbre duas ALABARDAS - "A sua arma he huma alabarda e lhe serve de insígnia" lêse na clássica MILÍCIA PRÁTICA ao referirse ao posto de Sargento - e a LUCERNA bilume a invocar a dupla formação - básica e de aperfeiçoamento - que constitui a missão desta Escola. OS ESMALTES SIGNIFICAM: O OIRO a constância no esforço essencial à obtenção da sabedoria. O VERDE o entusiasmo da juventude do candidato e a esperança no prosseguimento da carreira.