Reportagem Especial Paulo Roberto Gonçalves Secretaria Municipal de Educação de Caçador Os meios de comunicação construíam uma imagem negativa das lideranças sindicais “É preciso retomar o trabalho de mobilização dos anos de 1980 e 1990 para manter as conquistas” PAULO GONÇALVES N o final dos anos de 1970, Paulo iniciou sua militância nos grupos de Jovens ligados a Igreja Católica, depois passou a Pastoral Operária (ligada ao movimento dos trabalhadores) na qual militou de 1982 a 1994. Nesse período trabalhando numa indústria de Calçados, disputou e ganhou a eleição para a direção do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Calçados de Caçador, hoje, Sitrivest. Na seqüência militou e ajudou a fundar o 48 Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina – o SINTE. Nos anos de 1990, fez parte da diretoria regional e da Executiva Estadual desse sindicato, o que o levou em 2003 a presidência da Central Única dos Trabalhadores – CUT - na qual atuou até 2009. Hoje, Paulo continua contribuindo para o movimento sindical nas Campanhas Salariais e/ou de Mobilização e principalmente nos Encontros de Formação para militantes Especial de Aniversário - SEC/Caçador - NOVEMBRO 2014 e dirigentes sindicais. O seu engajamento na luta sindical deu-se pela necessidade e consciência de que era preciso lutar para melhorar a vida do povo e, principalmente, acabar com a exploração do patronato sobre os trabalhadores na região. Paulo conta que nas décadas de 80 e 90 sofreram muita discriminação, inclusive por parte dos próprios trabalhadores, pois a guerra ideológica era muito forte, os meios de comunicação, controlados pelos capitalistas, procuravam construir uma imagem negativa das lideranças sindicais junto aos trabalhadores. - O próprio aparato de segurança (polícia) e a justiça muito contribuíram para a discriminação das lideranças sindicais. Hoje, com as mudanças de comportamento da sociedade a discriminação é bem menor. Segundo Paulo, as maiores barreiras, que ainda permanecem, são a falta de consciência da classe trabalhadora e a repressão praticada pelos capitalistas sobre os trabalhadores e as lideranças sindicais. - Hoje com uma conjuntura favorável aos trabalhadores, com as políticas sociais do governo federal e outros ganhos, frutos de conquistas da luta sindical, os trabalhadores não estão participando das lutas dos sindicatos. É preciso retomar o trabalho de mobilização dos anos de 1980/1990 para manter essas conquistas.