AU TO RA L TO EI DI R LE I DE UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROFESSOR: Presente! DO CU M EN TO PR OT EG ID O PE LA INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Por: Margareth Rose Rocha Macedo Orientador Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Juiz de Fora 2007 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PROFESSOR: Presente! Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior Por: . Margareth Rose Rocha Macedo 3 AGRADECIMENTOS ....as minhas filhas Raquel e Gisele companheiras na jornada da busca do conhecimento...... 4 DEDICATÓRIA .....ao meu pai Antonio Macedo, que me ensinou que a grande e a maior riqueza de um homem é seu amor à educação e a arte.... 5 RESUMO A globalização e a era do conhecimento exigem a cada dia novas competências para ensinar e aprender, fazendo emergir questões como o respeito à diversidade e exigindo uma nova postura ética do governo e da sociedade, para que juntos contribuam para reduzir as desigualdades e promover a inclusão social e, por outro lado, ampliando a necessidade crescente de conhecimento e educação continuada para o mercado de trabalho, onde busca de canais alternativos para a educação, aliada às novas tecnologias trouxe o paradigma da troca de papéis dos professores e alunos. Se a educação à distância antes era um modelo experimental de educação para dar suporte a algumas disciplinas, ou mais largamente utilizada para cursos de extensão, hoje se apresenta como alternativa para a crescente demanda por vaga no Ensino Superior. O presente trabalho se propôs estudar e compreender o papel docente, que mesmo fisicamente distante, mais do que nunca deve estar presente, enquanto elo de ligação da comunidade virtual de aprendizagem, incentivador e articulador do processo educacional, fazendo com que esse “novo papel profissional”, ultrapasse as competências multidisciplinares e permeie o campo da transdisciplinaridade, conduzindo a aprendizagem por caminhos ao mesmo tempo individuais e coletivos, auxiliando os alunos na busca do auto-desenvolvimento e formação do homem integral. 6 METODOLOGIA O presente trabalho parte de uma pesquisa do tipo exploratória, através da pesquisa bibliográfica, tendo como referencial teórico, os autores Paulo Freire, Pierre Levy, Wilson Azevedo, trazendo à discussão o novo perfil do docente no ensino superior, na metodologia da educação à distância. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Educação a distância 10 1.1 - Universidade Aberta CAPÍTULO II - Aspetos psicopedagógicos 12 14 2.1 - Andragogia 14 2.2 - Interatividade 15 2.3 - Afetividade 16 CAPÍTULO III- Novas tecnologias de comunicação 18 3.1- As ferramentas e modos de utilização 19 CAPÍTULO IV – O Papel do professor 26 CONCLUSÃO 31 BIBLIOGRAFIA 32 WEBOGRAFIA 33 ÍNDICE 34 FOLHA DE AVALIAÇÃO 36 8 INTRODUÇÃO O processo educacional vem passando por várias transformações ao longo do tempo, para fazer frente às grandes mudanças culturais e sociais que vêm ocorrendo no mundo. Nas décadas passadas, a relação professor /aluno tinha um caráter de reverência, onde o aluno não ousava olhar os olhos do professor, que detinha o saber e portanto era o centro de poder. Cabia ao aluno o papel passivo de aprender o que era ensino. Mesmo quando fazia um trabalho de pesquisa, o aluno não tinha autonomia para explorar o tema, ir além da medida autorizada e limitante do saber. Com a globalização e ampla divulgação de novas teorias de aprendizagem, a partir dos anos 90 essa relação foi mudando e o aluno passou a assumir o papel principal na sala de aula, ficando o professor como indutor e facilitador dos processos de aprendizagem. O acesso à informação, gerou demandas sociais pela inclusão, cidadania e direito à educação. O desenvolvimento tecnológico surge então com alternativa de expansão da rede de ensino através da educação à distância. Novamente se modifica a relação professor/aluno, onde o professor agora distante fisicamente tem que se fazer muito mais presente para criar os elos da comunidade de aprendizagem. O presente estudo foi dedicado à análise do novo papel do professor, enquanto mediador do processo ensino-aprendizagem, na educação a distância. O primeiro capítulo contextualiza a educação à distância no cenário andragógico, delineando o ambiente de aprendizagem virtual e traz também o olhar do governo sobre a EAD no Brasil, passando pela criação da Universidade Aberta. O segundo capítulo é voltado para alguns aspectos psicopedagógicos da educação: andragogia, interatividade, e afetividade e a importância deles para o estabelecimento do diálogo pedagógico. 9 O terceiro capítulo mergulha nas novas tecnologias de comunicação e informação, apontando para o desafio da seleção e organização da pesquisa. Descreve ainda as diversas ferramentas e mídias disponíveis que podem ser utilizadas na EAD. O quarto capítulo fala do papel do professor enquanto mediador pedagógico da ação educacional. Autoria e tutoria de conteúdos, gestor e coordenador do processo de ensino-aprendizagem, animador da comunidade virtual, avaliador dos processos de ensino e da aprendizagem, inclusive quanto aos aspectos legais, em consonância com a LDB. O estudo conclui que sem a tríade aluno/professor/conteúdo o processo de ensino-aprendizagem não se completa. O aluno é o centro do processo, mas o professor é a mola mestra que irá impulsionará os avanços dando o norte dos caminhos a serem percorridos. Sem a maestria pessoal do docente, sem sua presente, o processo se fragmenta e perde seu estado de arte. 10 CAPÍTULO I EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Ao analisar o processo de ensino-aprendizagem baseado na metodologia de educação à distância, percebe-se claramente a questão da evasão escolar, cujos índices são bastante expressivos . A educação a distância possui alguns elementos que a diferenciam de outras modalidades de ensino. Ela utiliza-se de formas variadas de ensino e aprendizagens tradicionais porém, aproveita-se de meios técnicos específicos. Os obstáculos estruturais que enfrentam são exclusivos, assim como seus estudantes possuem um perfil diferenciado. Desta forma ela deve ter também uma forma didática diferenciada voltada para a aprendizagem de um público geralmente adulto, e portanto há que se considerar certas premissas andragógicas. O fato real de que os alunos estão distantes fisicamente dos centros de ensino tornando os processos de aprendizagem mais pobres, levam as universidades a superar a distância através de formas de aproximação. Contudo, nem sempre os modelos adotados conseguem reduzir a distância comunicativa (psíquica) entre alunos e professores. A qualidade e a forma de apresentação do material influenciam o processo de interação uma vez que necessidades pessoais podem ser atendidas por ele. Estratégias específicas de ensino devem atuar de forma macro e sistêmicas. O ambiente de aprendizagem deve ser a um tempo provocativo, forçando a cadeia de pensamento do aluno e favorecendo a análise crítica e propondo situações em que os interesses do aluno possam emergir e o aluno possa atuar, mas por outro lado, também deve ser interativo de modo a possibilitar o acompanhamento da construção da solução do problema e permitindo a intervenção do professor caso o aluno tenha dificuldades na resolução dos problemas apresentados. A interação dos alunos com a Instituição e com outros alunos é essencial e deve ser auxiliada por uma variedade de meios tais como telefone, 11 correios eletrônicos, ambientes virtuais, cartas, etc. Respostas rápidas às demandas dos alunos, notícias, informes, avisos sobre prazos, tarefas e atividades fazem parte do processo EAD e devem ter tratamento qualificado e confiável. Para aprender novas competências, a maioria dos estudantes precisa de alguém que lhes ensine o caminho, que lhes dê suporte moral e os incentive à exploração e à descoberta, e os motive a prosseguir nas tarefas. Na educação à distância, mediada por computador, a vida on-line, a conexão, segundo Levy (Levy, 2004), “não substitui a interação social, o contato com as pessoas”, ao contrário deve propiciar contatos mais freqüentes e produtivos, aproximando os atores sociais. Nesse sentido a rede de computadores, assim como o telefone, ou o correio, não é agente de desumanização. A EAD explora técnicas de ensino à distância, incluindo as hipermídias, as redes de comunicação interativas e todas as tecnologias da cibercultura, mas o essencial está na forma de pedagogia que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e aprendizagem coletiva em rede. A EAD de hoje se torna semelhante às sociedades de informação, em sinergia com as “organizações de aprendizagem” e universidades corporativas que vêm se estruturando nas empresas modernas. Importa a mudança qualitativa nos processos de aprendizagem. Nos “campus” virtuais professores e alunos partilham recursos materiais. Professores aprendem no mesmo tempo que os estudantes e atualizam saberes pedagógicos. Como manter as práticas pedagógicas atualizadas? Não se trata de usar tecnologias a qualquer custo. É preciso acompanhar consciente e deliberadamente a mudança da civilização que questiona formas institucionais, mentalidade e cultura dos sistemas educacionais e sobretudo papéis do professor e do aluno. Por ser a EAD globalizante e integradora, os processos, métodos e técnicas utilizados caracterizam seu papel de mediadora, numa relação onde o professor e o aluno estão fisicamente separados. No nível pedagógico faz-se 12 necessário o estabelecimento de uma comunicação bidirecional, mediatizada por tecnologias adequadas, objetivando a formação integral do aluno. As estratégias ou metodologias de utilização dos meios de comunicação na EAD são muito mais variadas, devendo-se fazer a necessária combinação da comunicação coletiva a distância com elementos da comunicação interpessoal, tendo em vista a superação das limitações de uma educação impessoal e não dialogada. No Brasil são utilizadas três grandes modalidades de estratégias: - Por correspondência, onde o material gráfico é acoplado a outros meios (cd-room, vídeos) e a interação professor/aluno se dá notadamente através de correio e mais raramente por telefone. - Semi-indireta, onde o ensino individualizado a distância é intercalado com encontros pedagógicos periódicos. - Multimeios com comunicação via TV ou rádio, com apoio de satélite ou outros recursos complementares. 1.1 – Universidade Aberta Com a globalização, o mercado de trabalho passou a exigir maior qualificação profissional, gerando necessidade de educação contínua e continuada. O avanço da informática, e dos meios de comunicação, provocaram demandas sociais pela inclusão, cidadania e direito à educação. Entre outras alternativas, a EAD ganhou projeção e investimentos do Governo brasileiro, sendo que em 2005, através de várias ações coordenadas pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura), o que sem dúvida nenhuma deu credibilidade para a Educação à distância. Foram autorizados e reconhecidos novos cursos de graduação e pós-graduação “lato-sensu”, e o que antes era modelo experimental “autorizado”, ganhou novo impulso com a criação da Universidade Aberta. Através da parceria com Estados e Municípios, serão disponibilizadas para 2007, 90 mil vagas na rede superior de ensino, para cursos de graduação à distância, em sua maioria cursos de licenciatura, 13 criando uma rede nacional voltada para a pesquisa e novas metodologias de ensino para a educação superior. Segundo o Decreto nº 5.800, de 08 de junho/2006 que instituiu a Universidade Aberta, foram criados dois novos papéis para os professores: -Tutor à distância: orientador acadêmico, com formação superior adequada, que será responsável pelo atendimento dos estudantes via meios tecnológicos de comunicação (telefone, e-mail, teleconferência, etc.). -Tutor presencial: orientador acadêmico, com formação superior adequada, que será responsável pelo atendimento dos estudantes nos pólos municipais de apoio presencial. Um ponto a ser observado é que esses programas são voltados para jovens e adultos e portanto as metodologias devem ser desenvolvidas de modo a propiciar maior autonomia do estudante, levando em conta os aspectos andragógicos da educação. 14 CAPÍTULO II ASPECTOS PSICOPEDAGÓGICOS O distanciamento dos pares (outros alunos) na EAD, muitas vezes anônimos, a própria distância física do professor que antes era um referencial (em anos escolares anteriores), leva a um sentimento de isolamento que culmina no abandono do curso. Uma primeira análise da situação nos a traz a mente a questão da natureza social do homem. È exatamente esse um dos pontos relevantes da corrente pedagógica sócio-construtivista, incorporada ao ensino brasileiro a partir da década de 90, cujo principal representante foi Vigotsky. Esse autor cita que: “...na ausência do outro, o homem não se constrói sozinho”. (In, BARBOSA, 2003). Partindo desse pressuposto, a evasão dos alunos nos cursos na modalidade EAD seria minimizada a partir da mediação pedagógica que buscaria formar verdadeiras comunidades virtuais de aprendizagem. 2.1 – Andragogia Se os aspectos psicopedagógicos ganham relevância e passam a ser considerados como parte da relação ensino-aprendizagem, a pedagogia volta seu olhar para a aprendizagem de adultos tendo seu desdobrando na ciência chamada de Andragogia, estudada, no Brasil, por Moreno, e tendo por base a autonomia do aluno, que busca uma aprendizagem significativa, e sua autonomia. Por ser um processo de educação centrado no aluno, é fundamental que sejam dadas condições para o aprendiz desenvolver exatamente a sua autonomia de aprendizagem e também exercitar a autodisciplina. A andragogia pressupõe ainda que a aprendizagem deve ser significativa e desse modo deverá ter como referencial o mundo real do educando, respeitando seu contexto sócio-cultural e agregando valor à sua vida profissional, seja ela concreta ou em vias de desenvolvimento. 15 A relação linear professor/aluno cede lugar às redes de aprendizagem colaborativas, onde todos são parceiros no processo de aprendizagem e desenvolvimento, e na construção do conhecimento individual e coletivo. As dinâmicas do processo educacional impõem ainda co- responsabilidades, e exige que cada pergunta e cada resposta potencialize a troca de informações, independentemente do meio de comunicação. 2.2 – Interatividade A questão da educação à distância, como na educação em geral, é a de ser uma prática essencialmente social – portanto transacional/interativa. Ao apresentar o diálogo como concretização dessa transação e tecer com acuidade as relações entre aluno/professor/conteúdo pedagógico, Moore nos conduz a um aprofundamento crítico desse mesmo processo que, à distância, implica em grau mais complexo de mediação, sublinhando a importância dos meios de comunicação. O termo interatividade surgiu nos anos 70 e segundo o dicionário Michaelis (MICHAELIS,1998; p 370 ) significa “ação recíproca de 2 ou mais corpos, uns nos outros”; “ação entre usuário e equipamento (computador...)” e ainda “ações e relações entre membros de um grupo ou entre grupos e sociedade”. É justamente a interatividade um dos pontos críticos da EAD, e nesse sentido, as NTCIs (novas tecnologias de comunicação e informação) abriram novas possibilidades de comunicação bidirecional, permitindo a participação ativa de alunos e professores, no processo de aprendizagem, através da reapropriação e recombinação das mensagens. Como cita Levy (LEVY,1998; p 95) “Nós seres humanos jamais pensamos sozinhos... as instituições, as línguas, os sistemas de signos, as técnicas de comunicação , de representação e registro interferem profundamente nas nossas atividades cognitivas: toda sociedade cosmopolita pensa dentro de 16 nós. Pensamos sempre na corrente de um diálogo ou de um multi-diálogo, real ou imaginário” . 2.3 – Afetividade Assim como a motivação, a afetividade é componente básico da aprendizagem em qualquer circunstância. O entusiasmo pelo que se faz, a auto-estima e o auto-conceito, são o ponto de partida para que o processo de aprendizagem se dê na sua totalidade e a pessoa se realize como ser humano. Para Levy (LEVY, 1997; p 108), “o sujeito não é outra coisa senão seu mundo, com a condição de entender-se por este termo tudo que o afeto envolve...o sujeito é um mundo banhado de emoções”. O sujeito-aprendiz, com suas emoções e sentidos, interage com o outro, com o objeto de sua aprendizagem e com o meio social no qual está inserido e pelo qual é influenciado e que, ao mesmo tempo influencia. Desta forma, todos os momentos de encontro, de troca, diálogos são valorizados. Segundo Paulo Freire (FREIRE, 1998; p 141), “a afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. Ensinar exige querer bem aos educandos.” A questão da afetividade é um dos desafios para a atuação docente na EAD. Não basta amar a profissão, é preciso conquistar o coração dos aprendizes.”É necessário o desenvolvimento de ‘elos de pertencimento’ e entrosamento afetivo dos alunos, mantendo-os engajados no curso” (UFSC/PPGEP/LEDD, 2003) de forma que as atividades desenvolvidas sejam realmente significativas para o aluno. A EAD pode ser totalmente ancorada em processos virtuais, sem significado físico/geográfico, sem referenciais concretos de distância , porém deve conter em sua proposta pedagógica o espírito da “proximidade transacional”, citada por Wilson Azevedo (ABED, 2002). O aluno precisa do sentimento de pertencimento a determinada comunidade de aprendizagem, e é justamente o professor quem irá entrelaçar os elos dessa comunidade como gestor de conhecimento, articulador e colaborador desse grupo. 17 Wilson Azevedo (ABED, 2002), nos traz uma reflexão sobre o ditado popular “longe dos olhos, perto do coração”, no qual ele comenta que em se tratando de EAD, distância não tem significado físico/geográfico, mas fundamentalmente relacional, afetivo e comunicacional, tal como é descrito na ‘Teoria da Distância Transacional de Moore’, em que se ressalta que a distância ou proximidade transacional é que tem importância pedagógica. 18 CAPÍTULO III NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO A cada dia se aperfeiçoa a tecnologia e surgem novos meios de comunicação na sociedade do conhecimento, aqui mais especificamente falando de professores e alunos. Da comunicação unilateral escrita (jornais, revistas e livros), ou mesmo falada , representada pelo rádio ou com imagem e som (no caso a televisão), a tecnologia evolui e vem se popularizando. A interatividade se faz em atividades assíncronas (fóruns, e-mails) ou síncronas (chat, vídeo-conferências) de forma bidirecional ou multi-direcional, dependendo das ferramentas (orkut, skyp) e mesmo o telefone que pode ser utilizado com o sistema de viva-voz. O computador abre a porta de bibliotecas do mundo inteiro, através da Web. E o aluno “... a um tempo , desterritorializado, presente por inteiro, habitante do ubíguo ciberespaço, pode produzir aqui e acolá “ (LEVY, 1998; p 19 -20). Através da tecnologia pode-se estabelecer um diálogo coletivo, virtual, com imagens instantâneas em três dimensões. A revolução midiática abriu novos caminhos para a exploração de vias alternativas para enriquecimento do diálogo pedagógico. As novas tecnologias ampliaram infinitamente as possibilidades de armazenamento, busca e transmissão da informação. Nesse contexto o estudante deverá buscar o desenvolvimento de suas potencialidades para a pesquisa, enquanto o professor deverá orientá-lo na avaliação, gestão e sistematização das informações coletadas. O paradigma educacional emergente tem implicações na formação do professor e nas práticas pedagógicas. Uma educação centrada no ‘sujeito coletivo’ que reconhece a importância do outro, a existência de processos coletivos de construção do saber e a relevância de se criar ambientes de aprendizagem que valorizem o desenvolvimento e conhecimento interdisciplinar, o desenvolvimento da intuição e da criatividade. 19 O avanço tecnológico e as razões que justificam o uso da EAD, não podem ocultar as limitações que condicionam sua eficácia. São de suma importância, o planejamento e a avaliação do grau de motivação discente, o desenvolvimento, pelos alunos, do hábito de estudo independente e as limitações inerentes à pontualidade e correção na troca de mensagens. Parte desses problemas foram minimizados pelas novas tecnologias, principalmente aquelas referentes à interatividade, sejam em atividades síncronas ou assíncronas. Do ponto de vista da interação pedagógica, onde são estabelecidas as relações aluno/professor e, aluno/aluno, as atividades interativas em cursos virtuais são imprescindíveis, notadamente as assíncronas, por propiciarem a oportunidade de uma reflexão maior, contribuindo para uma perspectiva construtivista da aprendizagem. 3.1 – Meios de comunicação como ferramentas do diálogo pedagógico Em EAD, as tecnologias de comunicação e informação podem ser consideradas como ferramentas pedagógicas, dado seu potencial de ação no processo educativo. O professor sempre esteve envolvido com a mediatização das mensagens pedagógicas, embora o meio mais utilizado fosse a linguagem verbal direta. O novo é a variedade de mídias disponíveis, cada qual com suas regras e características técnicas. Saber mediatizar é uma das competências mais importantes e indispensáveis na EAD, e exige postura de curiosidade para adentrar o cardápio de ferramentas e lidar com as inovações. A comunicação em nossa sociedade utiliza-se de meios, chamados de mídias, que podem ser: (televisão e rádio). impressas (jornais e revistas) ou eletrônicas 20 3.1. 1 – Tipos de ferramentas de comunicação. Existem várias ferramentas de comunicação disponíveis para cursos à distância. A participação do professor, nos trabalhos individuais ou em grupo, nas atividades síncronas e assíncronas deve se pautar em modelos diferenciados para cada ferramenta, de forma a maximizar sua utilização e otimizar os resultados de aprendizagem colaborativa, exercendo com maestria seu papel de mediador. a) As ferramentas síncronas, são aquelas que permitem a comunicação em tempo real, de forma dinâmica e flexível, e portanto sua utilização fica condicionada a disponibilidade e compatibilidade de horário de acesso do professor e dos alunos para que sua utilização seja efetiva. Por exigir resposta imediata, essa forma de comunicação requer familiaridade com a ferramenta utilizada, além de base teórica e estudo anterior à abordagem. b) As ferramentas assíncronas, são aquelas nas quais a comunicação não tem retorno imediato. As mensagens são “gravadas” para consulta e resposta posterior. Exigem menos habilidade no manejo das ferramentas já que a resposta será enviada em outro momento, permitindo maior análise do conteúdo e melhor elaboração. 3.1.2 – As mídias impressas A história da EAD teve como âncora o meio impresso. Ele ainda é largamente utilizado até hoje, pelo fato de não requer conhecimento especializado e ser de custo acessível. O livro- texto de um programa, as apostilas, pesquisas em jornal ou revistas, são ferramentas da categoria impressos. A escrita acompanhada de imagens (ilustrações ou tabelas) se apresenta estática e limitada. O desafio do material utilizado em EAD é garantir o interesse e a motivação do aluno, cada vez mais exigente em termos de estímulo à percepção, já que vivemos numa sociedade multimídia. A troca de mensagens, via correio (carta ou telegrama) ou mesmo via fax, é uma forma de estender o diálogo proposto no material impresso e dotálo de “pessoalidade”, considerando que a carta traz a expressão genuína de 21 seu autor e tem caráter individual e personalizado, estreitando laços. Por ser de baixo custo, e não necessitar de suporte tecnológico específico, muitas vezes é a única alternativa de comunicação entre alunos e aluno/professor, principalmente nas áreas mais distantes, embora o tempo de resposta seja um dificultador por depender de elementos externos ao processo de aprendizagem. Essa troca de mensagens “pessoais”, não inclui as chamadas “circulares”, nem os modelos padronizados reproduzidos e distribuídos para todo um grupo de alunos, posto que essas não têm nem individualidade e são genéricas. 3.1.3 – As mídias eletrônicas a) O telefone: para Levy (LEVY, 1998; p 29), o telefone é incontestavelmente o modelo da mídia interativa. “Ele permite o diálogo, a reciprocidade, a comunicação efetiva...”. “O telefone não representa a voz, ele a transporta, separando corpo e voz e o corpo sonoro do meu interlocutor é igualmente afetado pelo mesmo desdobramento de modo que, ambos estamos, respectivamente aqui e lá”. Pelo telefone podemos interromper uma seqüência de informações e re-orientar a comunicação em tempo real. Ao usar o telefone, a interação pessoal entre professor e aluno vai além da troca de informação e passa a permear o campo sócio-afetivo “humanizando” a educação à distância. Com o avanço da telefonia, hoje já é possível a integração de grupos via sistema de viva-voz, além da abrangência da rede, que alcança áreas rurais através da telefonia celular. Alguns programas de EAD utilizam inclusive o serviço de discagem gratuita. Como o custo varia de acordo com o horário e a distância, o uso do telefone na tutoria é esporádico (exceto na discagem gratuita), mas constitui-se num dos elos de ligação professor/aluno e entre alunos. 22 b) Teleconferência: é uma emissão de TV ao vivo, em tempo real, planejada e dirigida para público fechado, participante de um programa educacional e que permite o compartilhamento visual e acústico entre duas ou mais localidades. A transmissão se dá por diversos meios físicos como satélite, fibra ótica, enlace de microondas, etc. Para ser interativa, é necessário que cada estudante da sala remota disponha de terminal através do qual possa conversar com o tutor remoto ou responder via teclado. c) Computador: cada vez mais utilizado em EAD, o computador amplia as possibilidades educacionais, seja pela possibilidade de acesso à informação e pesquisa via internet, pela possibilidade de criação de cursos interativos em plataformas especificamente desenvolvidas para fins educacionais, ou pela multiplicidade de softwares e programas para portadores de necessidades especiais. Embora a exclusão digital ainda seja uma realidade no Brasil, com a criação de vários programas de governo e o trabalho voluntariado das ONGS, o suo do computador vem ganhando espaço, reforçado pelos projetos de apoio ao software livre, baseado na filosofia GNU. 3.1.4 - O uso do computar na Educação a distância Através do computador podemos utilizar diversas formas de comunicação síncronas ou assíncronas. a) Word Wide Web ( WWW): Mais conhecido como web, é o serviço que popularizou a internet mundial. Integra quase todos os outros serviços através de interface gráfica que combina textos, imagens e sons que podem se interligar através de nós de rede (links). É um recurso que pode ser utilizado em interações síncronas ou assíncronas. b) Correio eletrônico: Por ser uma ferramenta assíncrona e, partindo do pressuposto que os alunos têm horários e formas de acesso diferenciadas (sistema de banda 23 larga, linha discada, rádio, etc) e, que o professor não tem dedicação exclusiva ao grupo, deverá ser estabelecido um horário padrão de acesso, preferencialmente em dois turnos diferentes, de forma que os alunos possam adequar seus horários para minimizar o tempo de resposta. É importante que esse tempo de resposta não exceda 48 horas e que haja uma sinalização por parte do professor sobre as mensagens recebidas. Outro ponto importante é que as mensagens distribuídas ao grupo não sejam mascaradas como individuais e que aquelas de conteúdo individual sejam realmente personalizadas e não tenham um formato padrão. c) Lista de discussão: Baseada no serviço de correio eletrônico, tem as mesmas características. Facilita a comunicação do tipo brodcast, onde o remetente envia mensagens para um grupo de pessoas (lista). È uma ferramenta para comunicação coletiva e deve ser utilizada para assuntos gerais e trabalhos em grupo. d) Fóruns: Nesses ambientes é importante que o professor/tutor estabeleça um roteiro de acompanhamento a cada número de mensagens, ou a cada intervalo de tempo, de forma que possa acompanhar o tema discutido, acrescentar novos elementos e manter a discussão aquecida, porém de forma focada, com orientação constante para evitar desvio do tema central. e) IRC – Internet realy chat/ Essa ferramenta exige um grau maior de preparação da atividade, e envolvimento do tutor. O tema e horário deve ser informado com antecedência, assim como a forma de participação, (netiqueta), evitando as presenças não colaborativas ou monopólio de um grupo que passa a fazer “ping-pong”, restringindo as demais participações. Cabe ao professor, na qualidade de mediador, abrir espaço para a participação de todos, construir um resumo ou listar os itens chave, de forma que um participante retardatário possa rapidamente ter uma visão geral do que foi discutido anteriormente, passando também a interagir. 24 Estar atento ao tema, é ponto fundamental para que se oportunize a disponibilização de dicas ou fontes de referência e bibliografias para pesquisa posterior, mas mantendo a qualidade da discussão e da construção do conhecimento naquele momento. Sobretudo deve ser uma ferramenta de integração do grupo, sendo utilizada sempre que houver possibilidade de acesso pela maioria, a fim de evitar segregação ou esvaziamento do grupo. É importante que após cada sessão, o conteúdo da discussão ou um resumo esteja disponível para leitura de alunos que porventura não puderam participar. f) MSN (Messenger): Através dessa ferramenta, é possível a interação entre 2 ou 3 pessoas através de mensagens instantâneas ou uso do sistema de voz. Essa ferramenta permite também utilizar o serviço de transferências de arquivos – FTP (file transfer protocol), para remessa de textos, imagens, dados, programas, etc. Essas mensagens podem ainda ser gravadas no computador, dependo da configuração utilizada, ou terem deleção automática após o fechamento do programa. È uma ferramenta de grande flexibilidade, já que pode trabalhar com som e imagem (dependendo do tipo de conexão, velocidade, placa de som, caixas de som, microfone e webcan instalados no computador). Seu uso sem dúvida é um diferencial na EAD, porém deve ser utilizado com cuidado, uma vez que a possibilidade do uso de som e imagem (desde que autorizadas pelas partes), aproxima as pessoas, mas também expõe seu ambiente particular. O uso do canal de voz pode reduzir a dificuldade de digitação para alguns alunos, porém pode inibir aqueles têm problemas no campo da oratória. A opção por essa ferramenta deve ser analisada levando-se em conta a familiaridade e desenvoltura do tutor quanto ao seu uso, de modo a permitir um diálogo rico, esclarecedor e motivador, tanto para o aluno quanto para o professor. Deve ser precedido de agendamento de horário. 25 g) Vídeo-conferência: Permite a comunicação síncrona através do computador. Os usuários se comunicam através do sistema de áudio e vídeo. Pode ser ou não bidirecional, simultâneo. Requer dispositivo como webcan, microfone, placas especiais para compressão e codificação de protocolos de transmissão e recepção, com conexão de média a alta velocidade. h) Internet-phone (skyp): Ferramenta que permite a transmissão de voz e imagem através da internet. Permite uma maior número de conexões simultâneas, e apresenta baixo custo. Necessita de software especial, microfone, placa de som e webcam. i) Comunidades virtuais (orkut). Permite a postagem de mensagens, fotos, comentários, funcionando em ambiente assíncrono livre aos quais toda a comunidade dessa rede tem acesso. Tem o inconveniente de ser um canal aberto onde pessoas estranhas ao grupo podem opinar também, o que pode ser interessante do ponto de vista colaborativo, porém de difícil controle para o tutor. j) Quadro de aviso ou mural: È uma ferramenta assíncrona que deve ser utilizada para mensagens rápidas de caráter geral, avisos, divulgação de calendários, cronogramas de atividades, etc. 26 CAPÍTULO IV O PAPEL DO PROFESSOR O professor/tutor deve estar preparado para atuar no contexto virtual. Ao mesmo tempo em que acompanha o desenvolvimento do curso, ele deve se empenhar em despertar nos alunos a motivação para o exercício de trocas virtuais, como prática do desenvolvimento de sua autonomia. Segundo Levy (LEVY,1998; p 64), o professor no ciberespaço tem seu papel deslocado no sentido de incentivar a aprendizagem. Ele “torna-se o animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens. O incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem”. Na sociedade digital, o docente deve agir como agente de memória, realizando interações e intercâmbios entre linguagens, espaços e conhecimentos diferenciados e combinando meios de comunicação para criar pontes entre as desigualdades sociais e propiciar a participação e a contribuição de todos os alunos, independentemente dos recursos educacionais e tecnológicos a que tenham acesso. Como agente de valores, ele deve influenciar comportamentos e atitudes dos alunos, estimulando a identidade individual e grupal, e a inclusão social. Como agente de inovações ele auxiliar a compreensão, a utilização, as aplicações e a avaliação crítica das inovações surgidas em cada época, segundo o contexto histórico na qual se inseriram. O professor deve ainda ser o gestor do processo de aprendizagem, integrando de forma equilibrada a orientação intelectual, a emocional, a gerencial e a ética. A mediação pedagógica deve ser balizada nos pilares da mediação intelectual, emocional, comunicacional e ética. Como mediador intelectual, o professor deve ajudar na seleção das informações importantes, tornando-as significativas para os alunos de modo que eles as compreendam, avaliem 27 conceitual e eticamente, re-elaborem e adaptem-nas aos seus contextos pessoais. Como mediador emocional, o professor deve incentivar e estimular os alunos, organizando e estabelecendo roteiros e limites, com equilíbrio, credibilidade, autenticidade e empatia, estando atento ao equilíbrio do grupo, de forma que haja parceria e participação de todos de forma harmoniosa. Como mediador gerencial e comunicacional o professor deve fomentar a organização de grupos, atividades de pesquisa, ritmos e interações. Deve organizar o processo de avaliação e auto-avaliação dos alunos e se tornar o elo de ligação entre a Instituição de ensino,os alunos, discentes e comunidade. Auxiliar o desenvolvimento de todas as formas de comunicação e expressão, apoiando-se nos mais diversos métodos e ferramentas tecnológicas, promovendo a interação, a sinergia , equilibrando planejamento e criatividade. Como orientador ético o professor deve corroborar para a vivência de valores éticos individuais e sociais, tendo como premissas a liberdade, a cooperação e a integração intrapessoal, interpessoal e grupal. Com transparência, ética e empatia, deverá participar ativamente dos encontros presenciais ou virtuais, estando presente e se fazendo visível, regularmente, em todos os ambientes que o curso oferecer, interferindo quando necessário nas atividades, seja como orientação do foco das atividades, prestando esclarecimentos, provocando debates ou mesmo propondo questões para aprofundar a reflexão e despertar a visão crítica dos alunos, pontuando ainda a questão da administração do tempo Em termos de educação à distância, temos ainda outras tarefas didáticas que são exercidas pelo professor em momentos distintos: a autoria de conteúdo e a tutoria. O professor–autor ou conteudista será o responsável pela elaboração do material didático a ser utilizado no curso. Não se trata aqui de escolher um livro no mercado ou reproduzi-lo em outra mídia. É necessário preparar um material específico, concebido para o diálogo pedagógico, de forma prazerosa e desafiadora, contendo nas entrelinhas um universo potencial de aprendizagem a ser explorado. Um material de formato criativo, dinâmico e adaptado para o auto-estudo. Ser conteudista pressupõe conhecimento específico do tema, ousadia, e habilidade para 28 trabalho/cooperação multidisciplinar. Ao professor-tutor (propriamente dito) de acordo com os termos do decreto 5.800, cabe o papel de orientador de estudos. É ele quem esclarece dúvidas e dá explicações sobre o conteúdo da disciplina e em alguns casos participa também da avaliação. Ele trabalha em sincronia com a proposta pedagógica que fundamenta o programa e o professor conteudista, e deve dominar técnicas e recursos instrucionais, além de ter familiaridade com ambientes educacionais e meios de comunicação disponíveis para os alunos. Em relação ao diálogo entre tutor e aluno, a variação temporal vai depender dos meios de comunicação e ferramentas disponíveis, sejam elas síncronas (em tempo real) ou assíncronas, levando-se em conta ainda que cada ambiente ou situação educacional, cada grupo de alunos e cada aluno individualmente, requer estratégias e ações diferenciadas. O estudo individual exige do aluno disciplina, motivação para aprender, capacidade de administrar o tempo. O sentimento de isolamento provocado pela cultura do modelo presencial tem sido a grande causa da evasão de alunos nos programas de EAD. A atuação do tutor vai variar em função da proposta pedagógica e da metodologia adotada, contudo, ele deve estar presente não só quando o aluno solicitar, mas também para estimular e lançar desafios, encorajando o aluno a seguir em frente, valorizando seu esforço de auto-desenvolvimento, e reforçando-lhe a auto-estima. Dependendo do número de alunos e recursos financeiros disponíveis a tutoria pode ir mais além preparando resumos, banco de resposta a perguntas freqüentes. Seguindo a proposta pedagógica, o tutor deverá ainda corrigir e devolver trabalhos, estimular e orientar os alunos quanto à elaboração de plano de estudo e administração do tempo. O trabalho em equipe, por ser uma das grandes competências requeridas no perfil profissional, é uma das estratégias de aprendizagem cada dia mais utilizadas. Aplicado a EAD, o trabalho colaborativo serve como 29 elemento motivacional. Cabe ao tutor fomentar a existência das redes colaborativas, coordenando e estruturando os grupos, e acompanhando a divisão de tarefas e responsabilidades. O Tutor deve servir de link para o compartilhamento de trabalhos intergrupos, incentivando a disseminação de experiências. Considerando as diretrizes da LDB e a Legislação específica para EAD, os cursos superiores de graduação ou tecnológicos de curta duração devem prever encontros presenciais e avaliações também presenciais. Cabe ao tutor o planejamento desses encontros, sua coordenação e realização, exposição de novos conteúdos e avaliação dos módulos de aprendizagem. Verificar a presença dos alunos (obrigatória por lei, 75% de freqüência). Quanto á avaliação, cada programa adota um critério, de acordo com a proposta pedagógica, e compreende os trabalhos em grupo, e individuais efetuados a distância, e as provas presenciais, essa última requisito legal para validação do estudo. O papel do tutor é incentivar e propor atividades de autoavaliação, avaliar as atividades individuais e em grupo, avaliar se as competências de auto-aprendizagem estão sendo desenvolvidas, acompanhar e corrigir as avaliações presenciais, divulgando meios, metodologia e calendário de avaliação, de forma objetiva, de modo que possa atender às exigências legais quanto a avaliação e controle de freqüência e de outro lado, utilizar essa mesma avaliação como instrumento de verificação e compreensão, por parte dos alunos do nível de desempenho alcançado individualmente, comparado com o nível de conhecimento esperado. No papel de mediador pedagógico, o tutor deve possuir uma concepção clara da construção do conhecimento como processo dinâmico e relacional advindo da reflexão conjunta sobre o mundo real, além de ter embasamento teórico sobre o conteúdo, a concepção da aprendizagem, metodologia de avaliação, além de domínio das ferramentas e ambientes educacionais utilizados, e novas tecnologias. Considerando ainda que o principal pilar da EAD é a autonomia, defendida por Paulo Freire, cabe ao tutor gerenciar a participação dos alunos, 30 de modo que a autonomia não se confunda com irresponsabilidade nem descompromisso por parte dos educandos. A forma de gerenciamento, os mecanismos devem ser aqueles adequados à proposta pedagógica e aos objetivos do curso. Independentemente de serem qualitativos ou quantitativos, é imperativo que façam parte do programa de curso, de forma que o aluno saiba o que será avaliado, quando e como será avaliado, inclusive se será utilizado software de apoio ou ainda a metodologia de auto-avaliação. Embora o aluno seja o centro do processo ensino-aprendizagem , o professor deverá desempenhar múltiplos papéis de acordo com cada contexto. Aberto ao diálogo, o professor deve estar atento aos alunos, respondendo as demandas de forma clara, imprimindo sempre um caráter pessoal, individual e diferenciado. Se o domínio do conteúdo, conhecimento das técnicas e ferramentas de comunicação disponíveis, e da proposta pedagógica do curso, são importantes, a maestria pessoal e o estado da arte de ser um professor presente, só se completará se houver “coragem para querer bem aos educandos e à própria prática educativa”.(FREIRE, 1998; p141). 31 CONCLUSÃO “Testemunhar a abertura aos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios, são saberes necessários à prática educativa.” (FREIRE, 1998; pg 85). Paulo Freire fala da importância de estar aberto ao contorno geográfico e social dos educandos, que na EAD se agiganta e se globaliza. Para cumprir o seu papel de professor é necessário estar presente à experiência formadora do educando, tomando decisões, orientando atividades, exercendo autoridade. Existe um currículo a ser cumprido, cronograma, avaliações, presença às aulas. O ensino segue as regulamentações especificadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB,1996), nas Portarias e Decretos de autorização e reconhecimento de cursos, e mais recentemente no Decreto 5800 de 08 de junho de 2006, através do qual foi instituída a Universidade Aberta do Brasil, e ao cobrar a produção individual e coletiva do grupo, o professor não está sendo autoritário, antes de tudo estará cumprindo com de forma ética e respeitosa, o seu dever. O profissional de EAD acima de tudo tem que acreditar nessa metodologia. Mesmo não sendo autor do conteúdo, ele deverá ter uma visão global do curso e destreza na utilização do ambiente tecnológico que for utilizar. Domínio do conteúdo, conhecimento das técnicas e ferramentas de comunicação disponíveis, e da proposta pedagógica do curso, são importantes, dentre outros atributos que agregam a visão compartilhada e os valores da cibercultura, mas a maestria e o estado da arte de ser um professor presente, só se completará se houver “coragem para querer bem aos educandos e à própria prática educativa”.(FREIRE, 1998; p141). 32 BIBLIOGRAFIA BARBOSA, Ana Cristina Lima S. Teorias de aprendizagem em EAD. Juiz de Fora:UFJF, 2003. CAMPOS, Fernanda C. A, Et all. Cooperação e aprendizagem on-line. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. Dicionário Michaelis. São Paulo: Melhoramentos, 1998. FIUZA, Patrícia Jantsch; MARTINS, Alejandro Rodrigues. Conceitos, características e importância da motivação no acompanhamento do aluno distante. Dissertação – Laboratório de ensino à distância da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC/PPGEP/LED, 2003. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 1996. 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Universidade Aberta. 29.10.2006 www.revistacriacao.hpg.ig.br/a_cibercultura_pierre_levy.html - 20.08.2004 34 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÒRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 10 1.1- Universidade Aberta 12 CAPÍTULO II ASPECTOS PSICOPEDAGÓGICOS 14 2.1 - Andragogia 14 2.2 - Interatividade 15 2.3 - Afetividade 16 CAPÍTULO III NOVAS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 18 3.1 - Meios de comunicação como ferramentas do diálogo pedagógico 19 3.1.1 - Tipos de ferramentas de comunicação 20 3.1.2 - As mídias impressas 20 3.1.3 - As mídias eletrônicas 21 3.1.4 - O uso do computador na educação a distância 22 CAPÍTULO IV O PAPEL DO PROFESSOR 26 CONCLUSÃO 35 31 BIBLIOGRAFIA 32 WEBOGRAFIA 33 ÍNDICE 34 36 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Título da Monografia: PROFESSOR: Presente! Autor: Margareth Rose Rocha Macedo Data da entrega: 08/2007 Avaliado por: Conceito: