DETERMINAÇAO DA UMIDADE DE COMPOTAS ARTESANAIS DE FRUTA EM CALDA COMERCIALIZADAS EM VISCONDE DO RIO BRANCO – MG. MOISTURE DETERMINATION IN SWEET HOMEMADE JAM IN THE MARKET IN VISCONDE DO RIO BRANCO – MG. Alan Solano da Cruz1, Josete Amadeu Almeida2, Thayssa Namorato Benatti1, Leonardo Varon Gaze3, Kênia de Fátima Carrijo4 1 Acadêmicos do curso de Farmácia da Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC/Ubá-MG. 2 Farmacêutica Bioquímica, Mestranda em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados pela Universidade Federal de Juiz de Fora-MG. 3 Acadêmico da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense – UFF. 4 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária – Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal - Universidade Federal Fluminense – UFF. Palavras-chave: umidade, doce em compota, fruta em calda. Introdução A determinação da umidade é uma das medidas mais importantes e utilizadas nas análises de alimentos, pois está relacionada com sua composição, estabilidade e qualidade dos mesmos. Durante a estocagem, alimentos com umidade excessiva irão se deteriorar mais rapidamente do que aqueles que possuem baixa umidade, favorecendo o desenvolvimento de microrganismos, inclusive fungos. Muitos deles são produtores de toxinas, as quais são prejudiciais a saúde humana por serem cancerígenas (CECHI, 1999). Um produto processado, que preocupa as autoridades sanitárias, devido ao excesso de umidade, são os doces de frutas em compota, obtidas de frutas inteiras ou em pedaços e submetidas a cozimento em xarope de água e açúcar. A segurança deste tipo de doce está associada principalmente à qualidade da matéria-prima, ao processamento correto e a utilização de boas práticas de manipulação (MACHADO; MATTA, 2006). Por serem amplamente consumidos, e obtidos em sua grande parte, de forma artesanal em muitos municípios brasileiros, pouco se sabe sobre sua qualidade sanitária. O objetivo do presente trabalho foi verificar o percentual de umidade de doces de fruta em compota, obtidos de forma artesanal, comercializados na cidade de Visconde de Rio Branco-MG, a fim de verificar se este parâmetro físico-químico encontra-se dentro dos padrões estabelecidos pela legislação vigente. Material e Métodos Foram coletadas 20 amostras de compotas de fruta em calda, obtidas artesanalmente, em supermercados de diferentes pontos da cidade e na feira livre de Visconde do Rio Branco. As amostras foram levadas em suas embalagens originais ao Laboratório de Físico-Química da Universidade Presidente Antônio Carlos – Campus II – Ubá onde foram analisadas. Tais amostras foram numeradas de um a vinte e os estabelecimentos produtores foram nomeados como A, B, C, D e E. Semanalmente, cinco dessas amostras eram coletadas, durante os meses de agosto e setembro de 2010. O método analítico utilizado para a determinação da umidade foi o de secagem em estufa a 102˚C, em duplicata, conforme preconizado pelo Instituto Adolfo Lutz (BRASIL, 2005). Esta técnica tem seu princípio fundamentado na remoção da água por ação do calor, após o aquecimento direto da amostra, sendo calculado posteriormente o teor de umidade, pela diferença de peso das amostras no início e no final do processo, quando se atinge peso constante. Foram pesadas 3 gramas de cada amostra, previamente triturada e homogeneizada com gral e pistilo, em cápsula de porcelana previamente tarada. Posteriormente, foram levados para a estufa a uma temperatura de 102°C durante 3 horas. Após este período, as cápsulas foram resfriadas em dessecador até a temperatura ambiente e depois pesadas. A operação de aquecimento e resfriamento foi repetida até obter-se peso constante. Resultados e Discussão Das 20 amostras analisadas, 100,0% delas estavam acima do percentual máximo de umidade estabelecido pela RDC n° 272, de 22.09.2005 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que estabelece um valor máximo de umidade de 25,0%. Os percentuais de umidade de todas as amostras podem ser observados no quadro 1. Quadro 1 Percentual de umidade em doces caseiros em compota, comercializados nos município de Visconde do Rio Branco, MG. O fato de todos os produtos avaliados, de diferentes fabricantes, apresentarem percentuais de umidade acima daquele estipulado pela legislação vigente, faz com que estes alimentos possam representar um perigo em potencial à sua inocuidade, por favorecer o desenvolvimento de diferentes microrganismos, sobretudo fungos produtores de toxinas. A fim de que estes produtos não apresentem risco à saúde do consumidor, recomenda-se a implementação das Boas Práticas de Manipulação e dos procedimentos operacionais padronizados nestes estabelecimentos, mesmo que de pequeno porte, a fim de os produtos apresentem o mesmo padrão durante seu processamento, sobretudo quanto à umidade, a fim de que o produto seja seguro e de maior durabilidade durante sua estocagem. Conclusão Conclui-se que os produtores de compotas artesanais de fruta em calda analisados necessitam promover melhorias nas etapas de processamento desses alimentos, para garantir segurança ao consumidor, pois todos os produtos analisados apresentaram percentuais de umidade acima do valor legal permitido. Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 272, de 22/09/2005. Aprova o Regulamento Técnico para produtos de vegetais, produtos de frutas e cogumelos comestíveis. Diário Oficial da União, Brasília, 23 set. 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instituto Adolfo Lutz. Métodos Físico-Químicos para análise de alimentos, 4 ed., Brasília, 2005. CECCHI, H.M. Fundamentos teóricos e práticos em análises de alimentos. 2ª ed. Campinas: Unicamp, 2003. MACHADO, R.L.P.; MATTA V.M. Preparo de compotas e doces em massa em bancos de alimentos. Rio de Janeiro: Embrapa Agroindústria de Alimentos; 2006. Autor a ser contactado: Thayssa Namorato Benatti, Acadêmica do curso de Farmácia da Universidade Presidente Antônio Carlos -UNIPAC/Ubá-MG - Endereço para correspondência: Rua Vigário Varela, 279, Centro - Visconde do Rio Branco/MG CEP: 36520-000 - E-mail: [email protected]