TÍTULO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE INTRODUÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM TRABALHOS DE PESQUISA DE CAMPO. AUTORES: Luzinalva M. R. M. Leite ( [email protected]) 1; Francisco M. G. L. Neto ( [email protected])2; Ricarda Toscano de Mello ( [email protected])2 ; Iran de Souza Lima Júnior ( [email protected]) 2. 1- Professor Adjunto- Deptº de Biologia UFRPE. 2- Estagiário do Laboratório de Mamíferos – Deptº de Biologia UFRPE. INSTITUIÇÃO : Universidade Federal Rural de Pernambuco ( UFRPE ) ÁREA TEMÁTICA: Meio Ambiente INTRODUÇÃO A grande diversidade regional do Brasil, caracterizada por uma rica heterogeneidade cultural e uma extensa variedade econômica associada ao estilo de desenvolvimento adotado pelo país, dá lugar a um complexo conjunto de questões ambientais . essa problemática tem – se aprofundado rapidamente nos últimos anos, demandando soluções eficazes e a curto prazo ( PASSOS, 1989 ). Infelizmente, pouca importância tem sido dada, em geral pelos pesquisadores as informações obtidas através da comunidade da área a ser estudada. A rica fauna terrestre do estado de Pernambuco e o baixo poder aquisitivo da população que habita a Zona da Mata, Agreste e Sertão pernambucanos são um incentivo à caça, não somente de subsistência mais ainda para comércio e uso em crendices populares. A educação ambiental representa hoje uma das alternativas mais viáveis para se alcançar a interação com as comunidades; digo educação ambiental quando falo da integração que desconhece limites, pois compreende a vida em sua dimensão unificada. É no campo educativo que são lançadas as sementes do futuro homem, onde as crianças são personagens atuantes e formadores de opinião para os adultos no seu meio. Deve – se levar em consideração, a conscientização de que uma vez ocorrida a alteração do ambiente pelo homem,pode acarretar o desaparecimento de algumas espécies, inviabilizando , outrossim, o próprio desenvolvimento de atividades de pesquisa de campo. O presente trabalho relata a interação pesquisador –comunidade , nos trabalhos do Grupo de Estudos com Mamíferos do Laboratório de Mamíferos da Universidade Federal Rural de Pernambuco nas atividades de campo. METODOLOGIA Inicialmente foram feitas observações em excursões de pesquisa zoológica ao interior do estado de Pernambuco, entre 1997 a 2001. Sendo o primeiro contato dos pesquisadores com os integrantes das comunidades visitadas partir de questionamentos diretos ( conversa informal ) abordando desde dados individuais do entrevistado até o uso dos objetos cotidianos na caça, pesca, e atividades oriundas de crendices populares. Após estes questionamentos, os depoimentos foram fichados para posterior avaliação. Paralelo ao trabalho de pesquisa que estava sendo exercido, várias atividades extensionistas de Educação ambiental, visando um melhor aproveitamento da comunidade abordada nos trabalhos de pesquisa exercidos. Dentre estas atividades proporcionadas, destacamos a formação de documentários de campo pelo grupo; formação de uma brigada ecológica formada por crianças que revelam interesses especiais pelas ações proporcionadas; trabalho direto com caçadores , para atuar na conscientização ambiental; atividades de desenhos com as crianças da comunidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1. Com o passar dos anos , se faz necessário a introdução de trabalhos conservacionistas no regimento das unidades de conservação como a resolução nº 51/75 do regimento da Estação ecológica do Tapacurá da Universidade federal Rural de Pernambuco ( UFRPE ); 2. A brigada ecológica mostrou ser uma forma de ação direta para envolver as crianças nos trabalhos de pesquisa de campo, despertando neles a importância da preservação da natureza como um todo, e não só a preservação da sua comunidade; 3. O trabalho com os caçadores locais, facilita o desenvolvimento de atividades conservacionista, a partir do momento que o educador ambiental traz para o seu “ lado” um dos maiores agentes causadores da destruição do ecossistema; 4. Os documentários de campo produzidos durante o processo servem como uma rica base de dados para os trabalhos que estão sendo ou serão exercidos na localidade estudada. 5. A formação da brigada ecológica revelou cada criança como mensageiro dos trabalhos de Educação ambiental em suas famílias. 6. O trabalho com caçadores gerou fontes alternativas de renda para os mesmos, fazendo com que estes diminuam a quantidade de caça para sobreviver. 7. As atividades com desenhos retrataram a fauna e a flora de cada localidade e a ação antrópica sobre as mesmas. CONCLUSÕES * Os trabalhos de pesquisa de campo devem apresentar medidas para solucionar os problemas relacionados com a preservação do meio ambiente. * As crianças são personagens atuantes e formadoras de opiniões para os adultos no seu meio . * Os adultos repassam experiências adquiridas no decorrer de sua vida e são fontes de conhecimento sobre o ecossistema em estudo. * Os caçadores tornaram – se os mais fortes aliados dos pesquisadores no processo de conscientização ambiental. * Deve ser dada maior importância, pelos pesquisadores, aos dados obtidos a partir do relacionamento pesquisador – comunidade. BIBLIOGRAFIA PASSOS M. M. dos, Questão ambiental. Ambiental ? in II encontro nacional de estudos sobre meio ambiente; Florianópolis, 1989; anais; volume 1- comunicações. 69 p. SOBRINHO V. J. Catecismo da Ecologia. 3º edição – Petrópolis – RJ. Editora Vozes – 1982. SERRA E. A questão ambiental e a reforma agrária do Paraná in II encontro nacional de estudos sobre o meio ambiente; Florianópolis, 1989; anais; volume 1 – comunicações. 44p. MASCARENHAS LEITE L. M. R. et. al., Projeto Serra Negra: estudo Integrado da fauna de vertebrados da Reserva Biológica da Serra Negra; Subprojeto IV mammalia in XXII Congresso brasileiro de Zoologia; Recife, 1998; Resumos 104p. MASCARENHAS LEITE L. M. R. et. Al., Estudo da ação predatória do Homem sobre o tatu ( Dasypus e Euphractus ) em Pernambuco. in I Congresso brasileiro de Mastozoologia; Porto Alegre , 2001; Resumos 163 p.