XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" GERAÇÃO DE EMPREGO NA PESCA INDUSTRIAL EM RIO GRANDE: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO ESTRUTURAL-DIFERENCIAL MARCO AURÉLIO ALVES DE SOUZA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA (UNIPAMPA), ITAQUI, RS, BRASIL. [email protected] POSTER POLÍTICAS SETORIAIS E MACROECONÔMICAS GERAÇÃO DE EMPREGO NA PESCA INDUSTRIAL EM RIO GRANDE: UMA APLICAÇÃO DO MÉTODO ESTRUTURAL-DIFERENCIAL Grupo de Pesquisa: Políticas Setoriais e Macroeconômicas RESUMO Este trabalho analisa através do método descritivo a evolução da geração de emprego na indústria pesqueira do município de Rio Grande comparando-a com a indústria pesqueira do Estado, além da análise da estrutura produtiva pesqueira de Rio Grande por meio do método estrutural-diferencial, para os períodos de 1960-80 e de 1995-2005. Constatou-se que o número de estabelecimentos industriais de preparação e fabricação do pescado aumentou no final dos anos 60 até o início dos anos 80, decaindo posteriormente. O mesmo acontece ao analisar o comportamento do número de pessoas ocupadas na indústria do pescado. A pior atuação dessas variáveis a partir da década de 80 está relacionada ao crescimento do esforço de pesca de certas espécies capturadas que, por sua vez, é conseqüência da política pesqueira federal que incentivou inicialmente à industrialização do pescado, mas por não verificarem a capacidade natural de reposição dos recursos pesqueiros, acarretou posterior queda da produção, prejudicando o próprio setor pesqueiro industrial e a sobrevivência do pescador artesanal. O método estrutural-diferencial apresentou um setor dinâmico no município de Rio Grande no período de 1960-80, fruto das políticas públicas ao setor que ocorreram no período, além da matéria-prima e mão-de-obra disponível, já o período de 1995-2005 apresentou um setor em decadência devido a falta de políticas adequadas à realidade de crescente esforço de pesca. Em relação ao setor pesqueiro no Estado este caracterizou-se por ser um setor com baixo crescimento e com declínio em sua capacidade produtiva, respectivamente, nos períodos de 1960-80 e 1995-2005. Palavras-chaves: desenvolvimento, método estrutural-diferencial e emprego. Abstract This work analyzes through the descriptive method the evolution of the employment generation in the fishing industry of the municipal district of Big Rio comparing it with the Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 1 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" fishing industry of the State, besides the analysis of the fishing productive structure of Big Rio by means of the method structural-diferencial, for the periods of 1960-80 and of 1995-2005. It was verified that the number of industrial establishments of preparation and production of the fish increased in the end of the sixties to the beginning of the eighties, decaying later on. The same happens when analyzing the behavior of the number of people occupied in the industry of the fish. The worst performance of those varied starting from the decade of 80 it is related to the growth of the effort of fishing of certain captured species that, for its time, it is consequence of the federal fishing politics that it motivated initially to the industrialization of the fish, but for they verify not the natural capacity of replacement of the fishing resources, it carted posterior fall of the production, harming the own industrial fishing section and the survival of the handmade fisherman. The method structural-diferencial it presented a dynamic section in the municipal district of Big Rio in the period of 1960-80, fruit of the public politics to the section that you/they happened in the period, besides the raw material and available labor, the period of 1995-2005 already presented a section in decadence due to lack of politics adapted to the reality of growing fishing effort. In relation to the fishing section in the State this was characterized by being a section with low growth and with decline in its productive capacity, respectively, in the periods of 1960-80 and 1995-2005. Key Words: development, method structural-diferencial and employment. 1 INTRODUÇÃO A pesca é uma das atividades econômicas mais antigas do Brasil, fazendo-se presente desde o período colonial. Porém, até os anos 60, do século XX, a atividade pesqueira no Brasil assim como no Rio Grande do Sul, era predominantemente artesanal e sua produção estava voltada basicamente para atender o mercado interno. A partir de então, desenvolve-se a pesca industrial, através do surgimento da indústria de transformação que tinha a produção voltada, preferencialmente, para o mercado externo (SOUZA, 2004). No caso do Rio Grande do Sul, dada a disponibilidade de matéria-prima, grande número de mão-de-obra especializada (pescadores artesanais) e possibilidade de acesso de embarcações ao porto local, o município de Rio Grande concentrou a maior parte das indústrias pesqueiras. (SOUZA, 2005a). O crescimento do número de indústrias pesqueiras, não beneficiou apenas o setor industrial, mas gerou emprego, renda e demanda do pescado capturado pelo pescador artesanal. Todavia, a partir de 1980, dado o aparecimento da sobrepesca1 das principais espécies pesqueiras capturadas, levando a falência de inúmeras indústrias e gerando prejuízo ao próprio setor industrial pesqueiro, além de contribuir para a realidade de miséria e pobreza entre os pescadores artesanais, resultando segundo Maciel (1997), em impactos negativos para a sobrevivência das comunidades dos pescadores artesanais. Dada a realidade pesqueira industrial e seus efeitos na economia e na sociedade este estudo tem por objetivo inferir sobre os fatores que motivam o surgimento desta indústria e verificar o processo evolutivo do setor industrial pesqueiro, no que diz respeito na geração de emprego, de modo a averiguar as causas do declínio da produção pesqueira no Rio Grande do Sul e especificamente no município de Rio Grande. Para isso, utilizou-se o método descritivo e a pesquisa documental, através do levantamento de dados secundários para averiguar a evolução do emprego da atividade pesqueira industrial. 1 Segundo Souza (2005c), a sobrepesca (captura do pescado acima da capacidade de reprodução do recurso pesqueiro) é um fenômeno que ocorre devido à característica do recurso pesqueiro ao ser um bem natural e de livre acesso. A característica de livre acesso dá condição ao pescador de explorar o recurso pesqueiro livremente, em toda a área de pesca, sem a preocupação da reposição do recurso, pois essa fica a cargo da natureza, já que a pesca é considerada um bem natural, ou seja, que não precisa ser produzido para ser capturado. Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 2 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Outro objetivo é apontar a causa da concentração geográfica da indústria pesqueira do Rio Grande do Sul, em Rio Grande, bem como, identificar o quão dinâmica é a indústria pesqueira no município de Rio Grande na geração de emprego, no período entre 1960 a 2005, frente ao conjunto de empregos gerados na indústria pesqueira e no total de indústrias no Rio Grande do Sul. O método diferencial-estrutural foi aplicado utilizando-se as informações da evolução do número dos postos de trabalho de todo o setor industrial e do setor pesqueiro do Rio Grande do Sul, bem como, da indústria pesqueira em Rio Grande. Os dados de pessoal ocupado no período de 1960 a 2005 foram obtidos através da dissertação de Martins (2002) e de Souza (2001), das publicações Barcellos (1966), SUDEPE (1988) e do Relatório Anual de Indicadores Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, através do endereço eletrônico: www.mte.gov.br. Para melhor caracterizar a evolução do emprego da pesca industrial em Rio Grande, adotou-se como medida a variável pessoal ocupado na indústria do Rio Grande do Sul, na industria pesqueira do Estado e no município de Rio Grande para o período de 1960 a 2005, devido a maior disponibilidade de dados. Dado o objetivo proposto, o uso do método diferencial-estrutural (shift-share) é adequado, conforme Ilha e Wegner (2004), ao decompor o crescimento de um setor, permitirá identificar as razões que fazem com que uma região cresça mais rapidamente que outra, em um mesmo período, a qual pode estar condicionada ao desempenho da economia nacional ou estadual, à estrutura produtiva local ou à presença de vantagens locacionais específicas que dão dinamismo à região. Especificamente, segundo Fochezatto (2002), através do uso do método estruturaldiferencial é possível averiguar a geração de emprego de um determinado setor para uma determinada região, em três componentes: o componente nacional2, o componente estrutural (ou proporcional) e o componente diferencial (ou competitivo). O componente nacional, segundo Fochezatto et al (2004), mostra a parte da evolução do emprego de uma região devida apenas ao crescimento dessa mesma variável no estado, o qual é matematicamente representado: EN = Eij0 (e – 1) 0 Onde: Eij é o emprego do setor i no município j no ano inicial; e = E1/E0 é o emprego total do estado, do ano final sobre a mesma variável no período inicial. EN é considerado como a variação teórica do emprego e corresponde, no caso desse trabalho, à evolução do setor pesqueiro em Rio Grande decorrente do crescimento do setor industrial da economia gaúcha. Segundo Ilha e Wegner (2004), o efeito estrutural ou proporcional (P ij) expõem a existência ou não de setores que no município são mais ou menos dinâmicos em termos de taxas de crescimento quanto ao conjunto da economia estadual. Se apresentar sinal positivo, houve especialização em setores dinâmicos estadualmente, em oposição, se boa parte da produção provir de setores com baixa taxa de crescimento, o efeito estrutural ou proporcional (Pij) será negativo, ou seja, o município não possui setores dinâmicos em nível estadual em sua estrutura produtiva. Além disso, informa que os diferentes desempenhos quanto às taxas de crescimento dos setores ocorrem devido à variação de produtividade, inovações tecnológicas etc. Para Fochezatto et al (2004), o efeito estrutural ou proporcional representa a parcela do crescimento do emprego obtida por um município devido à sua estrutura produtiva. Assim, municípios que apresentam em sua estrutura produtiva setores considerados dinâmicos, ou seja, que mostram taxas de crescimento superiores às do conjunto dos setores no Estado de referência, apresentarão um resultado positivo nesse componente. Já se o município é 2 Neste trabalho, o componente nacional é representado pelo crescimento do setor industrial da economia do Rio Grande do Sul, a qual serviu de referência para o crescimento do setor pesqueiro. Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 3 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" composto principalmente de setores estagnados, com baixas taxas de crescimento, terão um resultado negativo advindo do componente estrutural. Este efeito pode ser encontrado na seguinte equação: EE= Eij0 (ei – e) 1 0 onde ei = Ei /Ei , que representa o emprego do setor i no ano final sobre a mesma variável no período inicial da análise. Por sua vez, conforme Ilha e Wegner (2004), o efeito diferencial ou competitivo (Cij) indica os setores que crescem ou decrescem devido à existência de vantagens quanto à sua localização. Pode apresentar sinal positivo ou negativo para um dado setor, o que indica se o município apresenta vantagens ou desvantagens em relação ao Estado na geração de emprego desse setor. Onde, o sinal positivo indica a existência de maiores facilidades de acesso tanto ao mercado consumidor, quanto aos fatores de produção e indica que o município alcançou maiores vantagens locacionais quanto a essas atividades. Neste mesmo sentido, para Fochezatto et al (2004), o efeito diferencial ou competitivo indica a parte do crescimento do emprego regional gerada por vantagens locacionais que fazem com que determinados setores possam crescer mais rapidamente em determinado município do que em nível estadual, ou seja, o efeito diferencial ou competitivo for positivo, mostra que esse setor apresenta uma taxa de crescimento superior neste município do que no estado, e isso, pode estar associado a vantagens locacionais específicas, tais como incentivos fiscais, fácil acesso às fontes de matérias-primas e aos mercados, mão-de-obra melhor qualificada, entre outros. Matematicamente, conforme o autor, esse efeito pode ser obtido pela seguinte equação: EC = Eij0 (eij – ei) onde eij = Eij1/Eij0 , que representa o produto ou emprego do setor i no município j no ano final sobre a mesma variável no período inicial. Neste sentido, a soma do efeito estrutural, diferencial e nacional, irá resultar no efeito total, o qual representa a diferença do emprego do setor i no município j do ano final (Eijt) pelo emprego do setor i no município j do ano inicial (Eij0) Conforme, Ilha e Wegner (2004), caso o Efeito total seja superior ao Efeito Nacional (E t − Eij0 ) > Eij0 (e − 1) , o município j estará crescendo acima da média estadual e (teórico), ij apresentará elementos dinâmicos internos e/ou externos atuando positivamente no município, isto representará uma melhoria da ocupação municipal em relação à estadual e indica que a região é especializada em setores com taxas de geração de emprego acima da média em nível estadual ou nacional, ou que possui vantagens locacionais que garantem altas taxas de crescimento. Esse maior dinamismo implica que o município apresenta vantagens locacionais específicas para a atividade i, como incentivos fiscais, economias de transporte (fácil acesso aos mercados e/ou fontes de matérias-primas), economias de aglomeração e vantagens comparativas na produção. Porém se a variação real for inferior à teórica, o município j apresentará maior número de setores estagnados, uma vez que a geração de emprego é inferior ao estadual, logo estará perdendo participação na economia estadual e ainda que o município está especializado em setores estganados ou que não possui vantagem locacional. 2 EVOLUÇÃO E GERAÇÃO DE EMPREGO NA PESCA INDUSTRIAL A pesca como atividade econômica, no estado do Rio Grande do Sul, iniciou no ano de 1870 com imigrantes portugueses, originários de Póvoa do Varzim. A maior parte desses imigrantes (pescadores artesanais litorâneos) que chegou ao Estado se instalou no município do Rio Grande, os quais introduziram novas técnicas produtivas que contribuiu para que os pescadores artesanais locais obtivessem maior volume de captura do pescado e, nisto, maior excedente produtivo (RODRIGUES et al., 1989). Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 4 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" O surgimento do excedente possibilitou, na primeira metade do século XX, juntamente com a construção dos molhes da barra3 em 1914, a existência de mais de 20 indústrias de salga do pescado no estado do Rio Grande do Sul, localizadas, em sua maioria, no município do Rio Grande, as quais caracterizavam-se por utilizarem mão-de-obra familiar e por exportarem o peixe salgado para capitais brasileiras e para Europa (SOUZA, 2004). Conforme Perroux (1977), a concentração da atividade pesqueira industrial em Rio Grande pode ser justificado pelo fato de que as características naturais existentes (disponibilidade de matéria-prima, mão-de-obra especializada, acesso de embarcações) tornando possível sua transformação em um centro ou pólo de crescimento. Neste sentido, o crescimento da atividade pesqueira é justificado, conforme North (1990) ao aparato produtivo existente (novas técnicas e indústrias de salga), constituíram-se um dos elementos capazes de dinamizar uma determinada região, bem como, devido a proximidade geográfica aos recursos produtivos, primordiais para o desenvolvimento local (Boisier, 1996), possibilitando o crescimento endógeno (Barquero, 2001). Todavia, o desenvolvimento do parque industrial pesqueiro ocorreu através do Decreto-Lei nº 50.872 de 1961, que criou o Conselho de Desenvolvimento da Pesca (CODEPE) e em 1962, pela Lei delegada nº 10, que criou a Superintendência de Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE), as quais tinham por objetivo a transformação do setor pesqueiro em um setor moderno e dinâmico, ou seja, a criação da CODEPE e da SUDEPE, conforme Haddad et al (1984), representou, no caso da pesca, o planejamento regional, afim de atingir objetivos regionais de desenvolvimento pesqueiro, que foi fomentado pelas políticas econômicas de promoção à pesca, concedendo incentivo fiscal e crédito do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), contribuíram para desenvolver, sobretudo, a partir dos anos sessenta do século XX, o parque industrial pesqueiro do Estado. Com o processo de desenvolvimento industrial pesqueiro, no decorrer da década de setenta e início da década de oitenta o Rio Grande do Sul foi responsável por cerca de 25% do pescado industrializado no país, concentrando no município do Rio Grande cerca de 95% dos desembarques totais de pescado e aproximadamente 80% dos resultados das indústrias pesqueiras do Estado.(Martins, 2002) Este crescimento representou o emprego de praticamente ¼ da população de Rio Grande, além de incentivar o surgimento de diversas atividades no município de Rio Grande. Assim, segundo Haddad at al (1984), uma cidade pode ser um pólo de crescimento devido ao resultado da atuação de forças livres de mercado ou podem ainda surgir como instrumento da política econômica governamental, a fim de atingir um conjunto de objetivos nacionais de desenvolvimento regional, sendo chamados de pólos planejados, por serem instrumentos de política governamental, ou seja, o surgimento de pólos industriais tem relação com as vantagens locais, como a disponibilidade de recursos naturais, junto com políticas econômicas que influenciam a industrialização de áreas prioritárias. Nesse contexto de desenvolvimento da atividade pesqueira industrial, conforme os dados da Tabela 1, verifica-se que o número de estabelecimentos pesqueiros registrados no Estado não saiu da casa dos 30 estabelecimentos, ao longo da década de sessenta até a década de oitenta, porém, o não crescimento dos estabelecimentos industriais pesqueiros foi causado, conforme Souza (2001), pelo desaparecimento das indústrias de conserva do pescado por meio da salga e pelo surgimento das indústrias de transformação do pescado. TABELA 1 – Número de estabelecimentos, pessoal ocupado nas indústrias pesqueiras, no Rio 3 Os molhes da barra serviram de quebra-mar e deram uma estabilidade de navegação ao canal do Rio Grande, que liga o estuarino da Lagoa dos Patos com o oceano Atlântico, tornando o porto local no maior porto da Região Sul do Brasil, dando condições de acesso das embarcações de maior porte e, assim, de receber e de enviar grande volume de pescado. Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 5 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Grande do Sul, em 1960, 1970, 1975, 1980, 1987, 1996 e 2001. Sub-itens Anos 1960 1970 1975 1980 1987 1996 2001 Estabelecimentos 31 39 30 31 20 9 9 Pessoal Ocupado 1.357 3.082 4.118 3.593 2082 1533 1000 Fonte: Censo Industrial do Rio Grande do Sul de 1960, 1970, 1975 e 1980; Sudepe (1988) nas informações do ano de 1987 e Schimitt (1998) e Martins (1997) para as informações do ano de 1996, Finco e Abdallah (2001), Martins (2002) para as informações de 2001. Sendo assim, conforme Souza (2005c), os recursos disponibilizados pelos incentivos ficais e do crédito do SNCR para a instalação das industrias pesqueiras foram benéficas ao desenvolvimento industrial, visto que surgem as indústrias de transformação do pescado capazes de agregar maior valor ao produto, que segundo Souza (2001), o valor da produção industrial passou de 25,78 milhões de reais de agosto de 1994 para 208,06 milhões de reais de agosto de 1994, de 1960 para 1980. De fato, este desenvolvimento pesqueiro em Rio Grande e suas conseqüências estão de acordo com as considerações de Perroux (1967), ao declarar que os efeitos de aglomeração provocam o aparecimento de novas atividades suplementares do quadro industrial transformando a estrutura que era de salga do pescado para indústria de transformação pesqueira, de forma a elevar a taxa de crescimento do produto. Este quadro de desenvolvimento pode ser percebido também em relação ao pessoal ocupado, de 1960 para 1980, pois houve crescimento, de 164,78% para pessoal ocupado, conforme os dados apresentados na Tabela 1. Neste contexto, conforme Barbosa (2000) o setor pesqueiro industrial alcançava seu auge no final da década de 70 e início da década de 80, chegando a possuir 27 indústrias de transformação pesqueira, em Rio Grande, das 31 existentes, podendo empregar até 20.000 trabalhadores, entre os trabalhadores fixos os flutuantes. Porém, a partir da década de oitenta, conforme a Tabela 1, começou a haver diminuição acentuada do número de estabelecimentos industriais pesqueiros, onde em 1987, havia no Estado vinte estabelecimentos e em 2001 existiam apenas nove indústrias pesqueiras, e dessas, uma apenas transportava produtos pesqueiros, não mais trabalhando na transformação do recurso. A diminuição do número de indústrias pesqueiras ocorreu, pois para atender a crescente demanda por matéria-prima da industria de transformação que surgia houve concomitante aumento da produção pesqueira4 do Estado gaúcho, que passaram das 13.838 toneladas em 1947, para 105.456 toneladas (volume máximo) no ano de 1973, com tendência decrescente nos anos seguintes, chegando em 1997 à 40.783 toneladas5. (SOUZA, 2001). Todavia, não houve preocupação com o estoque natural de pescado, ocasionando a sobrepesca de algumas espécies, devido à característica inerente ao recurso pesqueiro de ser um bem natural e de livre acesso, ou seja, o livre acesso dá condição para quem é pescador de explorar o recurso pesqueiro livremente, em toda a área de pesca, sem a preocupação da reposição do recurso, pois essa fica a cargo da natureza, já que não precisa ser produzida para ser capturada. A sobrepesca acarretou, já na segunda metade da década de setenta, mas sobretudo na década de oitenta, conforme Souza (2005a) na diminuição da produção das principais espécies capturadas pelo setor pesqueiro industrial gaúcho, o que acarretou no aparecimento de capacidade ociosa, aumentando o custo de produção e, nisto, na falência de inúmeras 4 Com relação a produção pesqueira, tem que se destacar, que o município do Rio Grande, conforme FINCO & ABDALLAH (2001), desde 1947, sempre participou com 100% da produção industrial e, em média, com 87% da produção artesanal do pescado do Rio Grande do Sul. 5 Esses totais de produção são o somatório da produção artesanal com a produção industrial, retirados de SOUZA (2001). Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 6 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" industrias pesqueiras. Barbosa (2000) acrescenta, ainda, o fato de que os responsáveis pelas administrações nas indústrias preocuparam-se única e exclusivamente com a captura e produção, deixando de lado a sazonalidade do pescado e a criação de redes de comercialização e consumo para a posteridade. A diminuição do número de indústrias pesqueiras está associada a falta de políticas que melhorassem a parte tecnológica das indústrias para que conseguissem aumentar o valor agregado e nem houve incentivos para a captura e processamento de outras espécies que não estivessem em processo de sobrepesca (SOUZA, 2005b). Junta-se a isso o fato de que, conforme Faveret Filho e Siqueira (1997), houve insuficiência de medidas de controle e regulamentação, destinadas a limitar as atividades pesqueiras indiscriminadas e prejudiciais ao meio ambiente6. Haddad et al, em 1977, já relatava que o desenvolvimento só será conseguido através da organização consciente do meio de propagação dos efeitos do pólo de desenvolvimento, ou seja, no caso da pesca não houve preocupação com os efeitos do aumento da demanda nos recursos pesqueiros, em parte, decorrente da percepção que havia recursos suficientes. Outra questão que pode estar relacionada à diminuição do número de indústrias é a preferência por produtos de pouco valor agregado por parte da indústria pesqueira, que para Schmitt (1998) tal desvantagem das empresas brasileiras é atribuída, principalmente ao uso de tecnologias de captura e processamento defasadas, favorecendo para a falência das indústrias pesqueiras gaúchas. Com a decadência da indústria pesqueira, em 1987, o número de empregados nos estabelecimentos pesqueiros gaúchos chegou a 2.082 pessoas e, em 1996, este número passou para 1.533 funcionários, já em 2001 o número de empregados (estimado) nas indústrias pesqueiras chegou a 1000, conforme a Tabela 1. Assim, pelas informações apresentadas houve significativa perda de geração de emprego pelas indústrias pesqueiras. No período de 1987 a 2001, continuou a haver queda do número de pessoas ocupadas na indústria pesqueira gaúcha, chegando a apresentar uma taxa de decréscimo médio de 3,11% ao ano. Esta taxa só não foi maior porque o número de empregados registrados no ano de 1996 refere-se à média anual, incluindo os picos de emprego no período de safra, enquanto no ano de 1987 (como nos demais anos), o número de empregados refere-se ao mês de dezembro do respectivo ano. Outra justificativa para a quebra de inúmeras indústrias pesqueiras, diz respeito à tecnologia utilizada pelas indústrias pesqueiras, que segundo Abdallah; Castello (2003) os produtos pesqueiros precisam ter mais valor agregado, sobretudo através de novas tecnologias de conservação e processamento, através de investimentos nos barcos para aumentar a eficiência unitária deles, mas deixando constante a capacidade de captura ao retirar unidades de frota obsoletas. Assim como, investimentos na aqüicultura, tanto em água doce como marinha, a qual atuaria como sistema de produção alternativo e de complemento à oferta de pescado extrativo. Todavia, seu desenvolvimento deve ser realizado com cuidado para não comprometer a própria sustentabilidade da atividade. 3 ANÁLISE DIFERENCIAL-ESTRUTURAL E A GERAÇÃO DE EMPREGO NO SETOR INDUSTRIAL PESQUEIRO A aplicação do método diferencial-estrutural, conforme a Tabela 2, composta pelos efeitos de crescimento desagregados para o setor pesqueiro industrial de Rio Grande, devido 6 Dentre as atividades prejudiciais utilizadas está a pesca (arrasto), a qual captura uma excessiva quantidade de peixes jovens que devolvidos, sem vida, ao mar. Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 7 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" as disponibilidade dos dados7, ficou restrita à dois períodos: de 1960 a 1980, que representa o período de surgimento da indústria de transformação pesqueira e de crescimento da produção e emprego na pesca e; de 1995 a 2005, que representa o período atual da pesca industrial de diminuição da produção e do número de indústrias pesqueiras. Ao interpretar a Tabela 2, observa-se que o setor pesqueiro industrial em Rio Grande gerou, conforme o efeito total, 2046 empregos no período de 1960-80. Todavia, 2622 postos de trabalho teriam sido criados, se o setor pesqueiro crescesse no mesmo ritmo do setor industrial do Estado, ou seja, como o efeito teórico (nacional) é superior ao efeito total, podese afirmar que o setor pesqueiro em Rio Grande, no período de 1960-80, se desenvolveu em um ritmo inferior ao setor industrial do Estado, apesar de todo processo de desenvolvimento do setor, através das políticas de promoção à atividade pesqueira, que resultou no surgimento da indústria de transformação, logo Rio Grande perdeu participação na economia estadual. Tabela 2. Fatores de crescimento, em empregos gerados, do setor pesqueiro em Rio Grande, de 1960/1980 e de 1995/2005. Variações Geração de emprego 1960/80 Geração de emprego 1995/05 Efeito teórico 2622 974 Efeito estrutural -834 -2242 Efeito diferencial 258 -429 Efeito Total 2046 -1697 Fonte: Barcelos (1966), SUDEPE (1988), Censo Industrial do Rio Grande do Sul (1960) e (1980) e RAIS - MTE. Do total dos postos de trabalho, houve pelo efeito estrutural negativo, uma diminuição do número de empregados em -834, em Rio Grande, sendo assim, houve neste município especialização no setor pesqueiro que não é dinâmico no Estado, o qual apresenta-se, dado o sinal negativo, como um setor com baixa taxa de crescimento em nível estadual em sua estrutura produtiva. Já o efeito diferencial aponta para a criação de 258 empregos originários, exclusivamente, do desempenho da indústria pesqueira em Rio Grande e indica que o desenvolvimento do setor ocorreu dentro da própria indústria, fomentado por fatores estruturais existentes internamente, no período de 1960-1980, tais como mão-de-obra especializada e matéria prima disponíveis. Além disso, o efeito diferencial do emprego, por ter sido positivo representa que a atividade pesqueira industrial em Rio Grande é considerada competitiva e apresenta taxa de crescimento superior à evolução desse setor no conjunto das regiões. Para Campanille e Pereira (1999), o sinal positivo indica a existência de maiores facilidades de acesso tanto ao mercado consumidor, quanto aos fatores de produção em relação à outra região e significa, que o município alcançou maiores vantagens locacionais quanto a essa atividade. Desta forma, através da análise dos resultados do método diferencial-estrutural, podese afirmar que a indústria pesqueira em Rio Grande se desenvolveu a um ritmo inferior ao setor industrial do estado do Rio Grande do Sul, apesar da existência de fatores estruturais locais positivos. 7 Os dados do número de empregados na indústria pesqueira de Rio Grande foram retirados para 1960 de Barcelos (1966) e para 1980 de SUDEPE (1988). O número de empregados na indústria pesqueira do Rio Grande do Sul e do total empregado no setor industrial do Rio Grande do Sul foram retirados, do Censo Industrial do Rio Grande do Sul, respectivamente, de 1960 e 1980. Já as demais informações de empregos, de 1995 e 2005, na indústria pesqueira de Rio Grande, do Rio Grande do Sul e no total de indústrias foram retirados do site do Ministério do Trabalho, através das informais da RAIS. Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 8 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" Já para o período de 1995-2005, observa-se que conforme a Tabela 2, o setor pesqueiro industrial em Rio Grande gerou pelo efeito total negativo de 1697 empregos, mas se o setor pesqueiro crescesse no mesmo ritmo do setor industrial do Estado 974 postos de trabalho teriam sido criados. De forma mais significativa do que ocorreu no período de 1960-80, o efeito teórico foi superior ao efeito total, no período de 1995-2005, assim, o setor pesqueiro em Rio Grande não apenas se desenvolveu em um ritmo inferior ao setor industrial do Estado, mas recuou no desenvolvimento já adquirido, caraterizando-se como um setor estagnado, uma vez que seu crescimento é negativo e, nisto, inferior ao setor industrial estadual. No período de 1995-2005, houve pelo efeito estrutural negativo, ocasionando uma diminuição do número de empregados em -2242, impulsionados pelo decréscimo da indústria pesqueira do Estado, ou seja, assim como no período de 1960-1980, o setor pesqueiro em Rio Grande apresenta baixa taxa de crescimento. Sendo assim, o município possui setor que não é dinâmico em nível estadual em sua estrutura produtiva. O efeito diferencial, no período de 1995-2005 apresenta a diminuição de 429 de empregos, ocasionado pelo desempenho da indústria pesqueira em Rio Grande, devido sobretudo à falta de matéria-prima disponíveis e está, ainda, associado, segundo Schimitt (1998), à falta de tecnologia apropriada, principalmente para atender aos diferentes nichos de mercado (produtos de alto valor agregado) que começaram a surgir a partir desse período. Neste último período, pelo efeito diferencial do emprego ter sido negativo indica que a atividade pesqueira industrial em Rio Grande não é competitiva e mostra que este setor apresenta taxa de crescimento negativa em contraste com a taxa de crescimento positiva do conjunto de indústrias no Estado. Neste sentido, conforme os resultados encontrados, a atividade industrial pesqueira em Rio Grande pode ser considerada ineficientes, pelo fato dela ser especializada no setor pesqueiro, ou seja, o setor pesqueiro apresenta vantagem competitiva não especializada, pois apesar de haver especialização nesse setor, que iniciou no primeiro analisado, ele decresceu mais em Rio Grande do que o conjunto desse setor no Estado. Como o valor total foi negativo, então houve no município especialização em um setor que não é dinâmico em nível estadual. E como o efeito diferencial, também apresentou-se negativo então o município não apresenta vantagens quanto à localização na atividade pesqueira, devido sobretudo a queda da disponibilidade de matéria-prima, a falta de novas tecnologias para captura e comercialização de novas espécies e pela falta de políticas adequadas para atender a realidade pesqueira do município, como incentivo a pisicultura. 4 CONCLUSÃO No processo de desenvolvimento do setor pesqueiro industrial as políticas de crédito do SNCR e de incentivo fiscal contribuíram na formação do parque industrial pesqueiro no Estado que ocorreu no período de 1960-80, ou seja, é inegável que a indústria de pescado teve fase de grande dinamismo com o surgimento e ampliação da industria de transformação, nos anos sessenta e setenta, gerando o crescimento do valor da produção pesqueira industrial, além do crescimento do número de empregados nestas indústrias. Porém, tais recursos além de não terem sido racionalmente administrados pelas indústrias, foram fornecidos de forma indiscriminada e desregrada, levando ao decréscimo da produção, Nesse sentido, a queda da produção pesqueira pode ser atribuída ao aumento desordenado da mesma, ocasionado pelo crescimento do parque industrial pesqueiro gaúcho, nos anos de 60 e 70, que foi, em grande parte, impulsionado pelas políticas de promoção ao desenvolvimento da atividade pesqueira, mas sem a preocupação com a conservação do estoque natural do pescado o que ocasionou, a partir de1980, na diminuição do número de Londrina, 22 a 25 de julho de 2007, Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural 9 XLV CONGRESSO DA SOBER "Conhecimentos para Agricultura do Futuro" indústrias pesqueiras, pois já não havia pescado suficiente para suprir as necessidades de todas as indústrias. Pela análise do crescimento do emprego na atividade industrial pesqueira de Rio Grande em dois períodos, 1960-80 e 1995-2005, observou-se que estes períodos apresentaram um Efeito Nacional (teórico) positivo, indicando que o emprego no setor pesqueiro industrial em Rio Grande seria crescente se acompanha-se a tendência de crescimento do emprego no setor industrial do Rio Grande do Sul. Já o efeito estrutural nos dois cenários foi negativo, indicando que o município de Rio Grande possui, no caso da pesca, um setor que é estadualmente estagnado, ou seja, estadualmente o setor pesqueiro apresenta, historicamente, baixa taxa de crescimento em comparação ao setor industrial do Estado. A estagnação do setor pesqueiro pode ser justificado pela produtividade inferior ao conjunto de industrias do Estado, decorrente das baixas inovações tecnológicas. No caso do efeito diferencial, o período de 1960-80, apresentou resultado positivo indicando que Rio Grande apresenta vantagem em relação ao setor pesqueiro estadual, assim Rio Grande apresenta vantagens quanto a sua localização, representando facilidade de acesso à matéria-prima e ao mercado consumidor, fazendo com que a pesca crescesse mais em Rio Grande do que no Rio Grande do Sul, assim pode-se dizer que os incentivos fiscais à pesca foram benéficas para a pesca em Rio Grande, dada sua evolução superior ao setor no Estado, no período em que o governo promoveu o setor com as políticas de promoção à pesca. No segundo período o efeito diferencial foi negativo e representa que o setor pesqueiro, em Rio Grande, apresenta desvantagem locacional em relação ao setor no Estado, assim a falta de matéria-prima, e, nisto, a falta de recursos para atender a demanda das empresas o que ocasionou o “desmonte” do parque industrial pesqueiro a partir da década de oitenta, do estado do Rio Grande do Sul, mas sobretudo em Rio Grande. Acrescenta-se a insuficiência de políticas públicas para uso de novos recursos pesqueiros e para uso de novas tecnologias, fazendo com que a decadência do setor em Rio Grande, dada sua maior importância neste município resultasse em maior desvantagem neste município em comparação ao setor pesqueiro no Estado. Dessa forma, percebe-se que o município tem uma estrutura produtiva pesqueira calcada num setor estagnado (efeito estrutural negativo) o que prejudica o crescimento da ocupação regional como um todo e necessita da implementação de uma política regional que deverá conter elementos que facilitem o acesso a recursos naturais, da mão-de-obra qualificada, à introdução de inovações tecnológicas no setor. Dado que, o sucesso de políticas de desenvolvimento regional, entre outros, depende do fortalecimento do setor de modo a ser capaz de enfrentar no caso da atividade pesqueira não apenas a concorrência de mercado com competidores de outras regiões, mas as necessidades de matéria-prima e o enfraquecimento desse setor ao longo das últimas três décadas. 5 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ABADALLAH, P. R.; CASTELLO, J. P. O momento de Repensar a Economia Pesqueira no Brasil. Revista ComCiencia. Março 2003. Disponível em: http://www.comciencia.br Acessado em dezembro de 2006. BARQUERO, Antonio V. 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