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Convenção
Mundial 2015
um diário de viagem
Por Lúcia Rodrigues Alves, SRC
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empre foi um sonho meu – como
imagino que seja para todo rosacruz
– ir conhecer o Parque Rosacruz em
San Jose. Quando soube que a Convenção Mundial de 2015 iria ser lá, tomei a
decisão – agora é a hora. Isso foi 3 anos antes
do evento. Por todo esse tempo me preparei
materialmente e espiritualmente para lá estar
nesse grande evento. Quando cheguei me
deparei com um grande deserto, toda a região
do Vale do Silício, e isso já foi de tirar o fôlego.
San José é a prova viva de como a Humanidade é capaz de feitos extraordinários.
Como pôde o homem transformar uma área
de deserto em uma cidade tão arborizada e
cheia de flores por toda a parte?!? Se somos
capazes de algo assim, deveríamos conseguir qualquer coisa. Assim, me vi envolta
por uma cidade incrível, rodeada de montanhas magníficas e um deserto inacreditável… E lá ficava a casa da Ordem Rosacruz,
onde tudo começou com Spencer Lewis.
Meu primeiro contato com o Parque
Rosacruz foi no dia 29 de julho. Assim que
lá chegamos fomos visitar o Museu Egípcio
Rosacruz (foto 1). Foi tão extraordinário…
havia tantas peças e réplicas do Egito Antigo,
múmias, vasos, urnas, sarcófagos, adornos,
sem falar na réplica de uma tumba antiga…
(foto 2). Além disso tudo, havia o setor da
Exposição da Alquimia – foi uma verdadeira
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viagem pelo mundo da transmutação da matéria – da prima matéria até a pedra filosofal.
No fundo da minha alma, viajei também
realizando simbolicamente as 7 etapas alquímicas junto com meu mestre interior (foto 3).
Depois da visita ao museu, estava
ansiosa para conhecer todas as demais
dependências do Parque Rosacruz, mas já
percebi a aglomeração de pessoas chegando e resolvemos antecipadamente reservar
nossos lugares para a cerimônia de abertura, que seria na praça central bem em
frente ao prédio da URCI. Ainda faltavam
2h30 para a abertura, mas já fomos nos
sentar para conseguir uma boa visão do
que estava por vir. Estava um sol escaldante, mas nossa alegria era tamanha que
nem sentimos o cansaço da espera. Ficamos ali, admirando o céu azul que pairava
acima de nós, as flores e árvores do Parque
Rosacruz, a chegada de membros e mais
membros para a abertura da Convenção.
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O assunto mais importante era “O que
será que está dentro da Esfinge?”. Verdade,
uma cápsula com documentos rosacruzes
foi colocada dentro da esfinge por Harvey
Spencer Lewis há 80 anos (foto 4) e naquele
dia seria solenemente retirada. Confesso
que não dei tanta importância para esse
tema, mas era o que corria nas conversas
entre a maioria dos membros. Eu, na verdade, estava tão consumida pelo entusiasmo
de estar participando daquele evento de
aniversário de 100 anos da AMORC nos
Estados Unidos, que não estava assim tão
focada nos documentos dentro da esfinge.
Quando a cerimônia de abertura da
Convenção Mundial começou, éramos mais
de duas mil pessoas no Parque Rosacruz. Era
tanta gente que não couberam todos na praça
central. Centenas de cadeiras foram colocadas
no estacionamento e no Jardim da Paz a fim
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de oferecer lugar para todos (foto 5).
Contudo, os que lá precisaram ficar tiveram
que acompanhar a cerimônia por telões
estrategicamente colocados nessas áreas alternativas. O evento começou, falado em três
línguas – francês, inglês e espanhol. Muito
se falou de nosso antigo Imperator, Frater
Harvey Spencer Lewis, e a história da fundação da sede da AMORC e do Parque Rosacruz. Como será que ele se sentiria se pudesse
vislumbrar mais de duas mil pessoas, de todas
as partes do planeta, em seu amado parque?
Enfim, chegou o momento da abertura
da esfinge e a retirada dos documentos (foto
6). Somos surpreendidos com o discurso do
Frater Christian Bernard que, tomado de uma
forte intuição, solicitou à Grande Mestre da
GLI que abrisse a esfinge antes da Convenção, porque suspeitava que os documentos lá
contidos pudessem ter sido destruídos pelo
tempo. Sua intuição estava correta – todos os
papéis foram consumidos e pulverizados pelas
condições climáticas da região e por problemas de vedação do cilindro onde estavam armazenados. É interessante observar que houve
uma comoção meio generalizada entre os
fratres e sorores presentes. Contudo, cochichei
baixinho para meu esposo – é preciso prestar
atenção nisso que aconteceu: o legado que
nos deixou Harvey Spencer Lewis não está no
plano material, em pedaços de papel guarda-
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dos em uma esfinge, mas no invisível
– presente em cada um dos membros
presentes ali no Parque Rosacruz, presente ainda em cada um dos que não
podiam lá estar fisicamente, mas que
estavam conosco em pensamento.
De qualquer forma, o desapontamento pela destruição dos documentos
que estavam dentro da cápsula na esfinge logo
deixou de preencher nossos corações, pois
nosso Imperator, Frater Christian Bernard
anuncia, na sequência, que uma nova cápsula
do tempo seria colocada dentro da esfinge
naquele exato momento. Esse novo tubo de
metal era, desta vez, devidamente preparado
para suportar o tempo, o clima e poderia
durar até 100 anos. Embalado a vácuo e com
a devida tecnologia, foram colocados dentro dessa nova cápsula uma cópia do Positio
Fraternitatis Rosae Crucis, uma do Appellatio Fraternitatis Rosae Crucis, um livreto do
Domínio da Vida, uma cópia da monografia de abertura do 1º Grau de Atrium e um
pergaminho com as assinaturas de todos os
Grandes Mestres e dirigentes da AMORC
quando reunidos na sua última reunião do
Supremo Grande Conselho em outubro de
2014. E havia ainda mais emoções
pela frente – cada uma das jurisdições recebeu uma cápsula idêntica
para colocar outros documentos
em seus próprios idiomas. Cada
Grande Mestre e Administrador
Geral deverá guardá-la em um local de repouso em suas jurisdições.
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Era o legado invisível deixado por Spencer
Lewis, materializado pelas ações dos Rosacruzes do presente, direcionado a todos os
cantos do planeta. Será que o Frater Spencer
Lewis poderia, um dia, pensar que tantos
buscadores se juntariam a ele nessa jornada
rumo à reconstrução do Homem e o desenvolvimento de seu caráter espiritual? Acho
que sim. Afinal, quando ele inaugurou o primeiro prédio da AMORC em San José, e era
apenas um simples prédio, ele já o chamou
de “Parque Rosacruz”. Na época, ninguém
entendeu porque ele chamava um prédio de
“parque”, mas ele sabia que assim seria no futuro. Ele era, de fato, um homem visionário.
Foi uma grande emoção ver cada um
dos Grandes Mestres receber sua cápsula do
tempo e agradecendo (foto 7), cada qual, em
seu idioma. Muitos dos idiomas, nós não
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podíamos entender – mas nem precisávamos.
A energia de amor que irradiava de cada
palavra deixava clara a mensagem de todos.
Era incrível fazer parte dessa grande família
rosacruz. Inacreditável era também a força do
“Assim Seja”– em várias línguas diferentes –
dito em uníssono por todos os fratres e sorores logo depois de nosso Imperator encerrar a
cerimônia de abertura da Convenção Mundial de 2015 na cidade de San José, Califórnia.
Aquele dia auspicioso estava encerrado.
Mas ainda podíamos aproveitar o resto da
noite no Parque Rosacruz – visitar o Jardim
da Paz e o Labirinto. Ainda aproveitamos
para conversar com fratres e sorores brasileiros que fomos encontrando por lá – pessoas de todas as partes do Brasil, do Norte,
Nordeste, da capital de SP, do interior, do
Rio, de Curitiba, amigos de Portugal e da
África. Esses já tinham se enturmado com
outros fratres e sorores de outros países
também. Alguns levaram quase dois dias
para conseguir chegar na Califórnia e estavam sofrendo de 9 horas de diferença de
fuso horário. Mas não havia cansaço que
nos derrubasse. Havia um cheiro de ânimo
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e um sopro espiritual diferente no ar e tudo
isso nos enchia de ânimo e contentamento.
No segundo dia, 30 de julho, fomos presenteados por uma inspiradora Convocação
de Pronaos realizada pela Grande Mestre
de Língua Inglesa para as Américas, Soror
Julie Scott – anfitriã do evento (foto 8). Foi
realizada em um dos auditórios do Hotel
Fairmont, que tinha capacidade para cerca de
1500 pessoas. A fila para entrar era imensa,
apesar dos convencionais terem sido divididos em dois grupos – um para o ritual das 9h
e o outro para o das 10h45. Apesar de todo
esse volume de pessoas, conseguimos manter
a harmonia, respeitando os idosos, ajudando aqueles com dificuldade de locomoção,
aguardando em silêncio… O ritual foi realizado à perfeição e uma das coisas que mais
me impactaram foi ouvir os sons vocálicos
entoados em uníssono por mais de mil fratres
e sorores. Durante os períodos de meditação,
não ouvíamos sequer o barulho da respiração
dos demais – éramos efetivamente uma Egrégora, um corpo único da Rosacruz.
No período da tarde, começaram as palestras dos Grandes Mestres. Quisera eu poder
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do, esse é o momento de nos conectar pelo
coração – devemos sentir a energia de nossas
mãos se fundir com nossos batimentos cardíacos, com a força amorosa que pulsa em nosso centro cardíaco. Devemos nos concentrar
nessa troca que deve vir do espiritual, para
o psíquico tocando o material, e daí fazer o
caminho inverso – gerando um elo invisível
entre todos os planos do nosso ser.
Uma outra apresentação muito interessante foi a do Grande Mestre da Jurisdição
de Língua Italiana – Frater Claudio Mazzucco (foto 10). Ele introduziu a temática
da “Ecologia Espiritual” e nos levou de
volta no tempo e no espaço. Percorremos,
junto com sua narrativa, todo caminho da
formação do universo, desde o big-bang,
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falar de cada uma delas – em
três dias, tivemos um total de 13
apresentações. Mas isso tornaria esse diário de viagem muito
extenso. Assim, vou contar
apenas um pouquinho daquelas
que mais me tocaram o coração.
A primeira que mencionarei foi
a Grande Mestre Live Söderlund
– da Jurisdição para Línguas
Escandinavas (foto 9). Sua
apresentação teve como tema
“Vitalis Rosae Crucis” e começou
com uma inesperada música da
África do Sul, com uma batida
animada, forte e muito alegre.
Ela entra pelo auditório, quase
que dançando, de roupas
como se fosse fazer um
exercício físico. Depois, ela diz: “Como
místicos, tendemos muito a nos focar
na Rosa, mas hoje essa palestra será
sobre a Cruz”. E, dito isso, ela nos leva
em uma jornada de conhecimento
sobre o Templo de nossa alma, ferramenta que permite que as experiências
da vida material afetem nosso interior
e nos façam evoluir espiritualmente.
Ela traça paralelos que unem os
planos físico, metafísico e espiritual
e nos conduz a uma sensibilização
interessante sobre os cuidados que
devemos ter com nosso corpo no que
tange à higiene, consumo de água, boa
nutrição, atividade física adequada,
saúde, etc., mas assim o faz de uma perspectiva essencialmente espiritualista. Ela encerra
com um exercício de formação de Loja – que
deve ser feito colocando as mãos sobre o local do peito onde se encontra nosso coração.
Ela nos alerta que, muitas vezes, fratres e
sorores assim o fazem de maneira mecânica e
colocam as mãos em qualquer lugar da caixa
torácica, tendendo ao seu centro. Contu-
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até a constituição de nossa galáxia e, consequentemente, de nosso ambiente planetário. Isso dá uma nova perspectiva à nossa
existência nesta Terra, pois foram precisos
muitos e muitos esforços da natureza para
criar as condições necessárias para o surgimento da vida tal como a conhecemos.
A ecologia espiritual traça um elo de
conexão entre as necessidades de evolução da
consciência e nossa vida planetária. Assim, o
cuidado e zelo com nossa amada mãe Terra,
com os seres que aqui vivem – animais e
vegetais – tudo isso é fundamental para que a
consecução do Plano Divino aconteça dentro
de Suas leis e Seus preceitos.
O Grande Mestre da Jurisdição de Língua
Espanhola para a Europa, África e Australá-
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sia, Frater Hugo Casas, se deteve na temática
da “A Alquimia da Vida, como é em Cima,
é Embaixo” (foto 11). Em sua apresentação
mostrou que o adágio “assim como é em
cima, é embaixo” reflete perfeitamente a
realidade do mundo material na qual vivemos. Ele é o reflexo do mundo espiritual e
sua necessidade evolutiva. Evolução essa que
ocorre graças à alquimia interior que operamos dentro de cada um de nós. Assim, a
vida acaba sendo como um jogo. Tudo
se inicia a partir de uma situação de
partida, cheia de possibilidades e escolhas, temperada pelos nossos próprios
interesses, ou seja, onde queremos
chegar e objetivos que desejamos
atingir. Quanto mais claro esse objetivo, melhor para o jogador do “jogo da
vida”. Se ele não tem objetivos claros,
mais difícil é sua caminhada, pois nos
perdemos nas escolhas e nos caminhos
que nos levam a becos sem saída.
Como todo jogo, a vida também
tem suas regras. Em uma brincadeira
de tabuleiro ou em um videogame, as
regras têm a finalidade de gerar desafio
suficiente para que o jogo tenha graça.
E essas regras também mudam conforme o jogador muda “de nível”. Essas regras
ficam mais difíceis – o nível de exigência aumenta, bem como suas recompensas e pontos
conquistados. Igualmente, é a vida. Todos
temos desafios pela frente. Contudo, desperdiçamos nosso tempo lutando para resistir
aos obstáculos que nossa existência material
nos impõe ao invés de aprender com eles.
Devemos olhar para as dificuldades da vida
como oportunidades importantes para saltos
em nossa senda evolutiva e manter constante
entusiasmo e ânimo no grande jogo da vida.
O Grande Mestre da Jurisdição de Língua
Francesa, Frater Serge Toussaint, apresentou a palestra “Paz Profunda” (foto 12). Foi
uma palestra muito enriquecedora, uma vez
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sentações que mais emocionaram os convencionais. Frater Hélio discorreu sobre Harvey
Spencer Lewis. Uma vez que lá estávamos,
nesse grande evento, em função justamente
do aniversário de 100 anos da fundação da
Ordem Rosacruz na América, era preciso,
de fato, colocar luz na vida desse místico
notável. Sua palestra começa com a imagem
do Dr. Lewis e foram aparecendo ao lado
de sua foto as mais diversas atividades que
ele exerceu em sua vida: escritor, professor,
palestrante, músico, pintor, inventor, místico,
filósofo, etc. etc. etc. Como é possível uma
pessoa adquirir tantas habilidades em uma só
encarnação? Foi a pergunta instigante colocada a todos nós por nosso Grande Mestre.
Frater Hélio foi apresentando, em etapas
bem marcadas, a trajetória de nosso primeiro Imperator, junto com os depoimentos
do próprio Dr. Lewis, evidenciando que ele
se lembrava de diversas de suas experiências passadas, de encarnações anteriores,
que explicariam todo o repertório de conhecimento e desenvolvimento espiritual
que estavam à sua disposição fazendo dele
um homem extraordinário. A dinâmica
do discurso do Frater Hélio foi quase que
nos hipnotizando e levando-nos – todos –
em uma viagem por todas as encarnações
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que nos aprofundamos no que efetivamente
é ‘paz profunda’. Frater Toussaint abordou
essa condição no plano material, que ocorre
quando conseguimos aprender a pacificar
nosso corpo físico por meio da busca por
boas condições de saúde, por meio do cuidado e da moderação no uso de nossos órgãos.
Também podemos alcançar a paz profunda
nesse plano por meio de entoação de sons
vocálicos, dentre eles o som KHEI. No plano
mental, conseguimos o estado de paz profunda quando adotamos pensamentos e atitudes
positivos e construtivos, evitando a lamentação e o envenenamento mental.
O mesmo vale para o plano emocional.
A paz profunda é o resultado do cultivo
interior de boas emoções, como o amor, a
compaixão, a tolerância e a amizade entre
os homens. Precisamos estar atentos com
qualquer processo autodestrutivo ligado à
autopiedade ou baixa autoestima. A culpa
é um sentimento sem nenhuma finalidade
construtiva. Devemos substituí-lo por uma
atitude positiva que aumente nosso amor
próprio. Precisamos nos entender como seres
que estão lutando para evoluir. Assim, devemos colocar nossos melhores sentimentos no
que fazemos hoje e em nossas ações futuras.
Por fim, a paz profunda nos toca no plano
espiritual quando encontramos a harmonia
interior. São momentos raros em nossas vidas
terrenas e devem ser guardados em nossos
corações como doces memórias que nos dão
certeza do caminho que estamos percorrendo. A paz profunda no plano espiritual se
dá quando nos encontramos em estados de
meditação, oração e comunhão cósmica.
Para encerrar esse pequeno compêndio
sobre as apresentações dos Grandes Mestres,
preciso falar da palestra de nosso Grande
Mestre, Frater Hélio de Moraes e Marques
(foto 13). Ele apresentou uma palestra intitulada “Missão Cósmica”. Aqui, precisamos nos
deter um pouco mais, pois foi uma das apre-
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possíveis do Frater Harvey Spencer Lewis
e todas as incríveis experiências que fizeram dele o ser formidável que foi para dar
conta de sua grande missão: a de resgatar
e trazer à vida a Ordem Rosacruz, naquela
oportunidade, nas terras estadunidenses.
As palestras foram intercaladas por
atividades místicas de altíssimo nível.
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Tivemos o Conselho de Solace dirigido
pelo Imperator, Frater Christian Bernard.
O Ritual de Convocação de Pronaos, com
mensagem da anfitriã e Grande Mestre da
Jurisdição de Língua Inglesa para as Américas, Soror Julie Scott, foi realizado no
auditório do Hotel Fairmont. Como disse
anteriormente, foi necessário dividir os
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depois das 20h. Assim, com o término das
atividades, todos os convencionais tinham
muito tempo livre para ir ao Parque e aproveitar para conhecer com mais calma a Biblioteca de Pesquisa, com todos seus livros raros e
únicos (fotos 15 e 16), o Museu Rosacruz, o
Planetário (foto 17), para meditar no Jardim
da Paz (foto 18), no Santuário de Akenaton,
onde estão sepultados Frater Harvey Spencer Lewis (foto 19), Frater Ralph M. Lewis
e outros rosacruzes importantes da época.
Também tivemos tempo para caminhar pelo
Labirinto (foto 20), por entre as diversas áreas
de jardim, observando as esculturas, estátuas,
paredes decorativas entre outras belezas daquele lugar único. Pessoalmente, ia ao Parque
Rosacruz todos os finais de tarde. Queria me
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membros em dois grupos e realizar o Ritual
de Convocação duas vezes, a fim de garantir o conforto de todos os participantes.
Houve ainda Convocações Ritualísticas
no Grande Templo (foto 14), no Parque
Rosacruz. Essa experiência, em especial,
foi muito impactante, para mim. Foi necessário dividir os participantes em seis
grupos diferentes para que todos pudessem
participar da Convocação – Seis grupos!!!
Em cada uma das sessões, o Grande Templo
foi usado no limite de lugares, colocando
cadeiras extras, inclusive, apesar de ser um
Templo de grandes proporções. A energia
era incrível, seja pela harmonia do Templo em si, seja pela emoção combinada de
todos os fratres e sorores que lá estavam e
que contribuíam para a formação e fortalecimento da Egrégora Rosacruz. As mensagens foram feitas pelos Administradores
das jurisdições que ainda não são grandes
o suficiente para abrigarem uma Grande
Loja. Esses administradores são pioneiros
e desbravadores rosacruzes em suas pátrias
e o conhecê-los fez com que eu passasse a
nutrir um profundo respeito por todos eles.
As atividades se encerravam no final da
tarde, mas o Parque Rosacruz continuava
operando até às 22h, em todos os dias da
Convenção Mundial. Como estávamos em
pleno verão californiano, o sol se punha só
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conectar, da forma mais profunda possível,
com aquela vibração, aquela energia que me
levava mais perto dos Rosacruzes do passado.
No dia 1º de agosto, procedeu-se à Ceri­
mônia de Encerramento da Convenção que
foi marcada por emoções indescritíveis.
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Primeiro, pelas palavras tocantes da Soror Julie Scott (foto
21) recontando a história da
fundação da Ordem na América, com todas as dificuldades
vividas pelos primeiros Rosacruzes daqueles dias. Muito se
falou, logicamente, da trajetória
do Frater Spencer Lewis, quem
primeiro acendeu o nosso
archote na América. As crianças rosacruzes apresentaram
o Hino Rosacruz tocado em
harpa e voz – nos três idiomas:
inglês, francês e espanhol (foto
22). Todos os membros cantaram juntos, cada um em seu idioma – todos
unidos pela mesma emoção. E o archote
iluminado aparece. Soror Julie Scott o entrega ao Grande Mestre de Língua Italiana,
Frater Claudio Mazzucco, pois a próxima
Convenção Mundial Rosacruz em 2019 terá
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sua sede na cidade de Roma. Ele recebe o
archote e é aplaudido por todos (fotos 23 e
24). Ele segura, com uma mão, o archote e
coloca a outra em seu coração,
expressando por meio desse
gesto simbólico a profunda
emoção em receber os rosacruzes, nessa próxima oportunidade, em Roma, uma das mais
belas e espiritualizadas dentre
todas as cidades da Europa.
Nossa última atividade
– em 2 de agosto – é a Convocação de Templo, repetida
duas vezes, no auditório do
Hotel Fairmont, com mensagem de nosso Imperator,
Frater Christian Bernard.
Quem pensou que seria ape-
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nas mais uma Convocação Ritualística se
enganou. Depois de um discurso inspirador,
ele anuncia o inesperado. Uma nova versão
do manifesto “O Casamento Alquímico de
Christian Rosenkreutz” será lançado em
janeiro de 2016, em comemoração aos 400
anos de sua publicação original. Isso encheu
os corações dos convencionais de confiança no futuro de nossa Tradição. Há ainda
muito por vir. A aventura rosacruz neste
mundo está caminhando firme, obstinada
e implacável – cabe a cada um de nós perceber essa história. Ela pulsa viva em nossa
senda rosacruz. Ela é construída por cada
ritual que acontece em nossos organismos
afiliados, em cada período de sanctum que
um estudante rosacruz realiza em seu lar…
Essa história é construída através da simples
leitura de uma monografia, por cada som
vocálico entoado pelas cantoras e cantores
de nossos organismos afiliados em todo o
planeta. Essa história é composta por nossos pensamentos, nossa conduta, nossa
participação em encontros, ERINs, convenções regionais, nacionais… Essa história
vive cada vez que colocamos nosso avental
rosacruz. É indescritivelmente maravilhoso poder ter sido parte disso tudo. 4
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