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Lógica da seleção de notícias. Nos jornais “a razão” e “diário de Santa
Maria”
1. Introdução
A importância do estudo de produções jornalísticas se concretiza a partir da formação
social da mídia e das transformações das Teorias da Comunicação e do jornalismo, não
se referindo à lógica da produção interna da mídia. Entre as abordagens, a primeira
estaria relacionada à sociologia do mundo profissional, sendo estudados fatores externos
na organização dos trabalhos que influenciam, assim, os processos de produção dos
jornalistas. Trata-se da teoria mais antiga, a Teoria do Espelho, que diz que as notícias
são como são devido à realidade que assim as determina. A validade e o crédito dos
jornalistas estão na confiança social de que as notícias refletem o fato. Pode-se perceber,
através de fatos históricos, a evolução do jornalismo neste período, que abrange os
séculos XIX e XX: entre o século XIX, surge o jornalismo de informação, onde se separam
os fatos e a opinião, e entre os anos 1920 e 1930, surge o conceito de objetividade nos
Estados Unidos. Traquina (2004) reconhece a dificuldade dos jornalistas em aceitar
qualquer ataque a esta teoria, já que a legitimidade e a credibilidade deles estão
baseadas na crença de que as notícias refletem a realidade e que os jornalistas têm
normas profissionais que os fazem serem imparciais e, portanto, simples mediadores que
reproduzem o acontecimento na notícia.
A outra abordagem tem ligação aos estudos da “lógica dos processos” onde se forma a
comunicação de massa. Procura desvendar a organização do trabalho que ocorre na
“construção” das mensagens. A Teoria do Gatekeeper remete a um estudo de Kurt Lewis
(1947) sobre a modificação de hábitos alimentares de um grupo de pessoas. O trabalho
mostrou que existiriam zonas de filtragem de dados nos canais por onde as informações
passariam. Essas zonas agiriam permitindo ou impedindo que determinadas informações
fossem publicadas. Seriam zonas controladas por gatekeepers ou porteiros. O conceito
teria sido depois utilizado por David White (1950) para trabalhar com os fluxos de
informação nos meios de comunicação. O estudo se refere a “canais” por onde passam
seqüências de comportamentos de determinados campos sociais, concluindo que uma
pessoa – e porque não dizer grupo – tem o “poder de decidir se deixa passar ou
interrompe a informação”, conforme Lewis (1947).
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Na pesquisa, White leva em conta os seguintes critérios de seleção das notícias. São
eles: teor noticioso, clareza, breviedade, variedade, interesse humano e interesses
comuns, aspectos preventivo e moral, espaço que a notícia ocupará, importância dada
pela concorrência ao fato e o horário em que os artigos são recebidos. O termo
gatekeeper diz respeito à pessoa que toma uma decisão onde há uma seqüência de
decisões a serem tomadas. Tal processo é subjetivo - pois analisa as notícias a partir do
jornalista - e arbitrário, pois depende de juízos de valor. Portanto, a Teoria do Gatekeeper
é centrada apenas no jornalista ou emissor das mensagens como selecionador.
As rotinas de produção se constituem através de várias fases e variam dependendo do
meio organizacional de cada redação. A coleta de informações é onde as fontes têm
papel fundamental e já se encontram devidamente estruturados para avaliar a notícia.
Esse estágio, porém, é influenciado pela inevitabilidade de se ter notícias. Tal
organização está ligada ao modo rotineiro de trabalho dentro das redações.
As agências de notícias são consideradas fontes de informação, mas seus usos acabam
homogeneizando as formas de se fazer notícia. Como cita Mário Wolf “... acabam por ser
considerados noticiáveis o que as agências noticiam” (2003, p.245). Baseado nos
contextos de cada redação é que se constrói a notícia a partir da cobertura das agências.
A seleção das notícias é o processo em que o material que é coletado pelos profissionais
e será destinado à publicação do jornal. A justificativa da seleção das notícias não poderá
ser explicada como opção aleatória, pois se trata de um processo que envolve a equipe, o
formato e o tempo de produção de todo o jornal. Por último, entram em cena a edição e
apresentação das notícias previamente elaboradas. Esta fase consiste em invalidar
possíveis efeitos dos limites gerados pela organização da produção. O formato do veículo
irá representar o contexto e o caráter de significação das notícias.
Como já observado, os jornalistas conhecem pouco seu público. Para Gans (1970, apud
Wolf, 2003), os profissionais da comunicação precisam apenas informar, e não satisfazer
a audiência. Pesquisas realizadas antes da década de 70 dizem que, no processo de
seleção, as referências em grupos de trabalho e em fontes, prevalecem sob as do público.
Isso acontece porque os consumidores de seus produtos não são de conhecimento dos
jornalistas. Estes têm como privilégio maior apenas os próprios colegas de trabalho.
Numa última consideração, segundo Gans, a concorrência correlaciona-se a três
tendências: competidores ainda tentam fazer reportagens inéditas para conquistar seu
espaço; a escolha de um fato vir a ser selecionado sabendo-se que seu rival também o
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fará e ainda, isso poderá contribuir para eventuais igualdades entre meios de
comunicação que são concorrentes.
As pesquisas a respeito do newsmaking têm semelhanças no que se refere à técnica de
observação participante, conforme Wolf comenta. É possível assim, reunir uma série de
informações e dados sobre as rotinas de produção da indústria da mídia. Os problemas
com os quais se ocupa o newsmaking têm a ver com a profissão enquanto cultura dos
jornalistas e com a organização de seus trabalhos. “O conjunto de fatores que determina
a noticiabilidade dos acontecimentos permite realizar cotidianamente a cobertura
informativa, mas dificultam o aprofundamento e a compreensão de muitos aspectos
significativos aos fatos apresentados como notícias” (WOLF, 2003, p.199). Os valoresnotícia são parte integrante da noticiabilidade, pois procuram responder a questão: “...
quais acontecimentos são considerados suficientemente interessantes, significativos,
relevantes, para serem transformados em notícia?” (WOLF, 2003, p.202). Para se
encontrar uma resposta expressiva, deve ser levado em conta as várias relações que
ocorrem entre desiguais valores-notícia. Gans (1979, apud Wolf, 2003) afirma que a
seleção por qual as notícias passam, nada mais é que um “processo de decisão e
escolha”, que é feito rápida e facilmente, sem muitas observações.
Na problemática dos valores-notícia, insere-se a distinção entre valores-notícia de seleção
e de construção. Para Wolf (2003), os de seleção referem-se a critérios que os jornalistas
usam para selecionar acontecimentos, transformando-os em notícia e esquecendo-se de
outros acontecimentos. Os de construção são atributos da sua elaboração como notícia,
sugerindo até o que deve ser omitido na construção da notícia. Wolf afirma, ainda, que os
valores-notícia advêm de quatro considerações referentes. O conteúdo envolve critérios
como a importância e o interesse da notícia. Tal critério não basta para justificar a
escolha. Pode-se priorizar a notícia devido a níveis hierárquicos da sociedade, sendo de
interesse da nação, o elevado número de pessoas envolvidas ou então, conseqüências
futuras. Há, ainda, a política editorial da empresa, que poderá influenciar diretamente o
processo de seleção dos acontecimentos. A relação entre as fontes e os jornalistas pode
influenciar a percepção do jornalista quanto ao valor-notícia dos acontecimentos.
Ao abordar as contribuições da Teoria Organizacional, proposta por Breed (1955) para os
estudos do jornalismo, Nelson Traquina (2004) destaca que, para o primeiro autor, “o
jornalista conforma-se mais com as normas editoriais da organização do que com
quaisquer crenças pessoais que ele ou ela tivesse trazido consigo”. Numa perspectiva
funcional, o sociólogo Breed identifica que o processo de socialização do iniciante se dá
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mais por força de uma cultura da organização do que por uma cultura profissional. Em
sua pesquisa, os jornalistas entrevistados explicavam a identificação dos padrões
editoriais da empresa por um processo de “osmose”.
Apontando que, durante o surto da investigação acadêmica sobre o jornalismo a partir dos
anos 1960 e 1970, Traquina diz surgirem duas teorias que passam a partilhar o
paradigma da notícia como uma construção social: as Teoria Estruturalista e a Teoria
Etnoconstrucionista. Na Teoria Estruturalista, segundo o autor, as fontes oficiais são tidas
como constantes, onde não há manipulações por parte dos jornalistas. Tal atitude faz com
que o campo jornalístico seja visto apenas como um espaço de reprodução da ideologia
dominante. Já a teoria etnoconstrucionista afirma que as fontes tidas como oficiais têm
vantagens estratégicas. Apesar dos jornalistas viverem sob a ameaça do fator “tempo”, os
acontecimentos podem surgir em qualquer parte, a qualquer momento. Entre ambas
podem ser percebidos pontos em comum, como a rejeição à Teoria do Espelho, pois
crêem que as notícias resultam de processos de interação social entre os jornalistas e as
fontes, ou seja, a sociedade e, também, ambas reconhecem que as notícias são apenas
narrativas.
De acordo com os autores da teoria estruturalista, as notícias são um produto social
resultante da própria organização burocrática dos meios de comunicação de massa, dos
valores-notícia e da construção da notícia. Já para os teóricos etnoconstrucionistas, as
diferentes utilizações para os fatos mostram a existência da necessidade de
acontecimentos por parte dos agentes sociais. Portanto, as diferentes possibilidades de
acesso aos veículos de comunicação de massa são bons indicadores de que as notícias
são resultado de um complexo processo de interação social.
O último ponto de convergência entre as duas teorias acima citadas é a importância da
cultura jornalística. De acordo com Traquina, o jornalista, ao atuar em organizações que
funcionam dentro de um circuito em função do tempo, reconhece que o verdadeiro teste
de sua competência profissional está na capacidade de controlar este tempo, ao invés de
ser controlado.
Já os estudos sobre a Teoria da Ação Política revelam que a objetividade e a parcialidade
são conceitos que a maioria dos cidadãos associam ao papel do jornalismo. Gaye
Tuchman apud Traquina (2004) fala que o estudo do jornalismo “debruça-se sobre as
implicações políticas e sociais da atividade jornalística”, ou seja, os media noticiosos
servem a certos interesses políticos.
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Dentro do jornalismo, a produção das fontes é considerada fundamental. Como elas se
mostram também interessadas, é necessário estabelecer critérios, que avaliam a
confiabilidade da informação dada por elas: “autoridade, produtividade e credibilidade”. A
autoridade é o que faz com que o jornalista opte por fontes oficiais ou que ocupe posições
institucionais. A produtividade consiste numa regalia dada às fontes institucionais que,
supostamente, fornecem praticamente todo o material para que a notícia seja feita. Por
fim, o critério da credibilidade estaria ligado a observações do jornalista, fazendo com que
fontes que, em outras ocasiões, forneceram informações que se mostraram verdadeiras,
continuem sendo consultadas e acabem por se tornarem contínuas.
Assim, fica claro que a cultura jornalística é marcada por uma noção de profissionalismo
característico. Segundo Ericson, citado por Traquina (2004) “o profissionalismo, visto
como método de controle de trabalho, consiste em dominar as técnicas da escrita e
também do saber, de quem contactar e quais perguntas fazer, ou seja, possuir o saber de
procedimento”. É importante destacar, portanto, as diferenças entre as duas perspectivas
de construção de notícia. Enquanto a teoria estruturalista privilegia principalmente a
função ideológica dos valores-notícia na reprodução da ideologia dominante, distinguindo
noções sobre o funcionamento da sociedade, a etnoconstrucionista, por sua vez, não dá o
mesmo destaque aos valores-notícia. Para esta teoria, a importância é dada para o papel
das práticas profissionais e para as rotinas criadas para que o processo de produção de
notícias seja o mais preciso possível.
2. As rotinas de produção do jornal. A razão
O jornal “A Razão” circula por toda a região central do Estado. Conforme dados históricos
do próprio veículo, abrange 35 municípios e, ainda, cidades de fronteira como Rosário do
Sul e São Gabriel. Possui uma sucursal com escritório em Santiago, contando com o
apoio de dois repórteres e dois fotógrafos, que fazem as coberturas jornalísticas, mas as
matérias das cidades de cobertura, somente são publicadas se possuir alguma
relevância. O editor-geral do jornal é José Mauro Batista, que está á três anos e não é
formado.
Na parte da manhã há apenas dois jornalistas que adiantam suas matérias pelo fato de
não dependerem de acontecimentos recentes. As reuniões de pauta acontecem na sala
do editor, sempre às 13h e 30min. Nelas, são discutidas as matérias que possivelmente
entrarão no jornal do dia seguinte e possibilidades de boxes e cores. José Mauro
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pergunta a todos sobre as sugestões de pauta, fazendo uma espécie de esboço de cada
página do jornal e o que conterá nele, uma pré-diagramação chamada “boneco”, e a
entrega ao jornalista, que parte para a realização da matéria.
Todos têm alguma idéia de pauta. Há pessoas desconhecidas que ligam para um
determinado setor do veículo para avisar de acontecimentos, partilhando sugestões.
Geralmente já é dito ao jornalismo o espaço que terá, ou seja, o número de linhas que
poderá ser utilizado ao longo de sua página. Decidido o trabalho de cada um, saem da
sala e cada um vai para seu computador. Muitas entrevistas são feitas pelo telefone, mas
algumas são feitas pessoalmente. “Qualquer das matérias discutidas na reunião de pauta
pode ser a manchete, embora eu saiba quais as que têm mais possibilidade neste
momento”, comenta o editor do veículo. Ao longo da tarde, discutem entre os presentes
temas atuais, principalmente sobe política. O editor mostra saber de todos os
acontecimentos recentes. Fazem, ainda, relações com as matérias que foram
anteriormente publicadas, para ver se há possibilidade de continuação.
O jornal “A Razão” não assina nenhuma agência de notícias. São feitas permuta com, por
exemplo, o Canal Um, que fornece o resumo das novelas. Em troca do fornecimento das
matérias, é feita publicidade no jornal, ou seja, se paga com espaço publicitário, como
ocorre também com as cruzadas da empresa Coquetel. Utilizam o portal Terra, Agência
Brasil, Radiobrás e, ainda, sites oficiais como do Tribunal de Justiça, do Senado e da
Câmara dos Deputados.
Para as notícias de nível estadual, nacional e internacional, é levado em conta a
repercussão que tem. José Mauro Batista citou exemplos como o “11 de setembro”, o
atentado a Londres, queda ou cassação de algum ministro, o caso da aftosa, etc, ou seja,
fatos atípicos que norteiam a escolha das notícias. Algumas pautas sobre Santa Maria
que tenha repercussão na região, como o caso da greve dos Correios, na Receita, ou dos
funcionários públicos, são elaboradas com mais cuidado.
Alterações feitas na diagramação do jornal foram alteradas com a fundação do jornal
concorrente “Diário de Santa Maria”. O próprio editor faz um desenho da capa do jornal do
próximo dia, consultando um grande livro com vários tipos de “capas-modelo”.
A maior preocupação do jornal “A Razão” é com a audiência, ou seja, seus leitores,
segundo José Mauro. A grande composição do faturamento que entra, vem dos
assinantes e anunciantes. A venda em bancas é bem menor. O editor diz desconhecer
empresa jornalística que não tenha o interesse “de proteger este ou aquele”. Diz, ainda,
não existir veículo neutro e que a parte mais difícil de ser trabalhada é o contexto
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particular da relação anunciante-empresa. “Existem anunciantes que sabem diferenciar
isto, depende muito da região, do local, da força que o veículo tem”, comenta.
Quando o jornal encontra-se pronto e vem um anunciante, depende do horário e da
manchete da página, faz-se uma adequação e isto acontece no dia-a-dia. O anúncio não
tem hora pra chegar. “O anúncio publicitário é determinante no tamanho do jornal e da
matéria, mas não na escolha”, diz o editor. No caso de alguma matéria cair, dando lugar a
algum anúncio, guardam-na para ser usada em um outro momento, são as chamadas
“matérias de gaveta” ou “sobra de material”. E se alguma matéria não for publicada devido
a certo episódio não acontecer como previsto, já está definida uma outra pauta.
O tamanho da equipe interfere na cobertura das pautas pra bem e pra mal. “Fiz um
comparativo com a concorrência na cidade e cheguei à conclusão que hoje estamos com
uma equipe boa pra fazer o tipo de jornal que estamos fazendo hoje, mas não é o ideal
pra cobrir os 35 municípios da região” comenta José Mauro. Com uma equipe pequena
demais, diz surgirem dificuldades, mas, de uma outra maneira, ter gente demais exige
diferente estrutura que evite a perda de tempo nas reuniões de pauta e os “talentos” de
cada um não sejam bem aproveitados. Com uma equipe menor, a disputa acontece de
outra forma. Em um jornal com mais contratados, começam a sobrar matéria, escolhendose aquelas que não tem perigo da concorrência dar, as que se pode guardar para ouro dia
quando, eventualmente, cai um anúncio de uma página.
No segundo dia de observação participante, José Mauro ausentou-se de seu cargo, e
quem assumiu a edição foi o consultor do próprio jornal Claudemir Pereira. Com uma
dinâmica totalmente diferente, Claudemir avisa aos jornalistas para redigirem suas
matérias já com título e lead sugestão e cuidarem para não tomarem opiniões. Há uma
grande preocupação com matérias que foram publicadas pelo concorrente “Diário de
Santa Maria”.
À noite, são impressos a capa e a contracapa do jornal. Há uma “luta interna” para as
páginas centrais fecharem no horário previsto, ou seja, antes do começo da noite. Já os
acontecimentos de grande importância alteram totalmente o jornal.
A edição de final de semana é a mais vendida, pois, apesar das matérias serem mais
trabalhadas, há “artigos de revista”, sendo que as pessoas têm mais tempo para ler. As
páginas mais procuradas são as de classificados.
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3. A dinâmica do jornal. Diário de Santa Maria
O Diário de Santa Maria é um periódico recente. Seu lançamento foi feito após a votação
dos habitantes para o nome do novo jornal do município. No dia 19 de junho de 2002, o
jornal Diário de Santa Maria estava nas bancas e em muitos pontos da cidade, com
jornaleiros identificados. Não possui características de jornal de interior ou de empresa
familiar, pois faz parte do grupo RBS, expoente na mídia do sul do Estado. Em formato
tablóide, moderna estrutura, cores fortes e vibrantes, este jornal tem o padrão RBS,
embora todo o conteúdo e serviços sejam voltados à comunidade da região central. Tem
tiragem em média de 15 mil exemplares. Não têm correspondentes fixos nos 33
municípios a que ele abrange, toda a equipe é de Santa Maria.
Notou-se que, pela primeira hora da manhã, o editor-chefe do jornal Diário de Santa Maria
lê o jornal considerado concorrente – A Razão. Embora a mistura entre as editorias seja
movimentada e necessária, cada repórter e editor têm seu lugar fixo. As ligações
recebidas na redação, as correspondências via correio e via Internet podem pautar
matérias novas. É importante ressaltar que este veículo tem uma particularidade: funciona
junto com a RBS TV e, também, com duas rádios FM. Estas últimas não têm cunho
jornalístico. O jornal impresso tem o dia inteiro para produzir as notícias, assim, a
televisão ajuda na apuração dos fatos a serem noticiados no veículo impresso.
O movimento dos repórteres e editores aumenta, invariavelmente, perto da hora da
reunião de pauta, que acontece às 13h e 30min, e nos feriados, às 14h. Nas reuniões de
pauta, apenas os editores participam. Há discussão de melhores imagens por todos os
editores, independente da área de atuação, e há matérias já prontas (pautas frias) que
permanecem em um banco de dados. Nas paredes da sala de redação, há mapas de
todos os bairros e ruas da cidade de Santa Maria, a primeira edição do jornal impresso
publicada – capa e contracapa e do Diário 2, além de murais com a escala de horários
dos funcionários e dicas gramaticais da língua portuguesa.
Na capa do jornal Diário de Santa Maria, a logomarca é sempre constante, do mesmo
tamanho, com as mesmas cores e posição. Acima da logomarca, sempre há dois títulos
com seus devidos leads, fotografias e respectivas páginas. Sempre há um título com
maior destaque, acompanhado por fotografia, assim como as demais chamadas para
matérias. A contracapa possui pequenas chamadas para matérias interiores, com suas
respectivas páginas. No centro, sempre há uma exposição de fotografias enviadas pelos
próprios leitores. Há, ainda, “O Tempo” - comentário da previsão do tempo para o dia e
mapa com as temperaturas; e “Hoje na região” - tabela com as máximas e as mínimas
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para as cidades da região e as fases da lua. A editoria de “Política” é assinada por Carlos
Dominguez, contém os principais acontecimentos da cidade e região envolvendo as
prefeituras municipais das respectivas cidades que abrangem a região de Santa Maria.
Dependendo do acontecimento, as matérias podem ser a nível nacional, mas sempre
procuram a repercussão que terá para Santa Maria ou para o Estado, segundo o próprio
editor. As matérias são sempre acompanhadas por fotografias. A editoria de “Economia”
apresenta os indicadores econômico e rural, com matérias e pequenas notas sobre a
economia de Santa Maria e região.
De acordo com a editora executiva na época (atual editora-chefe), Andréia Fontana, a
rotina produtiva da redação é bastante simplificada. “O número de informações que
chegam à redação é absurdo. É necessário fazer uma triagem de acordo com a
importância dos fatos, algo que fazemos quase que mecanicamente. Primeiramente
tentamos encontrar fontes confiáveis para confirmar as informações - daí a importância da
necessidade da boa relação com a fonte - antes de encarregar um repórter para apurar os
fatos”.
Segundo a editora, a equipe já passou por situações em que se perdeu tempo e dinheiro
na busca de informações não verídicas. “Corremos este risco sempre. Mas é o preço que
se paga quando se quer notícias em primeira mão e um jornalismo de qualidade”,
acrescenta. Uma das preocupações da redação do jornal é sempre responder às
perguntas dos leitores. “Buscamos saber sempre o lado do cidadão e do governo. Jamais
nos posicionarmos. Isto é papel do leitor”, afirma Andréia Fontana.
4. A Razão X Diário de Santa Maria
Ao estabelecer comparações entre os jornais A Razão e Diário de Santa Maria, se podem
observar inúmeras semelhanças: ambos focalizam o cidadão santa-mariense, buscando
valorizar os talentos e profissionais da região, preocupam-se em informar serviços
prestados à comunidade e desenvolvem a tendência investigativa. As duas publicações
dão ênfase para a parte de classificados, em especial aos de empregos, embora o jornal
A Razão publique diariamente os classificados e o Diário de Santa Maria apenas nas
quartas-feiras e finais de semana. No entanto, suas diferenças são superiores às
semelhanças: o periódico A Razão tem um vasto fotográfico e histórico de Santa Maria,
devido à sua existência de 70 anos. Este também é menos rigoroso em sua revisão final,
podendo-se encontrar alguns erros de digitação ou marketing em locais inapropriados. Já
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o Diário de Santa Maria é mais preocupado com a estética, investindo em lançamentos de
cadernos especiais para datas comemorativas e dedicando espaço para falar de
moradores com trajetórias de vida consideradas pelos editores como “interessantes”.
A construção das páginas se assemelham nos dois jornais: matéria grande acima e
propaganda ocupando a metade da página. Ao todo, aparecem bem estruturadas e com
muito texto, sempre divididas em duas matérias. O jornal Diário de Santa Maria aparece
com páginas mais limpas e organizadas devido à presença de fotos. Outro fato observado
é que as matérias do Diário de Santa Maria estão localizadas na vertical, enquanto as do
jornal A Razão estão na horizontal. As páginas dos dois jornais têm estruturas
semelhantes. As matérias são diferentes, mas a abordagem que o jornal Diário de Santa
Maria faz é mais bem elaborada se comparada ao outro veículo em questão.
Os dois periódicos têm quase a mesma estrutura em suas capas de final de semana:
chamadas acima do projeto gráfico e, abaixo, propaganda dos classificados. O jornal
Diário de Santa Maria opta por matérias mais “leves” e sociais para suas capas de fins de
semana. O jornal A Razão traz matérias mais políticas em suas capas de final de semana,
mesmo se repetindo na abrangência. A cobertura do jornal A Razão para eventos locais
apresenta-se de forma mais detalhada. Em veículos regionais, a prioridade é esta,
segundo o editor do jornal José Mauro.
5. Análise dos jornais: A razão e Diário de Santa Maria DOS DIAS 23 e 24 de julho de
2005, edições de final de semana.
As chamadas localizadas acima do projeto gráfico na capa do jornal Diário de Santa Maria
há apenas uma sobre economia1. Abaixo do projeto gráfico, em letras com destaque, há
chamada para uma matéria que envolve política e economia2. Já no jornal A Razão, das
três chamadas localizadas acima do projeto gráfico, duas são para matérias da editoria de
política e uma para matéria que envolve política e economia. A primeira3, de nível
estadual; a segunda4, local, com uma fotografia colorida sobre política e economia; e a
1
“Procon vai multar quem desrespeitar os clientes – Oitocentas empresas da cidade têm
processos que podem virar multas”.
2
“O bafafá do Regional – Anunciada há dois anos, obra é a mais fonte de polêmica na cidade. A
proposta de construir o hospital ao lado do Distrito Industrial é a principal briga. Quem defende o
regional lá não vê problemas quanto à proximidade das indústrias. Quem é contra diz que poluição
das empresas não combina com saúde. Veja na página 15 como esta briga pode acabar”.
3
“Presidência do PT – Líder do governo diz porque é candidato”
4
“Shopping Popular – Ceccim comanda grupo de trabalho”
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terceira5, de nível regional, com fonte de destacada, sobre política. Todas as notas são
acompanhadas, nas suas partes superiores, de um título referindo-se ao tema da matéria
e o número da página. Abaixo do projeto gráfico, matéria sobre política: o título está com
fonte destacada na cor preta. Há duas fotos entre o título e o lead6. Á esquerda da capa,
duas chamadas em tonalidade diferentes: uma sobre política, de nível regional e
estadual7, com foto colorida; e outra sobre economia, de nível local e com letras de
destaque8. Em toda a extensão da capa há apenas duas fotos, localizadas no centro da
capa e três chamadas acima do projeto gráfico, sendo uma com foto colorida. Por
apresentar mais títulos, dá a impressão de ser uma página mais “poluída”, dificultando a
atenção para apenas um assunto.
O jornal Diário de Santa Maria tem duas chamadas de matérias acima do projeto gráfico,
em box de cor diferenciada em sua capa de final de semana. No interior do jornal, a
editoria de política ocupa quatro páginas. Na primeira, dividida horizontalmente em duas
partes, há uma única matéria que abrange a região e o estado9, com foto em preto e
branco ao lado do título, que é uma declaração. Presença de um box10 em cor
diferenciada e olho, que geralmente é declaratório11. Esta matéria está assinada pelo
editor de política, Carlos Dominguez. O restante desta página destina-se à propaganda.
Na página seguinte, reportagem de abrangência local12, com três fotos coloridas, box de
diferente cor, dois olhos ao longo da matéria, legendas e assinada pela jornalista
Jaqueline Silveira. A terceira página é dividida verticalmente em duas matérias: a
5
“Hospital Regional – Governador recebe proposta de Itaara”
“Referendo – População vai dizer sim ou não às armas de fogo – Brasileiros têm até
sábado para fazer o título, alterar o documento ou mudar domicílio eleitoral para votarem
na consulta do dia 23 de outubro. Saiba mais sobre o assunto e leia o que dizem
autoridades e especialistas”.
7
“Reeleição – Rigotto já age como candidato – Em visita à região nesta sexta, governador
Germano Rigotto desconversou sobre reeleição, mas seus assessores admitem que já
trabalham pensando no segundo mandato”.
8
“Emprego – Idade, uma pedra no caminho”.
9
“’O Presidente está cometendo um erro’ – Rigotto diz que trocar cargos por favores foi o
que ocasionou a crise no governo federal e que é muito cedo para falar nas próximas
eleições”
10
“A visita do governador à região”. Contém os anúncios que o governador Germano
Rigotto fez em três cidades da região de Santa Maria (Itaara, Agudo e Nova Palma) e o
valor que foi destinado a cada obra.
11
“O governador diz que Lula deveria pensar na qualidade da equipe do governo”
12
“Rede de intrigas pode ter afastado Valdeci e Fabiano – Prefeito e deputado
começaram a se distanciar em 2003. Críticas do parlamentar ao governo teriam chegado
a Valdeci de forma distorcida. A nova crise é a indicação de nomes à Presidência do PT”.
6
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primeira, de conteúdo nacional, contém título, lead13, box de cor diferenciada14 e
reprodução de uma página do próprio jornal do mês de maio, recurso muito utilizado pelo
Diário de Santa Maria – autoreferencialidade -, onde já noticiava o fato; a segunda matéria
é uma entrevista com foto da agência RBS, título contendo um dos vários depoimentos do
entrevistado e dois olhos15. Nenhuma matéria está assinada. No final da página,
propaganda. A última página da editoria de “Política”, intitulada “Domingueira”, é assinada
pelo editor de política, é dividida em três partes, sendo as duas primeiras opinativas16 e a
terceira, chamada “Curtas e Boas”, com pequenas notas acerca da política local e
regional, sem títulos. A matéria do meio contém três fotos e está dividida em dois títulos17.
A editoria de política do jornal A Razão também ocupa um espaço de quatro páginas. A
primeira encontra-se divida em três partes: o maior espaço está dedicado à matéria de
cunho regional e estadual18, assinada pelo jornalista Fabrício Minussi. Ao lado desta, nota
referindo-se a mesma pessoa em questão da matéria anterior, porém com foco diferente e
sem foto. Repetição no lead da matéria anterior e no subtítulo da nota da palavra
“Governador” 19. No restante da página, espaço comercial. Na próxima página da editoria,
matéria de nível local20 com foto e box21, assinada pela jornalista Elisa Pereira. À direita,
edital. Abaixo, propaganda. A terceira página, intitulada “Observatório” e assinada pelo
consultor do jornal A Razão Claudemir Pereira, é opinativa. A última página está dividida
em duas matérias sobre a política local com foto e boxes22.
13
“Fraude no INSS ligada à propina – Autores de golpe teriam citado Dirceu, Delúbio e
Jefferson em conversas gravadas. Delegado da PF é cauteloso”.
14
“As gravações – Os diálogos são de Márcio Pavan, braço-direito de Arrieta, com dois
interlocutores identificados como Marcelo, contato da organização em Brasília, e Denis”.
Box com quatro trechos de gravações e, abaixo de cada um, explicações sobre o
conteúdo de cada um deles.
15
“Estamos no fundo do poço” – Entrevista presente nas edições de final de semana do
jornal Diário de Santa Maria. Na edição analisada, entrevista com Paulo Pimenta,
deputado federal e vice-presidente da CPI do mensalão.
16
“Uma luta que acaba levando até 2008”, com foto colorida acompanhada de legenda.
17
A primeira matéria desta subdivisão está com o título “Por que querem um hospital
aqui?”; e a segunda “Medo de ser feliz”.
18
“Rigotto quer mais um mandato – Governador diz que anuncia decisão em outubro. Assessores
dão como certa candidatura em 2006”, com foto em preto e branco com legenda.
19
“Governador – PMDB erra ao aceitar cargos”
“Shopping Popular já tem grupo de trabalho – Prefeito nomeou as pessoas que terão a
tarefa de detalhar ações concretas para implantar o projeto”
21
“Grupo de trabalho”, box com o nome de cada pessoa que participará do grupo de
trabalho e o cargo de cada.
22
A primeira matéria “Galvão quer volta às origens do PT – Vereador foi lançado candidato a
presidente do partido por um dos grupos da Ação Democrática” apresenta um box com trechos de
uma entrevista feita com o vereador Galvão, com foto e legenda; a segunda “Câmara de Vereadores
20
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A editoria de “Economia” do jornal Diário de Santa Maria, da edição de fim de semana,
ocupa apenas uma página do jornal. Acima desta, os Indicadores Econômicos e Rural.
Logo abaixo, uma matéria sobre o Procon23, com reprodução de uma página do jornal do
mês de março com legenda e box24. Há, ainda, uma nota de assunto local25, com box26.
Abaixo, propaganda.
No jornal A Razão, a editoria de “Economia” também ocupa apenas uma página, sendo
acima desta, os Indicadores Econômicos e Rural e, abaixo, matéria local27 sobre
empregos, sem foto e com box28 de concursos. À direita, nota de serviço público29.
Abaixo, propaganda.
6. Análise dos jornais: A razão e Diário de Santa Maria do dia 25 de julho de 2005,
edição de dia de semana
Ao analisarmos a edição segunda-feira, 25 de julho de 2005, pode-se verificar que o jornal
A Razão traz, em sua capa, cinco chamadas. Todas são ilustradas e com lead em plano
vertical e horizontal34. A capa da edição do mesmo dia do Diário de Santa Maria traz seis
chamadas, quatro ilustradas e acompanhadas de lead35.
A editoria de “Política” do jornal A Razão faz-se presente em duas páginas, com duas Ð,
ilustradas e não-assinadas36. Apresenta, ainda, uma nota não ilustrada39 e metade de
cada página está disponível para marketing e propaganda. A mesma editoria, porém do
jornal Diário de Santa Maria, há uma matéria destaque, ilustrada, não assinada, com box
e subtítulo37. Na coluna direita observam-se três notas: duas regionais, sendo uma delas
ilustrada, e uma de âmbito nacional ilustrada38. Ambas editorias, normalmente, trazem
matérias locais. A edição deste dia dá prioridade, também, às notícias nacionais.
“Vivemos um período de crise política no país”, afirma a editora-chefe Andréia Fontana.
Destaque para o mesmo contexto, mas com enfoques diferentes nos dois jornais
analisados.
apresenta balanço do primeiro semestre” apresenta foto com legenda e um box com os “Projetos de
Lei apresentados ou desarquivados”.
23
“Depois de mais um ano, o Procon, enfim, vai multar”.
24
“De caneta na mão, em defesa do consumidor”, com foto.
25
“Fila em banco diminuirá para 15 minutos”.
26
“O tempo na fila”.
27
“Emprego é regulado pela qualidade e pela idade”.
28
“Alguns concursos com inscrições abertas”.
29
“Empréstimo – Antecipação do IR supera 2004”.
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As matérias do jornal A Razão, regionais e secundárias, tratam da política local30. Uma
outra matéria ilustrada aborda questão estadual e outra local31. Na editoria de “Economia”
do jornal A Razão e Diário de Santa Maria, há duas matérias ilustradas e os indicadores
econômicos. Já o Diário de Santa Maria aborda matéria sobre o Instituto Nacional de
Securidade Social (INSS)32.
7. Referências bibliográficas
WOLF, Mauro. Teorias das Comunicações de Massa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
TRAQUINA, Nelson. Teorias do Jornalismo – Volume I – Porque as notícias são como
são. SC: Ed. Insular, 2004.
____. Teorias do Jornalismo – Volume II – A Tribo Jornalística: Uma Comunidade
interpretativa transnacional. SC: Ed. Insular, 2004.
PEREIRA Jr., Alfredo Eurico Vizeu. Decidindo o que é notícia: Os bastidores do
telejornalismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
COSTA BEBER, Cirilo. Santa Maria 200 anos: História da Economia do Município.Santa
Maria. Editora Pallotti, 1998.
RECHIA, Aristilda. Santa Maria: Panorama Histórico-Cultural. Santa Maria. Associação
Santa-Mariense de Letras. 2002.
30
Lançamento da candidatura de Vilmar e Galvão à presidência do PT em Santa Maria,
no centro sobre o local para a construção do hospital regional, com três fotos coloridas de
denúncia do local e abaixo, o receio de Santa Maria ser a culpada da perda da construção
do hospital para outra cidade.
31
A Razão publica a pesquisa sobre o gás mais barato do Estado.
32
Diário de Santa Maria acompanha a ida da Srª Romilda, que tem quatro filhos com
problemas neurológicos, ao banco para retirar o benefício do INSS.
34
“Aqui o gás é mais Barato”, “Vale Vêneto reúne música, religiosidade e gastronomia”, “A
reação do Inter veio muito tarde. Que pena!”, “Frio ataca crianças e lota PA infantil”,
“Arriba! Três mil brindam a cultura da Quarta Colônia”.
35
Ilustradas: Vale Vêneto já foi assim”, “Será que a culpa foi do juiz?”, “Romilda, agora
mais aliviada” e “Hora do café e dos Minicontos”. Não-ilustradas: “HUSM pode perder 125
funcionários” e “Se cair, Valério promete derrubar muita gente”.
36
Matérias-destaques: “A Vez de Renilda Maria” e “Com o título eleitoral em dia”.
37
“Esta bomba não vai estourar no meu colo” – Empresário Marcos Valério, provável
operador do mensalão, afirma, depois de ser acusado de chantagear o governo federal,
que não vai aceitar calote do PT.
38
“Reunião não resolve disputa no PT local”, “Tarso poderá seguir presidindo partido” e
ilustrada e local: “Fila para acertar o título eleitoral”.
39
“Crise afeta a imagem de Lula” – pela Datafolha
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DORENELLES, Beatriz. Jornalismo “Comunitário” em cidades do interior. Porto Alegre,
Luzzato, 2004.
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Lógica da seleção de notícias. Nos jornais “a razão” e “diário de