Aula 2 – Centro Cirúrgico Leonel Nascimento Aula 2 (CC) – Conteúdos 1. 2. 3. 4. Classificação dos Procedimentos Cirúrgicos; Risco Cirúrgico e Exames Pré-operatórios; Visita Pré-anestésica; Preparo da Sala Operatória; Classificação dos Procedimentos • • • • ASA (American Society of Anesthesiologists) Porte Cirúrgico (Tempo/Risco Cardiológico) Potencial de Contaminação Realização (eletivas, urgência e emergência) Classificação ASA • ASA I – Nenhum distúrbio orgânico, bioquímico, psicológico ou psiquiátrico. O processo patológico para o qual foi indicada a cirurgia é localizado e sem repercussões sistêmicas. Por exemplo, paciente de 15 anos, saudável, e que faz uma apendicite. • ASA II- Distúrbio sistêmico de grau leve a moderado, resultante ou não de processo patológico que requer a cirurgia(estão incluídos aqui também os extremos etários, mesmo sem doença sistêmica detectável, e a obesidade mórbida) Classificação ASA • ASA III- Presença de doença sistêmica grave que limita a atividade, mas não incapacita. • ASA IV- Doença sistêmica grave, com risco de vida, nem sempre corrigível pela operação. • ASA V- Paciente moribundo, com pouca ou nenhuma chance de sobrevivência. A cirurgia será realizada como último recurso de ressuscitação. • ASA VI- Paciente em morte cerebral e que é doador de órgãos. Classificação pela Urgência Cirúrgica • Cirurgia eletiva: Tratamento cirúrgico proposto cuja realização pode aguardar, podendo ser programada. Ex: cirurgias plásticas (mamoplastia), colelitíase, varizes de MMII. • Cirurgia de urgência: Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Ex: apendicectomia. • Cirurgia de emergência: Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma situação crítica “salvar a vida”. Ex: Ferimento por arma de fogo, Trauma de tórax, Trauma de abdome (abdome agudo)... Classificação pelo Tempo de cirurgia • Cirurgia de porte I: Com o tempo de duração de 2 horas. Ex: rinoplastia, colecistectomia, blefaroplastia. • Cirurgia de porte II: Com o tempo de duração de 2 a horas. Ex:gastrectomia, laparotomia exploradora. • Cirurgia de porte III: Com o tempo de duração de 4 a 6horas. Ex: craniotomia, revascularização do miocárdio. • Cirurgia de porte IV: Com tempo de duração acima de 6horas. Ex: hepatectomia. Classificação pelo Tempo de cirurgia • Cirurgia de grande porte : grande probabilidade de perda de fluido e sangue .Ex: aneurisma • Cirurgia de médio porte: média probabilidade de perda defluido e sangue. Ex: ortopedia,urologia... • Cirurgia de pequeno porte: pequena probabilidade deperda de fluido e sangue. Ex: Timpanoplastia, amigdalectomia, colecistectomia Potencial de Contaminação • Cirurgias Limpas: Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local. Exemplos: Cirurgias Eletivas não traumáticas, fechamento por primeira intenção, sem penetração nos tratos respiratórios e gastrointestinal, sem falha na técnica asséptica e sem drenos. Potencial de Contaminação • Cirurgias Potencialmente Contaminadas: Realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana residente pouco numerosa ou em tecidos de difícil descontaminação, abertura do trato respiratório, digestório ou genitourinário sob condições controladas, sem contaminação significativa. Exemplos: Gastrectomia, colecistectomia, prostatectomia. Potencial de Contaminação • Cirurgias Contaminadas: Realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana abundante cuja descontaminação é difícil, incisão na presença de inflamação não purulenta aguda, quebra grosseira da técnica asséptica, trauma penetrante há menos de 4 horas, feridas abertas cronicamente. Exemplos: Colectomia, amigdalectomia, apendicectomia. Potencial de Contaminação • Cirurgias Infectadas: Realizadas em qualquer tecido ou órgão quando há presença de secreção purulenta, área necrótica ou corpo estranho, perfuração de víscera, trauma penetrante há mais de 4 horas, contaminação fecal. Exemplos: Cirurgias de reto e ânus com fezes ou pus, ceco perfurado – Apendicite supurada, desbridamento em escaras Período perioperatório Períodos: Pré-operatório: inicia no momento em que o paciente recebe a indicação da cirurgia e se estende até a sua entrada no centro cirúrgico. Transoperatório: Compreende o momento em que o paciente é recebido na sala de cirurgia até a sua admissão na sala de recuperação anestésica. Pós-operatório: Inicia no momento que o paciente é admitido na sala de recuperação anestésica até a alta e acompanhamento e avaliação no domicilio. Exames Pré-Operatórios Exames Pré - operatórios • Risco Cirúrgico Avaliação pré-operatória que verifica o estado clínico do paciente, gerando recomendações sobre a avaliação, manuseio e risco de problemas em todo o período perioperatório e define o risco cirúrgico que o paciente, o anestesista, o assistente e o cirurgião podem usar para tomar decisões que beneficiem o paciente a curto e longo prazo. Exames Pré - operatórios • Risco Cirúrgico -Raio x de tórax -Eletrocardiograma Recomendado para pacientes acima de 40 anos (homens) e 50 (mulheres) ou com história pregressa de doenças cardiovascular. Raio x de tórax • Alterações significativas para o risco cirúrgico: desvios traqueais, compressões, massas mediastinais, nódulos pulmonares, aneurismas da Aorta, edema pulmonar, pneumonias , atelectasias, fraturas, dextrocardia e cardiomegalia. Pneumonia Tuberculose Cardiomegalia Massa mediastinal Alargamento de mediastino Eletrocardiograma • As seguintes alterações podem alterar a conduta per operatória: FA ou Flutter atrial, alterações de ST-T indicativas de isquemia ou TEP, ESV, ESSV, SVD, SVE, PR curto, QT longo, Q patológica, sinais de distúrbios hidreletrolíticos. Importância dos exames pré operatórios • Úteis quando há suspeita ou diagnóstico de alguma doença durante a avaliação clínica inicial. • Detectar anormalidades que possam repercutir na morbi-mortalidade pósoperatória. • Quando se pede exames desnecessários, além do custo dos exames, aumenta-se o número de falsos positivos e também a descoberta de pequenas anormalidades. Exames Pré-operatórios • Hemácias: Transporte de oxigênio dos pulmões para o tecido e do dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. Responsável – hemoglobina. Homem: 4,2-5,4 x 1000000/mm3 Mulher: 3,6-5,0 x 1000000/mm3 Exames Pré-operatórios • Hematócrito: “Separar o sangue”. Por centrifugação separa-se o plasma e as células do sangue e determina a massa de hemácias. Os resultados são expressos como a % de hemácias contidas em um volume de sangue. Importante na determinação da anemia. Mulheres: 36-48% Homens: 42-52% Exames Pré-operatórios • Hemoglobina: Principal componente da hemácia, serve como veículo no transporte de oxigênio e dióxido de carbono. Mulheres: 12,0-16,0 g/dl Homens: 14,0-17,4 g/dl Exames Pré-operatórios • Hemoglobina: Uma baixa contagem nos níveis de hemoglobina é a causa de complicações no pós-operatório devido a hipóxia tissular e é associada a maior número de morbimortalidade. Apenas 1% dos pacientes assintomáticos apresentam anemia. Por isso se recomenda no pré-operatório de cirurgias com grande sangramento. Exames Pré-operatórios • Leucócitos: Serve como guia da gravidade do processo patológico. Determina a capacidade dos leucócitos de fagocitar e destruir bactérias. Leucocitose: >10.000/mm3 Leucopenia: <4.000/mm3 Exames Pré-operatórios • Contagem diferencial de Leucócitos: Neutrófilos: tem a função de combater infecções piogênicas bacterianas. Mais numeroso e importante leucócito na reação de inflamação. >18 anos: Bastões (%STAB) 3-6 Segs/Polis(%) 50-62 Eosinófilos: função de combater distúrbios alérgicos e infestações parasitárias. >18 anos: 0-3% Basófilos: função de combater infecções parasitárias. >18 anos: 0-1% Exames Pré-operatórios • Contagem diferencial de Leucócitos: Linfócitos: função de combater infecções virais. >18 anos: 25-40% Monócitos: função de combater infecções graves por fagocitose. >18 anos: 3-7% Exames Pré-operatórios • Plaquetas: A vasoconstrição é a resposta normal à agressão vascular após serem rompidas as defesas de primeira linha (pele e tecidos). Em vasos maiores, a vasoconstrição pode ser o mecanismo básico para hemostasia. Em vasos menores, a vasoconstrição reduz o tamanho da área que deve ser obstruída pelo tampão hemostático. Essa cascata de eventos de coagulação sequencial está relacionada a adesão das plaquetas aos tecidos lesados e expostos iniciando o mecanismo complexo da coagulação. Exames Pré-operatórios • Plaquetas: Adultos: 140-400 x 1000/mm3 A contagem de plaquetas como exame préoperatório de rotina não é indicada, a não ser em pacientes que tenham dados de história e exame físico compatíveis com trombocitopenia ou trombocitose (sangramentos, doenças hematológicas conhecidas, uso recente de drogas que sabidamente causam trombocitopenia, etc). Exames Pré-operatórios • Testes de coagulação: Dos testes de coagulação disponíveis, os mais estudados para pacientes assintomáticos em pré-operatório são o tempo e a atividade da protrombina (TAP) e o tempo parcial de tromboplastina (PTT). Indicados em pacientes com história de sangramento, fatores de risco ou diagnóstico de hepatopatia crônica, desnutrição ou uso de drogas, como antibiótico, que possam alterar os níveis dos fatores de coagulação. Exames Pré-operatórios • Testes de coagulação: Tempo de trombina 7-12 segundos, dependendo do laboratório. Tempo de tromboplastina 21-35 segundos, dependendo do laboratório. Exames Pré-operatórios • Eletrólitos: A base teórica da dosagem de eletrólitos no pré-operatório é a identificação de alterações que possam levar a aumento da morbimortalidade perioperatória, principalmente associada a arritmias cardíacas. Neste contexto, a dosagem de potássio é a mais importante, porém nenhum estudo clínico conseguiu correlacionar alterações da dosagem sérica de potássio com prognóstico adverso em cirurgias, inclusive nas cardíacas. Exames Pré-operatórios • Cálcio: O cálcio ionizado encontrado no sangue é usado em processos vitais como contração muscular, função cardíaca, transmissão de impulsos nervosos e coagulação sanguínea. Cálcio total:adulto – 8,4-10,2mg/dl Cálcio ionizado: adulto- 4,65-5,28 mg/dl • Cloro: Predominante nos espaços extracelulares como parte do cloreto de sódio ou ácido clorídrico, mantém a integridade celular porque influencia a pressão osmótica e o equilíbrio ácido-básico e hídrico.Importante na correção de alcalose hipocalêmica. Adulto: 98-106mmol/l Exames Pré-operatórios • Fosfato: a maioria do fósforo no sangue existe como fosfatos ou ésteres.O fosfato é requerido para a geração de tecido ósseo e funciona no metabolismo de glicose e lipídios, na manutenção do equilíbrio ácido-básico e no armazenamento e na transferência de energia de um local do corpo para outro. O fósforo entra nas hemácias com a glicose e portanto reduz-se no plasma após a infusão ou ingestão de carboidratos. Os níveis de fosfato são sempre avaliados em relação aos níveis de cálcio, porque existe uma relação inversa entre os dois elementos. Adulto: 2,5-4,5 mg/dl Exames Pré-operatórios • Magnésio: No corpo está concentrado nos ossos, na cartilagem e dentro da própria célula, é necessário para o uso do ATP, sendo necessário para a ação de inúmeros sistemas enzimáticos. O magnésio e o cálcio estão intimamente ligados em suas funções corporais. Usada para avaliar a função renal. Adulto: 1,6-2,6mg/dl • Potássio: principal eletrólito (cátion)do líquido intracelular e o tampão básico dentro da própria célula. Desempenha um papel importante na condução nervosa, função muscular, equilíbrio ácido básico e pressão osmótica. Adulto:3,5-5,3 mmol/l Exames Pré-operatórios • Sódio: é o cátion mais abundante e a principal base do sangue.Suas funções primordiais no corpo são manter quimicamente a pressão osmótica e o equilíbrio ácidobásico, além de transmitir impulsos nervosos. Adulto: 135-145mmol/l Exames Pré-operatórios Provas de função renal: • Creatinina: Subproduto da decomposição do fosfato de creatina muscular resultante do metabolismo energético. É produzida a uma velocidade constante, desde que a massa muscular permaneça constante e removida do corpo pelos rins. Diagnostica o comprometimento renal é mais sensível e específico que a uréia, embora na doença renal crônica a uréia e a creatinina sejam solicitados, porque a razão uréia/creatinina proporciona mais informações. Adulto: 0,6-1,5 mg/dl Exames Pré-operatórios • Provas de função renal: A insuficiência renal é considerada como um dos fatores de risco mais importantes que determinam o aumento da morbimortalidade perioperatória, principalmente com níveis de creatinina acima de 2 mg%. Pacientes com disfunção renal, a dosagem de uma série de drogas que são utilizadas durante e após a cirurgia (como anestésicos e antibióticos) necessita ser ajustada. Exames Pré-operatórios • Provas de função renal: A insuficiência renal de leve à moderada pode ser assintomática. Sendo assim, é recomendada dosagem de creatinina em pacientes assintomáticos com fatores de risco para insuficiência renal, que seriam aqueles acima de 50 anos, diabéticos, hipertensos, com cardiopatia conhecida, uso de medicações que influenciam a função renal, como anti-inflamatórios e inibidores da enzima conversora de angiotensina, além daqueles pacientes que serão submetidos a grandes cirurgias com risco de hipotensão e hipoperfusão renal, como as cardíacas, vasculares, torácicas e abdominais. Exames Pré-operatórios • Provas de função hepática: • Alanina aminotransferase (ALT) É uma enzima usada basicamente para diagnosticar a hepatopatia e monitorizar o tratamento, possui valores ligeiramente mais elevados nos homens e nas pessoas negras. Adulto: 10-60 U/l • Aspartato transaminase (AST) É uma enzima presente em tecidos de elevada atividade metabólica que é liberada para a circulação após a lesão ou morte tecidual. >18 anos: 5-40 U/l Exames Pré-operatórios • Glicose: É formada a partir da digestão de carboidratos e conversão do glicogênio em glicose pelo fígado. Os 2 hormônios que regulam diretamente a glicose sanguínea são o glucagon e a insulina. O glucagon acelera a decomposição do glicogênio no fígado e causa a elevação da glicose sanguínea. A insulina aumenta a permeabilidade da membrana celular à glicose, transporte a glicose para as células, estimula a formação de glicogênio e reduz os níveis de glicose no sangue. Glicemia de jejum adulto: 65-110 mg/dl Glicemia pós – prandial em 2 horas: 65-139 mg/dl Exames Pré-operatórios • Glicose: A presença de diabetes mellitus tratado representa um fator independente de agravamento do prognóstico perioperatório em cirurgias cardíacas ou vasculares. Entretanto, não está claro se a detecção de hiperglicemia no pré-operatório de um paciente assintomático leva a impactos negativos na sua evolução clínica. Exames Pré-operatórios • Teste de gravidez É obrigatório para todas as mulheres que se submeterão a anestesia geral. Mulher não grávida: <5,0IU/l • Tipagem sanguinea e prova cruzada Pedido geralmente nas cirurgias de grande porte ou nas quais será necessário a realização de transfusão sanguínea. A prova cruzada mostra compatibilidade entre o soro do receptor e as células do doador. Quando Pedir Exames Exame Quando pedir Hemoglobina Sintomas ou sinais de anemia Cirurgia com grande perda sanguínea antecipada Leucograma Sintomas ou sinais sugestivos de infecção ou doença hematológica Uso de drogas mielotóxicas Plaquetas Sintomas ou sinais sugestivos de sangramento ou doença hematológica Uso de drogas mielotóxicas TAP Sintomas ou sinais sugestivos de sangramento História prévia de hepatopatia crônica, desnutrição, uso de antibióticos ou anticoagulantes PTT Sintomas ou sinais sugestivos de sangramento Eletrólitos História prévia de insuficiência renal ou cardíaca Uso de drogas que alterem os níveis de eletrólitos (diuréticos, IECA) Quando Pedir Exames Exame Quando pedir Provas de função renal Idade acima de 50 anos História de hipertensão arterial, diabetes ou doença cardíaca Uso de medicações que alteram a função renal (diuréticos, IECA) Cirurgias de grande porte com risco de hipotensão Glicose Obesidade ou história prévia de diabetes Provas de função hepática Não há indicação, exceto para dosagem de albumina em pacientes desnutridos, com doença crônica ou em prré-operatório de cirurgia de grande porte Radiografia de tórax Idade acima de 50 anos Diagnóstico prévio de doença cardíaca ou pulmonar Dados de história ou exame físico que sugiram doença cardíaca ou pulmonar Quando Pedir Exames Exame Quando pedir ECG Idade acima de 40 anos para homens e 50 anos para mulheres História prévia de doença cardíaca conhecida Exame físico compatível com diagnóstico de doença cardíaca Fatores de risco para distúrbios hidroeletrolíticos como uso de diuréticos Fatores de risco maiores para cardiopatia, como hipertensão arterial sistêmica ou diabetes mellitus Previsão de realização de cirurgias de grande porte Teste de Gravidez Todas as mulheres no pré operatório Tipagem sanguínea e prova cruzada Realizado em todos os pacientes que serão submetidos a cirurgias de grande porte em que será necessária a transfusão sanguínea. Preparo pré-operatório do Paciente Preparo pré operatório do Paciente Jejum: O paciente e sua família devem ser orientados a importância do jejum de 8 horas. O objetivo do jejum pré-operatório é diminuir o risco e o grau de regurgitação do conteúdo gástrico, prevenindo assim a aspiração pulmonar e suas consequências. MORO (2004) Preparo pré operatório do Paciente Jejum: A antiga orientação "Nada por boca após meia-noite" tem sido substituída por períodos menores de jejum pré-operatório. Existem vários benefícios quando pacientes, principalmente as crianças, ingerem líquidos antes da anestesia, incluindo aumento da satisfação e diminuição da irritabilidade, aumento do pH gástrico, diminuição do risco de hipoglicemia lipólise e desidratação. MORO (2004) Preparo pré operatório do Paciente Jejum: Estudos em diferentes centros, envolvendo crianças que ingeriram diferentes tipos de líquidos sem resíduos (água, chá, café, suco de fruta sem polpa, todos sem álcool e com pouco açúcar) em volumes variáveis, concluíram que a ingestão de líquidos, sem limite de volume, pode ser permitida, com segurança, 2 horas ou mais antes da cirurgia. MORO (2004) Jejum: Recomendações para Jejum Pré-Operatório Segundo a ASA Task Force on Preoperative Fasting • Líquidos sem resíduos (água, chá, café, suco de fruta sem polpa, todos sem álcool e com pouco açúcar): jejum de 2 horas para todas as idades; • Leite materno: jejum de 4 horas para recém-nascidos e lactentes; • Dieta leve (chá e torradas) e leite não materno: aceita-se até 6 horas de jejum para crianças e adultos; • Fórmula infantil: jejum de 6 horas para recém-nascidos e lactentes; • Sólidos: jejum de 8 horas para crianças e adultos. Summary of Fasting Recommendations to Reduce the Risk of Pulmonary Aspiration. From: Anesthesiology, 1999;90:896-905. MORO (2004) Preparo pré-operatório do Paciente • Tricotomia: Na literatura existe uma discussão entre as vantagens e desvantagens na realização da tricotomia. Tem como principal vantagem a visualização da área cirúrgica e a principal desvantagem a solução de continuidade da pele, que pode ser pelo uso inadequado da lâmina e da equipe inabilitada. Preparo pré-operatório do Paciente • Tricotomia: A tricotomia deve ser realizada imediatamente antes do procedimento cirúrgico e que deve ser utilizado creme depilatório, pois o mesmo evita as lesões na pele, apresenta maior praticidade, diminui o índice de infecção cirúrgica e facilita o acesso a regiões como axilas e períneo. Preparo pré-operatório do Paciente • Punção venosa calibrosa É necessária para a realização de medicações, manutenção da hidratação do paciente e fornecimento de calorias. Preparo pré-operatório do Paciente • Preparo intestinal Utilizado principalmente em cirurgias intestinais com a função de limpar este órgão e assim reduzir a possibilidade de infecção. Preparo pré-operatório do Paciente • Retirada de brincos, adornos, roupa íntima. Isso se deve devido ao fato do uso do bisturi elétrico, que transforma a corrente alternada em corrente elétrica de alta frequência e que pode, ao invés de se dissipar pela placa dispersiva, que faz o papel de fio terra, desviar-se para o elástico, metal... causando queimadura. Preparo pré-operatório do Paciente • Administração, conforme prescrição médica, de pré-anestésico. Reduz a ansiedade do paciente a ajuda na indução anestésica. Administrado 45-75 minutos antes da cirurgia, observar desmaios, tonturas e agitações. Preparo pré-operatório do Paciente • Assegurar que o Consentimento Informado esteja devidamente assinado junto ao prontuário do paciente. Deve ser por escrito, voluntário e informado, o médico é a pessoa responsável por fornecer todas as informações sobre o procedimento. Preparo pré-operatório do Paciente • Acompanhamento dos SSVV Para acompanhar o quadro clínico do paciente, variações nos SSVV requerem interferência médica para a realização de um procedimento cirúrgico seguro. Hipertermia e hipertensão são motivos orgânicos que podem gerar um cancelamento do procedimento. Preparo pré-operatório do Paciente • Sondagem vesical Indicado para grandes cirurgias para monitorar perda de líquidos e evitar distensão da bexiga e cirurgias ginecológicas devido a proximidade útero-bexiga. Pode-se sondar o paciente após a anestesia. Preparo pré-operatório do Paciente • Não utilização de esmalte escuro O oxímetro de pulso fornece leituras da saturação do sangue, avaliando o comportamento de absorção da oxiemoglobina e deoxiemoglobina em relação aos comprimentos de luz vermelha e infravermelha. O aparelho possui um receptáculo para acomodar a porção distal do dedo, com um dos lados contendo uma fonte de luz – composta de dois fotoemissores de luz (LED) – e do outro lado um fotodetector. Um LED emite luz vermelha (@ 660 nm) e outro luz infravermelha (@ 940nm). O esmalte escuro atrapalha esta leitura. Preparo pré operatório do Paciente • Banho pré-operatório com antisséptico degermante A maioria das referências trazem que um bom banho com água e sabão é suficiente, mais no caso de colocação de próteses pode-se prescrever um banho com antisséptico. Preparo pré operatório do Paciente • Dentaduras Devem ser retiradas, pois no momento da intubação podem sair do lugar e causar uma obstrução da vias aéreas superiores. Podem se perder, caso o paciente retire no Centro Cirúrgico assim como as Lentes, óculos e outros pertences pessoais. Estes devem ser arrolados ou deixados com familiares. Preparo pré operatório do Paciente • Orientação Reduz a ansiedade do paciente e da família, torna-o parte do processo, facilitando o perioperatório. Visita pré-operatória Preparo pré operatório do Paciente • Exame Físico e histórico Permite obter informações sobre alergias, comorbidades, etilismo, tabagismo, estado nutricional, avalia-se cada sistema que gera dados para o embasamento dos cuidados e condutas. Referências Consultadas • • • • • • LADEIRA, Márcia C. B. A necessidade de exames complementares pré-operatórios. Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ, Ano 6 , Junho/Dezembro, 2007. CARVALHO, Rachel; BIANCHI, Estela R. F. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. Barueri, SP: Manole, 2007. MORO, Eduardo T. Prevenção da Aspiração Pulmonar do Conteúdo Gástrico. Rev. Bras. Anestesiologistas Vol. 54, Nº 2, Março-Abril, 2004. 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