C-6 A TRIBUNA Quarta-feira 25 www.atribuna.com.br Rio de Janeiro O ministro dos Portos, Edinho Araújo, assinou ontem a ordem de serviço para a dragagem do Porto do Rio de Janeiro, a ser feita pelo Consórcio Van Oord/Boskalis e está orçada em R$ 210 milhões. fevereiro de 2015 [email protected] Codesp teme que bloqueios afetem chegada da safra Porto & Mar O caminho da safra até Santos A jornada rodoviária da carga entre o Centro-Oeste e o Porto de Santos PI AC Sorriso Sinop Lucas do Rio Verde BR 163 RO Manifestações interrompem acessos a regiões produtoras Nova Mutum FERNANDA BALBINO DA REDAÇÃO Os protestos de caminhoneiros, que bloquearam pelo menos 69 trechos de 24 rodovias brasileiras nos últimos dias, poderão prejudicar o escoamento da safra agrícola pelo Porto de Santos, informa a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária. Isto porque Mato Grosso, de onde sai a maior parte da produção de soja e milho embarcada no cais santista, é um dos estados mais afetados e registrou paralisações em dez trechos de três rodovias. Na Baixada Santista, a Rodovia Anchieta, que dá acesso à Margem Direita do complexo marítimo, foi interditada ontem, interrompendo a chegada de veículos carregados com diversos tipos de cargas, inclusive contêineres, ônibus de passageiros e automóveis de passeio. A categoria protesta contra o aumento no preço decombustíveis e os baixos valores dos fretes. As paralisações atingem, alémdeMato Grossoe SãoPaulo, os estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, de onde vêm caminhões carregados com commodities e que seguem em direção a Santos. Apesar disso, até o início da noite de ontem, a Companhia Docas ainda não havia detecta- Pedidos Para a Confederação Nacional dos Transportes Autônomos (CNTA), o transporte rodoviário de carga passa por uma situação de dificuldade em consequência da atual situação da econômica do País. “A alta da inflação, aliada aos aumentos dos impostos do combustível, retrai a economia e acaba refletindo na diminuição dos fretes, o que significa menos dinheiro no bolso do caminhoneiro”, diz a entidade em nota. A CNTA sugeriu à categoria um plano de ação para reivindicar a diminuição do preço do óleo diesel, um subsídio do diesel para o caminhoneiro autônomo e a repartição dos financiamentos de caminhões para o caminhoneiro. A categoria pediu uma reunião com o Governo Federal para debater as reivindicações. do reflexos dos protestos na vinda das cargas agrícolas que serão escoadas pelo cais santista. A estatal tem como base o cumprimento do horário de chegada dos veículos nos pátios reguladores da região. Além disso, a programação de recebimento dos caminhões nos terminais portuários está sendo respeitada. No entanto, caso os protestos continuem nos próximos dias, a estatal ad- mite que o escoamento da safra agrícola pode ser prejudicado. O aumento no movimento de caminhões carregados com a produção agrícola, em direção ao cais santista, está previsto paracomeçaraocorrernapróxima segunda-feira. Esses veículos partem, principalmente, de Mato Grosso, de municípios produtores de commodities como Rondonópolis, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Diamantino e Sinop, que estãocomas saídasbloqueadas. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bloqueios acontecem em trechos das duas principais rodovias federais no estado, a 163 e a 364. As duas estradas dão acesso ao terminal ferroviário da concessionária América Latina Logística (ALL) em Rondonópolis e aos portos de Santos e Santarém (PA). Por este motivo, as manifestações também podem impactar o escoamento dessas cargas pelos trilhos. A ALL é uma das transportadoras ferroviárias que atendem o complexo portuário santista. Ela é a principal responsável pela chegada das cargas agrícolas do Centro-Oeste em trens na região. CAPACIDADE DE EMBARQUE MA PA Hoje, a Autoridade Portuária de Santos pretende iniciar um levantamento sobre a capacidade de recebimento de merca- TO BA MT Cuiabá Rondonópolis DF GO BR 365 MG BR 163 Campo Grande BR 262 MS RJ SP PR Santos SC RS 2 mil carretas TRANSPORTAM A CARGA NECESSÁRIA PARA CARREGAR 1 NAVIO GRANELEIRO INFOGRAFIA MONICA SOBRAL/AT dorias dos terminais marítimos e quanto de carga está armazenado. A ideia é verificar se as instalações poderão dar conta da demanda de abastecimento dos navios, caso os protestos continuem pelos próximos dias. Até agora, os embarques ocorreram normalmente no Porto de Santos, já que os terminais têm cargas estocadas Click DIVULGAÇÃO Fotos históricas. O Museu do Porto de Santos, da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), concluiu um projeto de preservação de cerca de 700 negativos fotográficos raros, em vidro, resgatando imagens da primeira metade do século passado do maior porto da América Latina e um dos mais importantes do mundo. A iniciativa ainda disponibilizou essas cenas em um banco de dados que pode ser acessado pela internet. A ação foi proposta pela Comunica Relações Públicas, de Ribeirão Preto (Interior do Estado), e realizada a partir do Programa de Ação Cultural (ProAC ), oferecido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo por meio do Sistema Estadual de Museus. em seus armazéns. De acordo com a programação da Codesp, pelo menos 18 navios vão chegar nos próximos dias, para o carregamento da soja. As embarcações graneleiras que escalam em Santos carregam, em média, 60 mil toneladas da commodity cada uma. Como um caminhão pode transportar de 45 a 60 toneladas do grão, são neces- Paraná. O Porto de Paranaguá (PR) embarcou 1,9 milhão de toneladas no mês passado. A quantidade é 5% maior do que a registrada em janeiro do último ano. O aumento se deve, principalmente, às cargas agrícolas. Foram carregadas 594 mil toneladas de milho (alta de 23%) e 476 mil toneladas de açúcar (3% a mais). O resultado positivo já tinha sido antecipado com os números consolidados do Corredor de Exportação, por onde escoam exclusivamente grãos e farelo. A instalação operou o volume recorde de 984 mil toneladas, registrando o melhor janeiro da história do terminal. No geral, o movimento do complexo portuário chegou a 3,1 milhões de toneladas. MAIS INFORMAÇÕES NA PÁGINA C-5 Lancha naufraga no canal do Porto de Santos DA REDAÇÃO ARQUIVO sários de 1 mil a 1,3 mil veículos para abastecer um desses cargueiros. Os caminhões exigidos paracarregar um navio graneleiro formariam uma fila de 66 quilômetros de comprimento. Esse número mostra porque o acesso aos terminais que operam grãos no Porto de Santos fica complicado. A lancha SS Mariner II, de 25 pés (7,62 metros), naufragou no canal do Porto de Santos, na direção do berço 1 do Brasil Terminal Portuário (BTP), na região da Alemoa, ontem, pouco antes das 16 horas. No momento do acidente, havia duas pessoas a bordo. Elas foram resgatadas ilesas pela embarcação Great Dredge. De acordo com a Capitania dos Portos de São Paulo, que investiga o incidente, o naufrágio não oferece risco à segurança da navegação e, até a noite de ontem, não tinha causado qualquer poluição ambiental. De propriedade da empresa de transportes marítimos SS Mariner, o barco era utilizado no transporte de profissionais do Porto entre os terminais e os navios fundeados na barra. Segundoinformações dos peritos da Capitania que estiveram no local, a SS Mariner II trafegava pelo canal do Porto, nas proximidades da BTP, mas fora do canal de navegação (a parte central do estuário), quando colidiu com um objeto submerso, avariando a rabeta (parte de baixo do motor de popa, que sustenta o eixo de transmissão do equipamento). Com o casco rompido no local atingido, a água começou a entrar na embarcação. Mas houve tempo para as duas pessoas a Embarcação O SS Mariner II é uma lancha de 25 pés (7,62 m), com casco de fibra de vidro e motor de popa à gasolina, de 225 HP de potência. Ele podia levar 10 passageiros. bordo, o condutor da lancha e um passageiro,serem resgatados pela Great Dredger. O barco tinha cerca de 50 litros de óleo diesel em seu tanque de combustível, de acordo com os peritos militares. Eles informaram que, apesar de não ter havido qualquer vazamento, técnicos e especialistas adotaram medidas preventivas, como a colocação de barreiras de contenção no mar, nas proximidades do local do naufrágio, evitando qualquer risco de poluição ambiental. Os dados do acidente serão utilizados no Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegaçãoa ser instaurado pelaCapitania.O processo, que irá apurar as causas do acidente e possíveis responsáveis, deve ser concluído em até 90 dias. De acordo com o Brasil Terminal Portuário, suas operações não foram afetadas pelo naufrágio.