4.0 BLOCOS SOBRE ESTACAS Blocos são estruturas de volume usadas para transmitir às estacas as cargas da superestrutura, e podem ser considerados rígidos ou flexíveis por critério análogo ao definido para as sapatas. No caso blocos rígidos, com espaçamento de 2,5 Ø a 3 Ø (onde Ø é o diâmetro da estaca), pode-se admitir plana a distribuição de carga nas estacas. 4.1 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL 4.1.1 BLOCO RÍGIDO O comportamento estrutural se caracteriza por: a) trabalho à flexão nas duas direções, mas com trações essencialmente concentradas nas linhas sobre as estacas (reticulado definido pelo eixo das estacas, com faixas de largura igual a 1,2 vezes seu diâmetro); b) cargas transmitidas do pilar para as estacas essencialmente por bielas de compressão, de forma e dimensões complexas; c) trabalho ao cisalhamento também em duas direções, não apresentando ruptura por tração diagonal, e sim por compressão das bielas. 4.1.2 BLOCO FLEXÍVEL Para esse tipo de bloco deve ser realizada uma análise mais completa, desde a distribuição dos esforços nas estacas, dos tirantes de tração, até a necessidade da verificação da punção. 4.3 MODELO DE CÁLCULO Para o cálculo e dimensionamento dos blocos são aceitos modelos tridimensionais lineares ou não e modelos biela-tirante tridimensionais, sendo esses últimos os preferidos por definir melhor a distribuição dos esforços pelos tirantes. 4.3.1 DETALHAMENTO 4.3.2 BLOCOS RÍGIDOS - ARMADURA DE FLEXÃO. A armadura de flexão deve ser disposta essencialmente (mais de 85%) nas faixas definidas pelas estacas em proporções de equilíbrio das respectivas bielas. As barras devem se estender de face a face do bloco e terminar em gancho nas duas extremidades. Para barras com Ø ≥ 20 mm devem ser usados ganchos de 135° ou 180° . 4.3.2.1 ARMADURA DE ARRANQUE DOS PILARES. O bloco deve ter altura suficiente para permitir a ancoragem da armadura de arranque. Nessa ancoragem pode-se considerar o efeito favorável da compressão transversal às barras decorrente da flexão analogamente às sapatas. 4.3.3 BLOCOS FLEXÍVEIS. Devem ser atendidos os requisitos relativos a lajes e punção. 5.0 ESTACAS As estacas são elementos estruturais esbeltos que, colocados no solo por cravação ou perfuração, têm finalidade de transmitir cargas ao mesmo, seja pela resistência sob sua extremidade inferior (resistência de ponta) ou pelo atrito lateral ou pela combinação dos dois. A disposição das estacas deve ser feita sempre que possível de modo a conduzir a blocos de menor volume. No caso de haver superposição das estacas de dois ou mais pilares, pode-se unir os mesmos por um único bloco (para esta situação o estudo estrutural do bloco deve ser criterioso). Para pilares de divisa, deve-se recorrer ao uso de viga de equilíbrio. O espaçamento "d" entre os eixos das estacas deve ser: d = 2,5 Ø ≥ 60 cm para estacas pré-moldadas. d = 3,0 Ø ≥ 60 cm para estacas moldadas in loco. 5.1 PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROJETO a) O espaçamento entre as estacas deve ser respeitado, não só entre as estacas do próprio bloco, mas também entre estacas de blocos contíguos. b) A distribuição das estacas deve ser feita , sempre que possível, no sentido de maior dimensão do pilar c) Evitar distribuir as estacas de modo a produzir momentos de torção no bloco. d) Nos projetos comuns, não se devem misturar estacas de diferentes diâmetros num mesmo bloco. e) Deve-se indicar, no projeto, que os blocos de uma estaca sejam ligados por vigas aos blocos vizinhos, pelo menos em duas direções para blocos de uma estaca. Os blocos de duas estacas devem ter pelo menos uma viga na direção perpendicular ao alimento das estacas. Para blocos de três ou mais estacas, não há necessidade de vigas de amarração. 5.1.2 DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE ESTACAS a) Para pilares que só tem cargas verticais, o número de estacas é dado por: N. estacas = (Carga do Pilar)/(Carga admissível da estaca). 2 b) Para pilares com cargas verticais e momentos: O problema de estaqueamento sujeito a momentos é resolvido por tentativas, lançando-se as estacas e calculando-se as cargas atuantes nas mesmas. O estaqueamento será aceito se a carga nas estacas forem, no máximo, igual as cargas admissíveis de compressão e de tração da estaca. A carga atuante numa estaca genérica i de coordenadas (xi , yi) é dada por: Pi = (N/n) ± (My.xi )/(∑xi 2) ± (Mx.yi)/(∑yi 2). 3 5.0 ESTACAS E TUBULÕES NOTA 1 (NBR 6122:2010): Reconhecendo que a engenharia de fundações não é uma ciência exata e que riscos são inerentes a toda e qualquer atividade que envolva fenômenos ou materiais da natureza, os critérios e procedimentos constantes nesta Norma procuram traduzir o equilíbrio entre condicionantes técnicos, econômicos e de segurança usualmente aceitos pela sociedade na data da sua publicação. 5.1 ESTACA Elemento de fundação profunda executado inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas. Os materiais empregados podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in loco ou pela combinação dos anteriores. 5.2 TUBULÃO Elemento de fundação profunda, escavado no terreno em que, pelo menos na sua etapa final, á descida de pessoas, que se faz necessária para executar o alargamento de base ou pelo menos a limpeza do fundo da escavação, uma vez que neste tipo de fundação as cargas são transmitidas preponderantemente pela ponta. 5.3 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL A capacidade de carga de uma estaca é obtida como o menor dos dois valores: a) resistência estrutural do material da estaca. b) resistência do solo que lhe dá suporte. 5.4 DESEMPENHO DOS ELEMENTOS DE FUNDAÇÃO O solo de apoio de sapatas e tubulões deve ser aprovado por engenheiro antes da concretagem. 4