GEOMETRIAS NÃO EUCLIDIANAS: IMPRESSÕES DE ESTUDANTES EM UM PRIMEIRO CONTATO Viviane Aparecida Bagio Universidade Federal do Paraná [email protected] Emerson Rolkouski Universidade Federal do Paraná [email protected] Resumo Este artigo tem como objetivo descrever as impressões de estudantes de um curso de Licenciatura em Matemática no seu primeiro contato com Geometrias não-euclidianas. A apresentação deste assunto se deu na forma de uma oficina com o auxilio de softwares computacionais em que foram tratadas com maior enfoque as Geometrias Hiperbólica e Esférica. Palavras-chave: Educação Matemática. Geometrias Não Euclidianas. Formação de Professores. Introdução Atualmente as discussões sobre as Geometrias Não Euclidianas tem se intensificado, uma vez que, em diversos estados (Rio Grande do Sul1 e Espírito Santo2, por exemplo, propõe o ensino de fractais em suas diretrizes) da federação brasileira esse conteúdo foi inserido na grade de ensino da Educação Básica. Um dos estados que inseriu esse conteúdo em sua grade curricular foi o Paraná. Os estudos das Diretrizes Curriculares da Educação do Estado do Paraná (DCE/PR) se iniciaram em 2003 e, a versão oficial foi publicada em 2008. Desde então, diversas discussões vêm sendo travadas sobre a construção das Diretrizes e, em particular, sobre o impacto da inserção desse conteúdo. 1 Disponível em: <http://www.educacao.rs.gov.br/dados/refer_curric_vol3_2.pdf>. Acesso em: 09 abr. 2014 2 Disponível em: <http://www.educacao.es.gov.br/download/SEDU_Curriculo_Basico_Escola_Estadual.pdf>. Acesso em: 09. Abr. 2014. XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 No Paraná, os conteúdos englobados pelas Geometrias Não Euclidianas são: Geometria Topológica, Geometria Projetiva, Geometria Hiperbólica, Geometria Fractal e Geometria Esférica (ou Elíptica). Diversos estudos, como por exemplo, Santos (2009) e Caldatto (2011), relatam que os professores da rede não estavam devidamente preparados para o ensino deste conteúdo em sala de aula. Indagamo-nos se, professores em formação, já haviam tido contato com Geometrias Não Euclidianas e quais seriam suas primeiras impressões quando expostos ao tema. Desta forma, procuramos um caso particular na formação desses professores para compreender quais as suas primeiras impressões ao se deparar com as Geometrias Não Euclidianas. O evento descrito neste artigo ocorreu numa turma do curso de Licenciatura em Matemática, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), durante a disciplina de Geometria Dinâmica (ministrada no quarto período do curso) na qual a primeira autora desse trabalho atuava como estagiária de Prática de Docência e o segundo autor como professor da disciplina. As Geometrias Não Euclidianas Nessa seção faremos uma breve incursão sobre alguns aspectos teóricos das Geometrias Não Euclidianas, que serviram de suporte par a construção das sequências aplicadas em sala de aula e que possibilitaram a coleta de dados para essa pesquisa As Geometrias Não Euclidianas apareceram no século XIX na tentativa de provar que o quinto postulado de Euclides era um teorema, podendo ser deduzido a partir dos outros quatro postulados. Os cinco primeiros postulados de Euclides são: • • • • • Postulado I: Por dois pontos distintos passa uma única reta Postulado II: Um segmento retilíneo pode sempre ser prolongado. Postulado III: Existe uma única circunferência com centro e raio dados. Postulado IV: Todos os ângulos retos são iguais. Postulado V: Se uma reta r corta duas outras retas s e t (no mesmo plano) de modo que a soma dos ângulos interiores ( e ) de um mesmo lado de r é menor que dois retos, então s e t, quando prolongadas suficientemente, se cortam daquele lado de r. (figura 1) XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Figura 1: Representação do V postulado de Euclides s t r Fonte: Os Autores (2014) Alguns matemáticos, visando a simplificar o enunciado desse postulado propuseram outros. O mais conhecido é de autoria de John Playfair, em 1745: Axioma de Playfair: Por um ponto P fora de uma reta r pode-se traçar uma única reta s paralela à reta dada. (figura 2) Figura 2: Representação do axioma de Playfair Fonte: Os Autores (2014) A ideia de que o postulado V poderia ser dedutível dos demais, segundo os matemáticos da época, viria do fato de que ele não possuía uma compreensão tão simples como os demais e, porque Euclides o utilizou somente a partir da proposição 293. As 28 primeiras proposições são válidas para qualquer outra geometria onde os quatro primeiros postulados são verdadeiros. Na geometria euclidiana é impossível provar a proposição 29 sem o 5º postulado. Atualmente diversas geometrias não euclidianas foram estudadas e aperfeiçoadas. As que estão presentes na Educação Básica, geralmente, são: a Geometria Topológica, a Geometria Projetiva, a Geometria Fractal a Geometria Hiperbólica e a Geometria Esférica. A Geometria Topológica é o estudo de determinadas propriedades de figuras geométricas que se mantém depois de determinadas transformações, ou seja, ...estuda as propriedades das figuras geométricas que persistem mesmo quando as figuras são submetidas a deformações tão drásticas 3 iguais. Proposição 29: Quando uma reta corta duas paralelas, formam-se ângulos correspondentes XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 e todas as suas propriedades métricas e projetivas são perdidas. De fato, em uma transformação topológica, as propriedades métricas, como forma e tamanho, podem ser destruídas, mas propriedades como interior e exterior, ou vizinhança não são. (SILVA; LEIVAS, 2012, p.2) Sobre a Geometria Fractal, ela foi estudada por Benoit Mandelbrot, a partir de diversas construções geométricas (como a Poeira de Cantor, o Triângulo de Sierpinski e o Floco de Neve de Koch) e recebeu esse nome em meados de 1980. Ela está relacionada com a geometria da natureza em que as irregularidades e a grandeza de detalhes fazem parte do contexto; a geometria euclidiana seria incapaz de descrever um brócolis ou uma samambaia, por exemplo. Ela é composta por diversas características 4 e está ligada à teoria do caos. A Geometria Projetiva está associada aos conceitos de ponto de fuga, linha do horizonte, perspectivas (cônica, isométrica, cavaleira) e projeções (cônica, cônica ortogonal, cilíndrica oblíqua). Esses conceitos estão presentes principalmente no campo da Arte. A Geometria Hiperbólica e a Geometria Esférica normalmente são tratadas em comparação com a Geometria Euclidiana, uma vez que a primeira nega e a segunda toma por inexistente o postulado das paralelas. Juntas, as três Geometrias introduzem o conceito de curvatura5 de uma superfície (Na Geometria Hiperbólica a curvatura é negativa, na Euclidiana é zero e na Esférica é positiva). Na figura 3, temos um exemplo da curvatura nestas três Geometrias: 4 As características da Geometria Fractal são: autossimilaridade (uma parte se parece com o todo), complexidade infinita, dimensão fractal, simplicidade na lei de formação e estrutura fina. 5 A curvatura gaussiana em um ponto de uma superfície indica, de certo modo, o quanto essa superfície afasta-se de seu plano tangente em uma vizinhança desse ponto. XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Figura 3: Curvatura de um espaço Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/a-forma-do-espaco2.htm A Geometria Hiperbólica foi estudada por Lobachevsky (1793-1856) e Bolyai (1802-1860) sem que um soubesse dos estudos do outro e, publicada primeiramente por Lobachevsky. Esta geometria realiza uma negação do postulado das paralelas. Nela, temos como um de seus modelos que uma reta é uma corda euclidiana, sem as extremidades e é construída a partir de diâmetros ou de um arco ortogonal, ou seja, arco de um círculo que é ortogonal ao círculo euclidiano (considerado como o plano hiperbólico), conforme a figura 4, abaixo: Figura 4: Retas na geometria hiperbólica Fonte: COUTINHO, 2001, p. 45 A soma dos ângulos internos de um triângulo não é constante e é menor que 180°. O postulado das paralelas, nesta Geometria, fica reescrito da seguinte forma: Postulado das paralelas na Geometria Hiperbólica: Por um ponto fora de uma reta, podem ser traçadas pelo menos duas retas que não encontram a reta dada. XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Sendo assim, um teorema que decorre deste postulado é que, se existem duas retas passando por um ponto e não interceptando uma reta dada, então, existem infinitas retas com essa propriedade. A Geometria Esférica foi estudada por Riemann (1826-1866) e nela ocorre a inexistência do postulado das paralelas. Uma reta nesta geometria é uma circunferência máxima (construída com o maior raio da esfera) e ela é a interseção da superfície esférica com um plano passado pelo seu centro, conforme as figuras 5 e 6: Figura 5: Reta na geometria esférica Fonte: http://wchaverri.wordpress.com/formas/esfer a/ Figura 6: Reta passando por P Fonte: http://www.bienasbm.ufba.br/M29.pdf Nesse caso, a soma dos ângulos internos de um triângulo não é constante e é maior que 180° e varia até 540°. Na Geometria Esférica, o postulado das paralelas é o seguinte: Postulado das paralelas na Geometria Esférica: Por um ponto P qualquer, fora de uma reta r, nenhuma reta que passa por P é paralela a ela. Nas figuras 7 e 8, abaixo, temos as retas paralelas nas três geometrias descritas e, também, a soma dos ângulos internos do triângulo em cada uma delas: Figura 7: A soma dos ângulos internos de um triângulo nas Geometrias Euclidiana, Hiperbólica e Esférica Fonte: BERLINGHOFF & GOUVEA, 2010, p. 201 XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Figura 8: Axioma das paralelas nas Geometrias Euclidiana, Hiperbólica e Esférica Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2001/icm35/nao_euclideanas.htm Uma das relações interdisciplinares que podem ser realizadas a partir da Geometria Esférica ocorre com relação à geometria da superfície da Terra, onde os meridianos são semirretas, a linha do Equador é uma reta, os pólos são antípodas6 e os paralelos são circunferências menores (não constituindo uma reta nesta geometria), como nas figuras 9 e 10 a seguir: Figura 6: Globo terrestre Fonte: http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/geotri/modulo3/imagens/globo-terre.gif 6 Pontos antípodas são aqueles que estão a uma distância igual ao diâmetro da esfera e pertencem à mesma reta (ou circunferência) como é o caso dos pólos norte e sul. XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Figura 7: Paralelos e Meridianos Fonte: http://latitude0.files.wordpress.com/2009/06/7a0daparalelos2be2bmeridianos.jpg?w=531&h=319 Apresentação e análise dos dados Apresentaremos os comentários dos alunos presentes. Do total de 15 alunos matriculados, onze deixaram sua impressão sobre o conteúdo de Geometrias Não Euclidianas. Dos alunos que se manifestaram sobre as Geometrias Não Euclidianas, optamos por considerar apenas nove comentários, uma vez que, dois desses alunos matriculados são do curso de Bacharelado em Expressão Gráfica e, estamos considerando os alunos da Licenciatura em Matemática. Os alunos participantes não foram mencionados, mas os identificaremos por Ax onde A significa aluno e x um número aleatório atribuído a ele. Abaixo temos os comentários: “As Geometrias não Euclidianas, causam um impacto em tudo que apenas havia conhecido para a Geometria, dentro do ensino. Através dela conseguimos ver um outro lado do mundo matemático, mas vemos o quanto não conhecemos do que talvez usamos diariamente e de maneira indireta. Para o ensino superior é indispensável adquirir esse conhecimento, e para melhor desenvolvimento do ensino básico. Deixando essas geometrias mais atrativas e acessível aos alunos e fazendo com que haja mais interesse no aprendizado desse assunto”. (A1) “Minha primeira impressão é que pode ser um pouco complicado no começo, pois perdemos algumas noções básicas sobre a geometria euclidiana, como a noção de reta por exemplo. Mas acredito sim que poderia ser incluído no ensino básico, pois poderíamos nos preparar e conhecer desde cedo, além de que é um assunto XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 extremamente interessante, e nos faz pensar como muita coisa pode mudar dependendo da região (plano, espaço) em que você está trabalhando”. (A2) “A impressão que eu tinha a respeito das Geometrias Não-Euclidianas, antes de ter essas aulas, era de uma matéria difícil e complexa. Mas com essas aulas, consegui perceber que é um assunto prazeroso e útil de aplicar em salas de aula. E a Geometria Não-Euclidiana deve ser utilizada sim em salas de aula, tanto no ensino superior como no ensino básico, pois assim os alunos podem realmente visualizar as Geometrias, montar e criar suas respectivas formas tanto em softwares, como em materiais concretos, pois assim os alunos tem mais vontade de estudar tal assunto”. (A3) “Acho que vai ajudar bastante aos futuros estudantes de ensino médio, fundamental e superior, a compreender retas paralelas na circunferência. Na minha visão, não compreendi muito bem por falta de aula, mas é bastante interessante no ponto de vista geométrico”. (A4) “Sobre a utilidade para o ensino superior é muito útil, pois há aplicações em diversas áreas, além da matemática, física e áreas abstratas. Para o ensino médio/básico, seria algo que deve ser citado, mas não mostrado ou demonstrado, para entender as não-euclidianas é necessário entender as euclidianas. Esta área é importante sim, mas é uma área bem específica, por isso acredito que no ensino básico deve apenas ser citado”. (A5) “Ao se tratar de Geometria Não-Euclidiana, foi um tema que não foi abordado na escola. É uma geometria interessante de se passar aos alunos, nas várias formas de ser explorado com softwares e materiais manipuláveis”. (A6) “Minha primeira impressão sobre as Geometrias Não Euclidianas foi “assustadora”, estamos tão acostumados com a geometria euclidiana que as não euclidianas parecem estar fora do comum. É difícil pensar em um triângulo com as somas dos ângulos internos maiores que 180º. Mas o que ficou mais confuso foi as definições de paralelas. Mas, apesar de tudo foi legal aprender algo diferente. Acho que ensinar isso no ensino básico confundiria muito até a cabeça das crianças”. (A7) “Minha primeira impressão sobre as Geometrias não Euclidianas foi fascinante, por causa dos trabalhos apresentados em aula que usavam essa geometria. Fiquei um pouco confusa a respeito da definição de retas paralelas na geometria hiperbólica que diz que existe uma infinidade de retas paralelas a inicial. Espero XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 aceitar isso como verdade logo. Seria interessante apresentar esse conteúdo nas escolas, de uma forma que não venha confundir a mente dos alunos”. (A8) “As Geometrias Não-Euclidianas não seria útil para o ensino básico, pois acredito que irá confundir os alunos. No ensino superior, essa geometria também não seria útil, porém interessante. E de primeira impressão, achei completamente confuso”. (A9) Na sequência, apresentamos algumas análises que decorrem do depoimento dos alunos. Essas análises vêm da concordância ou não do ensino desse conteúdo e algumas preocupações que esse conteúdo carrega, conforme observamos nas tabelas 1 e 2: Tabela 1: Geometrias Não Euclidianas no ensino ALUNOS INTERPRETAÇÃO A FAVOR CONTRA NÃO SE MANIFESTOU Geometrias Não A1; A2; A3; A4; Euclidianas na A8; A5 A7; A9 A6 - A2; A7; A8; A9; Educação Básica Geometrias Não A1; A3; A4; A5 Euclidianas no A6 Ensino Superior Fonte: A Autora (2014) Tabela 2: Ensino de Geometrias não Euclidianas Preocupações relacionadas ao ensino de ALUNOS Geometrias Não Euclidianas Como ensinar Geometrias Não Euclidianas A3; A6 Geometria Euclidiana antes da Não Euclidiana A5 Fonte: A Autora (2014) Tendo em vista que a amostra era pequena, não foi possível agrupar as falas em mais categorias. Por outro lado, os resultados indicam que nenhum dos alunos ouviu falar das Geometrias Não-Euclidianas, além de terem sido realizados comentários que a caracterizavam como interessante e útil, por um lado, a inútil e confusa de outro. XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Conclusões Estas foram as principais impressões relatadas pelos alunos participantes desse estudo. Certamente que a maneira que apresentamos os conteúdos tem influencia direta nos resultados obtidos. Procuramos ser bastante intuitivos no início e aos poucos formalizávamos os conceitos juntamente com os alunos, como preconizam estudos da área de Educação Matemática. No entanto, percebemos algumas falhas didáticas, em particular pelo pouco tempo que destinamos a alguns conceitos que se mostraram complexos. Importante ressaltar que nenhum dos alunos relatou ter ouvido o nome deste conteúdo antes, mesmo para os que residem no estado do Paraná, em que o currículo prevê este ensino desde o ano de 2008. Outra preocupação dos discentes vem do fato de como ensinar esse conteúdo, uma vez que, como foi relatado por um aluno (A7) “estamos tão acostumados com a geometria euclidiana que as não euclidianas parecem estar fora do comum”. Essa preocupação pode ser suprida nas características do conhecimento caracterizado, apresentado por Richit e Maltempi, onde nos preocupamos com os conhecimentos matemático, tecnológico e pedagógico. Ou seja, o ensino deste conteúdo deve ser perpassado pela matemática, pois “é uma geometria interessante de se passar aos alunos, nas várias formas de ser explorado com softwares e materiais manipuláveis” (A11), sem se esquecer de uma preparação do professor “de uma forma que não venha confundir a mente dos alunos”. (A8) A partir das Geometrias Não Euclidianas “conseguimos ver um outro lado do mundo matemático, mas vemos o quanto não conhecemos do que talvez usamos diariamente e de maneira indireta” (A1). Quanto à sua utilidade, “para o ensino superior é muito útil, pois há aplicações em diversas áreas, além da matemática, física e áreas abstratas” (A10). O que podemos concluir é que o seu ensino é bem aceito por esses alunos, desde que o professor tenha cautela em relacionar essas geometrias à euclidiana e, também que os alunos compreendam as definições da geometria euclidiana, principalmente os conceitos de paralelas. Acreditamos, que, embora o presente estudo tenha sido realizado com poucos alunos, traz alguns elementos que podem contribuir para a prática do professor da XII EPREM – Encontro Paranaense de Educação Matemática Campo Mourão, 04 a 06 de setembro de 2014 ISSN 2175 - 2044 Educação Básica e Superior, na medida em que nos auxilia a refletir sobre que conceitos devem-se ensinar dentre dessas geometrias que podem ser assimilados pelos alunos dos diversos níveis de ensino. Além disso, observa-se a importância de se refletir sobre metodologias adequadas em sua abordagem para se evitar o impacto negativo de alguns conceitos aparentemente complexos. Referências BERLINGHOFF, William P; GOUVÊA, Fernando Q. A matemática através dos tempos: um guia fácil e prático para professores e entusiastas. Tradução: Elza Gomide e Helena Castro. São Paulo: Editora Blucher, 2008. CALDATTO, Marlova Estela. 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