SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA
FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA - FAVIP
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
EDIFÍCIO INTELIGENTE
ADEILTON ANTÔNIO SILVA CELESTINO
CARUARU, 2011.
Diretor Superintendente
Luiz de França Leite
Diretor Superintendente
Vicente Jorge Espíndola Rodrigues
Diretora Executiva
Mauricélia Bezerra Vidal
Diretora Acadêmica
Aline Brandão de Siqueira
Coordenador do Curso de Engenharia Civil
João Manoel de Freitas Mota
ADEILTON ANTÔNIO SILVA CELESTINO
EDIFÍCIO INTELIGENTE
Trabalho submetido ao corpo
docente do curso de graduação em
Engenharia Civil da Faculdade do
Vale do Ipojuca, como parte dos
requisitos necessários à obtenção
do grau de bacharel em
Engenharia Civil.
Orientador: M.Sc. Luiz Gonzaga
Cabral.
CARUARU, 2011.
C392e
Celestino, Adeilton Antônio Silva.
Edifício Inteligente / Adeilton Antônio Silva Celestino. -- Caruaru :
FAVIP, 2011.
44 f. : il.
Orientador(a) : Luiz Gonzaga Cabral.
Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia) -- Faculdade do
Vale do Ipojuca.
1. Edifício inteligente. 2. Tecnologia. 3. Reuso de recursos
naturais. 4. Automação predial. 5. Sistemas de gerenciamento. I.
Título.
CDU 624[12.1]
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367
ADEILTON ANTÔNIO SILVA CELESTINO
EDIFÍCIO INTELIGENTE
TRABALHO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA CIVIL DA FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA, COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM
ENGENHARIA CIVIL.
Aprovado em:
/
/
_________________________________
M.Sc. Luiz Gonzaga Cabral
(Presidente e orientador)
_________________________________
M.Sc. Aluízio Caldas e Silva
(Professor da disciplina de TCC II)
_________________________________
M.Sc. Tuane Batista do Egito
(Examinador)
_________________________________
M.Sc. João Manoel de Freitas Mota
(Examinador)
CARUARU, 2011.
Dedico este trabalho a todos os profissionais que trabalham
para criação de tecnologias que venha a diminuir o impacto
ambiental, através do o uso racional dos recursos naturais e
garantindo qualidade de vida a presente e futuras gerações.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. M.Sc. Luiz Gonzaga Cabral pelo incentivo e orientação.
Ao amigo Prof. Cledson Eduardo de Andrade, pois com sua ajuda, foi possível iniciar as
pesquisas sobre o tema deste trabalho.
Ao Engenheiro Elétrico Antônio Carlos Pedrosa da SMC Engenharia, pela contribuição
técnica e informações sem as quais não conseguiria a conclusão desse trabalho.
A todos meus amigos e amigas que nos momentos difíceis sempre estiveram ao meu lado.
RESUMO
Neste trabalho, foram apresentadas tecnologias inovadoras que vêm modernizar a construção
de edifícios, os itens que se deve atentar no projeto de um edifício inteligente e sustentável, as
formas atuais de reuso dos recursos naturais, e a importância da interdisciplinaridade no
projeto da construção de um edifício. Isto porque dada a escassez de nossos recursos naturais,
necessitamos definir projetos que possibilitam o uso racional destes recursos e a reciclagem
dos produtos e dejetos gerados. Agindo dessa forma, diminuímos os impactos ambientais, e
garantimos qualidade de vida para a presente e futuras gerações. No estudo da viabilidade,
mostramos a eficiência tecnológica como prova irrefutável da viabilidade econômica da
construção de edifícios inteligentes e sustentáveis.
Palavras Chave: Edifício Inteligente, Tecnologia, Reuso de Recursos Naturais, Automação
Predial, Sistemas de Gerenciamento.
ABSTRACT
This work presents innovative technologies that has modernized the construction of buildings,
items that you must attempt in the project of an intelligent and sustainable building, the
current forms of the reuse of the natural resources, and the importance of the interdisciplinary
in the project of building construction. Because of the scarcity of our natural resources, we
need to define projects that make possible the rational use of these resources and the
generated products and dejections recycling. Acting on this way, we minimize environment
impacts, and we guarantee quality of life for the present and future generations. The study of
the viability shows the technological efficiency as irrefutable test of the economic viability of
the construction of intelligent and sustainable buildings.
Key Word: Intelligent Buildings, technology, Natural Resources Reuse, Building,
Automation, Systems Management.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1-1 - Interdisciplinaridade no projeto............................................................................15
Figura 5-1 - Funcionamento de uma célula fotovoltaica, CRESESB (2006)...........................23
Figura 5-2 - Estruturação de um edifício inteligente, DIM – UEM (2006)..............................25
Figura 7-1 – Esquema de rede de internet em edifício.............................................................31
LISTA DE TABELAS
Tabela 8.1 – Economia com uso de Sistemas de Controle.......................................................32
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
CIESP
Confederação das Indústrias do Estado de São Paulo
CRESESB
Centro de Ref. p/ Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito
DIM – UEM
Depto de Informática da Universidade Estadual de Maringá
FEM – UNICAMP
Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp
FIESP
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
UNICAMP
Universidade Estadual de Campinas
USGBC
United States Green Buiding Concil
WMO World
Meteorological Organization
LISTA DE SÍMBOLOS
CO2
Dióxido de Carbono
kWh
Potência consumida em quilo watt por hora.
MW
Potência em Mega Watt
W
Potência em Watt
W/m²
Potência em watt por metro quadrado
°C
Temperatura em graus Celsius
K
Temperatura em Kelvin
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................14
2 OBJETIVOS.........................................................................................................................16
2.1 Objetivo Geral....................................................................................................................16
2.2 Objetivo Específico............................................................................................................16
3 JUSTIFICATIVA..................................................................................................................17
4 METODOLOGIA DO TRABALHO....................................................................................18
5 EDIFÍCIOS INTELIGENTES SUSTENTÁVEIS................................................................19
5.1 O que é Sustentabilidade....................................................................................................19
5.2 Edificações Convencionais................................................................................................20
5.3 Edificações Inteligentes.....................................................................................................20
5.3.1 Integração com o meio ambiente.................................................................................21
5.3.2 Conforto Ambiental.....................................................................................................22
5.3.3 Utilização e aproveitamento de Energia Solar.............................................................22
5.3.4 Uso racional dos recursos............................................................................................24
5.3.5 Sistema de Gerenciamento...........................................................................................24
5.3.6 Estudo dos Custos e Benefícios Financeiros................................................................25
6 GERENCIAMENTO E COMUNICAÇÕES DO EDIFÍCIO................................................27
6.1 Sensoriamento e controle ..................................................................................................27
6.2 Sistemas de segurança........................................................................................................27
6.2.1 Combate a incêndio, sensoriamento e sistema de alarme............................................27
6.2.2 Vigilância, monitoração..............................................................................................27
6.2.3 Sistemas de emergência, Intercomunicação e Alarme................................................28
6.2.4 Controle de elevadores.................................................................................................28
6.2.5 SPDA...........................................................................................................................29
7 SERVIÇOS DE SISTEMAS DE VÍDEO E INTERNET....................................................30
7.1 Distribuição de TV.............................................................................................................30
7.2 Acesso a internet................................................................................................................31
8 ESTUDO DA VIABILIDADE DA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS INTELIGENTES
SUSTENTÁVEIS.....................................................................................................................32
8.1 Distribuição Elétrica..........................................................................................................33
8.2 Ar Condicionado................................................................................................................33
8.3 Iluminação..........................................................................................................................34
9 CONCLUSÃO......................................................................................................................35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................36
ANEXOS .................................................................................................................................38
Anexo A - Edifício Inteligente..................................................................................................38
Anexo B – Planta Arquitetônica...............................................................................................39
Anexo C – Planta Elétrica........................................................................................................40
Anexo D – Quadros de Distribuição.........................................................................................41
Anexo E – Identificação dos quadros de distribuição..............................................................42
Anexo F – Identificação dos disjuntores e circuitos.................................................................43
Anexo G - Tomadas com etiquetas indicando a corrente máxima admissível.........................44
14
1 INTRODUÇÃO
Nunca foi tão importante quanto hoje a utilização dos recursos naturais renováveis
como fonte de energia, o reuso da água, e a aplicação da tecnologia de ponta na construção
civil. Isso se deve pelo fato dos nossos recursos naturais estarem se esgotando, a capacidade
da natureza em reciclar os dejetos ser demasiada lenta para a quantidade produzida, o
crescimento da demanda energética e de água potável, e pela conscientização da população
de um futuro incerto caso nada seja feito. Acordos internacionais visando à melhoria da
qualidade de vida da população e de controle do meio ambiente estão em pauta
constantemente, como por exemplo, a ECO 92, Tratado de Kyoto, entre outros. Os governos
começam a se manifestarem com a criação de legislações mais rígidas para o controle
ambiental.
Todas essas ações justificam a aplicação dos conhecimentos humanos na área da
construção civil, para a elaboração de projetos de edificações cujas instalações prediais
possibilitem maior qualidade de vida para seus ocupantes e menores impactos ambientais.
Isso é possível graças a descobertas de métodos de captação, ou produção, e armazenamento
de energias naturais renováveis, como a solar, eólica, e o reuso da água servida e da água da
chuva.
Este trabalho foi elaborado analisando os benefícios da aplicação dos conhecimentos
humanos na construção civil. Cada qual contribui, na sua especialidade, para a elaboração de
um projeto cuja funcionalidade proporciona qualidade de vida, economia de energia e
sustentabilidade, Figura 1-1.
Existe uma interdisciplinaridade na criação de obras quando temos a preocupação com
a qualidade ambiental e de vida. Cada ramo do conhecimento pode contribuir para a melhoria
do projeto, cada detalhe deve ser avaliado para garantir a eficiência ambiental. Yang (1999),
diz que a interconectividade entre a biosfera e o ecossistema deve ser o ponto crucial no
projeto de uma edificação ecologicamente correta. Isso agrega muito trabalho no projeto e
garante resultados que compensam todo o esforço.
A viabilidade da construção de edifícios inteligentes e sustentáveis se dá na avaliação
de itens de sua construção, operação e manutenção que permitem concluir que o acréscimo
no investimento inicial retorna ao longo da vida útil da edificação.
15
Figura 1-1 – Interdisciplinaridade no projeto (Yang, 1999)
(Yang, 1999)
Os edifícios inteligentes e sustentáveis têm hoje um papel decisivo na manutenção da
qualidade de vida nas cidades. Em Pereira (2003), vemos no Estatuto da Cidade em seu
Artigo 2°, inciso I, o que uma cidade sustentável deve garantir.
“Art. 2° A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I – garantia as cidades sustentáveis, entendido como o direito a terras urbanas, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao lazer para as presentes e futuras gerações;”
Todos os esforços no sentido de aprimorar as técnicas e aplica-las na construção civil
são uma atitude de consciência ambiental e proporcionará a todos os ganhos futuros
inestimáveis.
16
2 OBJETIVOS
Este trabalho objetiva demonstrar a viabilidade da aplicação de novas tecnologias na
construção de empreendimentos imobiliários, tornando-os inteligentes e sustentáveis,
voltando seu foco especificamente para um projeto de instalações elétricas viável e
econômico, em comparação a edificações convencionais, tornado evidente seu custobenefício, utilizando novos sistemas de gerenciamento de energia elétrica, e o reuso da água,
garantindo a sustentabilidade e reduzindo o impacto ambiental.
2.1 Objetivo Geral
Apresentar as tecnologias inovadoras visando uma maior automação, e os resultados
de estudos realizados para empreendimentos imobiliários residenciais, no uso de sistemas
integrados de gerenciamento de energia e reaproveitamento de água.
2.2 Objetivo Específico





Utilização de tecnologias inovadoras na construção de edifícios.
Sistemas de automação predial com identificação dos circuitos elétricos.
Reutilização de recursos naturais renováveis e materiais recicláveis.
Demonstrar os benefícios financeiros gerados com a aplicação de sistemas de
gerenciamento e controle energético em empreendimentos imobiliários.
Reaproveitamento da água da chuva e reutilização da água utilizada na área de
serviço.
17
3 JUSTIFICATIVA
As edificações auto-sustentáveis começam a ser um atrativo oferecido pelos
empreendedores imobiliários, ao mercado consumidor, que quer imóveis operacionalmente
mais econômicos, e que proporcionem benefícios e conforto ambiental para seus ocupantes.
Esse diferencial, aliado também à imagem positiva gerada pela preocupação ambiental, faz o
empreendimento ser aceito pelo mercado imobiliário, justificando o custo inicial mais
elevado. Pelo fato de se manter atualizado por mais tempo e por utilizar tecnologia de ponta,
garante um baixo custo de manutenção, que em longo prazo, contribui para o retorno do
capital investido. Uma edificação inteligente conta com sistema de gerenciamento de energia
elétrica, água potável e gás, com isso diminui seu consumo e proporciona redução das taxas
condominiais.
A poluição ambiental é reduzida por meio de coleta seletiva de lixo. O uso de fontes
alternativas de energias renováveis como a solar, possibilita um incremento de energia, que
utilizada racionalmente, garante diminuição dos consumos de energia da edificação, que em
edifícios mais convencionais esse consumo além de maior é bem mais degradante para o meio
ambiente.
18
4 METODOLOGIA DO TRABALHO
Comparar os empreendimentos imobiliários residenciais com as edificações
inteligentes, através de: sistemas inteligentes de gestão energética e de recursos naturais
renováveis; os benefícios gerados ao meio ambiente e seus ocupantes. Feita por meio de
pesquisas bibliográficas, artigos e monografias, que demonstram os benefícios financeiros
gerados com a implantação de sistemas de automação predial.
19
5 EDIFÍCIOS INTELIGENTES SUSTENTÁVEIS.
A sustentabilidade é um termo recente, segundo Kats (2003), The Independence, uma
publicação britânica, começou no início do ano de 1990, a utilizá-lo para definir as atribuições
de edifícios inteligentes que garantem melhor qualidade de vida aos seus habitantes e
promovem baixos impactos ambientais. No Brasil, o termo começa a ser aplicado também
com esse objetivo (Tavares, 2006).
O mercado imobiliário que antes era indiferente para investir em empreendimentos
sustentáveis, devido à idéia de que estes não seriam rentáveis, começa a ter uma visão dos
atrativos, tanto comerciais quanto ambientais, que estes empreendimentos proporcionam, e
que estão sendo procurados por clientes preocupados com melhor qualidade de vida e
conforto ambiental.
Numa visão de tempo maior, as cidades do futuro abrigarão muito mais pessoas do
que hoje, (World Bank Group, 2003), em 2050, 75% da população mundial viverá em
cidades, e com isso aumentará a produção de lixo e esgoto, e consumo de energia. Conforme
Edwards (1999), os arquitetos e engenheiros, têm grande responsabilidade sobre o consumo
de energia, combustíveis fósseis e na produção de CO2, do que qualquer outro grupo
profissional seja na Inglaterra, ou no mundo, a metade de toda a energia produzida para
aquecimento, refrigeração, iluminação e ventilação é utilizada em edificações.
Com a conscientização dos empreendedores imobiliários de que os edifícios
inteligentes e sustentáveis, são menos agressivos ao meio ambiente e o retorno financeiro é
garantido, se tem a oportunidade de diminuir os efeitos da urbanização futura.
Incentivar os empreendedores a investirem nos edifícios inteligentes é uma forma de
garantir qualidade de vida, economia de energia, valorizar e minimizar os impactos
ambientais no futuro.
5.1 O que é Sustentabilidade.
Um empreendimento imobiliário sustentável, é aquele que é projetado com a
preocupação de se integrar ao meio ambiente, minimizar os impactos ambientais, e também
proporcionar aos seus ocupantes conforto ambiental (YANG, 1999). Para isso deve atender
aos quesitos:
• Integração ao meio ambiente;
• uso racional dos recursos;
• economia de energia e água;
20
• conforto ambiental para seus habitantes;
• viabilidade econômica.
5.2 Edificações Convencionais.
Edificações convencionais são projetadas seguindo os padrões e técnicas atuais para
construção, dimensionando estruturas e instalações para ter um funcionamento adequado, mas
sem se preocupar com sustentabilidade do empreendimento. Os projetos são concebidos com
o propósito de serem eficientes, de baixo custo e de fácil execução, não havendo a
preocupação com a minoração de impactos ao meio ambiente.
5.3 Edificações Inteligentes.
A partir da década de 1980, surge o conceito de Edifício Inteligente, como resposta à
necessidade premente de redução de custos de construção e de manutenção. Aparecem então
os chamados Sistemas de Gestão Técnica, que dividem os edifícios em componentes
elementares de controle e com equipamentos muito diversificados, pertencentes a fabricantes
também muito diferentes. Com isso, surge a necessidade de gerenciamento das atividades e a
integração destas atividades (NUNES; SERRO, 1999).
Segundo Kats (2003), é demonstrado conclusivamente que edifícios sustentáveis são
um investimento seguro e se devem encorajar os empreendedores á construí-los. Com um
acréscimo de 0 a 2% no custo de construção de um edifício sustentável, resulta numa
economia de 20% do total do custo investido ao longo de sua vida útil. Ou seja, com um
acréscimo de US$100.000 de investimento na construção cujo valor total seja US$5 milhões
resultará numa economia de US$1 milhão em valores de hoje ao longo da vida útil da obra.
Na sequência Kats (2003), diz que os benefícios do edifício sustentável possuem
alguns elementos que são de fácil quantificação como consumo de energia e água, e outros
mais difíceis como, uso de materiais recicláveis, melhorias no ambiente interno. Alguns
estudos constataram a melhora no ambiente interno onde o uso da luz do dia, ventilação
natural foram adotados, aumentando a produtividade de seus ocupantes, e reduzindo as faltas
e doenças. O impacto na produtividade e na saúde dos ocupantes é refletida direta e
indiretamente nos custos da empresa e é de longe maior que o custo da construção ou da
energia consumida. O acréscimo no custo de um edifício sustentável está nos projetos de
arquitetura e engenharia, pois demandam um tempo maior para incorporar ao projeto as
práticas de sustentabilidade. Geralmente quanto antes o projeto incorporar os princípios de
sustentabilidade menor será o seu custo.
21
Podemos também avaliar a necessidade de investimentos em edifícios inteligentes e
sustentáveis tendo em vista a abordagem feita por Yang (1999), onde um edifício inteligente
e sustentável deve estar integrado ao meio ambiente que o cerca.
Segundo Yang (1999), a maneira fundamental de projetar de modo ecologicamente
correto consiste em dividir o edifício em seus componentes básicos: o que entra, o que sai, e
suas relações interiores e exteriores, e então, estabelecer como elas interagem uma com as
outras. Deve-se procurar maximizar a utilização e a eficiência no projeto enquanto se procura
reduzir os efeitos negativos causados ao meio ambiente, durante a construção e em
funcionamento.
Quando analisamos um efeito potencial no meio ambiente temos que olhar para toda a
malha associada a ele e estabelecer quais são os outros efeitos dependentes. Um projeto
ecológico é multidisciplinar, pois deve antecipar os possíveis efeitos sobre o ecossistema e
prever a melhor solução para eliminar, minimizar ou compensar a depredação causada. A
interdisciplinaridade é crucial num projeto ecológico, obviamente a arquitetura e ecologia,
mas também a engenharia, química e ciências dos materiais, entre outras que estão
relacionadas com a proteção do meio ambiente.
Com base no exposto acima podemos dividir a concepção do projeto do edifício
inteligente e sustentável em etapas:
• Integração com o meio ambiente;
• conforto ambiental;
• energia solar;
• uso racional dos recursos;
• sistema de gerenciamento;
• estudo dos Custos e Benefícios Financeiros.
Veremos a seguir uma síntese de como são estas etapas, e de que forma elas se interrelacionam.
5.3.1 Integração com o meio ambiente.
Na concepção do projeto, devem ser avaliadas as características do meio ambiente no
qual ele será construído. Segundo Edwards (1999), um estudo prévio é feito avaliando:
• O clima: insolação, ventos, chuvas e temperaturas médias das estações do ano.
• A vegetação: as espécies existentes nos arredores e na área do empreendimento.
22
• A topografia: levantamento planialtimétrico da região onde será construído o
empreendimento, levando em consideração todas as interferências naturais e artificiais
existentes, na busca de evitar mudanças drásticas na paisagem natural e escolha adequada do
local da construção.
• O telhado: neste milênio, a maior parte das pessoas tem se concentrado nas áreas urbanas,
onde há muitas casas, prédios, concreto e asfalto, e pouca área verde. Uma boa solução seria a
implantação do telhado verde que ajuda a dar uma balanceada entre o concreto e a vegetação.
• A hidrologia: os regimes dos cursos d’águas existentes, profundidade do lençol freático, área
de várzea, definição do caminho de drenagem natural por escoamento superficial e vazões.
• Urbanização: vias de acesso, corredores viários, densidade populacional, sistemas de
drenagem urbana, de esgotos sanitários, de abastecimento de água, concessionárias de
energia, de gás, de telefonia, de TV, áreas verdes (praças públicas, clubes, etc.), transportes
coletivos, coleta de lixo, segurança, hospitais e postos de saúde, escolas, etc.
• Legislação: Obediência à legislação municipal, estadual e federal, para a execução do
empreendimento e regulamentação ambiental.
De posse dos dados acima se inicia a análise das relações entre cada item e o
empreendimento a ser construído, procurando tirar o melhor proveito das características
naturais existentes, evitando ao máximo modificar o ambiente natural.
5.3.2 Conforto Ambiental.
Do conhecimento adquirido com o estudo do meio ambiente, e das necessidades
humanas é possível projetar objetivando dar aos ocupantes do empreendimento o máximo
conforto ambiental através do projeto arquitetônico (Anexo A). Isso pode ser conseguido
utilizando os recursos naturais disponíveis (ventilação, luz natural, vista exterior, etc.) e
materiais de construção e de acabamento atóxicos e antialérgicos. Com um sistema de
gerenciamento, é possível controlar o sistema de ar condicionado para manter a temperatura
agradável e a renovação de ar, comparando a temperatura interna com a externa e a qualidade
do ar interno com o externo, o acendimento de luzes quando a quantidade de luz natural não
for suficiente para a realização das atividades, etc. (EDWARDS, 1999).
5.3.3 Energia Solar
O aproveitamento da energia solar é hoje uma das alternativas energéticas
promissoras. Segundo o Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo
Brito (CRESESB, 2006), pelo seu uso a energia solar é dividida em:
23
• Fototérmica: se apresenta sob a forma de calor, a partir da radiação solar incidente num
corpo material. A utilização dessa forma de energia implica saber captá-la e armazená-la. Os
equipamentos mais difundidos com o objetivo específico de se utilizar a energia solar
fototérmica são conhecidos como coletores solares. Os coletores solares são aquecedores de
fluidos (líquidos ou gasosos) e são classificados em coletores concentradores e coletores
planos em função da existência ou não de dispositivos de concentração da radiação solar. O
fluido aquecido é mantido em reservatórios termicamente isolados até o seu uso final (água
aquecida para banho, ar quente para secagem de grãos, gases para 26 acionamento de
turbinas, etc.).
• Bioclimática: Chama-se bioclimática o estudo que visa harmonizar as construções ao clima
e características locais, pensando no homem que habitará ou trabalhará nelas, e tirando partido
da energia solar, através de correntes convectivas naturais e de microclimas criados por
vegetação apropriada. É a adoção de soluções arquitetônicas e urbanísticas adaptadas às
condições específicas (clima e hábitos de consumo) de cada lugar, utilizando, para isso, a
energia que pode ser diretamente obtida das condições locais. A arquitetura bioclimática não
se restringe as características arquitetônicas adequadas. Preocupa-se, também, com o
desenvolvimento de equipamentos e sistemas que são necessários ao uso da edificação
(aquecimento de água, circulação de ar e de água, iluminação, conservação de alimentos, etc.)
e com o uso de materiais de conteúdo energético tão baixo quanto possível.
• Fotovoltaica: A Energia Solar Fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da
luz em eletricidade (Efeito Fotovoltaico) ver Figura 5-1. As primeiras células foram
produzidas com o custo de US$600 / W para o programa espacial. Com a ampliação dos
mercados e várias empresas voltadas para a produção de células fotovoltaicas, o preço tem
reduzido ao longo dos anos podendo ser encontrado hoje, para grandes escalas, o custo médio
de US$ 8,00 / W.
Atualmente, os sistemas fotovoltaicos vêm sendo utilizados em instalações remotas
possibilitando vários projetos sociais, agro-pastoris, de irrigação e comunicações. As
facilidades de um sistema fotovoltaico tais como: modularidade, baixos custos de manutenção
e vida útil longa, fazem com que sejam de grande importância para instalações em lugares
desprovidos da rede elétrica. Existem aplicações na Europa em edifícios públicos gerando
economia de energia.
Figura 5-1 - Funcionamento de uma célula fotovoltaica (CRESESB, 2006)
24
5.3.4 Uso racional dos recursos.
O cuidado no manejo, utilização e conservação dos recursos naturais, artificiais e
financeiros, deve estar sempre inserido no projeto.
No projeto é o momento de definir os métodos, sistemas e materiais para a
construção. É nessa etapa que surge o diferencial entre o edifício inteligente sustentável e o
convencional.
O uso de materiais com certificação de qualidade ambiental incentiva a indústria que
preza a manutenção do meio ambiente, pois as empresas certificadas têm sua produção
controlada para garantir o menor impacto ambiental.
A reciclagem do entulho gerado na obra também possibilita a redução da degradação
ambiental. É possível ainda a utilização de produtos feitos a partir de resíduos reciclados o
que incrementa ainda mais a diminuição da agressão ao meio ambiente.
5.3.5 Sistema de Gerenciamento
Conforme o Departamento de Informática da Universidade Estadual de Maringá
(DIM-UEM, 2011), um edifício inteligente é aquele que está dotado de um sistema de
controle central que pretende otimizar certas funções inerentes à operação e administração de
um edifício. As características fundamentais que se deve encontrar num sistema inteligente
são:
• Capacidade para integrar todos os sistemas;
• atue em condições variadas, ligadas entre si;
• tenha memória;
• tenha noção temporal;
• fácil interligação com o utilizador;
• facilmente reprogramável;
• disponha de capacidade de autocorreção.
Mas o sistema de gerenciamento é um dos componentes da estruturação de uma
edificação inteligente, Figura 5-2, e existem outros fatores que devem ser levados em conta na
concepção de um empreendimento imobiliário sustentável.
25
Figura 5-2 – Estruturação de um edifício inteligente, DIM – UEM (2011)
Pelo United States Green Building Council (USGBC, 2004), um empreendimento
sustentável atende a todos os padrões e técnicas atuais e levam em conta a sustentabilidade
do empreendimento, implantando soluções inovadoras para sua construção até o
gerenciamento e controle de toda a edificação acabada. O USGBC criou uma metodologia de
certificação na qual são avaliados 7 pré-requisitos compostos por 69 itens divididos em 6
grupos, pelos quais é possível classificar os empreendimentos, conforme o nível de
sustentabilidade apresentada, e é possível a partir destes itens aferir o custo que incidente na
execução do empreendimento.
5.3.6 Estudo dos Custos e Benefícios Financeiros.
Segundo Kats (2003), o custo de um edifício inteligente sustentável pode ser calculado
pelo estudo dos custos diretos e indiretos envolvidos durante o ciclo de vida útil da obra, de
cada atividade na construção, na operação e manutenção, desde sua concepção. Como já dito
anteriormente, alguns itens são de fácil quantificação, como consumo de energia, e outros
mais difíceis como reciclagem de materiais e conforto ambiental interno. Todavia neste
26
trabalho analisou-se os dados reunidos por estudos e projetos realizados pela Indústria
Schneider Electric Brasil Ltda que demonstram os benefícios financeiros gerados pela
aplicação de sistemas de automação predial nos sistemas elétricos. Os dados foram agrupados
em:
• Hidráulica;
• distribuição elétrica;
• iluminação;
• ar condicionado;
• controle de terceiros;
Dá-se, neste trabalho, uma explicação geral das aplicações de sistemas de
gerenciamento para demonstrar como a adoção destes pode resultar em ganhos significativos
na administração da edificação, e proporcionar sustentabilidade ambiental.
27
6 GERENCIAMENTO E COMUNICAÇÕES DO EDIFÍCIO
Um edifício inteligente é aquele que reune condições que visem otimizar as nossas
relações com o próprio meio em que vivemos ou trabalhamos. É um edifício equipado com a
infraestrutura de telecomunicações que habilita-o a, continuamente, responder e adaptar-se a
condições de mudança, permitindo um uso mais eficiente de recursos, além de aumentar o
conforto e a segurança de seus ocupantes.
6.1 Sensoriamento e controle
A instalação no edifício de iluminação acionada a partir do sensor de presença traz
uma grande economia de energia e ao mesmo tempo ajuda na segurança do edifício.
6.2 Sistemas de segurança
A segurança dentro de um edifício residencial sempre é ponto de grande preocupação,
tanto em relação à integridade de bens materiais, quanto das pessoas que ali trabalham ou
estão sendo atendidas. O sistema de segurança pode abranger os seguintes serviços: controle
de acessos, alarmes contra roubos, controle de abertura e fechamento de portas a distância,
controle de rondas e itinerários, detecção de incêndios, alarmes e extintores e circuito
fechado de televisão.
6.2.1 Combate a incêndio, sensoriamento e sistema de alarme
Um edifício inteligente provê estes benefícios através de sistemas de controle
automatizados tais como: aquecimento, ventilação e ar condicionado (HVAC); detecção e
controle de incêndio, segurança patrimonial, gerenciamento de energia e iluminação. Por
exemplo, em caso de um incêndio, o alarme de incêndio comunica-se com o sistema de
segurança para destrancar as portas. O sistema de segurança comunica-se com o sistema de
HVAC para regular o fluxo de ar afim de prevenir que o fogo se propague.
6.2.2 Vigilância, monitoração
28
Como resultado, estamos testemunhando um crescimento significativo na área de
"Edifícios Inteligentes" – edifícios que incorporam tecnologia de informação e sistemas de
comunicação, tornando-os mais confortáveis, seguros, produtivos e com otimização de custos.
Uma solução de Edifício Inteligente compõe-se de um sistema de cabeamento
estruturado que permita o tráfego de dados, voz, vídeo e sistemas de gerenciamento de
edifícios. Os crescentes progressos da área das telecomunicações estão interligando os
diversos pontos de trabalho no edifício e fora dele. O sistema de telecomunicação proporciona
serviços tais como: Videoconferência, Transmissão de Dados Via Satélite, Transferência
Digital de Dados de Alta Velocidade, Sistema de Telefonia e outros serviços.
6.2.3 Sistemas de emergência, Intercomunicação e Alarme
Um dos benefícios da rápida evolução da tecnologia da informação tem sido o
desenvolvimento de sistemas que podem medir, avaliar e responder a mudanças.
A habilidade para controlar estas mudanças tem sido o motivo principal para o
desenvolvimento da forma como nós projetamos nosso ambiente físico, em particular, os
edifícios onde trabalhamos.
O direito à instalação de sistema de segurança (alarme contra furto, roubo e/ou
intrusão instalado num edifício, possua ou não sistema sonoro) há muito que consta em
diversos diplomas legais, estando devidamente regulado ou regulamentado quer em atos
legislativos quer em atos normativos.
6.2.4 Controle de elevadores
O elevador é considerado ainda um equipamento caro. O custo e a freqüência da
manutenção são considerados elevados, inviabilizando muitas vezes sua instalação em prédios
de poucos andares ou residências. O produto a ser definido automatiza um elevador não
convencional que oferece baixo custo, facilidade de instalação em edificações existentes,
economia de energia e alta confiabilidade. Uma grande vantagem dos elevadores hidráulicos é
a segurança. As velocidades de subida e descida são limitadas pelas restrições de fluxo no
sistema hidráulico. Além disso, mediante falta de energia é possível controlar a descida e
abertura das portas automaticamente, uma vez que a descida é feita sem acionamento de
motores, apenas com acionamento de válvulas alimentadas com tensão DC baixa (24V).
Os elevadores convencionais necessitam geralmente de supervisão de porteiro, uma
vez que em caso de falta de energia elétrica não há geradores para controlar a descida. Isto
aumenta significativamente os custos fixos mensais considerados na instalação em edifícios
de poucos condôminos. Devido à utilização de um sistema de controle mais inteligente, foi
29
possível projetar um sistema hidráulico mais simples, mais barato e potencialmente mais
flexível.
6.2.5 SPDA
A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza absolutamente
imprevisível e aleatório, tanto em relação à suas características elétricas (intensidade de
corrente, tempo de duração, etc.), como aos efeitos destruidores decorrentes de sua incidência
sobre as edificações.
Nada em termos práticos pode ser feito para se impedir a "queda" de uma descarga em
determinada região. Não existe "atração" a longa distância, sendo os sistemas prioritariamente
receptores. Assim sendo, as soluções internacionalmente aplicadas buscam tão somente
minimizar os efeitos destruidores a partir da colocação de pontos preferenciais de captação e
condução segura da descarga para a terra.
Somente os projetos elaborados com base em disposições destas normas podem
assegurar uma instalação dita eficiente e confiável. Entretanto, esta eficiência nunca atingirá
os 100 % estando, mesmo estas instalações, sujeitas a falhas de proteção. As mais comuns são
a destruição de pequenos trechos do revestimento das fachadas de edifícios ou de quinas da
edificação ou ainda de trechos de telhados.
Os sistemas implantados de acordo com a norma visam a proteção da estrutura das
edificações contra as descargas que a atinjam de forma direta.
Não é função do sistema de pára raios proteger equipamentos eletro eletrônicos
(comando de elevadores, interfones, portões eletrônicos, centrais telefônicas, subestações,
etc.), pois mesmo uma descarga captada e conduzida a terra com segurança, produz forte
interferência eletromagnética, capaz de danificar estes equipamentos. Para sua proteção,
deverá ser contratado um projeto adicional, específico para instalação de supressores de surto
individual (protetores de linha).
É de fundamental importância que após a instalação haja uma manutenção periódica
anual a fim de se garantir a confiabilidade do sistema. É também recomendada uma vistoria
preventiva após reformas que possam alterar o sistema e toda vez que a edificação for atingida
por uma descarga direta.
30
7 SERVIÇOS DE SISTEMAS DE VÍDEO E INTERNET
7.1 Distribuição de TV
O cabo é o sistema de distribuição mais utilizado no Brasil. Seu custo de instalação
por domicílio atingido é mais alto que o de outros sistemas, mas uma rede de cabo pode ser
utilizada posteriormente para a prestação de diversos outros serviços, como comunicação de
dados, acesso à Internet, telefonia, etc. No início, as redes de distribuição de sinais de TV
paga foram projetadas para atender, principalmente, o público residencial, mas a rede física
passa por mercados residenciais e por mercados corporativos, abrindo a possibilidade de
estender os serviços ao mercado corporativo, especialmente voz, comunicação de dados
acesso à Internet em alta velocidade.
A maioria das redes de cabo segue a arquitetura HFC (Hybrid Fiber/Coaxial), que
combina cabos ópticos e cabos coaxiais. Os cabos ópticos, mais caros e de maior capacidade,
transportam o sinal do headend até os hubs secundários. Nos hubs os sinais ópticos são
convertidos em sinais elétricos e levados pelos cabos coaxiais até os assinantes, em rede aérea
ou subterrânea, tornando sua implantação bastante lenta, especialmente nos grandes centros
urbanos.
Por trafegarem dentro de um cabo blindado contra interferências externas, os sinais
podem ocupar um espectro bastante amplo de radiofreqüências. As redes de cabo podem ter
largura de banda de 450 MHz até 870 MHz, dependendo do cabo utilizado. Para se ter idéia
do que isto representa em capacidade, registre-se que um canal de TV analógico utiliza 6
MHz de largura de banda. Quando se digitaliza o sinal, pode-se trafegar número muito maior
de canais na mesma faixa, dependendo da qualidade da rede e da técnica de compressão
utilizada, que permite multiplicar por até 10 sua capacidade.
Para receber os sinais em casa, o assinante precisa ter um televisor pronto para receber
sinais do cabo (cable-ready) ou utilizar um conversor (converter), que recebe os sinais e os
converte para uma freqüência compatível com o aparelho de televisão. Se os canais forem
codificados, será necessário usar um decodificador (decoder), em vez do conversor.
As redes de cabo mais modernas são também bidirecionais. Ou seja, podem
transportar informações da casa do assinante ao headend. Isso permite seu uso para sistemas
interativos, como acesso à Internet e TV interativa, entre outros. Esses serviços também
podem estar disponíveis nas redes unidirecionais, mas nesse caso o retorno do sinal é feito
pelo modem convencional ou pela linha telefônica.
O serviço de TV a Cabo cobre principalmente as áreas urbanas e permite a transmissão
de programação com conteúdo local, pois o headend está situado no local da prestação do
serviço.
31
7.2 Acesso a internet
Hoje em dia a utilização das WLANs deixou de estar restrito a grandes empresas ou
faculdades. Com os preços dos equipamentos mais acessiveis, elas acabaram atraindo a
atenção do usuário comum devido a sua ampla gama de possibilidades de utilização. Uma das
principais características da tecnologia wireless é a mobilidade, que por sua vez pode
acarretar em um aumento real de produtividade em determinados casos, tais como uma loja de
departamentos.
Com a tecnologia wireless a passagem de cabos se torna desnecessária (o que muitas
vezes pode resultar em significativa economia de tempo) e se você tiver um notebook você
ganha mobilidade. Imagine poder acessar a internet do seu notebook estando em qualquer
cômodo da casa. Ou ainda no caso do computador, mudá-lo do quarto para a sala se houver
necessidade, sem se preocupar em passar cabos.
No que se refere ao custo, instalar uma rede wireless ainda é bem mais caro que uma
rede cabeada, mas os benefícios compensam.
Figura 7-1 – Esquema de rede de internet em edifício
32
8 ESTUDO DA VIABILIDADE DA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
INTELIGENTES SUSTENTÁVEIS.
A viabilidade da construção de edifícios inteligentes sustentáveis é constatada quando
se avalia as despesas com a manutenção e conservação entre edifícios inteligentes
sustentáveis e edifícios convencionais, pois vemos que os primeiros têm despesas menores
durante sua vida útil, e os benefícios ao meio ambiente e aos seus ocupantes agregam o valor
social. Um edifício convencional tem seu custo de construção menor, porém com o passar do
tempo os gastos com a manutenção e conservação até o final de sua vida útil fazem o custo
deste muito maior.
Um edifício inteligente sustentável tem custa de 0 a 2% a mais do que um
convencional, pois agrega várias equipes voltadas para obtenção da melhor solução técnica.
Essa dedicação demanda um tempo maior de estudo das alternativas para a escolha da mais
adequada para cada tipo de edificação e do impacto que ela causará no meio ambiente no qual
será inserida.
Estudos e projetos realizados pela Indústria Schneider Electric Brasil Ltda
demonstram que os benefícios financeiros gerados quando são aplicadas as novas tecnologias
em sistemas de gerenciamento de energia elétrica em novos edifícios, são em geral da ordem
de 30% em comparação a um edifício convencional, Tabela 8.1.
Fonte: Schneider Electric Brasil Ltda (2006)
Os itens que mais contribuem para o ganho em economia são:
• Distribuição elétrica, onde compreende todo o cabeamento, sistema de proteção, sistema de
gerenciamento de demanda e pontos de consumo;
• ar Condicionado;
• iluminação, sendo considerada apenas a interna.
33
Os demais itens como a otimização do uso de elevadores, estacionamento, iluminação
externa e áreas comuns, proporciona por volta de 30% de economia.
Somente com a preocupação em gerenciar bem a energia elétrica, veremos que a
aplicação dos conhecimentos humanos e novas tecnologias garantem um retorno financeiro
considerável e, sobretudo alivia a demanda de energia nas concessionárias.
8.1 Distribuição Elétrica
Para uma perfeita instalação elétrica deve-se atentar para todos os detalhes desde seu
dimensionamento até a instalação dos pontos de consumo. O dimensionamento adequado dos
condutores garante a eficiência na condução da energia sem perdas por aquecimento e
proporciona segurança (Anexo C). Os eletrodutos bem dimensionados proporcionam
facilidade na instalação dos condutores evitando o esmagamento, corte das isolações e até
rompimento dos mesmos pela tração no ato da instalação. Nos pontos de consumo a
preocupação é com a definição do melhor acoplamento, para evitar aquecimento entre os
conectores, com isso a perda de energia e possibilidade de incêndio.
O estudo da disposição mais adequada da distribuição elétrica é essencial para um
bom desempenho dos sistemas de gerenciamento, pois facilita a conectividade e a separação
em grupos funcionais (conforme Anexo D). Com uma distribuição elétrica bem dimensionada
e a aplicação de sistema de gerenciamento de demanda consegue-se uma economia de até
25% no consumo total do edifício.
Visando a prevenção de acidentes domésticos, toma-se cada vez mais importante o
emprego de etiquetas indicando no quadro geral e nos quadros de distribuição a linha de cada
disjuntor, ou seja, o circuito ao qual aquele disjuntor está direcionado, como por exemplo: os
circuitos de iluminação, ar condicionado, chuveiros elétrico, e nos pontos de tomadas
indicando a corrente máxima admissível (conforme Anexo G). Tendo em vista que muitas
vezes os usuários costumam ligar qualquer coisa em qualquer tomada e às vezes até trocar um
chuveiro por outro de maior potência sem maiores cuidados. Ressaltamos a necessidade do
uso de etiquetas de identificação, visando à prevenção de acidentes, a redução do consumo de
energia e o prolongamento da vida útil dos aparelhos domésticos.
8.2 Ar Condicionado
Na Arquitetura Bioclimática, sempre se optará pela ventilação natural ao uso de
sistemas de Ar Condicionado, porém onde este seja inevitável deverá ser dimensionado com
muita atenção, pois o sistema consome energia elétrica e água, assim seu dimensionamento
34
bem como sua operação adequada, garante um rendimento maior e a utilização racional dos
recursos.
Existem no mercado diversos sistemas de Ar Condicionado que vão desde
equipamentos isolados a grandes centrais de refrigeração. É necessário, portanto definir bem
o uso que se dará ao ambiente e todas as variáveis ambientais, para a escolha adequada do
sistema. Um sistema inteligente de Ar Condicionado tem por objetivo otimizar o seu uso e
garantir seu funcionamento dentro de faixas de trabalho definidas, proporcionando conforto
no ambiente interno do edifício. Com um sistema de Ar Condicionado inteligente consegue-se
uma economia de até 15% no consumo total do edifício.
8.3 Iluminação
O uso de iluminação artificial deve ser evitado durante os períodos do dia onde a
luminosidade solar possa ser utilizada para iluminar o ambiente, pois além de garantir
economia de energia elétrica, melhora o conforto ambiental. Nos casos onde é impossível o
uso da iluminação natural, os sistemas de gerenciamento de iluminação (controle de
ocupação) devem ser instalados, pois promovem o uso racional da iluminação evitando o
desperdício de energia. Com um sistema de controle de ocupação e um dimensionamento
adequado da potência luminosa necessária ao ambiente, consegue-se uma economia de até
30% no consumo total do edifício.
35
9 CONCLUSÃO
Após a pesquisa desse trabalho e dos estudos efetuados, conclui-se que a iniciativa de
se construir edifícios inteligentes sustentáveis é viável economicamente, por oferecer
tecnologias inovadoras que ainda não estão sendo utilizadas em larga escala em uma
construção convencional proporcionando um menor impacto ambiental e reduzindo os custos
operacionais. Isto resulta diretamente em dois benefícios, a saber:
• Na redução da taxa condominial, pois aplicando sistemas de gerenciamento de energia,
medição individualizada de água, gás, e energia, reduzem os gastos com as concessionárias,
permitindo um valor na taxa de condomínio bem abaixo dos aplicados em edifícios
convencionais, situados na mesma área. O aluguel em edifícios inteligentes sustentáveis tem
seu valor 30% maior que em edifícios convencionais (TAVARES, 2006), o que os torna um
atrativo para investidores em imóveis.
• No meio ambiente, pois reutilizando recursos naturais renováveis garantimos a
sustentabilidade e baixos impactos ambientais. A aplicação de fontes alternativas para geração
de energia limpa, o tratamento de efluentes, entre outras ações garantem também retorno
financeiro e melhoria no meio ambiente, pois evitam a degradação do mesmo. Podemos
enfatizar também que o uso racional dos recursos naturais permite que sejam postergados
grandes investimentos em obras de geração de energia e captação de água, pois gera sobra nos
atuais sistemas, pela economia alcançada.
Embora exista um custo inicial maior do que um edifício convencional, da ordem de
30%, devido aos estudos, projetos, profissionais envolvidos e equipamentos. Todo
investimento feito na construção de edifícios inteligentes sustentáveis, retorna na forma de
economia de energia e de recursos naturais. E se paga com o passar do tempo durante sua vida
útil com a economia gerada. Assim além dos empreendedores, toda a população ganha com
esse investimento, tornando-o assim de grande valor econômico e social.
Por estarmos iniciando a aplicação desta nova maneira de projetar e construir, os
benefícios econômicos recebem mais valor do que os benefícios ao meio ambiente. Vemos
ainda hoje, que a falta de informações quanto a maneira de projetar um edifício inteligente
sustentável gera uma dificuldade para sua construção em larga escala, pois apenas algumas
construtoras possuem profissionais com conhecimento adequado para projetar um edifício
deste tipo.
Com a conscientização da população e um incentivo a aplicação de novas tecnologias
na construção civil, que venha a contribuir com o meio ambiente, poderemos ter num futuro
próximo, um meio ambiente saudável e que proporcione conforto ambiental para todos.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Solar e Eólica. Disponível em: http:// <http://www.cresesb.cepel.br/principal.php>. Acesso
em: 28 set. 2011.
DIM - UEM – Departamento de Informática da Universidade Estadual de Maringá.
Introdução a Domótica. Disponível em:
<http://www.din.uem.br/ia/intelige/domotica/int.htm>. Acesso em: 05 out. 2011.
EDIFICIOS INTELIGENTES. Disponível em: <http://www.datalink.srv.br/artigos5.htm>.
Acesso em: 10 nov. 2011.
EDWARDS, Brian. “Sustainable Architecture – European Directives & Building Design
2° Edition”. Oxford: Architetural Press, 1999.
KATS, Greg – Parte do texto final do relatório: “The Costs and Financial Benefits
of Green Buildings” (2003).
NUNES, Renato, e SERRO, Carlos: Edifícios Inteligentes – Conceitos e Serviços.
Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores (DEEC) do Instituto
Superior Técnico (IST) – Lisboa. Disponível em: <http://www.deec.ist.utl.pt>. Acesso
em: 10 out. 2011.
PEREIRA, Luis Portella. “A Função Social da Propriedade Urbana”. São Paulo:
Sintese, 2003.
37
TAVARES, Cláudio. “Negócio Sustentável”. Revista Construção Mercado Nº. 55
Fevereiro 2006, São Paulo: PINI, 2006.
TECNOLOGIAS. Disponível em:
<http://www.abta.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=317&Itemid=
83>. Acesso em: 01 nov. 2011.
TELHADO VERDE. Disponível em:<http://www.aquarelladesentupidora.com.br/blog/10vantagens-e-algumas-desvantagens-de-um-telhado-verde>. Acesso em: 10 dez. 2011.
UM SISTEMA DE CONTROLE DISTRIBUÍDO
ELEVADOR HIDRÁULICO. Disponível em:
MICROPROCESSADO
PARA
<http://www.inf.ufes.br/~jpalmeida/cvitae/finalproject.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2011.
WORLD BANK GROUP. THE WORLD BANK. Disponível em:
<http://siteresources.worldbank.org/NEWS/Resources/pr082102-sar.pdf>. Acesso em: 02 out.
2011.
YANG, Ken. “The Green Skyscraper – The Basic for Designing Sustaineble Intensive
Buildings”. Londres: Prestel, 1999.
38
ANEXOS
Anexo A - Edifício Inteligente
39
Anexo B – Planta Arquitetônica
40
Anexo C – Planta Elétrica
sem
4
QFL-2
T = 95 mm.
2
230A
63A
63A
DIAGRAMA UNIFILAR
escala
RESERVA
T = 6 mm.2
16 mm.
2
T = 6 mm.2
2
T = 6 mm.2
QF-4.3
QF-6.2
150 mm.
63A
2
2
4,0 mm.
2
2
6,0 mm.
2
6,0 mm.
2
6,0 mm.
2
6,0 mm.
RESERVA
T = 4,0 mm.2
2
T = 4,0 mm.2
2
T = 4,0 mm.2
2
T = 4,0 mm.2
32A
2
2
QFL-1
QF-5.2
VAI AO QGD NA S.E
DIST. APROX.
16 mm.
escala
63A
T = 6 mm.2
2
T = 2,5 mm.2
32A
2
sem
16 mm.
QF-3.3
2
4,0 mm.
32A
2
DIAGRAMA UNIFILAR
16 mm.
2
QF-2.3
2
T = 2,5 mm.2
25A
2
T = 6 mm.2
2
barramento
de terra
2
QF-2.2
2
2,5 mm.
T = 2,5 mm.2
2
2
1,5 mm.
25A
QDF-10
16 mm.
2
T = 6 mm.2
2
QF-2.1
2
T = 6 mm.
QDF-09
16 mm.
2
T = 6 mm.2
2
QF-1.3
4
QDF-08
16 mm.
2
QFL-01 ao QDF20
QDF-07
16 mm.
2
1,5 mm.
barramento
de terra
QDF-06
63A
T = 6 mm.2
2
2
QF-1.2
20A
QDF-05
63A
2
2
1,5 mm.
10A
QDF-04
63A
T = 6 mm.2
2
2
QF-1.1
10A
QDF-03
63A
16 mm.
2
63A
16 mm.
aterramento
63A
T = 6 mm.2
2
10A
QDF-02
QDF-01
41
Anexo D – Quadros de Distribuição
VAI AO QFL-1
16 mm.
2
2
63A
aterramento
32A
42
Anexo E – Identificação dos quadros de distribuição
43
Anexo F – Identificação dos disjuntores e circuitos
44
Anexo G - Tomadas com etiquetas indicando a corrente máxima admissível
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